O que a cronista procura demonstrar ao estabelecer essa relação entre as orações

You're Reading a Free Preview
Pages 13 to 23 are not shown in this preview.

You're Reading a Free Preview
Pages 28 to 31 are not shown in this preview.

You're Reading a Free Preview
Pages 40 to 59 are not shown in this preview.

You're Reading a Free Preview
Pages 64 to 72 are not shown in this preview.

You're Reading a Free Preview
Pages 104 to 192 are not shown in this preview.

You're Reading a Free Preview
Pages 207 to 226 are not shown in this preview.

You're Reading a Free Preview
Pages 253 to 280 are not shown in this preview.

You're Reading a Free Preview
Pages 295 to 296 are not shown in this preview.

You're Reading a Free Preview
Pages 311 to 323 are not shown in this preview.

You're Reading a Free Preview
Pages 330 to 368 are not shown in this preview.

You're Reading a Free Preview
Pages 380 to 390 are not shown in this preview.

You're Reading a Free Preview
Pages 397 to 399 are not shown in this preview.

You're Reading a Free Preview
Pages 412 to 418 are not shown in this preview.

Exploração do texto Não escreva no livro! Exploração do texto1. “Possibilidades e limites do corpo” é um texto didático. Para você, qual é a finalidade de um (EF69LP29) Refletir sobre a relação entre os contextostexto didático? 1. a) O trecho trata de aspectos biológicos e psicológicos que envolvem de produção dos gêneros de a discussão sobre um padrão de beleza, supostamente tido como ideal divulgação […] – texto di-Levar o leitor a compreender o assunto exposto. nos dias de hoje. dático, […] etc. – e os as- pectos relativos à cons-a) De que trata o trecho lido? trução composicional e às marcas linguísticas caracte- b) Qual é a ideia central apresentada pela autora? Atualmente, homens e mulheres tentam alcançar um padrão rísticas desses gêneros, de forma a ampliar suas possi- de beleza e de juventude a qualquer preço, frequentemente castigando o próprio corpo. bilidades de compreensão […] de textos pertencentes2. Além da ideia central ou principal, são abordadas ideias secundárias. No caderno, organize estas a esses gêneros. frases na sequência em que se desenvolvem, elaborando um breve resumo. Acrescente articula- Atividade 2 dores, assegure a coesão textual e cuide da pontuação. (EF69LP34) […] produ-a) A beleza é um conceito relativo que varia ao longo do tempo. zir […] resumo […] como forma de possibilitar umab) A juventude deixou de ser uma etapa do desenvolvimento e passou a ser um estilo de vida. maior compreensão do tex- to […]c) Entre alguns homens, o desejo de ter um corpo mais forte tornou-se uma obsessão. Atividade 3d) No passado, a beleza era vista como um dom divino; hoje, é um ideal a ser alcançado. (EF89LP04) Identificar ee) Um corpo perfeito, exibido como troféu, não garante a felicidade. avaliar […] posicionamen- tos explícitos e implícitos, 2. A sequência é: d, c, b, a, e. Possibilidade: No passado, a beleza era vista como um argumentos […], posicio- nando-se frente à questão3. A autora faz várias críticas. dom divino, mas hoje parece estar ao alcance de todos. Até mesmo entre alguns ho- controversa de forma sus- mens, o desejo de ter um corpo mais forte tornou-se uma obsessão. Atualmente, o tentada.a) Indique, no caderno, a quem ela atribui cada uma delas.que acontece é que a juventude deixou de ser uma Atividade 4, item b • Comente que, atualmen- etapa do desenvolvimento e pas-I. O mito de que beleza e juventude são passaportes para a felicidade. sou a ser um estilo de vida. É im- te, há um movimento na sociedade e na mídia aÀ indústria da beleza. portante, entretanto, entender que fim de que se consideremII. A eliminação das marcas do tempo tornou-se uma obrigação. a beleza é um conceito relativo que varia os vários tipos de beleza, sem distinção de peso, et-III. A beleza é um ideal a ser obrigatoriamente alcançado. ao longo do tempo e um corpo perfeito, exibido nia, altura ou idade ou ou- como troféu, não garante a felicidade. tros critérios semelhantes. Nas passarelas, começamb) Você concorda com as críticas que ela faz? Por quê? Resposta pessoal. a surgir modelos de meia- -idade ou idosos, mulheres4. No trecho, são comparados dois conceitos de beleza: o que vigora nas passarelas da moda e o que e homens de variados tipos existe nos museus. físicos que espelham dife- rentes padrões de beleza. a) De acordo com a autora, qual é a diferença entre eles? Nos museus, o belo assume formas e proporções • A respeito desses novos caminhos, acesse a repor- diversas ao longo do tempo. Nas passarelas, o belo obedece a um único padrão relativo ao momento em que se vive. tagem “Conheça 13 mode- los que estão mudando os b) Atualmente, algumas mudanças nos padrões de beleza convencionais já são perceptíveis na so- padrões da moda”, disponí- ciedade e na mídia impressa e digital. Você já viu, ouviu ou leu algo a respeito? Resposta pessoal. vel em: <www.metropoles. com/vida-e-estilo/moda/5. Releia. c o n h e c a -1 3 - m o d e l o s - que-estao-mudando-os-É fácil confundir autoestima com vaidade, pois parece mais fácil se gostar quando a gente gosta do padroes-da-moda> (aces- so em: 24 jun. 2018). Paraque vê refletido no espelho e no olhar dos outros. As pessoas ficam mais contentes quando o espelho aprofundar a reflexão, su- gira aos alunos que a leiammostra aquilo que queremos ver. 5. a) Ao usar essa expressão, a autora inclui-se entre os que ficam contentes quando em casa. o espelho mostra uma imagem favorável; ela procura se igualar aos leitores, aproxi- Atividade 6, item d mando-se deles pelo uso da expressão a gente. • Comente que a linguagema) Que efeito produz o fragmento “quando a gente gosta do que vê” no que diz respeito à inte- de um texto didático é ba- sicamente acessível a es-ração entre autor e leitor? tudantes; pode ser mais ou menos formal, depen-b) Você concorda com o que diz a autora? Justifique sua resposta. Resposta pessoal. dendo da publicação, mas sempre procura obedecer6. Releia. à norma-padrão, pois, em [...] o corpo tornou-se uma espécie de troféu a ser exibido, como se fosse uma etiqueta de marca famosa. princípio, destina-se à lei- tura na escola.a) Por que a autora compara o corpo a uma espécie de troféu a ser exibido? O que você entende por essa afirmação? As pessoas investem tempo e dinheiro para ter um corpo “perfeito” como um triunfo pessoal a 35MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1 fim de se mostrarem vitoriosas na vida social.b) Por que a comparação do corpo com uma etiqueta famosa? Etiquetas famosas provocam admiração para quem gosta de luxo; um corpo “perfeito”, nessa comparação, provocaria admiração, alimentando a vaidade pessoal.c) Que reflexão essa leitura propõe aos leitores em relação ao corpo humano?d) Você considera a linguagem empregada no texto difícil ou acessível? Formal ou informal?Resposta pessoal.6. c) Resposta pessoal. Possibilidade: Olhar o próprio corpo de outro ângulo: não como um troféu a ser exibido, buscando um supos-to padrão de beleza a qualquer custo, mas sim como um bem pessoal, buscando a saúde, o bem-estar e exercitando a autoconfiança. 35 Unidade 1Exploração do texto 7. Um texto didático pode relacionar-se ao ensino das ciências e das artes. Depois dessa leitura e análise, em relação a um gênero como esse, refli-Atividade 7 ta e registre no caderno a afirmação mais adequada.• Comente que o texto di- Por que o trecho lido pode ser considerado um texto didático? dático, por ser um gênero a) Porque expõe e explica um assunto relacionado aos aspectos biológi- de apoio, propõe a leitura cos do corpo humano. crítica de dados e informa- ções relacionados a uma b) Porque se relaciona com a construção e transmissão de saberes. determinada área do co- nhecimento. Embora fale c) Porque apresenta informações e definições da área da Biologia. b do corpo humano, a dis- cussão, no texto, tem uma 8. b) Resposta pessoal. Possibilidades: A publicidade, editoria de revistas dedicadas perspectiva psicológica e sociológica de como ele é 8. Reflita. a esse público, comércio com venda de produtos específicos (cosméticos, maquia- visto, e não uma perspec- gem, aparelhos de fitness, por exemplo), academias de ginástica, cirurgiões plásticos tiva biológica de seu fun- cionamento. aéticos, entre outros.Atividade 8, item a a) Você concorda que algumas ou muitas pessoas parecem seguir um• É importante que os alunos único padrão de beleza? É possível diferentes tipos físicos serem con- percebam que o conceito de beleza é relativo, pois o siderados bonitos em uma mesma sociedade? Resposta pessoal. que é belo para um grupo social ou étnico, ou inseri- b) Existe algum setor ou setores da sociedade que se beneficiem do fato do em determinada época, de muitas pessoas procurarem, por diversos meios, manter-se jovens não o é para outro. e magros ou fortes? Se sim, quais seriam?Atividade 8, item c c) A preocupação com a aparência pode ser um motivo de insegurança• Comente que, devido às na fase da adolescência? Como você se posiciona a esse respeito? mudanças fisiológicas dessa fase, é comum sentir Resposta pessoal. desconforto e inseguran- ça com a própria aparên- Para relembrar Recursos expressivos cia. Fomente a discussão Sequ•ncias textuais no sentido do que se pode são um conjunto de 1. Um texto didático é organizado em sequências expositivas e descritivas. fazer, individual ou coleti- palavras que fazem parte Para cada um dos trechos a seguir, indique se se trata de uma sequência vamente, para romper com da organização dos expositiva ou descritiva. a preocupação excessiva, gêneros textuais; a em alguns casos, obsessi- predominância de um a) Que tipo de sequência predomina no trecho lido? va, com a aparência. tipo de sequência (narrativa, descritiva, Predomina a sequência expositiva. argumentativa, etc.) permite a identificação b) No trecho, são usadas várias formas verbais no pretérito perfeito, da esfera ou campo de principalmente nas sequências predominantes. Observe. circulação a que o gênero pertence. o corpo tornou-se a beleza deixou de a maquiagem passou a 36 Unidade 1 a juventude deixou de a cirurgia plástica passou a Considerando o contexto, por que são empregadas repetidamente essas formas verbais? Esses usos visam enumerar e reforçar as mudanças ocorridas na socie- dade que levaram à atual valorização do corpo como se fosse um troféu a ser exibido. 2. Analise a construção sintática destas orações em que são apresentados alguns conceitos. A indústria da beleza alardeia que sempre é possível melhorar a aparência – o que é verdadeiro – e que as marcas da idade podem ser adiadas indefi- nidamente – o que é falso [...]. Parece fácil definir o que é beleza: formas perfeitas, proporções harmo- niosas, agradáveis aos sentidos. Mas o que são formas perfeitas e proporções harmoniosas? É bom ter um corpo vivo e trabalhado, mas castigá-lo não é o caminho para ser feliz.36 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1a) As orações apresentam que tipo de relação entre si? 2. b) Possibilidade: Na análise de um conceito, Recursos expressivos é apresentado outro ângulo desse conceito, Relação de contraste, de oposição. Atividade 4, item b mostrando-se que pode haver mais de um • Comente com os alunosb) Que efeito esse tipo de construção cria no texto? modo de encará-lo. que a autora faz a pergun- ta e, em seguida, ela mes-3. Releia e analise o uso dos dois-pontos na organização destas orações. ma faz considerações so- bre uma possível resposta.O corpo não é um pedaço de papel brilhante que embrulha uma carcaça vazia: é a forma pela qual nosfazemos presentes, o meio através do qual expressamos carinhos e raivas. Atividade 5 O uso dos dois-pontos estabelece a ligação entre as orações por adição, contraste ou enumeração? (EF89LP31) Analisar […] modalização epistêmica, Contraste. isto é, modos de indicar uma avaliação sobre o valor de4. Em textos didáticos, é comum a presença de perguntas retóricas. Releia estas frases. verdade e as condições de verdade de uma proposição, Mas o que são formas perfeitas e proporções harmoniosas? E aos sentidos de quem essas formas tais como os asseverativos devem agradar? – quando se […] discorda de […] uma ideia […]. Dificilmente uma mulher, de qualquer idade e tipo físico, não encontraria num museu alguma imagem de beleza em que se visse refletida. Então, com que padrão de beleza homens e mulheres de hoje estão se comparando? Ainda que fosse possível, à custa de esforço, atingir este ideal inventado pela propaganda, será mesmo que as pessoas seriam mais felizes?a) Com que intenção são feitas essas perguntas presentes nos trechos? A autora procura estabelecer um diálogo hipotético com o leitor, introduzindo o assunto.b) Qual é a função dessas indagações? Levar o leitor a refletir, a questionar-se sobre o que sabe a respeito do assunto e o que está sendo exposto no texto sob um novo ângulo ou perspectiva.Pergunta retórica é aquela que, inserida em um texto oral ou escrito, constitui um recursolinguístico-discursivo, sem que haja a intenção do autor em vê-la respondida.5. A autora apresenta várias afirmações. a) Releia estas frases. Não parece provável que a conquista da felicidade passe pelo tipo de cabelo e pela medida da cintura. Alguns homens participam dessa obsessão de uma outra forma, talvez porque o poder masculino sempre esteve mais ligado à força do que à beleza [...]. Que palavra ou expressão indica a avaliação que a autora faz a respeito do que ela mesma diz? Não parece provável; talvez. b) Releia os trechos da atividade 4. Observe o uso dos advérbios mesmo e então que modificam, respectivamente, o sentido das orações “será que as pessoas seriam mais felizes?” e “com que padrão de beleza homens e mulheres de hoje estão se comparando?”. Que significado tem o uso desses advérbios nos trechos e que efeito cria? Tem, respectivamente, o significado de: de verdade? de fato? realmente? e nesse sentido, nesse caso. Faz com que6. Releoiale.itor duvide do que se diz, ou do que se acredita ser verdade, o que o leva a adotar um olhar crítico. Nos últimos tempos, o corpo tornou-se uma espécie de troféu a ser exibido, como se fosse uma etiqueta de marca famosa.a) Ao falar do comportamento das pessoas em relação ao corpo, o trecho faz algumas compara-ções e cita exemplos. Identifique outra comparação no primeiro parágrafo.“[...] como se [beleza e juventude] fossem passaportes para a felicidade.”b) Que efeito ou efeitos essas comparações podem ter sobre o leitor?Possibilidade: Por meio de exemplos e comparações entre conceitos abstratos como fama, beleza, juventude e felicidadecom elementos do cotidiano, a autora aproxima o assunto do leitor, tornando-o mais acessível e procurando garantir a com-preensão do que é dito. Unidade 1 37 37MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 17. Registre no caderno as afirmações que considere adequadas. Em relação à linguagem empregada no trecho, podemos afirmar que apresenta: b e c a) linguagem figurada, com predomínio da conotação. b) linguagem objetiva e conceitual, com predomínio da denotação. c) termos precisos. d) termos do jargão da área de conhecimento em que se insere. Para lembrar Texto didático Intenções principais Expor e instruir, servindo de apoio à ampliação do Leitores conhecimento sobre um assunto. Organização Linguagem Pessoas interessadas em compreender o assunto exposto. Predomínio de sequências expositivas. Ideia principal, desenvolvida em ideias secundárias. Adequada ao leitor. Predomínio da denotação. Mais ou menos formal. Diálogo entre textos Não escreva no livro! Entrevista sobre aparência Textos de diferentes gêneros podem dialogar entre si. Leia estes dois trechos de uma entrevista com a norte-americana Deborah Rhode, da Universidade de Stanford (Estados Unidos), a respeito da discriminação pela aparência. Becky Starsmore/Shutterstock [...] ÉPOCA – Quais são as principais causas da busca pela aparên- cia perfeita? Deborah Ð Uma grande parte está relacionada à mídia e às ima- gens que ela mostra. Mas a indústria de produtos estéticos e de emagrecimento também lucra imensamente fazendo as pessoas acre- ditar que há um problema a ser solucionado. É preocupante que nos Estados Unidos não consigamos proibir a venda de produtos que prometem soluções mágicas para emagrecer, por exemplo. Isso é problemático, porque a maioria dos americanos não acredita que as empresas possam fazer essas alegações sem nenhuma comprovação. Existe uma lei contra isso, mas ninguém consegue colocá-la em prá- tica. Então, muita gente é persuadida pela publicidade. E, em alguns casos, os produtos têm efeitos colaterais e não apresentaram resul- tados bons nos testes. 