Nascida no dia 19 de abril de 1923, Lygia Fagundes Telles recebeu em vida a alcunha de “dama da literatura brasileira”. Tornou-se a terceira mulher integrante da ABL (Academia Brasileira de Letras) e narrou em seus escritos histórias de mulheres diversas e independentes. A morte, o amor, o medo e a loucura, além da fantasia eram temas recorrentes em sua literatura, conforme relembrou a ABL. Em nota de pesar, a Academia destacou que Lygia é uma das grandes referências no pós-modernismo e que foi uma das maiores representantes da literatura brasileira. A escritora faleceu no último domingo (3) aos 98 anos, em São Paulo. Vida e legadoNascida na capital São Paulo em 19 de abril de 1923, Lygia de Azevedo Fagundes foi criada em cidades do interior paulista. Estudou no Instituto de Educação Caetano de Campos e lá demonstrou, pela primeira vez, interesse pela literatura. No ano de 1938, com apenas 15 anos, Lygia escreveu seu primeiro conto, Vidoca (1938), e estreou no universo literário com a publicação do livro Porão e Sobrado (1938), seguido por Praia Viva (1944). + Decifre Clarice Lispector: vida e obra da escritora Em 1946, Lygia concluiu o curso de Direito na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde conheceu, entre outros prolíficos artistas, Oswald e Mário de Andrade. Foi na Faculdade de Direito da USP que Lygia aprofundou sua paixão pela literatura e escrita. Em 1954 publicou seu primeiro romance, Ciranda de Pedra, livro que se tornou novela na TV Globo quase trinta anos depois de sua publicação. Com o livro Histórias do Desencontro (1958) ganhou o Prêmio do Instituto Nacional do Livro, primeira premiação de sua carreira. Verão no Aquário (1963), seu segundo romance, recebeu o Prêmio Jabuti e saiu no mesmo ano de seu casamento com o cineasta Paulo Emílio Sales Gomes, com o qual fez parceria para o roteiro de Capitu (1967), baseado no livro Dom Casmurro, de Machado de Assis. Os anos de 1970 foram os mais prósperos para a escritora, que se tornou nome consagrado da literatura brasileira no período. Foi nesta década que Lygia lançou alguns dos livros mais relevantes para sua carreira como Antes do Baile Verde (1970) – ganhador do Grande Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros –, As Meninas (1973), Seminário dos Ratos (1977) e Filhos Pródigos (1978). Em 1985, a escritora foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de número 16. Continua após a publicidade + No que prestar atenção ao ler obras obrigatórias do vestibular? Em 2005, Lygia recebeu o Prêmio Camões, considerado a maior honraria dentro da literatura de língua portuguesa. Em 2016, aos 96 anos de idade, tornou-se a primeira mulher brasileira a ser indicada ao Prêmio Nobel de Literatura. Lygia teve como alguns temas principais a independência das personagens femininas, o envelhecimento e a solidão. A variedade de gêneros publicados possibilitou à autora explorar diferentes personagens e narrativas que traziam críticas sociais, políticas e de gênero. Lygia nos vestibularesA dama da literatura brasileira é figura carimbada na lista de obras obrigatórias de alguns dos principais vestibulares do país. Ao lado de autores como Olavo Bilac, Machado de Assis e Paulina Chiziane, Lygia aparece na lista do vestibular 2023 da Unicamp com o conto Seminário dos Ratos. A obra da autora também já foi tema de uma questão do Enem em 2015, com um excerto do conto A Estrutura da Bolha de Sabão. Confira a questão: Inep/Reprodução*O Guia do Estudante tem uma parceria com a Amazon e recebe uma comissão pelas vendas feitas por meio dos links indicados nesta página. A curadoria de produtos segue critérios exclusivamente editoriais. O estoque disponível refere-se ao momento da publicação deste post. Prepare-se para o Enem sem sair de casa. Assine o PASSEI! e tenha acesso a centenas de videoaulas com professores do Poliedro, que é recordista em aprovações na Medicina da USP Pinheiros. |