Como saber se o bebê é autismo?

O autismo é uma disfunção do desenvolvimento cerebral que acomete cerca de 1% da população, sendo mais comum em meninos. Existem vários graus e tipos de autismo, por isso os portadores podem ser bem diferentes entre si. Essa disfunção geralmente se apresenta de forma evidente antes dos 3 anos de idade. Infelizmente, no Brasil o diagnóstico ainda é muito tardio, ocorrendo quase sempre na idade escolar. No entanto, pais atentos e informados podem mudar essa estatística, identificando sinais leves e precoces e levando ao conhecimento do pediatra, que poderá orientar o melhor caminho de acordo com cada caso.

A criança com autismo, na maioria das vezes, não apresenta alterações visíveis no rosto ou no corpo. Quando bebê, geralmente alimenta-se bem, ganha peso e é bem ativo e interativo. Com o tempo, no entanto, seu desenvolvimento assume aspectos peculiares e ocorrem distorções no amadurecimento da linguagem, no contato interpessoal e no comportamento.

Segundo o neurologista Leandro Teles, membro da academia Brasileira de Neurologia, “o momento ideal para o diagnóstico é entre 18 e 36 meses; antes disso, podem ocorrem indícios que devem ser atentamente acompanhados pelo especialista. O sinal de alarme mais comum é o atraso na linguagem, mas quando isso ocorre de forma evidente, geralmente a criança já apresenta uma série de outros sinais de restrição social, dificuldade de percepção e interação com o outro e comportamentos peculiares, tais como: apego a rotinas, brincadeiras concretas, estereotipias, intolerância sensorial etc.”.

O autismo não aparece em exames de rotina, não é apontado no teste do pezinho, nem mesmo em ressonâncias ou tomografias. O diagnóstico é baseado em queixas familiares e escolares, em conjunto com uma avaliação médica estruturada e a impressão do especialista (neuropsiquiatra infantil ou neuropediatra). A causa do distúrbio ainda é desconhecida, mas acredita-se que fortes determinantes genéticos sejam os responsáveis, sendo injusto culpar vacinas e o método de criação por essa patologia.

Convidamos o neurologista Leandro Teles para enumerar alguns sinais que podem ocorrer na criança com autismo clássico. Não se pode esquecer que existem formas mais sutis da doença e que a presença de um ou outro dos sinais abaixo não encerra o diagnóstico, que deve sempre ser feito por um especialista. As crianças com autismo costumam apresentar os seguintes sinais:

  • Têm dificuldade de olhar nos olhos;
  • Não mudam o comportamento na presença de outra pessoa;
  • Têm dificuldade de imitar caretas e expressões faciais;
  • Não apontam objetos;
  • Parecem “surdas”, reagindo pouco ou nada mesmo ao serem chamadas pelo nome;
  • Mostram-se incomodadas quando fora de sua rotina ou em ambientes com muitos estímulos;
  • Não se sentem à vontade com abraços, beijos e toques;
  • Apresentam atraso no desenvolvimento da comunicação interpessoal (verbal ou não verbal);
  • Mostram dificuldade para iniciar ou sustentar um diálogo;
  • Brincam de forma diferente, com objetos concretos e previsíveis (brincando com hélice de ventilador, rodando um prato, empilhando brinquedos, alinhando carrinhos etc.);
  • Apresentam olhar vago;
  • Balançam constantemente o tronco, a cabeça ou outras partes do corpo, aparentemente sem uma intenção clara;
  • Ataques repentinos e aparentemente imotivados de fúria (intolerância ambiental).

Como podemos ver, os sintomas giram em torno de 3 eixos: alteração de linguagem e comunicação, comportamento peculiar e baixa percepção e interação social. A criança fica mais distante, mesmo dos pais, parece aérea, mostra interesse por objetos e apresenta alterações sensoriais, como hipersensibilidade a ruídos e luz.

O autismo é uma disfunção crônica; o tratamento exige medidas variadas e individualizadas caso a caso. De modo geral, a criança precisa de um equipe multidisciplinar com abordagem clínica, fonoterápica, fisioterápica e pedagógica, a fim de inibir os comportamentos disfuncionais e desenvolver suas habilidades mais adaptativas. A resposta é melhor quanto antes as terapias forem iniciadas.

