Observe as frases a seguir: 1 - Ela canta todos os dias. 2 - Esperamos que ela cante todos os dias. 3 - Cante todos os dias para mim. As palavras destacadas em cada frase são verbos, porém estão flexionados em diferentes modos e, por isso, também apresentam diferentes intenções dos seus falantes. Vamos analisar a frase 1: Ela canta todos os dias. Perceba que o verbo está conjugado no presente do indicativo. A escolha desse modo (indicativo) não foi feita aleatoriamente. Escolhemos o modo indicativo quando temos a intenção de expressar algo que temos certeza de sua realização. Assim, temos como função dessa flexão de modo a certeza do conteúdo expresso pelo falante por meio do enunciado. Agora, vejamos o que há de diferente na frase 2: Esperamos que ela cante todos os dias. Veja que nessa frase a atitude do falante mudou, ou seja, não há mais certeza do fato expresso no enunciado e, por isso, há também a escolha de um modo verbal diferente, o subjuntivo. Assim, o verbo está conjugado no presente do subjuntivo porque o falante teve a intenção de expressar um conteúdo do qual não tem certeza. Finalmente, observemos a frase 3: Cante todos os dias para mim. Nesse enunciado, é clara a intenção do falante, não é mesmo? Ele pronuncia-se em um tom de pedido, súplica ou mando. Nessa frase, houve a opção pelo uso do modo imperativo, uma forma do verbo que caracteriza a intenção do comunicante de mandar, aconselhar ou pedir. Diante desses exemplos, podemos dizer que existem três modos verbais na Língua Portuguesa: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo. Resumidamente:
Por Mariana Rigonatto Graduada em Letras
Que relação ha entre o emprego dessas formas verbais e a função das chamadas em uma publicação? As flexões de modo en lingua portuguesa são: • modo indicativo indica certeza de que um fato acontece, aconteceu ou vai acontecer. • modo subjuntivo indica que algo pode ou não acontecer, em algum tempo, dependendo de cartas condições; indica, em geral, possibilidade, duvida, hipótese. Ouça este artigo:
O verbo pode se flexionar de quatro maneiras: PESSOA, NÚMERO, TEMPO e MODO. É a classe mais rica em variações de forma ou acidentes gramaticais. Através de um morfema chamado DESINÊNCIA MODO TEMPORAL, são marcados o tempo e o modo de um verbo. Vejamos mais detalhadamente... O MODO VERBAL caracteriza as várias maneiras como podemos utilizar o verbo, dependendo da significação que pretendemos dar a ele. Rigorosamente, são três os modos verbais: INDICATIVO, SUBJUNTIVO e IMPERATIVO. Porém, alguns gramáticos incluem, também como modos verbais, o PARTICÍPIO, o GERÚNDIO e o INFINITIVO. Alguns autores, no entanto, as denominam FORMAS NOMINAIS DO VERBO. Segundo o gramático Rocha Lima, existem algumas particularidades em cada uma destas formas que podem impedir-nos de considerá-las modos verbais:
Mas voltemos aos modos verbais, propriamente ditos:
Já o TEMPO VERBAL informa, de uma maneira geral, se o verbo expressa algo que já aconteceu, que acontece no momento da fala ou que ainda irá acontecer. São essencialmente três tempos: PRESENTE, PASSADO ou PRETÉRITO e FUTURO. Os tempos verbais são:
Bibliografia: http://www.portalimpacto.com.br/ Gramática Normativa da Língua Portuguesa (Rocha Lima)
Por Anderson Ulisses S. Nascimento Doutorando em Língua Portuguesa pela UERJ Os verbos são uma classe de palavras que tem como característica fundamental o fato de se flexionarem para exprimir a noção de tempo. Além dessa, expressam também a categoria de modo, em português, agregada morfologicamente a de tempo, nas desinências modo-temporais. É de tempos e de modos que trataremos aqui. Cabe alertar que o tempo verbal não se confunde com o tempo real, sendo o primeiro uma interpretação que cada língua faz do segundo. Daí, diferentes línguas possuírem diferentes tempos verbais. Já os modos referem-se a um recorte que inclui o juízo do enunciador sobre dado fato. Assim, temos o modo indicativo, em que esse ajuizamento é tipicamente mais tênue, o subjuntivo, no qual, é mais característico e evidente. Ainda há o modo imperativo, em que esse juízo do emissor ganha ares de compromisso