O que justifica o emprego dessas formas verbais

Observe as frases a seguir:

1 - Ela canta todos os dias.

2 - Esperamos que ela cante todos os dias.

3 - Cante todos os dias para mim.

As palavras destacadas em cada frase são verbos, porém estão flexionados em diferentes modos e, por isso, também apresentam diferentes intenções dos seus falantes.

Vamos analisar a frase 1:

Ela canta todos os dias.

Perceba que o verbo está conjugado no presente do indicativo. A escolha desse modo (indicativo) não foi feita aleatoriamente. Escolhemos o modo indicativo quando temos a intenção de expressar algo que temos certeza de sua realização. Assim, temos como função dessa flexão de modo a certeza do conteúdo expresso pelo falante por meio do enunciado.

Agora, vejamos o que há de diferente na frase 2:

Esperamos que ela cante todos os dias.

Veja que nessa frase a atitude do falante mudou, ou seja, não há mais certeza do fato expresso no enunciado e, por isso, há também a escolha de um modo verbal diferente, o subjuntivo. Assim, o verbo está conjugado no presente do subjuntivo porque o falante teve a intenção de expressar um conteúdo do qual não tem certeza.

Finalmente, observemos a frase 3:

Cante todos os dias para mim.

Nesse enunciado, é clara a intenção do falante, não é mesmo? Ele pronuncia-se em um tom de pedido, súplica ou mando. Nessa frase, houve a opção pelo uso do modo imperativo, uma forma do verbo que caracteriza a intenção do comunicante de mandar, aconselhar ou pedir.

Diante desses exemplos, podemos dizer que existem três modos verbais na Língua Portuguesa: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo.

Resumidamente:

Modos verbais

O que expressam:

Indicativo

Certeza

Subjuntivo

Incerteza, suposição

Imperativo

Mando, pedido, conselho

Por Mariana Rigonatto

Graduada em Letras

  • ClaudioOliveraAluna
  • 23/06/2021
  • Português
  • 81

Que relação ha entre o emprego dessas formas verbais e a função das chamadas em uma publicação? As flexões de modo en lingua portuguesa são: • modo indicativo indica certeza de que um fato acontece, aconteceu ou vai acontecer.

• modo subjuntivo indica que algo pode ou não acontecer, em algum tempo, dependendo de cartas condições; indica, em geral, possibilidade, duvida, hipótese.​

Ouça este artigo:

O verbo pode se flexionar de quatro maneiras: PESSOA, NÚMERO, TEMPO e MODO. É a classe mais rica em variações de forma ou acidentes gramaticais. Através de um morfema chamado DESINÊNCIA MODO TEMPORAL, são marcados o tempo e o modo de um verbo. Vejamos mais detalhadamente...

MODO VERBAL caracteriza as várias maneiras como podemos utilizar o verbo, dependendo da significação que pretendemos dar a ele. Rigorosamente, são três os modos verbais: INDICATIVO, SUBJUNTIVO e IMPERATIVO. Porém, alguns gramáticos incluem, também como modos verbais, o PARTICÍPIO, o GERÚNDIO e o INFINITIVO. Alguns autores, no entanto, as denominam FORMAS NOMINAIS DO VERBO.

Segundo o gramático Rocha Lima, existem algumas particularidades em cada uma destas formas que podem impedir-nos de considerá-las modos verbais:

  • INFINITIVO: tem características de um substantivo, podendo assumir a função de sujeito ou de complemento de um outro verbo, e até mesmo ser precedido por um artigo.
  • GERÚNDIO: assemelha-se mais a um advérbio, já que exprime condições de tempo, modo, condição e lugar.
  • PARTICÍPIO: possui valor e forma de adjetivo, pois além de modificar o substantivo, apresenta ainda concordância em gênero e número.

Mas voltemos aos modos verbais, propriamente ditos:

  • MODO INDICATIVO: O verbo expressa uma ação que provavelmente acontecerá, uma certeza, trabalhando com reais possibilidades de concretização da ação verbal ou com a certeza comprovada da realização daquela ação.
  • MODO SUBJUNTIVO: Ao contrário do indicativo, é o modo que expressa a dúvida, a incerteza, trabalhando com remotas possibilidades de concretização da ação verbal.
  • MODO IMPERATIVO: Apresenta-se na forma afirmativa e na forma negativa. Com ele nos dirigimos diretamente a alguém, em segunda pessoa, expressando o que queremos que esta(s) pessoa(s) faça(m). Pode indicar uma ordem, um pedido, um conselho etc., dependendo da entonação e do contexto em que é aplicado.

