Qual a importância da preservação do alimento através das embalagens adequadas e métodos de conservação?

O desperdício de alimentos é uma preocupação mundial. De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), o mundo desperdiça 1/3 dos alimentos produzidos pela indústria mundial. E em um cenário no qual mais de 800 mil pessoas ainda não têm acesso a uma alimentação adequada e o impacto ambiental provocado pela geração de CO2, decorrente da decomposição inadequada dos alimentos perdidos, costuma ser grande, as embalagens tornam-se itens fundamentais para a conservação dos produtos e a sua distribuição adequada à população.

Nas prateleiras dos supermercados, encontramos os mais diversos tipos de embalagens, produzidas em plástico fosco ou transparente, vidro, alumínio, aço, papelão e outros materiais. Mundialmente, o setor estimula a circulação de mais de US$ 500 bilhões. No Brasil, essa movimentação é de R$ 47 bilhões e envolve uma geração de mais de 200 mil postos de empregos diretos e formais, segundo dados da Associação Brasileira de Embalagem (ABRE).

"A indústria se desenvolveu, disponibilizando diferentes tecnologias de acondicionamento, processos e sistemas de envase que oferecem as condições e as barreiras necessárias para o prolongamento da vida útil dos alimentos, como é o caso dos sistemas de atmosfera modificada, os sistemas de envase asséptico, entre outros”, enfatiza Luciana Pellegrino, diretora executiva da Associação Brasileira de Embalagem (ABRE).

Mas com tantas tecnologias disponíveis para a conservação dos alimentos, como saber, por exemplo, qual tipo de embalagem é o mais adequado para conservar alimentos? Ou, ainda, qual pode oferecer riscos à nossa saúde?

Tipos de embalagens mais comuns e sua indicação para a conservação de alimentos

Quando bem definidas, as embalagens podem revestir e criar barreiras que retardam o processo de degradação e a perda de qualidade dos alimentos. Mas para isso, é importante escolhê-las de acordo com as características de cada produto.

Embalagens de vidro

Os vidros são excelentes para a preservação dos alimentos e recomendados, especialmente, para conservas que necessitam de tratamento térmico para melhor preservação. Nesses casos, eles funcionam bem para preservar alimentos como palmitos, azeitonas e picles, além de molhos, água mineral, sucos concentrados e bebidas alcoólicas.

As embalagens de vidro também são consideradas ótimas barreiras contra a formação de gases e odores. Dentro da família dos vidros, há os escuros, que funcionam como uma barreira total à entrada de luz. No caso do azeite, por exemplo, este tipo de material preserva melhor os compostos antioxidantes, substâncias que trazem benefícios à saúde.

Embalagens em latas

As latas mantêm os alimentos longe do contato com micro-organismos, garantindo, assim, que eles não sejam contaminados. Além disso, a vedação evita a oxidação dos produtos, conferindo-lhes uma maior durabilidade.

Feitas com aço ou alumínio, elas também auxiliam na conservação do sabor dos alimentos e de todas as suas propriedades nutricionais. Porém, tornam-se ineficientes depois de abertas e, por isso, devem ser substituídas por recipientes fechados, de modo a evitar o contato do alimento com o oxigênio.

Embalagens de poliamida ou náilon

As embalagens de poliamida ou náilon estão ganhando um importante espaço no mercado ao redor do mundo. Elas são mais flexíveis e já fazem sucesso por permitem, por exemplo, que uma sopa possa ser dissolvida diretamente na panela sem que a sua embalagem precise ser retirada.

Dentro dessa categoria, destacam-se também a bag-in-box – tipo de embalagem, composto por uma bolsa plástica com torneira acomodada numa caixa de papelão ondulado ou papel cartão, muito usado no mercado vinícola por evitar a oxidação da bebida –, as milk bags – leite tipicamente de saquinho, mas com tecnologia de processamento UHT –, e embalagens inteligentes que permitem que o produto respire, liberando CO2, sem deixar outros gases entrar. Contudo, nenhuma tecnologia supera o vidro no quesito conservação. O material está presente em 76% do mercado de bebidas.

Quer saber mais sobre a conservação de alimentos e bebidas por meio das embalagens? Siga acompanhando o nosso canal de conteúdo e até a próxima!  

Vários fatores influenciam a conservação dos alimentos, muitos são intrínsecos – fazem parte da natureza do alimento – já outros são influenciáveis pelo ser humano.

No nosso artigo de hoje vamos apresentar os principais fatores e dar dicas de como garantir que os seus alimentos fiquem conservados por mais tempo e estejam dentro do controle de qualidade.

Vamos lá? Boa leitura!

