Qual é o quilombo mais importante?

Mais do que o berço de uma infinidade de belezas naturais, Alagoas também foi palco de grandes acontecimentos dentro da história do país. Um exemplo disso é o Quilombo dos Palmares, o maior quilombo ainda existente no Brasil. 

O local chegou a abrigar aproximadamente mais de 20 mil quilombolas. Desse modo, se tornou o maior símbolo de resistência a escravidão na história do Brasil. 

Neste post você vai conhecer a história do Quilombo dos Palmares. Além disso vai entender como funcionava a maior rota de fuga para escravos no Brasil. Confira abaixo!

Quilombo dos Palmares

A era colonial brasileira foi marcada por diversos quilombos, uma espécie de acampamento na mata. O Quilombo dos Palmares é um deles. Ele recebeu esse nome devido a vasta quantidade de palmeiras no local do acampamento e recebia em terras alagoanas escravos fugidos das capitanias de Pernambuco e da Bahia. 

Eles eram divididos em nove aldeias dentro da mesma localidade, as quais recebiam o nome de mocambo. A Serra da Barriga foi a área escolhida por eles para habitar. Por essa razão, até hoje a serra é o ponto de encontro das celebrações da cultura afro no estado. 

Modo de vida

Pouco se sabe sobre os hábitos dos quilombolas devido ao fato de não existirem registros escritos deixados por eles. No entanto, sabe-se que assim como as pequenas comunidades da época, viviam da caça, pesca, coleta de frutas e da agricultura. Tendo desse modo um modo de vida semelhante inclusive ao modo de vida das aldeias indígenas. 

Entre eles havia ainda uma divisão que definia a hierarquia dos quilombolas. Os fugitivos que chegavam eram os mais privilegiados e reconhecidos dentro do quilombo. Já os libertados por invasões em batalhas eram desconsiderados e indicados para os trabalhos mais pesados. 

Dentro da hierarquia, os mocambos eram liderados pelo “grande chefe” Ganga Zumba. Ele era acompanhado por um conselho formado pelos chefes dos outros mocambos. Anos mais tarde, Ganga Zumba aceitou um contrato de paz com os brancos, em meio aos constantes conflitos. Isso causou revolta entre os quilombolas e resultou no assassinato de Ganga. 

Após a morte do líder, Zumbi dos Palmares assumiu o posto e se tornou o guerreiro de maior destaque na história do quilombo. Desse modo, ele foi o responsável por manter a resistência do Quilombo dos Palmares planejando uma série de estratégias de guerrilha bem sucedidas.

O fim do Quilombo dos Palmares

Já no reinado de Zumbi, um batalhão comandado pelo bandeirante Domingos Jorge Velho ocupou a capital de Palmares. Fato que acabou causando a queda dos outros mocambos nos meses seguintes. No entanto, Zumbi ainda assim conseguiu escapar desta invasão. Ainda assim, foi morto pouco depois refém de uma armadilha, tendo desse modo, sua cabeça decepada e exposta em praça pública em Recife. 

Após 18 campanhas para destruir o acampamento, e com a morte de seu líder Zumbi, o Quilombo dos Palmares se desintegrou por completo. Desse modo, após a derrota dos quilombolas, a região foi crescendo até ser elevada a município. Território atualmente conhecido como União dos Palmares em homenagem ao quilombo. 

Passeio para a Serra da Barriga

Por fim, a Serra da Barriga foi intitulada como patrimônio cultural do Mercosul e se tornou um parque memorial. O primeiro e único parque temático sobre a cultura negra do país. Por aqui existem passeios saindo de Maceió para a Serra com a Diáspora Black e a reserva pode ser feita pela internet, através do site da rede.

Chegando lá, a sensação é de estar dando um mergulho na história do país. Além disso, no pé da serra você ainda pode conhecer o povoado de Muquém. Ademais, é lá também onde fica a casa da mestra Irinéia, notória artesã que possui uma de suas esculturas expostas no Circuito Alagoas Feito a Mão.

Então, gostou de saber um pouco mais sobre a história do Quilombo dos Palmares, Zumbi e dos acontecimentos da época? Então você não pode deixar de conhecer muitas outras desse paraíso. Além disso, você já conhece a Rota do Cangaço no município de Piranhas em Alagoas? Confira essa e outras diversas histórias no nosso blog.

Licenciatura Plena em História (Faculdade JK-DF, 2012)
Pós-graduação em História Cultural (Centro Universitário Claretiano, 2014)

Ouça este artigo:

O Quilombo dos Palmares é considerado o maior símbolo de resistência contra a escravidão no Brasil. Os primeiros registros desses agrupamentos foram por volta de 1580 quando os escravos fugiram da capitania de Pernambuco para a região da Serra da Barriga. Eles persistiram por quase um século formando uma comunidade de negros trazidos da África.

As invasões holandesas em 1624-1625 e em 1630-1654 favoreceram a fuga desses escravos dos canaviais nordestinos. Até à presente data, não é possível descrever um número exato dos habitantes dos Palmares, mas estima-se que foi em torno de vinte mil. Os senhores de engenho estavam com as atenções totalmente voltadas às invasões holandesas e não à evasão dos negros.