Já o TEMPO VERBAL informa, de uma maneira geral, se o verbo expressa algo que já aconteceu, que acontece no momento da fala ou que ainda irá acontecer. São essencialmente três tempos: PRESENTE, PASSADO ou PRETÉRITO e FUTURO.

Os tempos verbais são:

  • PRESENTE SIMPLES (amo) – expressa algo que acontece no momento da fala.
  • PRETÉRITO PERFEITO (amei) – expressa uma ação pontual, ocorrida em um momento anterior à fala.
  • PRETÉRITO IMPERFEITO (amava) – expressa uma ação contínua, ocorrida em um intervalo de tempo anterior à fala.
  • PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO (amara) – contrasta um acontecimento no passado ocorrido anteriormente a outro fato também anterior ao momento da fala.
  • FUTURO DO PRESENTE (amarei) – expressa algo que possivelmente acontecerá em um momento posterior ao da fala.
  • FUTURO DO PRETÉRITO (amaria) – expressa uma ação que era esperada no passado, porém que não aconteceu.

Bibliografia: http://www.portalimpacto.com.br/

Gramática Normativa da Língua Portuguesa (Rocha Lima)

Por Anderson Ulisses S. Nascimento

Doutorando em Língua Portuguesa pela UERJ

Os verbos são uma classe de palavras que tem como característica fundamental o fato de se flexionarem para exprimir a noção de tempo. Além dessa, expressam também a categoria de modo, em português, agregada morfologicamente a de tempo, nas desinências modo-temporais. É de tempos e de modos que trataremos aqui.

Cabe alertar que o tempo verbal não se confunde com o tempo real, sendo o primeiro uma interpretação que cada língua faz do segundo. Daí, diferentes línguas possuírem diferentes tempos verbais.

Já os modos referem-se a um recorte que inclui o juízo do enunciador sobre dado fato. Assim, temos o modo indicativo, em que esse ajuizamento é tipicamente mais tênue, o subjuntivo, no qual, é mais característico e evidente. Ainda há o modo imperativo, em que esse juízo do emissor ganha ares de compromisso esperado do interlocutor. Em outras palavras, o indicativo lida com o que é factual, o subjuntivo, com possibilidades e suposições, o imperativo, com sugestões, orientações, pedidos, apelos.

Importa destacar que o modo imperativo só é usado em contextos de interlocução, diferente do indicativo e do subjuntivo. Por isso, o imperativo não possui 1ª pessoa do singular nem 3ª pessoa representada por ele/ela, mas por você. 

Observamos que, no modo indicativo, temos a mais nítida definição de tempos verbais, logo me maior número nesse modo. No subjuntivo, encontramos uma situação intermediária. Já no imperativo, a própria noção de tempo verbal é suprimida, havendo tão somente uma forma afirmativa e outra negativa.

Indicativo: - presente- pretérito perfeito- pretérito imperfeito- pretérito mais-que-perfeito- futuro do presente- futuro do pretérito

Subjuntivo: - presente- pretérito imperfeito- futuro

Imperativo: afirmativo e negativo

Isso para as formas verbais ditas simples. Há também as formas compostas, das quais falaremos à frente.

A formação de uma forma simples se dá tipicamente com estes elementos, exemplificados com o verbo regular viajar:

O que justifica o emprego dessas formas verbais

Embora em linguagem corrente a distinção indicativo x subjuntivo venha diminuindo, persistem contextos claros de diferenciação de uso e de significado:

- Procuro um restaurante que serve comida grega.
- Procuro um restaurante que sirva comida grega.

Na primeira frase, com o verbo destacado no indicativo, a existência do restaurante não é posta em questão, tão somente sua localização; já no segundo exemplo, com destaque no subjuntivo, a própria existência do estabelecimento está posta no campo das suposições.

O modo subjuntivo, no português, tem presença marcante, embora não exclusiva, em orações subordinadas. A noção temporal, nesse modo, é menos delimitada, sobressaindo-se em todos os tempos o valor de possibilidade, hipótese, suposição.

Sobre o modo indicativo, é importante caracterizar que sua factualidade é gradativa. Assim, temos desde os pretéritos, em geral, correspondentes a fatos efetivamente até os futuros que, em maior ou menor escala, sempre correspondem a uma expectativa, um juízo de valor, aproximando-se do típico comportamento subjuntivo. 