Primeiro falaremos dos fatores intrínsecos para a conservação dos alimentos

Vamos começar o artigo apontando para as características que já estão presentes nos alimentos, independentemente do tipo de conservação. São as defesas ou as características que podem auxiliar, ou não, em uma conservação de alimentos prolongada.

Vejamos nos próximos itens quais são as principais características intrínsecas dos alimentos responsáveis pela conservação das suas características.

A conservação de alimentos depende da presença e da atividade da água nos alimentos

O primeiro fator quando falamos sobre a conservação de alimentos está em determinar qual é a atividade da água em um alimento. Quanto maior for a atividade da água, mais rápido esse alimento irá se deteriorar.

Alimentos com baixa atividade da água podem ficar estocados por tempo maior pois possuem baixa deterioração microbiana. São alimentos de alta conservação.

A atividade da água em um alimento pode ser modificada com algumas estratégias. As mais comuns são:

  • Redução da atividade da água por meio da desidratação de um alimento: por isso as frutas desidratadas duram tanto, mesmo após semanas desde o dia da compra.
  • Adição de sal: aqui está outra estratégia eficiente na preservação dos alimentos. O sal diminui a atividade da água e aumenta o período de conservação, funcionando de forma similar à desidratação. Essa prática é usada em carnes. 
  • Adição de açúcar: o acréscimo da sacarose – o açúcar comum – é muito usado para aumentar a conservação de frutas, principalmente em forma de doces, geléias e compotas. 
  • Congelando os alimentos: ao congelar um alimento a atividade da água diminui, fazendo com que o produto dure por mais tempo.

A conservação também depende dos nutrientes dos alimentos

Regra básica, quanto menor a concentração dos nutrientes no alimento, maior será a sua conservação.

Essa lógica existe, pois, a conservação de alimentos tem como prioridade impedir que microrganismos subsistam no alimento, como fungos e bactérias. Sem nutrientes os microrganismos não terão alimentação e, portanto, a deterioração microbiana será menor.

Outro fator é a presença de constituintes antimicrobianos nos alimentos

Os constituintes antimicrobianos dos alimentos auxiliam na preservação contra a deterioração microbiana.

Alguns exemplos de constituintes antimicrobianos mais comuns são:

  • A casca do ovo, que representa uma proteção contra fungos e bactérias. O ovo também possui lisozima – muramidase – que é responsável por destruir a parede celular de bactérias Gram positivas;
  • A amora possui um ácido chamado benzóico, responsável por atuar principalmente contra certos tipos de fungos;
  • O cravo da índia é munido de óleos (do tipo eugenol) e lipídios que possuem forte ação antimicrobiana
  • A canela tem em sua composição aldeído cinâmico, um elemento antimicrobiano potente
  • O leite, apesar de ser conhecido como um alimento altamente perecível, também possui substâncias antimicrobianas, entre elas estão a lactenina e o fator anti-coliformes, substâncias que mantém a estabilidade microbiana do produto após as primeiras horas da ordenha.

Saiba mais: Segurança alimentar: conheça as normas da produção de alimentos

A estrutura biológica na conservação de alimentos

A estrutura biológica pode ser traduzida como a “construção” ou “constituição” de um alimento. Por exemplo, a casca representa uma defesa estrutural eficaz contra diversos tipos de micróbios e bactérias.

Nessa categoria podemos incluir: cascas de sementes, películas presentes nas frutas – como a uva – e até mesmo a casca do ovo – um elemento que como apontamos também é considerado um constituinte antimicrobiano.

O último fator intrínseco: a microbiota dos alimentos

A microbiota de um alimento pode auxiliar na preservação deste. Vamos colocar a microbiota como a “comunidade” que vive e se desenvolve em um alimento. Apesar do termo não ser exatamente esse, serve para ilustrar a nossa explicação.

Por exemplo, as bactérias láticas são responsáveis pela produção do ácido lático – também chamado de bacteriocinas – esse ácido inibe (e até elimina) a presença de alguns patogênicos que estão presentes e são responsáveis pela conservação de alimentos.

Dentro da microbiota nós também podemos inserir as substâncias que estão presentes na casca das frutas e de outros alimentos. Há também, como dissemos, o índice de pH, que favorece, ou não,  a conservação.

Mas e como funciona o pH dos alimentos

O pH é o símbolo utilizado para se referir a uma grandeza química e física chamada de potencial hidrogeniônico.

Esse potencial tem a função de indicar a acidez, a alcalinidade (também conhecida como base) e a neutralidade das substâncias em um meio aquoso, o que vale também para os alimentos.

Com o pH variando entre 0 e 14, um alimento é considerado ácido quando fica entre 0 e 6, básico ou alcalino de 8 a 14, e neutro quando esse valor de potencial hidrogeniônico é igual a 7.