esperado do interlocutor. Em outras palavras, o indicativo lida com o que é factual, o subjuntivo, com possibilidades e suposições, o imperativo, com sugestões, orientações, pedidos, apelos. Importa destacar que o modo imperativo só é usado em contextos de interlocução, diferente do indicativo e do subjuntivo. Por isso, o imperativo não possui 1ª pessoa do singular nem 3ª pessoa representada por ele/ela, mas por você. Observamos que, no modo indicativo, temos a mais nítida definição de tempos verbais, logo me maior número nesse modo. No subjuntivo, encontramos uma situação intermediária. Já no imperativo, a própria noção de tempo verbal é suprimida, havendo tão somente uma forma afirmativa e outra negativa. Indicativo: - presente- pretérito perfeito- pretérito imperfeito- pretérito mais-que-perfeito- futuro do presente- futuro do pretérito Subjuntivo: - presente- pretérito imperfeito- futuro Imperativo: afirmativo e negativo Isso para as formas verbais ditas simples. Há também as formas compostas, das quais falaremos à frente. A formação de uma forma simples se dá tipicamente com estes elementos, exemplificados com o verbo regular viajar: Embora em linguagem corrente a distinção indicativo x subjuntivo venha diminuindo, persistem contextos claros de diferenciação de uso e de significado: - Procuro um restaurante que serve comida grega. Na primeira frase, com o verbo destacado no indicativo, a existência do restaurante não é posta em questão, tão somente sua localização; já no segundo exemplo, com destaque no subjuntivo, a própria existência do estabelecimento está posta no campo das suposições. O modo subjuntivo, no português, tem presença marcante, embora não exclusiva, em orações subordinadas. A noção temporal, nesse modo, é menos delimitada, sobressaindo-se em todos os tempos o valor de possibilidade, hipótese, suposição. Sobre o modo indicativo, é importante caracterizar que sua factualidade é gradativa. Assim, temos desde os pretéritos, em geral, correspondentes a fatos efetivamente até os futuros que, em maior ou menor escala, sempre correspondem a uma expectativa, um juízo de valor, aproximando-se do típico comportamento subjuntivo. Pretérito mais-que-perfeito Pretérito perfeito Pretérito imperfeito Presente Futuro do presente Futuro do pretérito Formas nominaisHá ainda as formas nominais, assim chamadas por sua propriedade de poderem, dadas vezes, comportarem-se como típicos nomes, sendo as seguintes: INFINITIVO: é a forma verbal por excelência, o verbo em seu estado mais neutro possível. Tem como desinência o –R final. Pode fazer as vezes de um substantivo. PARTICÍPIO: forma que indica tão somente ação/fato concluído. Em sua forma regular, apresenta o –DO final. Pode equivaler a um adjetivo. GERÚNDIO: expressa ação/fato em curso, tendo por desinência o –NDO final. Pode corresponder a um advérbio. Obs.: em termos de língua padrão, utiliza-se o particípio regular (em –DO) com sentido ativo, em geral com os verbos haver e ter: Tenho pagado essas contas. Já a forma irregular (de terminações variadas), é utilizada em sentido passivo, principalmente com os verbos ser e estar: Essas contas foram pagas. Quanto ao uso dos tempos simples do indicativo: PRESENTE: é o tempo coringa da língua portuguesa, aplicando-se a distintos usos. Os seus principais são:
PRETÉRITO PERFEITO X PRETÉRITO IMPERFEITO: a distinção entre ambos não é exatamente de tempo, mas de ponto de vista acerca do passado, ou seja, uma diferença na noção verbal conhecida como aspecto. Isso é o que estabelece a distinção de significado entre: Quando criança, brinquei naquele parque. (Perfeito) X Quando criança, brincava naquele parque. (Imperfeito) Na contraposição de exemplos acima, apreendemos da primeira frase o sentido de que, num momento específico do passado, se brincou na mencionada praça; ao passo que na segunda lidamos com o significado de que houve uma época do passado em que lá se brincou. Percebemos aí a clara distinção entre esses dois pretéritos: o perfeito indica fato concluso, pontual, específico no passado e o imperfeito, fato inconcluso, contínuo, inespecífico, também em