38 Unidade 138 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1ÉPOCA – Qual é o prejuízo causado pelo preconceito baseado na aparência? Deborah Ð Não existe um cálculo simples, porque, além do finan- ceiro, existe o custo psicológico para as pessoas estigmatizadas. Elas sofrem assédio, perdem empregos e promoções. Mas um número rele- vante é o dinheiro gasto no mundo todo com produtos de beleza e emagrecimento – US$ 200 bilhões por ano. Os economistas também calculam que o prêmio – ou castigo, se preferirmos – por causa da aparência pode chegar a US$ 16 mil por ano para um trabalhador ame- ricano. A cultura da beleza viola o sistema de mérito porque ela acaba substituindo a habilidade. [...] SORG, Letícia. Deborah Rhode: “A cultura da beleza viola a do mérito”. Época, 20 ago. 2010. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI164573-15228,00.html>. Acesso em: 23 jun. 2018.© Timothy Archibald Deborah Rhode é advogada e autora de livros sobre a N‹o deixe de ler relação entre gênero, aparência e mercado de trabalho. Capitolina: o poder das 1. Quais são os pontos em comum apontados pela autora entrevistada e garotas, de várias autoras, presentes no texto didático? Seguinte. A busca pela aparência perfeita; o papel da mídia (publicidade), a indústria da beleza, os pro- O livro apresenta alguns dutos oferecidos pelo comércio, a “solução mágica” e o passaporte para a felicidade. dos textos publicados pela revista feminina on-line 2. O texto didático aponta as causas da busca pela aparência perfeita. No Capitolina, de conteúdo trecho da entrevista, o que é apontado em relação a essa busca? voltado para garotas adolescentes. As temáticas As consequências psicológicas (estigmatização, assédio) e financeiras (cus- abordadas focam o padrão tos pessoais altos, perda de emprego). de beleza feminino, cinema, games, viagens, 3. Releia. relacionamentos, etc. Os economistas também calculam que o prêmio – ou castigo, se preferirmos – por causa da aparência pode chegar a US$ 16 mil por ano para um traba- lhador americano. Como é possível interpretar que esse gasto anual pode ser um prêmio ou um castigo?tProatdaemseenrtuoms, prêmio para aqueles que conseguem, por meio de produtos e ter a aparência que gostariam de ter. Um castigo para aqueles que, mesmo com esse gasto, não conseguem ter a aparência que buscam.4. Releia e compare estes dois trechos. I. A indústria da beleza alardeia que sempre é possível melhorar a aparência [...] e que as marcas da idade podem ser adiadas indefinidamente [...] e esses mitos levam alguns a dedicar tempo e dinheiro a um compromisso com a beleza e a juventude, como se fossem passaportes para a felicidade. II. [...] a indústria de produtos estéticos e de emagrecimento também lucra Unidade 1 39 imensamente fazendo as pessoas acreditar que há um problema a ser solucionado. Em que se assemelham os posicionamentos das autoras em relação à indústria da beleza e ao conceito de aparência “perfeita” que ela divulga? Ambas são críticas e consideram falso o valor dado ao conceito de aparência “perfeita”: para a autora do texto didático, a indústria a vende como um mito; para a autora entrevistada, como se fosse um problema a ser solucionado. 39MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Reflexão sobre Reflexão sobre a língua Não escreva no livro! a língua Uso do hífen em palavras compostas (EF08LP05) Analisar pro- cessos de formação de pa- Como vimos, palavras compostas pela união de outras já existentes ou de outros elementos de compo- lavras por composição […], sição podem ser escritas com ou sem hífen. apropriando-se de regras básicas de uso do hífen em Quando usar o hífen em palavras compostas? E quando não usar? Veja alguns casos mais comuns do palavras compostas. uso ou não desse sinal gráfico nas palavras formadas por composição.Atividade 1 1. Releia estes fragmentos do texto da Leitura 2 e verifique as palavras usadas pela autora, relaciona-• Entendem-se por elemento das ao assunto tratado.1si.gan)ifAicuateom- spigensisfiocaa,doemsiemsmesom; aom, poor-rpsrói pmrieosémoo;aamuotoreasstiimmaeésma oe,setismtiampaopr osri mesmo; próprio de composição os radicais si mesmo. ou pseudoprefixos (falsos prefixos) que entram na for- É fácil confundir autoestima com vaidade [...]. mação de uma palavra. O Di- cionário Houaiss define os Mas o amor-próprio não pode depender de um bumbum firme e de uma barriga lisa. falsos prefixos como radi- cais gregos ou latinos que, 1. b) Em relação a esses dois exemplos, pode-se perceber que, quando uma das palavras não existe de forma na evolução de um idioma, assumem autonomamente Observe. autônoma na língua, em geral, não se usa o hífen. Quando ambas existem de forma autônoma, usa-se o hífen. um sentido global para de- signar um objeto ou ser e, autoestima ñ auto + estima amor-próprio ñ amor + próprio com esse sentido, passam a formar outras palavras. O elemento de composição + palavra existente na língua palavra existente na língua + palavra existente na língua dicionário dá como exemplo o radical auto- (por si mes- a) De que modo auto- e próprio ajudam na compreensão dessas palavras? mo), que passou a entrar como elemento de compo- b) O que é possível perceber quanto ao uso ou não do hífen nessas palavras? sição em palavras como au- tomóvel, autoestrada, den- c) Considerando as observações que você fez na atividade anterior, forme palavras por composi- tre outros. ção utilizando os elementos e as palavras a seguir. Anote-as no caderno, usando ou não o hífen.Atividade 1, item b couve flor segunda feira conta gotas bio grafia• Comente que há casos em biblio teca vice governador maré cheia que é usado o hífen, depen- dendo das regras registra- couve-flor, segunda-feira, conta-gotas, biografia, biblioteca, vice-governador, maré-cheia das no Acordo ortográfico de 1991, especialmente 2. Na junção de palavra com palavra, como, por exemplo, substantivo + substantivo, o uso do hífen é fre- no caso das palavras for- quente para indicar a composição. Há também outros casos, com palavras de outras classes gramaticais. madas por derivação com a adição de prefixos (ou ou- a) Observe e analise: Que classes de palavras temos em guarda-noturno e porta-bandeira? tros elementos de compo- sição), como contra-argu- substantivo + adjetivo; verbo + substantivo mento, super-herói. Pode ocorrer de esses prefixos b) E nestas palavras? adquirirem vida própria, tornando-se substanti- arco-íris mesa-redonda terça-feira vos ou adjetivos, ou inter- jeições como em “Há mais substantivo + substantivo; substantivo + adjetivo; numeral + substantivo contras do que prós.”, “Su- per! Você conseguiu!”. c) Que regra básica rege o uso do hífen?Atividade 2, item c Usa-se o hífen em palavras compostas formadas por• Se julgar pertinente, co- substantivos, adjetivos, verbos e numerais. mente que não se usa o hí- 3. Leia esta charge e observe os balões de fala. fen em palavras compostas que apresentam elementos a) No contexto da charge, por que a resposta de ligação como preposi- obtida pelo cliente provoca humor? ções: dia a dia, fim de se- mana, pé de moleque. Há, b) O técnico faz referência a uma regra grama- Fábio Nienow/Acervo do ilustrador entretanto, exceções re- tical em relação ao uso do hífen. Você saberia guladas pelo Acordo: água- dizer qual é ela? Resposta pessoal. -de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-per- NIENOW, Fábio. Disponível em: <https://brasildelonge.com/ feito, pé-de-meia sob o ar- tag/ortografia/>. Acesso em: 18 out. 2018. gumento de que são ex- pressões já cristalizadas. 3. a) Porque em uma assistência técnica espera-se que a resposta do responsável pelo local esteja relacionada a um Em relação aos adjetivos, defeito no aparelho e não a uma regra gramatical, o que está fora do contexto. comente também o uso do hífen em adjetivos pátrios 40 Unidade 1 como afro-americano, luso- -brasileiro, dentre outros, em que há a contração do primeiro adjetivo. O assunto é com- Atividade 3, item b plexo e com várias possibilidades de uso. Apresentamos aqui • Espera-se que os alunos percebam o encontro de duas vo- as regras básicas e gerais, privilegiando palavras de uso fre- quente. Oriente os alunos a, em caso de dúvida, consultar um gais iguais. dicionário atualizado com o Acordo Ortográfico. • Comente que a charge faz referência ao Acordo Ortográfico de Atividade 3, item a 1991 no que se refere ao uso do hífen. Antes de sua implan- • Comente que o humor em charges, tiras, cartuns, frequente- tação, a palavra era grafada sem hífen; com o Acordo, a regra foi mudada. A regra será trabalhada nas próximas atividades. mente é produzido pelo jogo de significados de uma palavra ou pela ambiguidade de uma frase.40 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 14. Observe o esquema a seguir e, depois, leia o trecho da matéria. Atividade 4, item d • Compostos com aero-, agro-, elemento de composição + substantivo auto-, bio-, eletro-, geo-, hi- micro-ondas palavra composta dro-, macro-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, vogal + hífen + vogal tele- seguem a mesma re- gra, mas são palavras pouco frequentes no uso cotidiano. Integral ou desnatado? Veja como escolher o melhor leite para sua saœde [...] A maioria deles é vendida em caixinhas compostas por três camadas de materiais diferentes: papel, plástico e alumínio. Juntos, eles impedem a penetração de luz, umidade e micro-organismos, protegendo o alimento [...]. A versão integral costuma ter cerca de 3% de gordura na sua composição. O semidesnatado ou semi-integral, por sua vez, possui entre 0,5 e 3% e o desnatado pode apresentar até 0,5%. [...] SZEGÖ, Thais. Integral ou desnatado? Veja como escolher o melhor leite para sua saúde. VivaBem, 23 abr. 2018.Disponível em: <https://vivabem.uol.com.br/noticias/redacao/2018/04/23/como-escolher-o-melhor-leite-nos-supermercados.htm>. Acesso em: 25 jun. 2018.a) Nesse trecho, há várias retomadas a palavras ou expressões mencionadas anteriormente. Releia estes fragmentos. A maioria deles é vendida em caixinhas [...].Juntos, eles impedem a penetração de luz [...] 4. b) Saúde, integral, semi-integral,A que se referem os pronomes destacados nos fragmentos? desnatado, semidesnatado, alimento, micro-organismos, 3% de gordura. AoDeles refere-se a (leite) integral e desnatado; eles, a papel, plástico e alumínio. campo da alimentação saudável.b) São usados no trecho vários substantivos e adjetivos com hífen ou sem hífen que se referem aum determinado campo semântico. Quais são eles e a que campo essas escolhas estão ligadas? c) Anote, no caderno, as palavras que têm o mesmo tipo de formação que micro-ondas. Micro-organismo e semi-integral. d) Observe e compare o uso do hífen nas palavras da resposta anterior. Qual é a regra que regu- la esse uso? Nessas palavras compostas, a vogal final do primeiro elemento é igual à que vem em seguida. Regra: Em- prega-se o hífen quando o primeiro elemento termina com vogal igual à que aparece depois dele.5. Leia este texto, em que se encontram várias palavras compostas. [...] Existem quatro espécies de micos-leões, todas encontradas apenas no Brasil: o mico-leão-dou-rado, que vive na Mata Atlântica de Baixada Costeira do estado do Rio de Janeiro; o mico-leão-da--cara-dourada, encontrado na Reserva Biológica de Una, no sul da Bahia; o mico-leão-preto, encon-trado no Morro do Diabo, Pontal do Paranapanema (SP); e o mico-leão-da-cara-preta, último a serdescoberto, em 1990, que vive no Parque do Superagüi, no Paraná. Foram encontrados exemplarestambém nas ilhas adjacentes nos estados de Paraná e São Paulo.[...] SAIBA mais sobre algumas espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Época, 21 abr. 2004. ed. 308. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993, EPT711579-1655-3,00.html>. Acesso em: 25 jun. 2018.a) Observe as palavras grafadas com hífen. O que elas têm em comum em relação aos seres que denominam? Todas dão nome a espécies zoológicas.b) No trecho citam-se vários micos, com o emprego de substantivos compostos. Qual a necessidade de se adotar o hífen nesses substantivos? Os substantivos designam espécies em particular; se não houvesse o hífen, a expressão poderia se referir genericamente a um mico-leão que tem a cara dourada ou a um que tem a cara preta, e não a uma espécie distinta de outra da mesma família. Unidade 1 41 41MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Atividade 6, item a c) Analise estas outras palavras formadas por composição. O que elas têm em comum com as¥ Encontram-se áreas de anteriores? Designam espécies botânicas e são grafadas com hífen. savana principalmente no pinheiro-do-paraná erva-doce erva-cidreira noz-moscada cana-de-açúcar continente africano (Se- rengeti, Sudão, África do d) Que regra se aplica ao uso do hífen nas palavras usadas nas atividades anteriores? Sul, por exemplo), e tam- bém em áreas da Oceania Emprega-se hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas. (Austrália, por exemplo) e América do Sul (Venezue- 6. Existem alguns casos especiais de palavras compostas que merecem um pouco mais de atenção. la, por exemplo). Leia este trecho tirado de um texto informativo. Uma história de galhos tortos e motosserras: a incansável saga das florestas anãs Sempre quando falamos sobre savana, a primeira imagem que vem à cabeça é da vastidão dos campos africanos, povoados por leões, gnus, rinocerontes e girafas. Mas as savanas ocorrem em várias regiões da Terra, e a mais rica delas está aqui, bem pertinho de nós: o Cerrado! Se você já teve oportunidade de passar por ali, certamente observou as estranhas florestas anãs, ou florestas de cabeça para baixo, como também são chamadas em função das pequenas e tortuosas arvoretas com suas extensas raízes. [...] São cerca de dois milhões de quilômetros quadrados do Brasil central dominados por campos, veredas, matas e savanas típicas que compreendem uma incrível diversidade de ecossistemas e formas de vida. [...] GOMES; Augusto Milagre. Uma história de galhos tortos e motosserras: a incansável saga das florestas anãs. Últimos Refúgios, 21 nov. 2017. Disponível em: <www.ultimosrefugios.org.br/single-post/2017/11/21/Uma-hist%C3%B3ria-de- galhos-tortos-e-motosserras-a-incans%C3%A1vel-saga-das-florestas-an%C3%A3s>. Acesso em: 25 jun. 2018. a) Saber que o Cerrado é uma savana é uma informação nova para você? Que outras áreas de savana você conhece? Resposta pessoal. b) Observe e analise a formação destas palavras. motosserra moto + serra ecossistema eco + sistema movimento casa, habitação Essas palavras são formadas pela junção de dois elementos. Em vez do hífen, outro recurso foi adicionado à grafia delas. Qual é ele? A duplicação da consoante s. c) Encontre, neste trecho de uma matéria jornalística, uma palavra formada por composição semelhan- te a motosserra e ecossistema, mas com uma diferença. Qual é a palavra e qual é a diferença? Autorretrato. Duplica-se a letra r. Selfie ou autorretrato, qual termo usar? Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional, fala sobre o uso de estrangeirismos na língua portuguesa, usando o exemplo da palavra “selfie” [...] ARRAIS, Diogo. Selfie ou autorretrato, qual termo usar? Exame, 26 ago. 2014. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/carreira/selfie-ou-autorretrato-qual-termo-usar/>. Acesso em: 25 jun. 2018. d) Em relação ao hífen, qual é a regra que rege o uso ou não uso em palavras compostas como a usada nessa matéria e em motosserra? Em palavras em que o segundo elemento da palavra começa por s ou r, essas letras são dobradas e não se emprega o hífen. 42 Unidade 142 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Cultura digital Experimente fazer! Não escreva no livro! Cultura digital – Experimente fazer!Participe e comente! CompetênciaNo vocabulário da língua portuguesa, existem aproximadamente 400 mil palavras, contando-se específica de Língua Portuguesa para otanto as que se formaram no uso cotidiano quanto as que lhes deram origem. Ensino Fundamental 10. Mobilizar práticas da1. Além do latim e do grego, que deram origem à maior parte das palavras que usamos, você cultura digital, diferen-consegue mencionar outras línguas que contribuíram para a formação do vocabulário da tes linguagens, mídias e ferramentas digitaislíngua portuguesa? Resposta pessoal. Possibilidades: Línguas e dialetos africanos, línguas e dialetos indígenas, para expandir as formas francês, inglês, árabe, entre outras. de produzir sentidos2. Para ampliar seus conhecimentos, assista a um slideshow sobre o assunto. Você vai ter surpre- (nos processos de com- preensão e produção),sas! Acesse o site disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/formacao- aprender e refletir sobre o mundo e realizar dife-de-palavras-derivacao-composicao-e-seus-tipos.htm#fotoNav=1>; acesso em: 25 jun. 2018. rentesprojetosautorais.3. No final da apresentação, poste um comentário sobre o assunto no espaço reservado ao (EF89LP02) Analisar dife- rentes práticas (curtir, com-leitor. Você precisará fornecer um e-mail. Importante! Não vale qualquer comentário, certo? partilhar, comentar […] etc.) e textos pertencentes4. Comente com os colegas e com o professor quais foram as novidades que você aprendeu. a diferentes gêneros da cul- tura digital […] envolvidos Você sabia? no trato com a informação […].Qual é a origem das palavras da língua portuguesa? • Veja, nas “Orientações A derivação e a composição são os dois principais processos de formação de palavras em uma gerais” deste Manual dolíngua. Em relação à língua portuguesa, você viu que a maioria das palavras de nosso vocabulário Professor, propostas devem do grego e do latim. Mas... só dessas línguas são as palavras que povoam nosso cotidiano? encaminhamento para oLeia estas informações para ampliar seu conhecimento. trabalho com esta seção.A herança indígena Antes da chegada dos europeus, os povos que habitavam o atual território brasileiro falavamgrande variedade de línguas e dialetos. Deles se originam muitas palavras da língua portuguesa,em geral ligadas à natureza e à localização, como jabuticaba, mandioca, caju, tucano, jacaré,pipoca, abacaxi, Pernambuco, entre outras.A contribuição africana O estreito convívio entre os portugueses e seus descendentes, que habitavam o atual territóriobrasileiro, e os africanos escravizados trazidos para cá no período colonial e imperial propiciou aincorporação de muitas palavras de línguas africanas ao português. Estão ligadas, principalmente,a costumes, alimentos e danças típicas: acarajé, agogô, berimbau, cafundó, canjica, miçanga,moleque, quiabo, quitute, samba, entre outras.Encerrando a Unidade Não escreva no livro! Nesta Unidade, você analisou as principais características, os recursos e a finalidade do gênero resenha crítica e conheceu um texto didático. Aprendeu a elaborar um roteiro como ferramenta de apoio para uma apresentação oral e participou de discussões em grupo com seus colegas. Você considera que a leitura de uma resenha pode aumentar as chances de compreensão de uma obra literária ou manifestação artística? Em sua opinião, por que isso acontece? Resposta pessoal. De que modo as discussões em torno da “aparência perfeita” contribuíram para um novo olhar seu sobre a questão? Resposta pessoal. Conhecer os processos de formação de palavras pode ampliar ou enriquecer o vocabulário de um usuário da língua? Por quê? Você acha que isso pode ter acontecido com você? As suas recomendações feitas na resenha crítica influenciaram alguém? Resposta pessoal.Espera-se que os alunos respondam que sim, pois permite que os usuários da língua reconheçam o significado de um númerorazoável de palavras sem necessidade de recorrer ao dicionário. Unidade 1 43 43MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1Produção do ano Produção do ano Revista Não escreva no livro!• O principal objetivo deste Em grupo com alguns colegas, participe da Produção do ano para a trabalho é criar um veícu- elaboração de uma revista com os textos criados em diferentes momentos lo que permita a circula- ao longo do ano. Vai ser uma oportunidade de você ampliar seus ção dos textos dos alunos. conhecimentos e divulgá-los para mais leitores. É importante apresentar- -lhes, neste momento, as Você sabe como são feitas as revistas? Leia o infográfico. orientações iniciais para que tenham noção do que Fase 1 devem alcançar e de que Definição da pauta forma se organizar duran- Reunião da equipe para definir os te o ano. Orientações pos- assuntos da edição. Nessa fase, são teriores para o desenvol- avaliadas as sugestões enviadas pelos vimento e finalização da leitores, caso haja. revista serão apresenta- das no final do livro, após a Unidade 8. Fase 4 Checagem e revisão de texto Fase 7 Distribuição para bancas e livrarias 44 Unidade 144 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Fase 3 Mario Kanno/Arquivo da editora Preparação dos textos e ilustrações, diagramação A revista começa a ganhar forma. Os textos são redigidos e editados e a equipe de arte prepara a distribuição de textos e fotos nas páginas.Fase 2Levantamento de dadosApós a definição da pauta, há acoleta de informações e avaliaçãodo que vale a pena publicar. Fase 5 Montagem e impressão A nossa revista Não escreva no livro! Vamos começar a organizar a produção da revista da classe, que será fina- lizada no fim do ano. 1. Com a orientação do professor, forme um grupo com três ou quatro colegas. 2. Ao trabalhar as Unidades deste livro, vocês vão produzir diversos textos. Alguns deles estarão marcados com o símbolo:Fase 6 3. Guardem esses textos em uma pasta, pois eles poderão ser selecionados para publicação na revista do grupo.Distribuição para assinantesEssa é a primeira remessa a 4. Decidam se vocês vão guardar todos os textos do grupo em uma mesmaser feita, já que se destina a um pasta ou se cada um vai ter sua própria pasta. Caso resolvam ter só uma,público fiel à leitura da revista. definam quem vai ficar responsável por ela. 5. Nos próximos meses, procurem informar-se sobre revistas de seu interesse e ler algumas delas, observando o conteúdo, a organização das páginas, a disposição das fotos ou das ilustrações, a relação no espaço entre texto verbal e não verbal, etc. Esse conhecimento vai ajudar vocês na hora de produzir a publicação. Unidade 1 45 45MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Unidade 2 2UNIDADE Cena aberta Competências gerais Apresentação do grupo da Educação Básica ucraniano Quartet DeKru no 1. Valorizar e utilizar os 13o Festival Internacional de Arte Mímica de Varsóvia, na conhecimentos histo- Polônia, em 2013. ricamente construídos sobre o mundo físico, 46 social, cultural e digital para entender e expli- tentação a elas. Além disso, em relação aos dois gêneros, apro- cas); a crônica lírica e os recursos linguístico-discursivos em- car a realidade, conti- fundamos o estudo do texto dramático em versos e da crônica pregados no texto; a compreensão e o reconhecimento do texto nuar aprendendo e cola- lírica, contribuindo para a progressiva formação do leitor literá- literário como reflexo de um contexto sociocultural. borar para a construção rio e sua adesão a práticas de leitura, propiciando-lhe o contato de uma sociedade justa, com manifestações literárias diversificadas de modo que possa Produção de texto: elaboração de texto dramático a partir de democrática e inclusiva. estabelecer preferências por gêneros ou autores. crônica (trecho). 3. Valorizar e fruir as diver- • Serão abordados os seguintes eixos: Oralidade: fluência e expressividade na leitura em voz alta. sas manifestações ar- tísticas e culturais, das Leitura: o poema dramático (trecho) e seus elementos consti- Análise linguística/semiótica: posição do sujeito na oração, sujei- locais às mundiais, e tam- tutivos: personagens, ato, cena, fala, indicações cênicas (rubri- to indeterminado e oração sem sujeito (efeitos de sentido no tex- bém participar de práti- to), emprego dos verbos haver, fazer e ser na oração sem sujeito. cas diversificadas da pro- dução artístico-cultural. Competência específica de Linguagens para o Ensino Fundamental 2. Conhecer e explorar di- versas práticas de lin- guagem (artísticas, cor- porais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibili- dades de participação na vida social e colabo- rar para a construção de uma sociedade mais jus- ta, democrática e inclu- siva. Competência específica de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental 2. Apropriar-se da lingua- gem escrita, reconhe- cendo-a como forma de interação nos diferentes campos de atuação da vida social e utilizando-a para ampliar suas possi- bilidades de participar da cultura letrada, de cons- truir conhecimentos (in- clusive escolares) e de se envolver com maior autonomia e protago- nismo na vida social.• Nesta Unidade, enfocamos o campo artístico-literário, na exploração do poema dramático e da crônica (lí- rica), para que os alunos possam compreendê-los e apreciá-los bem como am- pliar seu contato com ou- tras manifestações artísti- cas e conhecer linguagens e mídias que dão forma e sus-46 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Nesta Unidade você vai praticar a leitura oral para desenvolver fluência e Trocando ideias expressividade na leitura em voz alta; ler um poema dramático e uma crônica literária para • O Quarteto Dekru é com- apreciar a leitura e expressar avaliação sobre os textos lidos; ampliar e aprofundar seus conhecimentos sobre o sujeito posto de atores ucrania- planejar e produzir, a partir de um trecho de crônica, um de uma oração. nos que realizam apresen- texto dramático, observando e respeitando as tações midiáticas em um características desse gênero; espetáculo visual, ciné- sico, gestual e musical; o Janek Skarzynski/Agência France-Presse grupo é especializado em mímica clássica. Esse tipo de performance é consi- derado como pantomima, teatro de cena muda. Os participantes são atores profissionais que, em suas atuações, costumam abor- dar questões relacionadas com o cotidiano de forma original, inspirados na obra do artista francês Marcel Marceau (1923-2007). Atividade 4 • Ouça os alunos e verifique suas primeiras impres- sões. Explique que panto- mima é a representação teatral de uma história fei- ta somente por meio de gestos, movimentos com o corpo, gestos e expres- sões, que tem origem na Roma antiga. É também chamada de cena muda já que não há falas como no teatro tradicional. Comen- te que, ao contrário do tea- tro tradicional, que privile- gia o oral, a pantomima é um teatro gestual, de mí- mica, também chamada de “a arte do silêncio”, em que predomina a expres- são corporal.Trocando ideias 3. Espera-se que os alunos comentem que essa sensação é criada pelo Não escreva no livro!movimento dos corpos dos artistas, imitando um círculo, com as mãos espalmadas.A imagem mostra uma apresentação do grupo de mímica da Ucrânia Quartet DeKru.1. Que elementos você observa na imagem? Descreva-a em poucas palavras.Resposta pessoal. Possibilidade: A figura mostra pessoas com maquiagem no rosto imitando máscaras, vestidas de preto, com as mãos espalmadas e usando luvas brancas.2. Compare o fundo escuro com as figuras que ocupam a imagem. O que ganha mais destaque? Os rostos dos artistas em branco e as luvas se sobressaem no fundo escuro e nas vestes de tecido preto.3. Observe os braços dos artistas. Por que há uma sensação de movimento?4. A imagem mostra a cena de um espetáculo de mímica. Você já assistiu a uma apresentação de mímica ou sabe o que é uma pantomima? Converse com os colegas e o professor a respeito. Resposta pessoal.5. A apresentação é feita em um palco. Que tipo de história poderia se passar aí? Resposta pessoal. Unidade 2 4747• Para se preparar para o trabalho com esta Unidade, sugerimos a leitura do artigo “Análise do discurso, textual e lexical – Morte e vida Severina, João Cabral de Melo Neto”, de Michela Grazio- si, disponível em <www.academia.edu/27629268/Morte_e_ vida_severina_Jo%C3%A3o_Cabral_de_Melo_Neto_Uma_breve_ proposta_de_an%C3%A1lise_do_discurso_textual_e_lexical_> (acesso em: 20 ago. 2018). 47MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Leitura 1 Leitura 1 Não escreva no livro!Antes de ler Antes de ler• Para mais informações so- 1. Observe a obra abaixo, pintada pelo artista brasileiro Candido Portinari em bre o pintor, acesse o site 1959. Qual é a cena representada na tela? <www.portinari.org.br/#> (acesso em: 22 jul. 2018) Espera-se que os alunos reconheçam quatro homens carregando um caixão. para ver os painéis e mu- Reprodução autorizada por João rais que pintou. Candido Portinari/Imagem doCandido Portinari acervo do Projeto Portinari(1903-1962), pintor eAtividade 3 artista plástico, foi um• A tela é o quadro Enterro, Reprodução autorizada por João Candido Portinari/Museu de Artedos mais importantes Contemporânea de Pernambuco, Olinda, PE.artistas brasileiros, 1959, de Cândido Portinari. reconhecido A obra faz parte do acervo internacionalmente por Pintura de Candido Portinari (1959). Óleo sobre madeira compensada, do Museu de Arte Contem- seu talento. Suas telas 24,5 cm × 33,5 cm. Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Olinda (PE). porânea de Pernambuco. têm como temas principais questões 2. As figuras humanas, o cenário e o vestuário sugerem alguma regiãoAtividade 4 sociais brasileiras, como brasileira? Resposta pessoal. Possibilidade: podem ser associados a uma região pobre, a• Comente que, em princípio, a condição de trabalhadores rurais e uma cidade pequena do interior do Brasil. qualquer tema é matéria de retirantes, e a infância. discussão em uma obra li- Seus trabalhos mais 3. Que título você daria a essa pintura? Sugira algum e veja depois da leitu- terária. conhecidos são as telas ra do texto se você chegou perto do título real da obra. das séries Retirantes eLeitura Meninos de Brodósqui, Resposta pessoal. e o mural Guerra e Paz,• O trabalho com esse poema criado para a sede da 4. Você nasceu na cidade onde mora atualmente? Conhece pessoas que apresenta dois desafios ONU nos Estados tenham deixado a cidade natal delas para viver em outros lugares? Em para os alunos: do ponto Unidos. sua opinião, esse poderia ser um tema abordado em uma obra literária? de vista formal, o conta- to com um novo gênero, o Resposta pessoal. texto dramático em versos, ampliando seu repertório Você vai ler um trecho de um poema dramático, texto escrito em versos para e rompendo expectativas; ser representado. O poema conta a história de Severino, que parte do Sertão per- do ponto de vista temático, nambucano em direção ao litoral, acompanhando o curso do rio Capibaribe. Vai o contato com um universo de mudança, em busca de trabalho e melhores condições de vida, porém, em sua cultural que pode ser dife- caminhada, só encontra miséria e abandono. Em Recife, a capital do estado de rente do deles. O objetivo Pernambuco, desilude-se porque ali também a vida dos retirantes é miserável. é que experimentem ou- tras vivências e desenvol- A peça é dividida em 18 cenas. Na cena a seguir, a primeira do poema, Seve- vam ou progridam na com- rino se apresenta. Na segunda cena, inicia sua jornada. preensão de identidades e manifestações artísticas, Durante a leitura, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo respeitando e valorizando contexto em que elas aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário. a diversidade cultural. Horácio Gama/Arquivo da editora• O poema dramático é cons- truído em diálogos e/ou 48 monólogos. Além de ele- mentos dramáticos, como • Para o trabalho mais aprofundado com o poema “Morte e vida a divisão em cenas e diálo- severina”, sugerimos a leitura do artigo “Ética e condição se- gos, pode conter elemen- verina nos mangues do Capibaribe”, de Djalma Agripino de tos narrativos, quando há Melo Filho, da Universidade Federal de Pernambuco (dispo- uma história com começo, nível em: <www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid meio e fim. Contém, tam- =S0104-59702006000100005> (acesso em: 2 ago. 2018). bém, elementos poéticos como rimas e figuras de linguagens, privilegiando o discurso metafórico.• Sugira aos alunos que fa- çam uma leitura individual, silenciosa, para o primei- ro contato com o texto. Em seguida, leia para eles, em voz alta, as estrofes de apresentação do persona- gem, marcando o ritmo e a sonoridade. Peça, em se- guida, que alguns alunos leiam os demais versos dialogando entre si, obser- vando a troca das falas pelo travessão.48 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Morte e vida severina Hor‡cio GamaO RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI— O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. Mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias? Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias, lá da serra da Costela, limites da Paraíba. Mas isso ainda diz pouco: se ao menos mais cinco havia com nome de Severino filhos de tantas Marias mulheres de outros tantos, já finados, Zacarias, vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia. Somos muito Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, 49 49MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Hor‡cio Gama e até gente não nascida). Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre mais extinta, a de querer arrancar algum roçado da cinza. Mas, para que me conheçam melhor Vossas Senhorias e melhor possam seguir a história de minha vida, passo a ser o Severino que em vossa presença emigra. ENCONTRA DOIS HOMENS CARREGANDO UM DEFUNTO NUMA REDE, AOS GRITOS DE: “Ó IRMÃOS DAS ALMAS! IRMÃOS DAS ALMAS! NÃO FUI EU QUE MATEI NÃO!” — A quem estais carregando, irmãos das almas, embrulhado nessa rede? dizei que eu saiba. — A um defunto de nada, irmão das almas, que há muitas horas viaja à sua morada. — E sabeis quem era ele, irmãos das almas, sabeis como ele se chama ou se chamava? — Severino Lavrador, irmão das almas, Severino Lavrador, mas já não lavra. — E de onde que o estais trazendo, irmãos das almas, onde foi que começou vossa jornada? — Onde a Caatinga é mais seca, irmão das almas, onde uma terra que não dá nem planta brava. — E foi morrida essa morte, irmãos das almas, essa foi morte morrida ou foi matada? — Até que não foi morrida, irmão das almas, esta foi morte matada, numa emboscada. — E o que guardava a emboscada, irmãos das almas, e com que foi que o mataram, com faca ou bala? 5050 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2— Este foi morto de bala, Hor‡cio Gama irmão das almas, mais garantido é de bala, mais longe vara.— E quem foi que o emboscou, irmãos das almas, quem contra ele soltou essa ave-bala?— Ali é difícil dizer, irmão das almas, sempre há uma bala voando desocupada.— E o que havia ele feito, irmãos das almas, e o que havia ele feito contra a tal pássara?— Ter uns hectares de terra, irmão das almas, de pedra e areia lavada que cultivava.— Mas que roças que ele tinha, irmãos das almas, que podia ele plantar na pedra avara?— Nos magros lábios de areia, irmão das almas, dos intervalos das pedras, plantava palha.— E era grande sua lavoura, irmãos das almas, lavoura de muitas covas, tão cobiçada?— Tinha somente dez quadras, irmão das almas, todas nos ombros da serra, nenhuma várzea.— Mas então por que o mataram, irmãos das almas, mas então por que o mataram com espingarda?— Queria mais espalhar-se, irmão das almas, queria voar mais livre essa ave-bala.— E agora o que passará, irmãos das almas, o que é que acontecerá contra a espingarda?— Mais campo tem para soltar, irmão das almas, tem mais onde fazer voar as filhas-bala. 51 51MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Boxe do autor Horácio Gama — E onde o levais a enterrar, irmãos das almas,• Comente que o autor é co- Carlos Chicarino/Agência Estado com a semente do chumbo nhecido pelo uso de ima- que tem guardada? gens poéticas significa- tivas e pelo requinte e — Ao cemitério de Torres, sofisticação da linguagem. irmão das almas, Em Morte e vida severina, que hoje se diz Toritama, sem deixar de explorar a de madrugada. riqueza das imagens poé- ticas, mantém uma lin- — E poderei ajudar, guagem acessível, de fá- irmãos das almas? cil interação com o leitor vou passar por Toritama, ou espectador, provavel- é minha estrada. mente em função de o tex- to dramático circular entre — Bem que poderá ajudar, um público mais amplo do irmão das almas, que aquele que poderia ser é irmão das almas quem ouve alcançado por seus livros. nossa chamada. Vocabulário — E um de nós pode voltar, irmão das almas, avara: avarenta; em sentido pode voltar daqui mesmo figurado, significa em que para sua casa. nada brota, seca. — Vou eu, que a viagem é longa, ave-bala: “pássara”, ima- irmãos das almas, gens criadas pelo poeta é muito longa a viagem para designar uma bala. e a serra é alta. campo-santo: cemitério. — Mais sorte tem o defunto, irmãos das almas, emboscada: tocaia, cilada. pois já não fará na volta a caminhada. hectare: unidade de medida correspondente a 100 ares — Toritama não cai longe, (um are é igual a 100 m2). irmão das almas, seremos no campo santo irmão das almas: no ser- de madrugada. tão nordestino, pessoa que, gratuitamente, prepara o — Partamos enquanto é noite, defunto e organiza seu en- irmão das almas, terro em lugar apropriado. que é o melhor lençol dos mortos noite fechada. pia: referência à pia batis- mal, local onde se realiza o […] batismo segundo credos re- ligiosos. NETO, João Cabral de Melo. Morte e vida severina. In: ____. Serial e antes. Rio de Janeiro: quadra: no Ceará, medida Nova Fronteira, 1997. p. 145-150. equivalente a cem passos © herdeiros de João Cabral de Melo Neto dados em um quadrado de terra. Jo‹o Cabral de Melo Neto (1920-1999) nasceu em Recife, Pernambuco. Ocupou cargos diplomáticos e viveu em vários países, como Espanha, Inglaterra, Suíça, romaria: viagem ou peregri- França. Sua obra destaca-se pela preocupação com a realidade brasileira e o nação religiosa a um san- requinte da linguagem. Entre suas obras estão A educação pela pedra e Morte e tuário. vida severina, um dos clássicos da literatura brasileira, escrita em 1955, sendo sua obra mais conhecida. Em 1965, o texto estreou nos palcos com música de Chico sina: destino. Buarque de Holanda. várzea: terreno baixo e pla- no, geralmente à beira de um rio. 5252 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Exploração do texto 4. a) Os versos na primeira cena apresentam-se em forma de monólogo. Atividade 4, item a • Comente que, tanto na O personagem principal se apresenta, diz Não escreva no livro! peça teatral como na mi- quem é e se dispõe a narrar sua história nissérie, posteriormen- te adaptada para a TV, é o (sai do Sertão nordestino em direção ao litoral de Pernambuco). momento em que Severino se dirige, respectivamen-1. Nesse trecho do poema, há duas cenas. Que elementos do texto permitem saber como elas se te, à plateia e aos telespec- dividem? Espera-se que os alunos indiquem os trechos em destaque (letras maiúsculas) que vêm antes de cada uma das cenas. tadores. • Comente também que o2. O protagonista se apresenta como “Severino da Maria do Zacarias, lá da serra da Costela, limites nome “Severino Lavrador” da Paraíba”. confirma o que diz Severino em seu monólogo: “Somos a) Ao se identificar dessa maneira detalhada, o protagonista se vê como um indivíduo? Por quê? muitos severinos/iguais em tudo na vida”. Não; pelo contrário, há muitos como ele, já que o nome dele, o da mãe e o do pai são muitos comuns. Atividade 4, item b b) Releia este verso do poema. • Comente que a região da Mas isso ainda diz pouco: caatinga, de vegetação característica, é bastan- Por que o personagem faz essa afirmação, apesar de dar várias informações sobre quem é? te árida pela escassez de chuva. Com exceção do Rio Espera-se que os alunos respondam que é porque iguais a ele há muitos severinos, com o mesmo nome e a mesma pobreza. São Francisco, de grande volume, os demais cursos c) A palavra sina, usada mais adiante em sua apresentação, pode ser entendida como destino, de água permanecem pra- fatalidade a que está sujeito o ser humano. De acordo com o personagem, qual é a sina da ticamente secos na maior vida dos “severinos”? parte do tempo. As plantas são adaptadas ao clima se- Tentar cultivar com esforço uma terra árida. miárido e desenvolvem raí- zes profundas e folhas es- d) De que modo, ao final de sua apresentação, o protagonista se autodefine? pinhosas que contribuem para que sobrevivam nas Como um “severino” que emigra. condições hostis de um ambiente com pouca chu-3. Textos dramáticos, em geral, contêm uma história e, como tal, podem apresentar uma sequência va e solo árido. semelhante à de um texto narrativo: situação inicial, desenvolvimento, clímax e desfecho. O trecho lido contém essas partes? Explique. Atividade 5, item b • Severino é considerado, Não; somente a situação inicial e parte do desenvolvimento. por muitos estudiosos da4. Nesse trecho do poema, as duas cenas se organizam de dois modos diferentes. obra de João Cabral de Melo Neto, uma alegoria, figura a) Como se apresentam os versos na primeira cena e que informações trazem? de linguagem constituída por uma imagem concreta b) Que informações traz a segunda cena, em forma de diálogo? que representa ou simbo- liza abstrações, recurso5. Na primeira cena, Severino, já denominado retirante por um narrador oculto no início do trecho, presente em fábulas, pa- diz “quem é e a que vai”. rábolas, apólogos, textos dramáticos, dentre outrosa) No contexto do poema, o que significa ser um retirante? Se necessário, pesquise em um dicionário. gêneros. No poema, por meio da narração e descri-b) Releia este trecho. 5. a) Pessoa que, sozinha ou em grupo, abandona 4. b) Severino se encontra ção de sua trajetória, o au- com dois homens carregando tor representa a migração um local, em particular o Sertão nordestino, banido um morto. É Severino Lavra- de todos os retirantes que dor, assassinado em uma dis- vão em busca de uma vida— O meu nome é Severino, pelo período cíclico de seca e pela pobreza, em bus- puta de terra. Os dois que o mais promissora. Uma das características do poemanão tenho outro de pia. ca de melhores condições de vida. dramático é o predomínio do coletivo (o nós, frequen-[...] 5. b) Espera-se que os alunos percebam que Severino carregam são os “irmãos das temente um problema so- é ninguém, é um homem qualquer, mas é também, ao almas”, que o estão trazendo cial); no poema lírico, geral-Somos muito Severinos mesmo tempo, todos os retirantes, pois representa o da Caatinga para enterrá-lo mente o predomínio é o eu. nordestino que, tangido pela seca prolongada, sai à pro- em um cemitério distante.iguais em tudo na vida: cura de outra vida, mas só encontra violência e miséria.[...]Ao caracterizar o personagem, qual é o propósito do autor ao não lhe dar uma identificaçãoindividual?c) Depois de ler esses versos, reflita: é possível perceber qual é a intenção do poeta ao criar o poema? A intenção é discutir a miséria e as dificuldades trazidas pela violência e pela seca prolongada na região.6. De acordo com o trecho lido, a morte de Severino Lavrador foi uma morte “severina”.a) Como ocorreu a morte do personagem?Severino Lavrador morreu em uma emboscada. 6. b) De acordo com Severino, esse é umb) De que forma o contexto ajudou você a chegar a essa resposta? dos três motivos por que morre um reti- rante: “de emboscada antes dos vinte”.c) Para os personagens, essa morte é um fato incomum? Justifique sua resposta.Não; a morte por emboscada é constante; Severino diz: “morremos de morte igual, / mesma morte severina: / que éa morte de que se morre / de velhice antes dos trinta, / de emboscada antes dos vinte, / de fome um pouco por dia”. Unidade 2 53Exploração do texto (EF89LP34) Analisar a organização de texto dramático apresen- tado em teatro, […] identificando e percebendo os sentidos de-(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação correntes dos recursos linguísticos e semióticos que sustentamentre os elementos linguísticos […], obtidos por meio da estrofação, sua realização como peça teatral […].das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações, […] nosgêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de fi- Atividade 2, item dguras de linguagem, tais como […] metáfora, personificação, meto- • Comente que, com essa autodefinição, elucida-se, no poema,nímia, […] e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do empre-go de palavras e expressões […] conotativas (adjetivos, locuções quem é o habitante do sertão: aquele que emigra.adjetivas, […] etc.), que funcionam como modificadores, perceben-do sua função na caracterização dos espaços, […] e ações […]. 53MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Atividade 8, item a Morte e vida severina 7. Leia o boxe ao lado antes de responder: qual é a relação entre esse poema• Comente que há uma sinto- inspira-se nos autos medievais e na cultura e um auto da Idade Média? A crítica. Os autos da Idade Média tinham, entre seus nia entre os personagens popular nordestina. Na objetivos, o de criticar; Morte e vida severina também e a paisagem: são magros, Idade Média, em secos, ossudos. Portugal e na Espanha, contém uma crítica social. os autos eram peças 8. O cenário do poema não é descrito, porém é possível percebê-lo no de-Atividade 9, item b de teatro curtas, de• Ajude os alunos a perce- assunto religioso ou correr dos versos. não, sério ou cômico. ber que Mestre Carpina Tinham como a) Que informações são dadas sobre o ambiente onde se passa a histó- afirma que a própria vida finalidade divertir, ria? Dê um exemplo. respondeu a Severino, com moralizar, satirizar, sua presença viva, ou seja, criticar, catequizar. b) O cenário muda ao longo do primeiro quadro do poema dramático? com o nascimento de uma Como o poema de Explique sua resposta. Nas duas cenas, o cenário não muda. criança, uma nova vida, João Cabral encerra-se ainda que seja mais uma com uma exaltação à 9. O poema termina com a chegada de Severino a Recife na cena 18, que é vida severina. Para Mestre vida, com o o desfecho. Nesse momento, ele encontra uma família de retirantes com Carpina, o sentido da vida é nascimento de uma o filho recém-nascido. Leia estas estrofes, em que fala Mestre Carpina, vivê-la em sua totalidade, criança, recebeu o o pai da criança. mesmo que haja dificulda- subtítulo de “Auto de des e problemas. Natal pernambucano”. O CARPINA FALA COM O RETIRANTE QUE ESTEVE DE FORA, SEM TOMAR PARTE EM NADA 8. a) Por meio da fala dos per- sonagens, com as referências — Severino retirante, E não há melhor resposta que fazem, percebe-se um ambiente inóspito, de desnu- deixe agora que lhe diga: que o espetáculo da vida: trição e fome, árido, de luta eu não sei bem a resposta vê-la desfiar seu fio, pela sobrevivência e onde a da pergunta que fazia, que também se chama vida, ameaça de morte é constante. se não vale mais saltar ver a fábrica que ela mesma, Possibilidades: “serra magra e fora da ponte e da vida; teimosamente, se fabrica, ossuda”, “o sangue que usa- nem conheço essa resposta, vê-la brotar como há pouco mos tem pouca tinta”, “pedra se quer mesmo que lhe diga; em nova vida explodida; avara”, “roçado da cinza”, “a é difícil defender, mesmo quando é assim pequena terra que não dá nem planta só com palavras, a vida, a explosão, como a ocorrida; brava”, “nenhuma várzea”, ainda mais quando ela é mesmo quando é uma explosão “magros lábios de areia”. esta que vê, severina; como a de há pouco, franzina; mas se responder não pude mesmo quando é a explosão 9. a) Severino, desiludido, ao à pergunta que fazia, encontrar a família de retiran- tes, havia perguntado se não ela, a vida, a respondeu de uma vida severina. valia mais saltar fora de uma ponte sobre o rio Capibaribe e com sua presença viva. da vida do que ter uma vida severina. NETO, João Cabral de Melo. Morte e vida severina. In: _. Serial e antes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. p. 179-180. © herdeiros de João Cabral de Melo Neto. 54 Unidade 2 a) Decepcionado com a vida miserável que os retirantes levam, o perso- nagem faz uma pergunta a Mestre Carpina. Pela fala do Mestre, é possível recuperá-la. Qual é ela? b) Sintetize, em poucas palavras, a resposta de Mestre Carpina. Resposta pessoal. c) Pela fala de Mestre Carpina, pode-se entender nesses versos que, em Morte e vida severina, a vida, principalmente: I. é um ideal que tem valor e sentido. II. é melhor do que a morte. III. vale a pena ser vivida. I e III54 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 210. Em relação aos versos e às estrofes do trecho lido na atividade anterior: Para relembrar Para relembrar a) quais das afirmações a seguir se aplicam ao poema? A literatura de cordel é • Segundo estudiosos da I. Os versos são curtos e ritmados. um gênero literário oral e obra de João Cabral de Mello II. Os versos têm quase sempre o mesmo número de sílabas poéticas. popular, em prosa ou em Neto, como no artigo “Análi- versos; o nome tem se do discurso, textual e le- III. A linguagem é próxima da oralidade. origem no costume de xical – Morte e vida severi- IV. Os versos e as estrofes têm estrutura similar à dos poemas de cordel. expor os poemas em na, de João Cabral de Melo folhetos presos em um Neto”, de Michela Grazio- Todas se aplicam ao poema. cordel (corda fina). si (disponível em: <www. academia.edu/27629268/ b) qual é o principal efeito produzido pelo fato de os versos serem cur- Morte_e_vida_severina_ tos e com quase o mesmo número de sílabas poéticas? Jo%C3%A3o_Cabral_de_Melo_ Neto_Uma_breve_proposta_ A leitura adquire ritmo e musicalidade. de_an%C3%A1lise_do_ discurso_textual_e_lexical_>;11. No caderno, anote quais das características de um texto dramático apa- acesso em: 20 ago. 2018), recem no poema que estamos analisando. “não foi por acaso que o es- critor escolheu as formas a) Cada fala é antecedida pelo nome do personagem que a diz. populares dos autos medie- vais e dos versos redondi- b) Apresenta rubricas que orientam a encenação. lhos para tratar de um tema relacionado com o povo e a c) A ação se desenrola em uma sequência de cenas. pobreza. [...] O autor tinha a intenção de descrever os d) As ações e falas no poema levam o espectador a construir, por si nordestinos, destinando o mesmo, a imagem dos personagens. trabalho final ao povo; por- tanto era necessário que ele ced encontrasse uma forma es- tética válida e adequada, aRecursos expressivos única possível para se expri- mir: a forma estética da obra1. Observe, nos trechos destacados nestes versos, o uso da personificação, Para relembrar é, portanto, essencialmente figura de linguagem presente nas cenas lidas. popular: “A elaborada pesqui- Personificação é a sa linguística e o empregoFragmento 1 Fragmento 2 atribuição de de uma linguagem popular, vivendo na mesma serra que podia ele plantar características, muito próxima da oralidade, magra e ossuda em que eu vivia. na pedra avara? comportamentos e/ou constituem as caraterísti- sentimentos humanos a cas mais marcantes do esti- — Nos magros lábios de areia, um objeto ou um ser lo desta obra singular.” (p. 5). irmão das almas, abstrato. dos intervalos das pedras, Recursos expressivos plantava palha. (EF89LP37) Analisar osa) Que imagem da natureza o uso dessas personificações cria na carac- efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como terização do espaço em que se movem os personagens nessas cenas? […] antítese, aliteração […]. Uma natureza dura, agreste, um espaço árido, de seca e pobreza. Atividade 1, item bb) Que função tem essa caracterização do espaço para o leitor compreen- • Comentequeoespaço,nes- der as cenas? Mostrar as condições difíceis que levam o retirante a migrar. ses versos, é visto e descri- to pelos olhos do persona-2. Releia estes versos. gem. No poema, espaço, ambiente e personagens— Este foi morto de bala, estão intimamente ligados. irmão das almas, • Ressalte que, nas cenas se- mais garantido é de bala, guintes a essas, essa rela- mais longe vara. ção continua sendo eviden- ciada. Severino continua a— E quem foi que o emboscou, trajetória pelo Capiberibe; irmãos das almas, com as águas interrompi- quem contra ele soltou das pela época da seca, há essa ave-bala? mortes “severinas”, vilas vazias, engenhos abando- Unidade 2 55 nados, miséria e sofrimen- to. No Recife, embora haja água, o cenário é desolador, com os mangues, lamaçal e mocambos em que vivem outros retirantes. 55MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Atividade 3, item b 3. a) A figura de linguagem presente no título é a antítese e ocorre pela oposição entre as palavras morte e vida.• Comente que o título encer- a) Com a expressão ave-bala, o poeta cria uma metáfora. Como você ra uma aparente contradi- entende essa expressão no contexto do poema? ção, pois inverte o percur- so humano: parte da morte Para relembrar b) Agora, observe a aliteração construída pelo poeta. para chegar à vida. Entre- Aliteração é a figura de tanto, pela leitura do poe- linguagem que consiste — E foi morrida essa morte, 2. a) Espera-se que os alunos ma, essa contradição se na repetição exata ou irmãos das almas, compreendam que o poeta desfaz porque Severino, aproximada de um compara a bala a uma ave: que queria “saltar fora da mesmo fonema (som), ponte e da vida”, vê a vida geralmente uma essa foi morte morrida ambas “voam”. Pode-se en- se afirmar com o nasci- consoante, em um verso, tender também “ave-bala” mento do menino “que sal- estrofe ou frase no início, tou para dentro da vida”, meio ou final de palavras ou foi matada? como uma metáfora da violên- nos versos da cena 13. próximas entre si. cia na disputa de terras.Atividade 3, item c 3. b) Espera-se que os alunos• Comente que o pano ou te- respondam que se pode pen- Que efeito essa aliteração cria na leitura do poema? sar na ordem dos aconteci- cido com que, em algumas mentos narrados no poema: Cria ritmo e sonoridade, reforçando a musicalidade e harmonia dos versos. regiões, ou antigamente, primeiro, Severino se depara se envolvem os mortos, é com a morte em todos os lu- 3. A força dramática dos versos lidos e do poema como um todo está na chamado de mortalha. gares por onde passa; no final, ele presencia um nascimento, criação de efeitos poéticos por meio do emprego de várias figuras deAtividade 4, item a que é a celebração da vida.• Comente que o adjetivo se- linguagem. Analise estas outras presentes no poema. 4. a) Espera-se que os alunos verina não é dicionarizado; percebam que “vida severina” a) No título, Morte e vida severina, temos uma figura de linguagem. Você é uma criação do poeta que, é uma vida difícil, em que se consegue identificar qual é e de que maneira ela aparece no título? por analogia, faz um cruza- passa fome, pois a terra, quan- mento do adjetivo severa do é árida pela escassez de b) Se a ordem natural na vida é primeiro viver e depois morrer, como se (difícil, árida) com o nome chuva, dificulta ou não permite explica o título do poema ter a ordem inversa, isto é, a morte vir primeiro? Severino, comum na re- a lavoura, além disso, há a con- gião, como explica o perso- vivência com doenças. “Morte c) Releia os versos a seguir e responda: qual é a figura de linguagem nagem no início do poema. severina” é a que acontece um pouco a cada dia, pelas más presente neles? Explique sua resposta. A metáfora: a noite fechada é o melhorAtividade 4, item b condições de vida: a que pode• Ajude os alunos a perceber vir quando a pessoa já está — Partamos enquanto é noite, lençol dos mortos. O poeta compara a “velha” (ainda que não tenha noite, escura, encoberta a um lençol que, como visto anterior- nem 30 anos) ou quando é mui- mente, Severino represen- to jovem, antes dos 20, por irmão das almas, que envolveria o morto. ta todos os retirantes; tra- emboscada. ta-se de uma metonímia do que é o melhor lençol dos mortos tipo “singular pelo plural”. 5. a) A metonímia está presen- te nos dois últimos versos, em noite fechada. que a palavra espingarda (o instrumento) substitui ou reme- 4. Leia o boxe a seguir. Depois, responda às perguntas. te à palavra assassino (à pes- soa que utilizou a espingarda). Metonímia é a figura de linguagem que consiste em substituir uma palavra por outra que tenha proximidade com ela. Por exemplo, o nome 56 Unidade 2 da parte pelo todo (teto em vez de casa); o instrumento pela pessoa (máquinas em vez de pessoas, funcionários); nome do autor pelo nome da obra (Portinari em vez de quadro de Portinari); do conti- nente pelo conteúdo (copo de água em vez de água); indivíduo pelo conjunto (o aluno em vez de os alunos); etc. a) No título, o poeta usa a palavra severina como adjetivo. Pelo con- texto, o que se pode entender por uma “vida severina”? E por uma “morte severina”? b) Em sua opinião, o nome Severino, com que o personagem se apre- senta, pode ser considerado uma metonímia? Explique sua resposta. Resposta pessoal. 5. Releia este fragmento em que uma metonímia é empregada. — E agora o que passará, irmãos das almas, o que é que acontecerá contra a espingarda? a) Você consegue identificá-la e analisar o sentido que cria nesses versos? b) Se, em vez dessa metonímia, o poeta empregasse palavras denotativas, usadas em sentido literal, como “o que acontecerá contra o assassino”, o efeito seria o mesmo? Explique sua resposta. Não, pois os versos perderiam a força poética, ficando empobrecidos e desvalorizando sua função de caracterizar poeticamente personagens e ações.56 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 26. No caderno, anote a afirmação ou as afirmações que mais bem explicam as características da lin- Atividade 8 guagem empregada no poema. ¥ Esta atividade tem comoa) Simples, coloquial, comum no dia a dia. objetivo desenvolver nos alunos a habilidade deb) Acessível e rica em imagens poéticas. identificar repetições ana- fóricas que contribuemc) Construída por meio de recursos rítmicos. para a progressão temá- tica na narração, recurso d) Rebuscada com figuras de difícil compreensão. usado pelo autor ao longo dos versos. bec7. Agora, observe a presença das rimas nestes versos do poema.Somos muitos Severinos a de tentar despertariguais em tudo e na sina: terra sempre mais extinta,a de abrandar estas pedras a de querer arrancarsuando-se muito em cima, algum roçado da cinza. a) Quais são as palavras que rimam entre si? sina/cima; extinta/cinza; despertar/arrancar b) Em sina/cima/extinta/cinza repete-se a vogal i. De que forma essa repetição contribui para a sonoridade do poema? Cria ritmo e cadência na leitura dos versos.8. Releia e observe as expressões destacadas.morremos de morte igual, de emboscada antes dos vinte,mesma morte severina: de fome um pouco por diaque é a morte de que se morre (de fraqueza e de doença [...])de velhice antes dos trinta,Que efeito a repetição dessas expressões semelhantes entre si causa no poema? Anote, no cader-no, a afirmação ou as afirmações mais adequadas para responder a essa pergunta.a) Marca o ritmo e cria sonoridade.b) Informa o leitor que emboscada, fraqueza e fome são comuns na vida do retirante.c) Intensifica e amplia o sentido dos versos.d) Enfatiza o termo ou expressão repetidos. a, c e d9. Considerando o uso do travessão no trecho lido e dos recursos que separam cada cena, responda: a quem se destina o poema? Destina-se a profissionais envolvidos na encenação do texto e leitores em geral interessados no gênero. Para lembrarIntenções principais Poema dramáticoLeitores Emocionar, fazer refletir. Profissionais envolvidos na encenação do texto: atores, diretor, produtor, figurinista, etc. Leitores em geral que desejam apreciar o poema dramático.Organização Dividido em cenas.Linguagem A história é frequentemente contada por meio de diálogos. Estruturado em versos. Emprego de rimas, repetições de palavras e versos. Uso de figuras de linguagem. Unidade 2 57 57MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Oralidade Oralidade Não escreva no livro! Competência geral da Literatura e outras manifestações artísticas Educação Básica 3. Valorizar e fruir as diver- Sente-se com um colega. Juntos, observem as imagens a seguir, reflitam sobre elas e registrem no ca- derno suas impressões e conclusões para partilhá-las em seguida com os demais colegas e o professor. sas manifestações ar- tísticas e culturais, das Simone Ezaki/Cia. Galeria 4 locais às mundiais, e tam- bém participar de práti- Reprodução/Caritas Discos do Brasil Cia. Galeria 4 cas diversificadas da pro- Reprodução/Embrafilmeapresenta Morte dução artístico-cultural. e vida severina, na Funarte SP, em Competência São Paulo. Foto específica de de 2012. Linguagens para o Ensino Fundamental 2. Na cena teatral, po- 1. Compreender as lingua- deriam entrar outras linguagens, como a gens como construção música, os gestos, o humana, histórica, social figurino, as expressões e cultural, de natureza faciais; no cartaz do fil- dinâmica, reconhecen- me, são acrescidos do-as e valorizando-as elementos gráficos, como formas de signifi- como o crânio de um cação da realidade e ex- animal, possivelmente pressão de subjetivida- morto por falta de água, des e identidades sociais e os pés de severinos e culturais. anônimos no movimen- to de caminhar; na capa (EF69LP49) Mostrar-se in- do disco, não há ele- teressado e envolvido […] mentos novos, somen- por outras produções cultu- te a representação da rais […] e receptivo a tex- cena em que o morto é tos que rompam com seu carregado. universo de expectativas, […] apoiando-se […] em Capa do disco de vinil com músicas compostas por Chico Capa do filme Morte e vida seu conhecimento sobre os Buarque para o poema de João Cabral de Melo Neto. severina, de 1977. gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo pro- 1. De que forma cada imagem reflete cenas descritas nos versos que vocês leram de Morte e vida fessor. severina? Cena teatral: não aparece no trecho lido, mas espera-se que os alunos reconheçam personagens chorando por um (EF89LP27) Tecer conside- morto; cartaz do filme: retirantes caminham em um cenário de morte; capa do disco: os irmãos das almas carregam o morto na rede. rações e formular problema- tizações pertinentes, em 2. Quais das imagens são reiterativas, ou seja, reafirmam ou repetem os versos e quais acrescentam momentos oportunos, em novos elementos? situações de aulas, apresen- tação oral, seminário etc. 3. O que causou mais impacto na opinião de vocês: a leitura dos versos do poema ou as releituras em outras manifestações artísticas? Resposta pessoal. (EF89LP32) Analisar os efeitos de sentido decor- 4. Nessas imagens, uma mesma questão social é explorada. Na opinião de vocês, a arte, em geral, e rentes do uso de [...] ([..] a literatura, em particular, têm o poder de modificar a realidade? Resposta pessoal. alusões [...]) entre os tex- tos literários [...] e outras 58 Unidade 2 manifestações artísticas ([...] teatro, artes visuais são a respeito dos diferentes olhares que cada manifestação respeito de questões pessoais e sociais, modificando com- [...], música), quanto aos artística tem sobre o mesmo objeto cultural. portamentos, tornando o indivíduo crítico e consciente de temas, personagens, esti- seu papel social, e impelindo iniciativas de intervenção na los, autores etc., e entre o Atividade 2 realidade. texto original [...]