O que justifica o emprego dessas formas verbais

Pretérito mais-que-perfeito

Pretérito perfeito

Pretérito imperfeito

Presente

Futuro do presente

Futuro do pretérito

Formas nominais

Há ainda as formas nominais, assim chamadas por sua propriedade de poderem, dadas vezes, comportarem-se como típicos nomes, sendo as seguintes:

INFINITIVO: é a forma verbal por excelência, o verbo em seu estado mais neutro possível. Tem como desinência o –R final. Pode fazer as vezes de um substantivo.

PARTICÍPIO: forma que indica tão somente ação/fato concluído. Em sua forma regular, apresenta o –DO final. Pode equivaler a um adjetivo.

GERÚNDIO: expressa ação/fato em curso, tendo por desinência o –NDO final. Pode corresponder a um advérbio.

Obs.: em termos de língua padrão, utiliza-se o particípio regular (em –DO) com sentido ativo, em geral com os verbos haver e ter: Tenho pagado essas contas. Já a forma irregular (de terminações variadas), é utilizada em sentido passivo, principalmente com os verbos ser e estar: Essas contas foram pagas.

Quanto ao uso dos tempos simples do indicativo:

PRESENTE: é o tempo coringa da língua portuguesa, aplicando-se a distintos usos. Os seus principais são:

Valor Exemplo Observação
Simultaneidade ao momento de fala Estudo os tempos verbais agora.   Uso mais comum quando na presença de um adjunto adverbial que indique a simultaneidade.
Contemporaneidade Dilma preside o Brasil.    
Frequência Acordo às sete a semana toda.   Nesse caso, pode ou não haver um adjunto adverbial circunstanciando a frequência.
Atemporalidade A Terra gira em torno do Sol.   Este uso também pode ser entendido como de “verdades absolutas”.
Futuridade   No sábado, passo na tua casa. Sobretudo em usos que remetem a um futuro considerado breve pelo enunciador.
Apresentação histórica (passado) Em 1969, o homem pisa na Lua.   Também denominado “presente histórico, assume o valor do perfeito.

PRETÉRITO PERFEITO X PRETÉRITO IMPERFEITO: a distinção entre ambos não é exatamente de tempo, mas de ponto de vista acerca do passado, ou seja, uma diferença na noção verbal conhecida como aspecto. Isso é o que estabelece a distinção de significado entre:

Quando criança, brinquei naquele parque. (Perfeito)

X

Quando criança, brincava naquele parque. (Imperfeito)

Na contraposição de exemplos acima, apreendemos da primeira frase o sentido de que, num momento específico do passado, se brincou na mencionada praça; ao passo que na segunda lidamos com o significado de que houve uma época do passado em que lá se brincou. Percebemos aí a clara distinção entre esses dois pretéritos: o perfeito indica fato concluso, pontual, específico no passado e o imperfeito, fato inconcluso, contínuo, inespecífico, também em relação ao passado.

Quanto ao imperfeito, ainda encontramos, comumente, em linguagem corrente, o seu uso com valor de futuro do pretérito, em casos como:

Se eu tivesse dinheiro, comprava aquele vestido.

PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO: esse tempo verbal, por sua vez, já se contrapõe aos outros dois pretéritos por indicar um fato mais remoto no passado. Em outras palavras, corresponde a um passado anterior a outro fato já expresso em um forma pretérita. Vejamos o exemplo:

Quando a mãe chegou em casa, as crianças já tinham dormido.

Exemplo típico: dois fatos referentes ao passado, sendo o mais remoto deles o mais-que-perfeito, aqui mencionado em sua forma de tempo composto, de uso mais corrente. A esse respeito, cabe mencionar a gradação de formalidade nas formas do mais-que-perfeito, todas sinônimas entre si:

estudara (mais formal)/ havia estudado (intermediário)/ tinha estudado (mais informal)

Por conta da correlação temporal de que o mais-que-perfeito é materialização, esse tempo é típico de períodos compostos.

FUTURO DO PRESENTE: corresponde à nossa própria intuição do que seja o futuro, ou seja, aquilo que está por vir, seja como expectativa, torcida, desejo. Possui três formas alternantes na língua atual:

Estudará (cada vez mais restrita a contextos formais)
Vai estudar (de uso crescentemente aceito, mesmo em contexto não excessivamente formais)
Irá estudar (que equivale a uma ênfase da última forma)

FUTURO DO PRETÉRITO: remete a uma projeção de futuro, tendo por referência um fato passado, compare-se os dois exemplos seguintes:

Jura que comparecerá. (Futuro do presente)Jurou que compareceria. (Futuro do pretérito)

Na comparação acima, concluímos que a relação de referência que o futuro do presente mantém com o tempo verbal presente é da mesma natureza da que podemos verificar entre o futuro do pretérito e os pretéritos.