Os escravos se dividiram em diversos povoamentos entre eles o de Cerca Real do Macaco, considerado o maior centro político do Quilombo com em média 1.500 casas. Subupira tinha em média 800 habitações onde realizavam as atividades militares. Zumbi foi o maior líder do Quilombo e sua esposa Dandara comandava o exército feminino.

O Quilombo era todo cercado de madeira e a segunda fileira de cerca ficava a 300 metros da primeira. Havia uma sentinela reforçada com pedras e a entrada era composta de um portão também de madeira onde todo o acesso da aldeia era controlado. Nos arredores do assentamento eram feitos diversas armadilhas executadas com buracos e lanças profundas cobertas com folhas. Somente os moradores conheciam o caminho seguro para chegar ao Quilombo.

As casas eram construídas de madeiras e folhas de palmeiras. O azeite servia como líquido inflamável para cozinhar e manter as tochas acesas para iluminarem a aldeia durante a noite. Os móveis e utensílios domésticos eram artesanais ou de cerâmica e as cestas eram de tecidos trazidos ou furtados das fazendas vizinhas.

Todo meio de subsistência provinha das lavouras e eles plantavam milho, feijão, mandioca, banana, goiaba, abacate, caju, etc. Caçavam, pescavam e armazenavam água em poços. Os animais de pequeno porte e as galinhas eram criados no agrupamento. Falavam português misturado com os dialetos de origem.

Há poucos registros sobre a organização política e alguns estudiosos afirmam que eles se estabeleciam tal como os estados da África, onde um oligarca governava e ditava ordens. Esse tipo de atitude leva a acreditar que dentro do próprio Quilombo havia escravidão e esta prática acontecia devido à adaptação dos negros recém-chegados, que achavam que não teriam que trabalhar como anteriormente, mas ao chegarem, viam que isso era necessário para manter a subsistência no local. Outra teoria é de que alguns negros eram capturados nas fazendas e levados para o Quilombo para realizarem trabalho forçado na lavoura. No entanto há quem afirme que as atividades eram divididas conforme a habilidade de cada pessoa.

Após a expulsão dos holandeses do país, as atenções dos portugueses se voltaram ao cultivo da cana-de-açúcar e também ao aumento do preço do escravo. Com a mão-de-obra cada vez mais escassa os colonos começaram a se atentarem mais na fuga dos escravos tentando encontrar os que já haviam fugido.

Os quilombos liderados por Zumbi faziam vários ataques no engenho, libertavam escravos, roubavam armas e munições. Após várias tentativas sem sucesso de vencer os quilombos, os portugueses diziam que era mais fácil vencer os holandeses do que os escravos.

Foi então que o governador de Pernambuco Caetano Castro delegou uma função ao bandeirante Domingos Jorge Velho e ao Capitão-Mor Bernardo Melo que consistia em capturar e coagir o quilombola Antônio Soares. Para a sua liberdade este tinha que revelar aonde era o esconderijo do líder do Quilombo dos Palmares, e ele assim o fez.

Através de uma emboscada, Zumbi dos Palmares foi morto no dia 20 de Novembro de 1695. Sua cabeça foi cortada e exposta em praça pública como forma de demonstrar aos outros escravos qual seria a consequência se tentassem fugir. Com a morte do maior líder da resistência negra da época, a comunidade não conseguiu sobreviver. Em memória ao Zumbi, a data de seu falecimento ficou conhecida como Dia da Consciência Negra no Brasil.

Referências:

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-era-a-vida-no-quilombo-dos-palmares/ 24.01.2019.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Quilombo_dos_Palmares 24.01.2019.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/quilombo-dos-palmares/

Qual o mais importante quilombo?

O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo que existiu na América Latina. Foi construído na região do atual estado de Alagoas e chegou a reunir cerca de 20 mil habitantes. Foi um dos grandes símbolos da resistência dos escravos no Brasil e foi alvo de expedições organizadas por portugueses e holandeses.

Qual o quilombo mais importante é porque?

E entre os quilombos brasileiros, o de maior destaque foi o Quilombo dos Palmares, que por mais de um século conseguiu resistir aos ataques dos colonizadores portugueses. O Quilombo dos Palmares formou-se na Serra da Barriga, na antiga capitania de Pernambuco.

Qual foi o quilombo mais importante que o líder ou?

Quilombo dos Palmares é como ficou conhecido o maior quilombo que existiu na história da colonização do Brasil pelos portugueses. Foi também o maior quilombo de toda a América Latina e, no seu auge, concentrou a população de cerca de 20 mil pessoas.

Qual foi o primeiro quilombo do Brasil?

O Quilombo dos Palmares foi um dos muitos quilombos da era colonial brasileira e sua origem remonta a 1580. Palmares era o refúgio dos escravos fugitivos de engenhos das Capitanias de Pernambuco e da Bahia.