. • Ouça os alunos. Ajude-os a analisar os elementos de cada uma • Ao proporcionar aos alunos das imagens, observando os detalhes que dizem respeito a o contato e a fruição da lei- cada manifestação artística. tura de um poema dramá- tico, as atividades desta Atividade 4 seção têm como objetivo • Comente que arte e literatura podem não alterar diretamen- ativar esse conhecimento na associação com outras te a realidade, mas podem promover e provocar a reflexão a manifestações culturais li- gadas à releitura do poema ou das cenas em linguagem visual. • As atividades podem ser feitas em duplas ou trios. Ao final, fomente a discus-58 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Diálogo entre textos Não escreva no livro! Diálogo entre textosLuiz Alfredo/O Cruzeiro/O Sertão na canção (EF69LP46) Participar de EM/D.A. Press práticas de compartilha- Fabio Colombini/Acervo do fotógrafoLeia um trecho da letra da canção “Asa branca”, do compositor Luiz Gonzaga.mento de leitura/recepção de […] manifestações artís- Asa branca Asa-branca ou ticas, […] tecendo, quando pomba-asa-branca é possível, comentários de or-Quando oiei a terra ardendo uma ave migratória, dem estética e afetiva e justi-Qua fogueira de São João encontrada do ficando suas apreciações, es-Eu perguntei a Deus do céu, uai Nordeste ao Rio Grande crevendo comentários […].Por que tamanha judiação do Sul, em Goiás, Mato Grosso e em São Paulo. • O objetivo das atividadesQue braseiro, que fornaia Da família das pombas, é levar os alunos a esta-Nem um pé de prantação vive geralmente em belecer relações textuaisPor farta d’água perdi meu gado campos e cerrados dialógicas que permitam aMorreu de sede meu alazão brasileiros. Seu nome identificação e compreen- vem do fato de suas são de perspectivas dife-Inté mesmo a asa branca asas terem uma faixa rentes ou semelhantes.Bateu asas do sertão branca na parteEntonce eu disse, adeus Rosinha superior que só pode Sugestão de atividadeGuarda contigo meu coração ser vista no momento complementar[...] do voo. • Após realização da ativida- GONZAGA, Luiz; TEIXEIRA, Humberto. Asa branca. Intérprete: Luiz Gonzaga. de 3, sugerimos que apre- In: GONZAGA, Luiz. Asa branca. Rio de Janeiro: RCA Victor, 1947. sente aos alunos, prefe- rencialmente na sala de Luiz Gonzaga (1912-1989), cantor e compositor, autor da Informática, a letra e a me- canção “Asa branca”, conhecido como o “Rei do Baião”, foi um lodia de “Funeral de um la- dos artistas mais importantes da música brasileira. vrador”, canção escrita por Chico Buarque. Explique1. De que modo as falas de Severino e a voz do eu poético nesses versos que essa canção corres- ponde aos versos do poe-dialogam entre si? Ambos abandonam sua casa no Sertão por causa da seca e partem ma Morte e vida Severina (cena 8, em que Severino em busca de melhores condições de vida. assiste ao enterro de um trabalhador), e fazem par-2. No início dos versos da canção, o eu poético faz uma comparação. Qual te da trilha sonora da peça e do filme, adaptaçõesé ela e de que modo se aproxima do ambiente que rodeia os personagens dessa obra literária. Após Ambos falam de condições inóspitas: terra “ardendo qua a audição, proponha asno trecho do poema lido? fogueira de São João” remete ao ambiente de seca e calor seguintes questões para discussão em grupo: como que se entrevê pelas falas dos personagens no poema. letra, som e ritmo se conec- tam na canção?; Quais são3. Compare estes versos da fala de Severino, na cena 5 do poema, com estes as relações existentes en- tre o poema e a música cria-da canção. da para a peça e o filme?. Finalize a atividade enfa- Versos do poema Morte e Versos da letra da canção tizando as relações entre vida severina ÒAsa brancaÓ Música, Literatura e Teatro que dialogam, por meio de[...] será que a água destes poços Que braseiro, que fornaia diferentes recursos, sobreé toda aqui consumida Nem um pé de prantação o mesmo tema. Incentivepelas roças, pelos bichos, Por farta d’água perdi meu gado o compartilhamento e apelo sol com suas línguas? Morreu de sede meu alazão adesão à leitura do poema completo.O que as imagens destacadas, construídas por meio da linguagem figu-rada, empregadas pelos dois poetas, têm em comum nesses versos?A ação do Sol. Unidade 2 59 59MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Do texto para Do texto para o cotidiano Não escreva no livro! o cotidiano A seca no Nordeste Competência geral da Educação Básica Depois de ler os versos do poema Morte e vida severina e conhecer um pouco a realidade de pessoas que lutam pela vida, enfrentando a seca, a fome, a miséria, vamos refletir mais um pouco. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de Leia este trecho de uma reportagem. conflitos e a coopera- ção, fazendo-se res- Ações para minimizar a seca que persegue o Nordeste peitar e promovendo o respeito ao outro e aos Em 1947, já cantava a seca Luiz Gonzaga nos versos de Asa Branca: “Que braseiro, que forna- direitos humanos, com acolhimento e valoriza- lha, nem um pé de plantação. Por falta d’água perdi meu gado, morreu de sede meu alazão”. Se- ção da diversidade de indivíduos e de grupos tenta anos se passaram e a letra se mostra ainda tão atual quanto no tempo do rei do baião. São sociais, seus saberes, identidades, culturas os retratos da seca no Nordeste que denunciam a condição de risco em que milhares de brasileiros e potencialidades, sem preconceitos de qual- vivem expostos. Desde os primeiros registros do final do século XV até hoje, a situação parece a quer natureza. mesma: a falta de água continua a queimar o solo de sertão, gerando prejuízos inestimáveis para• Nestas atividades, o ob- jetivo é levar os alunos a a população. desenvolver a empatia, fortalecer o respeito e a [...] genuína interação com o outro, reconhecendo e se A região vive o que Regina Alvalá, coordenadora de Relações Institucionais do Centro Nacional de conectando com as neces- sidades de diferentes ato- Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), define como “uma seca prolongada”. Há res em ambientes sociais distintos do seu. cinco anos, as chuvas vêm abaixo da média no semiárido nordestino, mesmo durante as estaçõesAtividade 2 chuvosas. Para além dos fatores geográficos naturais – que envolvem questões de relevo, latitude e• Comente que, mesmo que poucos rios permanentes -, ocorre também o fenômeno El Niño, o aquecimento das águas do Oceano tenha havido progresso, o país ainda continua apre- Pacífico, que acaba impactando nas dinâmicas do clima. No Nordeste, isso significa longos períodos sentando desigualdade econômico-social e miséria. de estiagem. Para além de fatores naturais, Alvalá destaca também a exploração do solo e as mudanças climá- ticas como fatores agravantes. “Tem toda essa questão do uso e da ocupação da terra por 500 anos, desde a colonização do Brasil. E, com temperaturas mais elevadas, ocorre alta evaporação da água do solo. É uma combinação de fatores que leva a esse cenário e que está ligado às mudanças climá- ticas”, aponta. Essa realidade atinge principalmente aqueles que já convivem com os impactos do baixo desen- volvimento, como no sertão, onde grande parte da população depende da agricultura de subsistên- cia. A falta de água, recurso abundante no Brasil, mas mal distribuído entre suas regiões, expõe os riscos de uma realidade mais ainda complexa: a fome. Sem o recurso para irrigar as plantações, moradores não conseguem garantir a alimentação necessária para o sustento de suas famílias e também de seus animais. 1. Naturais: o relevo, a latitude (relativo ao clima semiárido natural da região), poucos rios [...] permanentes e a ação do El Niño (aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, na faixa do Equador, que ocorre de 4 em 4 anos; não natural: o tipo de exploração do solo. AMCHAM Brasil. Ações para minimizar a seca que persegue o Nordeste. Estadão, São Paulo, 30 mar. 2017. ECOando. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/blogs/ecoando/acoes-para-minimizar-a-seca-que-persegue-o-nordeste/>. Acesso em: 22 jul. 2018. 1. O autor da reportagem menciona fatores naturais e não naturais res- N‹o deixe de ler ponsáveis pela seca e pelo agravamento da situação. Quais são eles? Morte e vida severina, de 2. Depois de ler esse trecho da reportagem, relembre o poema Morte e João Cabral de Melo Neto, vida severina, escrito em 1955, e reflita: os problemas enfrentados versão em HQ de Miguel pelos “severinos” se resolveram de lá para cá? Explique sua resposta. Falcão, Massangana. Não, pois a seca e a fome ainda persistem apesar de terem se passado tantos anos. Em um conjunto composto de livro e DVD, o texto de 3. Em sua opinião, a crítica feita no poema de João Cabral de Melo Neto João Cabral é transformado continua válida no Brasil de hoje? Explique. Resposta pessoal. Possibilidade: o em uma história em quadrinhos. drama das pessoas atingidas pela seca e pela fome, que buscam trabalho, como o personagem Severino, ainda existe e continua relevante e digno de crítica para atrair a atenção da população 60 Unideaddoes2governantes para o assunto.60 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Reflexão sobre a língua Não escreva no livro! Atividade 1 • Comente que a escolha A posição do sujeito na oração Para relembrar entre sujeito anteposto ou Você provavelmente já sabe que os elementos constitutivos de uma oração O sujeito pode aparecer posposto pode criar efeitossão o sujeito e o predicado. Vamos relembrar alguns pontos sobre o assunto para anteposto ou posposto de sentido diversos em umchecar seus conhecimentos? ao verbo na oração. poema.1. Releia estes versos do poema Morte e vida severina. Atividade 1, item c — Até que não foi morrida, • Comente que a posposição irmão das almas, esta foi morte matada, do sujeito, com a ordem in- numa emboscada. versa na colocação desses termos na oração, é de uso a) Compare, a seguir, a inversão que foi feita na colocação do sujeito em relação ao verbo. frequente na poesia. • A ordem direta é aquela emesta foi morte matada esta morte foi matada que a oração está organi- zada em uma ordem sintá-No verso, temos a ordem inversa ou indireta. Em sua opinião, qual das construções acima cria tica, em que cada termo damais impacto na leitura? oração se vincula sequen- cialmente àquele que o pre-b) Releia mais estes versos. 1. a) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que, na inversão da ordem cede: sujeito + núcleo ver- da oração, intensificam-se o verbo e o que foi atribuído ao sujeito, o adjetivo matada, bal + complementos. Na — Queria mais espalhar-se ou seja, a ênfase está no processo como ocorreu a morte e não no fato em si. ordem indireta ou inversa, irmão das almas, essas posições podem ser queria voar mais livre alteradas, sendo que não essa ave-bala. só a posição do sujeito e do predicado podem ser inver- Identifique o sujeito referente ao verbo voar. Trata-se de sujeito posposto ou anteposto? tidas. Dentre outros deslo- camentos, também pode O sujeito é ave-bala. Trata-se de um sujeito posposto ao verbo voar. ocorrer o do núcleo verbal e seus complementos bemc) Reflita: que efeito de sentido a inversão da ordem do sujeito e do predicado pode provocar em como a anteposição do ad- junto adverbial a toda a ora- um poema? Cria ênfase e destaca o que se diz no predicado. Pode contribuir também para a sonoridade e o ritmo dos versos. ção o qual, na ordem direta, ocuparia a posição final. ANo português do Brasil, a ordem direta, que consiste em organizar a oração em sujeito e, depois, respeito da sintaxe de co-predicado, é uma sequência usual, ou seja, o sujeito anteposto ao verbo. A ordem dos termos que locação, afirma o professorsai dessa sequência é chamada de ordem indireta ou inversa. Evanildo Bechara, em sua Moderna Gramática Brasi-2. Títulos de notícias e de reportagens desempenham função importante na composição do projeto leira, página 582, citada na gráfico de jornais e revistas, e muitos exploram a ordem indireta para criar determinados efeitos. Bibliografia: “A colocação, Observe estes títulos e identifique os sujeitos de cada um. dentro de um idioma obe- dece a tendências varia- Fragmento 1 número de casos confirmados de toxoplasmose das, quer de ordem estrita- mente gramatical, quer de Sobe para 271 número de casos confirmados ordem rítmica, psicológica de toxoplasmose em Santa Maria e estilística, que se coorde- nam e completam.” De acordo com boletim divulgado nesta sexta, 24 grávidas foram diagnosticadas com a doença Atividade 2 Subiu para 271 o número de casos confirmados de toxoplasmose em Santa Maria, conforme (EF89LP06) Analisar o uso foi divulgado nesta sexta-feira pelo governo do Rio Grande do Sul e prefeitura municipal. [...] de recursos persuasivos em textos […] (como a elabo- SOBE para 271 número de casos confirmados de toxoplasmose em Santa Maria. Correio do Povo, Porto Alegre, ração do título, escolhas le- 11 maio 2018. Disponível em: <www.correiodopovo.com.br/Noticias/Geral/2018/5/650155/ xicais, […]) e seus efeitos de sentido. Sobe-para-271-numero-de-casos-confirmados-de-toxoplasmose-em-Santa-Maria->. Acesso em: 23 jul. 2018. • Nesta atividade, o objetivo Unidade 2 61 é levar os alunos a obser- var que o sujeito posposto Reflexão sobre a língua O sujeito posposto, na ordem indireta de um enunciado, con- é um recurso linguístico- fere relevância à informação dada (o predicado) e não ao su- -discursivo; ao inverter aA posição do sujeito na oração jeito. Enfocamos ainda o sujeito indeterminado e os efeitos de ordem direta convencional sentido que seu uso provoca em textos de diferentes gêneros. da oração, cria-se um efei- (EF08LP06) Identificar, em textos lidos […] os termos consti- to de sentido mais forte do tutivos da oração (sujeito […], verbo […]). que a ordem direta à qual o leitor está habituado. In-• Nesta seção, fazemos uma revisão do sujeito anteposto e pos- centive os alunos a aplicar posto, com aprofundamento na interpretação dos efeitos de o recurso da ordem inversa sentido da ordem direta e indireta na oração, e o que essas es- em seus próprios textos na colhas autorais podem criar em textos de diferentes gêneros. produção escrita. 61MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Atividade 2, fragmento 2 Para relembrar Fragmento 2 Rio• Comente que rio é o sujeito Lide é o primeiro parágrafo de uma notícia Rio na China fica vermelho sangue da primeira oração no título que, em geral, apresenta e assusta moradores da notícia; o sujeito da se- resumidamente as gunda é ele (e ele assusta informações que serão Moradores da região costumavam usar a água do rio, considerada limpa, moradores). desenvolvidas no corpo para abastecimento; Agência ambiental diz que não há risco do texto.Atividade 2, item c [...]• Comente que o jornalista 2. a) No segundo título, com a explicação de que o rio ficou Autoridades locais disseram que a água ficou assim após vários baldes poderia ter usado somente vermelho sangue – o que as- de tinta vermelha terem sido mal colocados perto da margem do rio. vermelho, que seria uma in- susta o leitor – para depois formação suficiente e neu- esclarecer no corpo da notícia [...] tra; o acréscimo de sangue que a causa foi um incidente visa criar impacto. com baldes de tinta e não BARBOSA, Vanessa. Rio na China fica vermelho sangue e assusta moradores. Exame, apresenta riscos à população 28 jul. 2014. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/Atividade 2, item d que utiliza a água do rio para• Se necessário, comen- abastecimento. rio-na-china-fica-vermelho-sangue-e-assusta-moradores>. Acesso em: 23 jul. 2018. te que o sujeito posposto 62 Unidade 2 Fragmento 3 o número de pessoas fora de casa por enchentes no RS confere relevância ao ver- bo, chamando a atenção Cai para 14,4 mil o número de pessoas fora do leitor para a informa- de casa por enchentes no RS ção dada no predicado e não para o sujeito. Águas começam a baixar, mas número de cidades afetadas aumenta para 163Atividade 2, item e• Comente que a anteposi- As pessoas começam a voltar para suas casas com as águas baixando nas áreas de enchente do Rio Grande do Sul. [...] ção ou posposição do su- jeito em títulos de notícias CAI para 14,4 mil o número de pessoas fora de casa por enchentes no RS. Correio do Povo, obedece a propósitos jor- Porto Alegre, 10 jul. 2014. Disponível em: <www.correiodopovo.com.br/ nalísticos para causar im- Noticias/?Noticia=530221>. Acesso em: 5 mar. 2018. pacto e gerar o interesse do leitor; ao mesmo tempo, a) Títulos de notícias são construídos para chamar a atenção do leitor decorre, geralmente, da po- e, muitas vezes, criam impacto noticiando tragédias que, posterior- sição ideológica da empre- mente, são amenizadas no lide. Em qual ou quais das manchetes sa na escolha do destaque isso acontece? principal das notícias do dia. Essas escolhas editoriais b) Os três títulos têm composição igual em relação à posição do sujeito valorizam determinado as- e do predicado? Justifique sua resposta. pecto da notícia, com desta- que maior (ou menor) para Não; nos títulos 1 e 3 o sujeito aparece posposto. a informação, ou seja, ou enfatizando o sujeito ou o c) Observe as formas verbais e expressões empregadas nos títulos: ver- predicado, dependendo do melho sangue, assusta, sobe, cai. Em sua opinião, os autores das que os editores considerem notícias escolheram propositalmente essas palavras ou as usaram sem mais urgente, mais chama- intenção nenhuma? Explique sua resposta. Resposta pessoal. Espera-se que tivo ou mais útil para o pú- blico leitor ou que privilegie os alunos percebam que foram escolhidas propositalmente para chamar a atenção do leitor. a própria posição do jornal. d) O que teria levado os autores do título ou títulos que possuem sujei- to posposto a fazer essa escolha? Espera-se que os alunos respondam que provavelmente foi para dar mais destaque à ação ocorrida. e) Como ficaria a manchete do terceiro fragmento se a ordem da oração fosse direta em vez de inversa? O efeito seria o mesmo? Justifique sua resposta. O número de pessoas fora de casa por enchentes no RS cai para 14,4 mil. Não; a ênfase dada ao fato da queda do número de desabrigados se perde.62 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Sujeito indeterminado: contexto e sentidos na oração Sujeito indeterminado: contexto e sentidos na1. Leia esta charge e observe como os elementos verbais e não verbais constroem os sentidos do texto. oração © Alpino/Acervo do ilustrador (EF69LP05) Inferir e justifi- car, em textos multissemió- ponte estaiada: ponte ticos – tirinhas, charges sustentada por cabos […] etc. –, o efeito de hu- (chamados de estais) em mor, […] pelo uso ambíguo diagonal. de palavras, […] de recur- sos iconográficos, de pon- ALPINO. Folha de Vitória, 31 ago. 2009. tuação etc. a) A cena retrata a parte superior de uma ponte estaiada com os cabos que a sustentam. Obser- • Nesta parte da seção, pro- curamos desenvolver a per- ve a posição das aves em relação aos cabos. Na personificação das aves, o que indicam suas cepção de que o emprego do sujeito indeterminado se fisionomias? deve a diferentes motivos: o de desconhecimento real Possibilidade: desconforto, aborrecimento, tristeza. da identidade do ser a que corresponde a ação e o da b) Releia a parte verbal da charge. Quais foram os grupos esquecidos na construção da nova escolha discursiva inten- cional de dissimular, ocultar ponte, segundo uma delas? propositalmente o sujeito ou considerá-lo irrelevante Os pedestres, os ciclistas e os pássaros. na situação comunicativa. No primeiro caso, temos: c) Que elemento na estrutura da ponte revela que não se pensou no bem-estar dos pássaros ao “Deixaram um pacote para você, não vi quem foi.”; “En- construí-la? De que modo isso cria humor na charge? contraram seu livro no pá- tio.”. No segundo, temos: Os cabos de sustentação em posição diagonal e não reta. Como pássaros costu- “Me contaram que você vai embora, é verdade?”; “Estão2. Releia a primeira fala da charge. mam pousar em cabos, nessa ponte, a posição inclinada em que ficam cria o anunciando na TV um novo tratamento para o cabelo.”; humor na representação da cena. As fisionomias desoladas contribuem para isso. “Dizem que ele se mudou há cinco anos.”. a) A personagem da coruja não informa quem esqueceu esses três grupos. A terminação da for- Atividade 2, item a ma verbal esqueceram, que indica a 3ª pessoa do plural, é suficiente para identificar ou de- • Comente que a remissão a terminar o sujeito? Explique. um pronome como eles ou elas não esclarece qual é Não, porque não é possível conhecer a identidade das pessoas que se “esqueceram” dos pássaros. a palavra ou palavras que indicam a pessoa, pes- b) Gramaticalmente, não é possível determinar qual é o sujeito dessa oração, mas, pelo contexto, soas ou órgãos públicos que ocupariam a posição é possível imaginar quem esqueceu os pedestres, os ciclistas e os pássaros. Quem poderiam ser de sujeito. essas pessoas? Atividade 2, item c • Em situações de interaçãoc) Quando não é possível identificar ou determinar o sujeito de uma oração, temos um sujeito comunicativa espontânea,indeterminado. No caderno, indique a afirmação ou afirmações mais adequadas que respon- a indeterminação pode ser expressa pelo emprego dedem por que isso pode ocorrer. 2. b) Espera-se que os alunos respondam que são um pronome genérico ou de I. O autor do texto se esqueceu de mencioná-lo. as pessoas que, em uma cidade, tomam decisões expressões pronominais, tais como construir uma ponte e/ou as pessoas que como “você”, “a gente”, “todo mundo”, “ninguém”, planejam e executam o projeto. Por exemplo, auto- como em “Quando você não conhece o assunto, é me-II. O autor do texto não sabe a quem se refere o sujeito. ridades do estado ou do município, engenheiros, lhor ficar calado.”; “A gente precisa lutar para vencer na construtores, arquitetos, etc. vida.”; “Ninguém sabe o que vai acontecer.”; “Todo mun-III. O autor do texto não tem interesse ou intenção de identiácá-lo. do aprecia um bom prato.”.II e III Gramaticalmente, não se trata de sujeito indetermi-3. Leia esta tira e observe como o uso do sujeito indeterminado pode provocar humor. nado, pois há um sintagma nominal que ocupa a posi- © Laerte/Acervo da cartunista ção do sujeito na oração. LAERTE. Disponível em: <www2.uol.com.br/laerte/ tiras/dia-a-dia/imoveis/tira23. gif>. Acesso em: 23 jul. 2018. Unidade 2 63 63MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Atividade 3, item a Elementos a) Analise a composição do personagem no primeiro e segundo quadri-• O termo paralinguístico re- paralinguísticos são nhos. De que modo os elementos paralinguísticos e cinésicos aspectos não verbais contribuem para indicar como ele se sente? fere-se à paralinguagem, que acompanham a “linguagem paralela” não fala, como o tom de b) O que revelam os pontos de exclamação, as reticências e o ponto de verbal, que acompanha si- voz (alto, baixo), a tuações de fala, engloban- entonação, o timbre interrogação no trecho da tira “Os móveis, o som, a... a... que placa do aspectos relacionados (agudo, grave), a Os pontos de exclamação revelam espanto, susto; as reticências, a inter- ao tom ou modulação da intensidade, o ritmo da é essa aí?”? rupção da citação dos itens que faltam; a interrogação revela perplexidade voz e a outros sons (como fala, a respiração hum, hum…) que acompa- (calma, ofegante), as c) Que elementdoisandteodceeanlgáorqiouecnoãnotsreibeuspeemravpaaernacoinnttrearnaslii.ficar a composição nham a fala e que revelam o pausas e hesitações estado de espírito do falan- que expressam estados da cena? te. Segundo Robert L. Trask emocionais. Na (1944-2004), professor e comunicação não O cômodo vazio, os fios soltos. linguista britânico, em seu verbal, além dos Dicionário de Linguagem elementos d) De que modo o sujeito indeterminado expresso na oração “Levaram e Linguística, p. 223, cita- paralinguísticos, estão do na Bibliografia, o termo presentes também tudo!!” contribui para criar o humor da tira? paralinguagem é, às vezes, elementos cinésicos usado em sentido estrito (relativos a movimento), Quando não é possível identificar gramaticalmente o sujeito de uma para se referir apenas a as- como gestos, oração, temos um sujeito indeterminado. Isso pode ocorrer: pectos relacionados à voz expressões faciais, e, em sentido amplo, a to- postura, movimentos • quando não se sabe a quem se refere o sujeito da oração; dos os aspectos incluídos de cabeça que na situação de fala, como acompanham a fala. • quando não há interesse ou intenção de identificar o sujeito. os elementos cinésicos, por exemplo. Para ele, o Na escrita, são 4. Leia este trecho de uma resenha e observe a ocorrência do sujeito inde- uso em sentido restrito é considerados o recomendado. elementos terminado. 3. a) Os elementos dos balões de fala e a expressão corporal do personagem: a paralinguísticos a pontuação, com as reticências que indicam pausa e hesitação na fala; os dois pon-Atividade 3, item d pontuação expressiva,• Comente como, nesse con- recursos gráficos como tos de exclamação que indicam intensidade no tom de fala; a boca aberta em sinal fontes diferentes, uso texto, não é relevante sa- de negrito e itálico, Emoções baratas de respiração curta; a postura e ber quem exatamente le- separação de sílabas, a expressão facial do persona- vou as coisas; o fato de cores, formas ou terem sido levadas é mais linhas, etc. que gem: o rosto com gotas de suor, relevante para a explora- procuram expressar ção da reação do persona- verbalmente esses Faz bem ver tantas comédias? os olhos arregalados, o cabelo gem na situação de comu- estados de espírito. em pé. nicação explorada na tira. Assim, a escolha é o sujeito Dizem que os homens não gostam de comédias românticas. Boba- indeterminado. gem. Se apenas as mulheres vissem esse tipo de filme ele não faria oAtividade 4, item a• Comente que a comédia sucesso que faz. Nem haveria tantos deles. [...] romântica, gênero que [...] explora o amor “perfeito”, Talvez o escapismo desses filmes exacerbe as nossas dificuldades a fantasia, os finais feli- com a realidade. Talvez alguns de nós sejam contaminados pelo roman- zes, emoções de pessoas tismo das comédias e – mesmo sem saber – passem a vida esperando no cotidiano, é geralmen- o par perfeito do cinema. te associada, pela crítica [...] e por muitas pessoas, a emoções superficiais (ba- MARTINS, Ivan. Emoções baratas. Época, 22 set. 2010. Disponível em: ratas) e à alienação, sem <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/ propiciar reflexão. 0,,EMI173732-15230,00 -EMOCOES+BA R ATA S.htm l>.Atividade 4, item c Acesso em: 5 maio 2018.• Comente que o sujeito in- 3. d) Espera-se que os alunos per- a) Uma comédia romântica apresenta histórias de amor de maneira determinado em “dizem” cebam que a oração com sujeito sentimental e, não raro, extrema. Que ligação se pode depreender indica que não é o rese- indeterminado se revela, no terceiro entre o título da matéria, “Emoções baratas”, e a classificação, “co- nhista quem afirma que os quadrinho, uma oração com sujeito média romântica”? homens não gostam de co- “determinado”, já que foi o próprio médias românticas; trata- personagem quem levou tudo. Resposta pessoal. -se de senso comum, que ele está apenas repetindo 4. b) Possibilidade: para ele, se só b) De que modo o autor fundamenta sua opinião de que os homens como um recurso textual. as mulheres gostassem, esse tipo gostam, sim, de comédias românticas? Ele se inclui entre esses ho- de filme não faria sucesso como mens? Explique suas respostas. geralmente faz. Sim; com o uso do pronome nós, o autor se inclui c) Na oração em que emprega o sujeito indeterminado, o resenhista nesse grupo e se autoavalia como afirma: “Dizem que os homens não gostam de comédias românticas.”. possivelmente contagiado pelo Há interesse do autor em mencionar quem tem essa opinião? Explique romantismo das comédias. sua resposta. 