Em caso de suspeita, é fundamental procurar um especialista.

Fonte: Neurologista Leandro Teles (CRM 124.984). Formado e especializado pela USP e Membro Efetivo da Academia Brasileira de Neurologia (ABN)

Site: www.leandroteles.com.br

Como saber se o bebê é autismo?

Como saber se o bebê é autismo?

É possível reconhecer sinais do autismo em bebês, Dra. Kelly?

Sim! Sabemos que a saúde da criança é uma caixinha de surpresas e vez ou outra surgem certas situações e condições na qual precisamos nos adaptar ao longo do desenvolvimento de nossos filhos. Uma dessas condições é o autismo.

Quando o bebê ou a criança é diagnosticado com autismo, muitos pais se negam a acreditar ou ficam perdidos e não sabem quais atitudes devem ser tomadas, porém é muito importante buscar ajuda médica pois a condição, quando feito diagnóstico precoce, pode fazer toda a diferença na vida desse bebê, pois é possível iniciar o tratamento e intervenção precocemente. 

O autismo, ou transtorno do espectro autista (TEA), como é corretamente denominado hoje, é como o nome já diz, um espectro, e há quadro leves e sutis, e quadros mais graves. Por isso é importante ficarmos atentos aos sinais. 

Mas quais são os sinais que devem receber atenção dobrada dos pais?

O autismo é uma síndrome que causa problemas na comunicação, comportamento e socialização da criança, e seus sinais podem ser vistos desde os primeiros meses de vida. São estes sinais:

Não demonstra reações quando é chamado pelo nome: Quando completam um ano de idade aproximadamente, os bebês já conseguem compreender seu nome e reagem ao serem chamados por ele. Bebês que estão no dentro do espectro do autismo raramente demonstram reações aos estímulos de voz dos pais, principalmente ao ter o nome chamado. É como se não escutasse o que está sendo dito. Às vezes a resposta ao nome acontece, mas é diminuída para a idade. Em muitos casos, os pais podem confundir até com algum problema de audição, que deverá ser descartado também.

Bebê não emite nenhum som comunicativo: O autismo tem como base a dificuldade na comunicação, e desde o início os bebês com TEA podem ter essa dificuldade de troca, seja através do olhar, balbulcios, gestos e palavras. Quando estão despertos, é normal que os bebês emitam uma série de sons para chamar a atenção dos pais ou para tentar interagir. Normalmente são sons incompreensíveis, resmungos, gritinhos ou gemidos que recebem o nome de “balbuciar”. No caso do autismo, o bebê não costuma emitir estes sons mesmo sem apresentar nenhum problema na fala. Isso ocorre porque a criança com TEA tem dificuldade na comunicação, na troca com o outro. Para ela o interesse maior parece estar nos objetos, luzes, movimentos, e não nas pessoas.

Demonstra poucas expressões faciais ou nenhuma: Sorrisos e expressões faciais são comuns ao longo do desenvolvimento do bebezinho e costumam aparecer com cerca de 2 meses de vida mesmo que ele ainda não saiba o que significa de fato tal expressão. Essas expressões acontecem por causa da troca entre o bebê e o cuidador, que motiva a troca de expressões e olhares, ao brincar com o bebê. O bebê aprende através dessa troca. Bebês com TEA, tem uma dificuldade nessa imitação e troca do outro, com diminuição da atividade od que chamamos de neurônios espelho. Algo que deve chamar a atenção logo no início é a troca de olhares durante a mamada. É natural que um bebê busque o olhar da mãe nesse momento, e caso isso não aconteça, não necessariamente significa que seja autismo, mas é importante conversar com seu pediatra sobre essas questões, e procurar saber mais sobre isso. Muitas vezes o olhar do bebê para a mãe torna-se até evitativo numa distância próxima, o que chama a atenção. 