Quanto mais próximo esse valor estiver da neutralidade (7), mais difícil é a conservação desse alimento. Isso acontece pois é nessa faixa de valores que a maioria dos microrganismos melhor consegue se reproduzir.

Assim, é comum tomar medidas para a acidificação dos alimentos, levando o pH para valores abaixo de 7, é o que acontece com conservas e molhos, por exemplo.

Agora vamos esclarecer os fatores extrínsecos dos alimentos, como garantir a conservação

Tudo o que foi apresentado até aqui falava sobre os fatores intrínsecos de conservação dos alimentos. Em outras palavras: as defesas naturais de cada alimento.

Vamos então, a partir de agora, abordar os fatores externos. Vejamos os mais importantes nos próximos itens.

A temperatura

Manter a temperatura entre 5 ºC e 65 º C favorece a proliferação de microrganismos, e por consequência a deterioração microbiana dos alimentos. Essa faixa de temperatura abrangente demonstra como os microrganismos podem viver em temperaturas similares às nossas.

Para aumentar o tempo de conservação de alimentos aconselha-se manter temperaturas abaixo dos 5 graus celsius ou acima dos 65 graus.

Daí o costume dos alimentos serem guardados em freezers e geladeiras, pois o frio aciona duas formas de proteção: diminui a atividade da água e ainda coloca o alimento em uma temperatura que torna difícil a vida microbiana.

Neste caso, entram as carnes, vegetais, legumes e frutas. 

Também existem os alimentos que passam por processos de conservação em alta temperaturas.

Por exemplo: a pasteurização, a esterilização, o tratamento asséptico (quando o alimento é aquecido acima dos 140°C a 175°C, por um tempo de 2 a 4 segundos). Que é o caso de leites e iogurtes.

Existe ainda um processo no qual o alimento é aquecido por um breve período de tempo para logo em seguida ser resfriado aos níveis mínimos.

Esse é chamado de tindalização e serve para matar todos os microorganismos, sejam eles resistentes ao calor ou ao frio.

A presença do oxigênio

A densidade do oxigênio presente em um ambiente também será determinante para a conservação dos alimentos. Acontece que existem microrganismos chamados aeróbios – que só podem se reproduzir e crescer na presença do oxigênio.

Já os anaeróbios conseguem se reproduzir mesmo sem a presença do oxigênio. Há um terceiro tipo, chamados de facultativos, que se desenvolvem independente de existir oxigênio ou não.

Por fim, a umidade relativa

A água é um fator importante para a deterioração de alimentos. Como foi apontado no início do artigo, ela é capaz de aumentar ou diminuir o tempo que um alimento pode se manter em bom estado para consumo.

A presença de água na atmosfera também implica na conservação dos alimentos. Baixa umidade relativa do ar mantém os alimentos por mais tempo.

A dupla: temperatura e umidade, são as principais “vilãs” na conservação. Regra geral: locais com temperaturas entre 5 º e 65 º acompanhados de alta umidade são excelentes focos para proliferação de microrganismos, ocasionando a deterioração dos alimentos.

Leia em seguida: Análise de mercado: 5 passos para posicionar a sua marca

Agora você já é capaz de saber quais são as questões que precisa cuidar na busca por manter seu estoque de alimentos sempre livre de bactérias e fungos.

Essas foram as nossas dicas sobre os principais fatores para garantir a conservação dos alimentos. Esperamos que tenha gostado! Fique a vontade para entrar em contato conosco e sanar todas as suas dúvidas.

Qual a importância da preservação e conservação dos alimentos?

A boa conversação evita o desperdício, tanto em locais onde há excedente de comida por habitantes, tanto quanto onde há mais pessoas do que alimentos. Além disso, a conservação correta destrói bactérias e enzimas. Isso não só evitará doenças alimentares, como também prolongará o “tempo de prateleira” de um produto.

Qual a importância das embalagens nos alimentos?

A embalagem para alimentos tem papel fundamental na cadeia produtiva da indústria alimentícia. Além de dar cara ao produto, é ela que o mantém longe de contaminações e também o protege durante seu transporte e estoque.

Quais os objetivos dos métodos de conservação e preservação dos alimentos?

Os métodos de conservação dos alimentos têm o objetivo de aumentar a vida útil dos alimentos através de técnicas que evitam alterações microbianas, enzimáticas, químicas e físicas, entretanto, mantendo seus nutrientes e suas características organolépticas (aroma, sabor, textura).

Qual a importância das embalagens e dos recipientes resumo?

A embalagem tem importante função para a durabilidade dos produtos, pois vai proteger e conservar o alimento, evitando a contaminação por micro-organismos, insetos, animais, metais, entre outros casos, e mantendo sua integridade. Todas essas propriedades têm como objetivo final a segurança alimentar do consumidor.