relação ao passado. Quanto ao imperfeito, ainda encontramos, comumente, em linguagem corrente, o seu uso com valor de futuro do pretérito, em casos como: Se eu tivesse dinheiro, comprava aquele vestido. PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO: esse tempo verbal, por sua vez, já se contrapõe aos outros dois pretéritos por indicar um fato mais remoto no passado. Em outras palavras, corresponde a um passado anterior a outro fato já expresso em um forma pretérita. Vejamos o exemplo: Quando a mãe chegou em casa, as crianças já tinham dormido. Exemplo típico: dois fatos referentes ao passado, sendo o mais remoto deles o mais-que-perfeito, aqui mencionado em sua forma de tempo composto, de uso mais corrente. A esse respeito, cabe mencionar a gradação de formalidade nas formas do mais-que-perfeito, todas sinônimas entre si: estudara (mais formal)/ havia estudado (intermediário)/ tinha estudado (mais informal) Por conta da correlação temporal de que o mais-que-perfeito é materialização, esse tempo é típico de períodos compostos. FUTURO DO PRESENTE: corresponde à nossa própria intuição do que seja o futuro, ou seja, aquilo que está por vir, seja como expectativa, torcida, desejo. Possui três formas alternantes na língua atual: Estudará (cada vez mais restrita a contextos formais) FUTURO DO PRETÉRITO: remete a uma projeção de futuro, tendo por referência um fato passado, compare-se os dois exemplos seguintes: Jura que comparecerá. (Futuro do presente)Jurou que compareceria. (Futuro do pretérito) Na comparação acima, concluímos que a relação de referência que o futuro do presente mantém com o tempo verbal presente é da mesma natureza da que podemos verificar entre o futuro do pretérito e os pretéritos. Outro uso muito produtivo do futuro do pretérito é na típica construção de condição hipotética, em que esse tempo se correlaciona ao imperfeito do subjuntivo: Se soubesse de tua presença, traria teu convite. O futuro do pretérito apresenta ainda um uso estilístico em que se pretende a expressão de gentileza, polidez, com valor de presente, como em: Poderia me passar o sal?Por favor, você me daria licença? Quanto aos tempos compostos, ou seja, locuções verbais com clara expressão de tempo, temos:
Para finalizar a apresentação dos tempos compostos, é preciso um alerta sobre a construção chamada gerundismo, como em Vou estar resolvendo o problema. Tal uso é enfaticamente criticável em língua padrão, inclusive por apontar uma ação de progressão contínua e indefinida no futuro. Basta compararmos às formas Vou resolver o problema ou Resolverá o problema, que sugerem mesmo maior compromisso com a citada resolução. Só há sentido no uso dessa locução, se ela indicar, de fato, algo que, em projeção de futuro, seja simultâneo a dado intervalo de tempo: Amanhã, de oito às nove, não me ligue, pois vou estar dirigindo. Enfim, a formação do modo imperativo, que, em língua padrão, apresenta a seguinte formação, a partir dos presentes do indicativo e do subjuntivo:
Exercícios(UERJ - 2004) Resposta O modo indicativo declara a realização do fato, já o modo imperativo significa um convite ou apelo para que algo aconteça.(UNIRIO - 2010) No período: “E olhando, indagando, farejando, refletindo, o seu interesse cruza com o interesse de milhões de outras criaturas..." Escreva, em uma frase completa, qual é a contribuição semântica do uso dos verbos no gerúndio em paralelo ao verbo no tempo presente do indicativo. Resposta O emprego do gerúndio enfatiza um processo contínuo, inacabado, além disso, o efetivo de realizar a ação.(UNIRIO - 2010)“O grupo que reinará na Internet dominará o mundo da comunicação, da cultura e da educação de amanhã, com todos os riscos que isso trará para a liberdade de espírito dos cidadãos e para a democracia.”Reescreva a passagem acima mantendo os respectivos verbos e mudando o tempo/modo verbal de acordo com o novo marco temporal instaurado na frase:"O grupo que reinasse na Internet..." Resposta dominaria / iria dominar ou traria / pudesse trazer; formas verbais no Futuro do Pretérito do Indicativo.
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