Outro uso muito produtivo do futuro do pretérito é na típica construção de condição hipotética, em que esse tempo se correlaciona ao imperfeito do subjuntivo:

Se soubesse de tua presença, traria teu convite.

O futuro do pretérito apresenta ainda um uso estilístico em que se pretende a expressão de gentileza, polidez, com valor de presente, como em:

Poderia me passar o sal?Por favor, você me daria licença?

Quanto aos tempos compostos, ou seja, locuções verbais com clara expressão de tempo, temos:

TER ou HAVER + verbo principal no PARTICÍPIO 
INDICATIVOSUBJUNTIVO FORMAS NOMINAIS 
Tem estudado (pretérito perfeito)  Tenha cantado (pretérito perfeito)
Ter estudado (infinitivo)
Tinha estudado (mais-que-perfeito) Tivesse cantado (pretérito mais-que-perfeito)Tendo estudado (gerúndio valor pretérito 
Terá estudado (futuro do presente)Tiver cantado (futuro)
 
 Teria estudado (futuro do pretérito)  

Para finalizar a apresentação dos tempos compostos, é preciso um alerta sobre a construção chamada gerundismo, como em Vou estar resolvendo o problema. Tal uso é enfaticamente criticável em língua padrão, inclusive por apontar uma ação de progressão contínua e indefinida no futuro. Basta compararmos às formas Vou resolver o problema ou Resolverá o problema, que sugerem mesmo maior compromisso com a citada resolução. Só há sentido no uso dessa locução, se ela indicar, de fato, algo que, em projeção de futuro, seja simultâneo a dado intervalo de tempo: Amanhã, de oito às nove, não me ligue, pois vou estar dirigindo.

Enfim, a formação do modo imperativo, que, em língua padrão, apresenta a seguinte formação, a partir dos presentes do indicativo e do subjuntivo:

Presente do indicativo Imperativo afirmativo

Imperativo negativo
(Não, nunca, jamais)

Presente do subjuntivo
Estudo ----- ----- Estude
Estudas [sem o-s]Estuda Não estudes Estudes
Estuda Estude Não estude Estude
Estudamos Estudemos Não estudemos Estudemos
Estudais [sem o –s]Estudai Não estudeis Estudeis
Estudam Estudem Não estudem Estudem

Exercícios

(UERJ - 2004) 
CANTIGAS DE ACORDAR MULHER
Vagueio aquém do teu sonocom alma de marinheirofeliz de chegar a um portosem previsão no roteiro, mais tonto de o descobrirque de lhe ser estrangeiro.Teu continente a dormir- pouso de barco ligeiro –para os relógios num tempoavesso a qualquer ponteiro: nem sei se o fico vivendoou se te acordo primeiro.(...)Bom é sorrires, olharem mim: não vêso inimigo, o rivaljamais.(...)Acorda, meu bem, acorda:são  horas de vigilarfeliz quem menos recordae faz o tempo passarAcorda, meu bem, acordae ajuda teu madrugar:a mão do dia transbordade coisas para te dar!                                         (Geir Campos)No poema de Geir Campos, ao se dirigir à amada, o amante assume atitudes diferentes, que se evidenciam nos modos verbais empregados. Identifique esta diferença de atitudes relacionando-as aos modos verbais empregados.

Resposta

O modo indicativo declara a realização do fato, já o modo imperativo significa um convite ou apelo para que algo aconteça.

(UNIRIO - 2010) No período: “E olhando, indagando, farejando, refletindo, o seu interesse cruza  com o interesse de milhões de outras criaturas..." Escreva, em uma frase completa, qual é a contribuição semântica do uso dos verbos no gerúndio em paralelo ao verbo no tempo presente do indicativo.

Resposta

O emprego do gerúndio enfatiza um processo contínuo, inacabado, além disso, o efetivo de realizar a ação.

(UNIRIO - 2010)“O grupo que reinará na Internet dominará o mundo da comunicação, da cultura e da educação de amanhã, com todos os riscos que isso trará para a liberdade de espírito dos cidadãos e para a democracia.”Reescreva a passagem acima mantendo os respectivos verbos e mudando o tempo/modo verbal de acordo com o novo marco temporal instaurado na frase:"O grupo que reinasse na Internet..."

Resposta


dominaria / iria dominar ou traria / pudesse trazer; formas verbais no Futuro do Pretérito do Indicativo.