Bebê não quer brincar com outras pessoas ou demonstra estar muito confortável com qualquer um: Crianças autistas normalmente tendem a demonstrar um comportamento de isolamento, ou seja, evita ao máximo estar perto de outras crianças e adultos, seja para brincar ou interagir. O bebê com TEA  pode passar horas brincando sozinho, com um mesmo objeto ou brinquedo, sem se incomodar. Por outro lado, ao contrário do que muitos pensam, um outro sinal de autismo é a criança aceitar colo de qualquer pessoa, por exemplo. Com aproximadamente 8 meses é comum que o bebê estranhe pessoas que não são de seu convívio, já o bebê autista pode sentir-se igualmente confortável com todos, ou seja, não faz uma diferenciação entre familiares e estranhos.

Incômodo com toques, abraços ou demonstração de carinho: É normal que os bebês se sintam confortáveis e até mais calmos e seguros quando recebem carinho da mãe ou do pai. Bebês com autismo podem sentir o contrário: o bebê pode se sentir extremamente incomodado e até apresentar sinais de repulsa a esse tipo de contato, e pode não portanto gostar de colo, de toques como abraços e beijos, massagem, e o olhar nos olhos. Isso não é porque não gostam de carinho. Na verdade, bebês com TEA podem ter algum transtorno de processamento sensorial que tornam muitas vezes quele toque aversivo para eles. 

Demonstra incômodo com a textura de certos alimentos e com determinados sons: Sabe-se que crianças autistas são as mais afetadas pela dificuldade na introdução alimentar, e isso se deve pelo falo de seus sentidos sensoriais serem diferentes. Texturas, cheiros, cores e sabores diferentes do que ele já está acostumado podem deixá-lo muito desconfortável, o que, para muitos pais, acaba sendo um motivo de grande preocupação pois afeta diretamente esse momento de transição entre o leite materno e o consumo de alimentos sólidos, no período de introdução alimentar. É importante trabalhar essas questões muitas vezes de maneira específica e pode ser necessário ajuda especializada.

VAMOS DESCOMPLICAR?

  • O bebê precisa de mais estímulos que o comum para atenderem ao chamado dos pais;
  • Apresenta pouco contato visual durante a amamentação ou nenhum;
  • Pode demonstrar incômodo extremo a toques e demonstração de carinho;
  • Evita interações e pode aceitar colo de desconhecidos facilmente;
  • Demonstra poucas expressões faciais;
  • Déficit de interesses sociais;
  • Pode apresentar regressão na fala e em movimentos que já sabia fazer;
  • Pode apresentar movimentos repetitivos, por exemplo, balançar-se (rocking) ou mexer as mãos (flapping) .

Lembre-se que nem sempre alguns destes sinais são diretamente ligados ao autismo! O mais importante é que os pais observem seu bebê e, caso notem alguns sinais acima, consultem um pediatra para que o bebezinho seja avaliado corretamente. Essa consulta com o pediatra é MUITO importante pois se o autismo for identificado precocemente, é possível reduzir drasticamente o grau da condição com o tratamento adequado e terapias de intervenção precoce. 

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Dra Kelly Marques Oliveira

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Dra Kelly Marques Oliveira

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Quais os primeiros sinais de um bebê com autismo?

Os primeiros sinais de autismo É comum que o autista mostre menos interesse em se comunicar. Em alguns casos, o bebê não fala mesmo após um ano de idade. Já outros demonstram habilidades comunicativas e sociais no começo, mas entre 15 e 24 meses começam a regredir e perdê-las.

Como é o sono do bebê com autismo?

Os problemas de sono são comuns em crianças com transtorno do espectro autista (TEA). De fato, estima-se que entre 70% e 80% dos bebês com esse diagnóstico não dormem bem. Em alguns casos, as dificuldades melhoram com o passar dos anos, mas em outros, permanecem ou pioram mesmo na idade adulta.

Como saber se meu bebê tem autismo teste?

Dois dos principais testes usados para confirmar o diagnóstico de TEA são a Entrevista de Diagnóstico de Autismo Revisada (ADI-R) e a Programação de Observação Diagnóstica para Autismo (ADOS).

Como saber se um bebê de 3 meses tem autismo?

Normalmente são sons incompreensíveis, resmungos, gritinhos ou gemidos que recebem o nome de “balbuciar”. No caso do autismo, o bebê não costuma emitir estes sons mesmo sem apresentar nenhum problema na fala. Isso ocorre porque a criança com TEA tem dificuldade na comunicação, na troca com o outro.