64 Unidade 2 Não, não há interesse; além disso, é impossível saber. Espera-se que os alunos concluam que se trata de uma frase que muitos dizem, que circula e se escuta frequentemente, ou seja, não corresponde à fala de uma única pessoa.64 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 25. Leia este trecho do conto “O homem que procurava a máquina”, do escritor Ignácio de Loyola Reflexão sobre Brandão. a língua [...] Atividade 5, item b • Comente que em Surgiram Não foi da noite para o dia que os alicerces surgiram e começaram a erguer as paredes. Houve preparação do terreno, medições, marcações, durante meses. Acontece que os fatos posteriores (os alicerces), ficaram (os ficaram nebulosos, criaram-se lendas e hoje todos juram que os alicerces apareceram num dia, o fatos posteriores), juram edifício ficou pronto no outro e a grande máquina foi instalada no terceiro. Em seguida, passaram (todos), criaram-se (len- a contratar pessoas. das), apareceram (os ali- cerces), são (os dados) não Na verdade, o início pouco interessa. Os dados relativos àquela época, essenciais à situação, há sujeito indeterminado. são os seguintes: instalaram a grande máquina num bairro operário, sem calçamentos e esgotos, não atingido pela especulação imobiliária. Era apenas um bairro distante de uma cidade que vivia Uma questão da agricultura. [...] investigativa BRANDÃO, Ignácio de Loyola. O homem que procurava a máquina. In: O homem do furo na mão & outras histórias. Competência geral da São Paulo: Ática, 2009. p. 31. Educação Básica a) De acordo com o trecho, um prédio começou a ser erguido normalmente, mas não se sabe bem 2. Exercitar a curiosidade o que aconteceu depois. Por quê? intelectual e recorrer à abordagem própria das Porque os fatos ocorridos depois de erguidos os alicerces ficaram sem explicação, eram nebulosos. ciências, incluindo a in- vestigação, a reflexão, a b) O narrador se valeu do sujeito indeterminado em vários momentos para construir o texto. Em análise crítica, a imagina- quais formas verbais na 3ª pessoa do plural não é possível identificar gramaticalmente o sujeito? ção e a criatividade, para investigar causas, ela- Começaram, passaram, instalaram. borar e testar hipóteses, formulareresolverproble- c) Nesse trecho, as orações com sujeito indeterminado contribuem para criar um clima de humor, mas e criar soluções (in- romantismo, mistério ou terror? Mistério. clusivetecnológicas)com base nos conhecimentosUma questão investigativa Não escreva no livro! das diferentes áreas. A ordem direta e indireta da oração no português do Brasil • Esta atividade tem como objetivo levar os alunos a A ordem direta, como vimos, é a mais usual na língua portuguesa. Em que contexto ocorre a adotar uma perspectiva in-ordem inversa na anteposição do sujeito? Observe, investigue, analise, conclua! Veja o que você vai vestigativa na observaçãoinvestigar: e análise do funcionamento da língua para ativar, utilizar Em que gêneros e tipos de texto ocorre a anteposição do sujeito no uso da língua? e atualizar o conhecimento Durante cinco dias, em seu dia a dia, preste atenção a textos escritos e identifique se há casos construído na identificaçãode anteposição do sujeito. Você pode registrá-los a partir de manchetes, títulos de notícias, anúncios, e registro de informaçõesoutdoors, banners, busdoors, faixas, panfletos, folhetos, placas, avisos, cardápios, etc. em discursos escritos. Importante: só valem os observados em textos do cotidiano ou da área jornalística. Fotografe com seu celular enunciados que apresentem a anteposição do verbo e anote, em uma • Comentequebusdoors,comfolha separada, o gênero textual ou o tipo de texto. Se não for possível fotografar os enunciados, inspiração em outdoor, é umescreva-os em uma folha à parte. Ao final do quinto dia, analise suas anotações: há ocorrências anúncio em formato de car-frequentes? Se sim, em que textos predomina a anteposição? Prepare uma conclusão para ser apre- taz ou painel colorido afixadosentada à turma na escola. no vidro traseiro de ônibus. Em dia combinado com o professor, junte-se a mais dois ou três colegas para comparar e analisaros registros e, assim, responder à questão investigativa proposta. Em seguida, um dos participantes • Espera-se que os alunosdo grupo pode fazer oralmente um relato das conclusões de todos. concluam se, em determi- Se houver jornal em sua escola, um dos colegas pode preparar uma matéria para ser publicada, nada esfera ou campo deem nome da turma, com os resultados da pesquisa. atuação, se na mídia ou na esfera do cotidiano, há Unidade 2 65 mais ou menos ocorrências da ordem inversa na coloca- ção do sujeito, avaliando a frequência e o contexto de produção. Para ampliação da atividade, peça que im- primam as ocorrências que mais lhes chamaram a aten- ção, com indicação do con- texto, para montar um pai- nel com o título da questão investigativa e as análises dos alunos. No caso de pu- blicação, oriente a produção de um relato sobre os resul- tados da pesquisa, que po- derá também ser publicado no blogue da turma ou da es- cola e fazer parte da Revista no final do ano. 65MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Leitura 2 Leitura 2 Não escreva no livro! (EF69LP44) Inferir a pre- Antes de ler sença de valores sociais, culturais e humanos […] 1. Você conhece casos ou histórias de pessoas que, apesar de suas dificuldades, não se rendem e em textos literários, reco- mantêm a esperança em dias melhores? Se conhece, compartilhe com a turma. Resposta pessoal. nhecendo nesses textos formas de estabelecer múlti- 2. Muitas vezes, nos acostumamos com uma situação que nos faz perder a esperança de melhorar. plos olhares sobre as identi- Você alguma vez já sentiu que se acostumou com alguma coisa, mesmo que isso o tenha desa- dades, sociedades e culturas gradado? Ou sabe que se acostumou com algo, mas não deveria? e considerando […] o con- texto social e histórico […]. Resposta pessoal. (EF89LP33) Ler, de forma 3. O que devemos fazer para manter as esperanças e continuar persistindo diante das dificuldades? autônoma, e compreen- der – selecionando proce- Resposta pessoal. dimentos e estratégias de leitura adequados a diferen- No poema dramático, a intenção foi discutir uma questão social. A crônica que você vai ler, escrita por tes objetivos e levando em Marina Colasanti, tem como assunto uma questão pessoal, mas, ao mesmo tempo, também social. Ao ler conta características dos o título, o que você espera encontrar na leitura? Leia para confirmar suas hipóteses e compreender, pelo gêneros e suportes – […] conteúdo, de que forma o título está associado ao assunto. crônicas […]. Durante a leitura, procure descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto em que elasAntes de ler aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário.Atividade 1 Eu sei, mas não devia• Ouça os alunos. Comente Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. que dificuldades, contra- A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao tempos, desilusões fazem redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo parte da vida, assim com se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas logo se acostuma a acender mais a alegria, as boas surpre- cedo a luz. E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. sas, as conquistas. Expli- A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo que o que é resiliência, que porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer san- se define pela capacidade duíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está de enfrentar e superar difi- cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. culdades. É importante que A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra aceita os mortos e que as pessoas exercitem o au- haja números para os mortos. E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz. E acei- toconhecimento e identifi- tando as negociações de paz aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. quem suas emoções para aprender a lidar com elas. Gustavo Ramos/Arquivo da editoraAtividade 2• Explore as opiniões dos alu- nos; muitas vezes a rotina diária cria automatismos que nos impedem de rea- gir a algo que nos aborrece.Leitura• Sugerimos que proponha a leitura da crônica de modo silencioso e individual para que os alunos possam fruir o momento da leitura. Em seguida, proponha uma leitura compartilhada, em que cada aluno pode ler um parágrafo. 6666 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pes- Vocabuláriosoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.  baioneta: arma branca fixa- A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinhei- da na extremidade do canoro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as da espingarda ou fuzil.coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro,para ter com que pagar nas filas em que se cobra. esquivar-se: fugir de, evitar, não se expor. A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisãoe assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lan-Fábio Motta/Agência Estadoçado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas, de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificialde ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contami-nação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de ma-drugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vaiafastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente sentana primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e suano resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fimde semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempresono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas,sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupara vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma. COLASANTI, Marina. A casa das palavras e outras crônicas. São Paulo: Ática, 2002. p. 67-68. (Coleção Para gostar de ler, v. 32). © Marina Colasanti Marina Colasanti (1937-) é escritora, jornalista, tradutora, autora de poesias, contos e livros de literatura infantil e infantojuvenil. Entre suas obras, estão: Eu sozinha, Uma ideia toda azul, Minha ilha maravilha, Zooilógico, A morada do ser, Breve história de um pequeno amor, Melhores crônicas e Tudo tem princípio e fim. Em 1997, recebeu o Prêmio Jabuti pelo livro Eu sei, mas não devia. 67 67MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Exploração do texto 2. a) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos reconheçam que foi, provavelmente, a observação e a constatação de como a roti- na da vida moderna automatiza as pessoas, que passam a não enxergar o dia (e a vida) como algo a ser verdadeiramente vivido. (EF69LP47) Analisar […] as diferentes formas de Explora•‹o do texto 2. b) Espera-se que os alunos respondam Não escreva no livro! composição próprias de que o foco inicial em 1a pessoa, que cada gênero […] e os efei- tos de sentido decorrentes logo passa ao uso da expressão a gente, aproxima autora e leitor, fa- dos tempos verbais […] e os efeitos de sentido decor- zendo com que este se envolva com as reflexões e se veja, senão nas rentes do foco narrativo típi- co de cada gênero, […] do mesmas, pelo menos em algumas das situações descritas por ela. uso de […] palavras e ex- pressões conotativas e pro- 1. Inicialmente publicada em um jornal, como acontece em geral com esse gênero, essa crônica traz cessos figurativos e do uso de recursos linguístico-gra- uma série de reflexões. maticais próprios a cada gê- nero […]. a) Em sua opinião, ela pode atingir um público restrito ou mais amplo? Explique sua resposta.Atividade 1, item b Um público amplo, podendo atingir pessoas de diferentes condições sociais e diferentes idades. • É possível que os alunos b) Que sensação a leitura provocou em você? Justifique sua resposta.Resposta pessoal. mencionem uma identifi- cação com as reflexões da c) Após a leitura da crônica, sua hipótese sobre o assunto foi confirmada? Explique. cronista ou refutem suas considerações. Resposta pessoal.Atividade 3, item b 2. Uma crônica pode ser escrita em 1a ou 3a pessoa. Nesta, a cronista escreve em 1a pessoa, enume-• Ouça os alunos e considere rando e descrevendo fatos que presencia em seu cotidiano. respostas variadas, pois a análise do título depende da a) Em sua opinião, qual foi o ponto de partida dela ao escrever sobre esse tema? reflexão de cada um. Pode ser que algum aluno respon- b) De que forma a escolha do foco narrativo contribui para aprofundar essas reflexões? da, por exemplo, que o narra- dor tem consciência de ter 3. Agora, reflita sobre a relação entre o título da crônica e seu conteúdo. se acostumado com várias situações e, com isso, ter a) Qual é a reflexão que a cronista faz em torno dos atos cotidianos das pessoas que, na atuali- perdido momentos praze- dade, vivem em zonas urbanas e das consequências que isso traz? rosos durante a vida, ou ter se acostumado a fatos de- b) Analise o título da crônica: “Eu sei, mas não devia”. Em sua opinião, o que o narrador sabe, sagradáveis para não sofrer. mas não devia fazer/sentir? Explique sua resposta. Resposta pessoal.Atividade 5, item a 4. A construção do texto baseia-se em um esquema de repetições dispostas em paralelo. No caderno,• A exemplificação é um dos complete o início de cada parágrafo com uma das circunstâncias geradas pelo conformismo e tipos de argumento utili- acomodação que o ser humano vai acumulando ao longo da vida. Elas estão relacionadas no zado em textos argumen- tativos. O assunto será quadro a seguir. 3. a) Possibilidade: A perda da sensibilidade e das características essenciais que nos fazem humanos, retomado em unidades como o sentimento de compaixão e empatia, o sentimento de pertencimento e a necessidade de posteriores deste volume. comunicação interpessoal, a fruição e interação com a natureza de forma saudável. distanciamento e indiferença perda da noção de paz consumismo entre as pessoas indiferença pela natureza destruição do meio ambiente isolamento em autodefesa opressão da publicidade submissão ao trabalho sem tréguas falta de lazer a) Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada [...]. indiferença pela natureza b) A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. submissão ao trabalho sem tréguas c) A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. perda da noção de paz d) A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. distanciamento e indiferença entre as pessoas e) A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. consumismo f) A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. opressão da publicidade g) A gente se acostuma à poluição. destruição do meio ambiente h) A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. isolamento em autodefesa 5. Para a cronista, o ser humano se acostuma com determinadas situações sem se dar conta disso. a) Que tipos de argumento ela apresenta para justificar seu ponto de vista? Enumera fatos, comportamentos e atitudes que exemplificam o que aponta em cada uma de suas afirmações. b) Existe um motivo que explica a razão por que o ser humano se acostuma à perda da natureza, à guerra, ao isolamento, ao trabalho sem tréguas. Para a cronista, qual é ele? Evitar o sofrimento, se preservar diante das asperezas e perdas da vida. 68 Unidade 268 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 26. b) Espera-se que os alunos respondam que na conclusão, nas duas últimas frases: “A gente se acostuma para poupar a vida. Que Exploração do textoaos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.” Atividade 6, item c 6. A crônica está dividida em introdução, desenvolvimento e conclusão. • Ouça os alunos e conside-a) Qual é a relação entre o título e a constante enumeração do grupo de palavras que introduz re suas reflexões. Comen- Com o título e a expressão que introduz cada parágrafo (nove entre dez parágrafos), a te que há casos de pessoascada parágrafo da crônica? cronista já antecipa sua visão a respeito do tema: A gente se acostuma... mas não devia que deixam de refletir so- bre o que é mais importan- se acostumar. te na vida. Por vezes, afun- dados na rotina do dia a diab) Segundo a cronista, se acostumar com determinadas situações pode trazer consequências e na luta pela sobrevivên- cia, deixam de olhar a na-destrutivas para a própria vida. Em que momento da crônica isso é mostrado? tureza, de interagir com os amigos e a família, de sec) Em sua opinião, por que muitas pessoas se acostumam a agir assim? Resposta pessoal. sensibilizar com o sofri- mento do outro, de exercer7. Leia, a seguir, duas afirmações sobre o tema da crônica e do poema dramático presente na seus direitos com plenitu- Leitura 1. de, etc. I. O ser humano se acostuma com tudo, passa a achar normais determinadas situações e nada faz Atividade 7 para mudar sua vida. • Colha as impressões dos II. Não há melhor espetáculo do que a vida, e ela merece ser vivida com vigor e esperança, mesmo alunos e fomente a dis- que haja dificuldades e privações. cussão no sentido de que as pessoas devem tomar Depois de conhecer a crônica “Eu sei, mas não devia” e um trecho do poema dramático Morte e vida a própria vida em suas severina, qual das afirmações anteriores espelha sua visão diante da vida? mãos, mantendo a essên- cia do que nos torna seres Resposta pessoal. humanos, não se acos- tumando com e reagindo8. Entre as situações exemplificadas pela cronista na relação entre o que o ser humano faz e as con- contra a opressão, a vio- sequências que sua indiferença e conformismo trazem, qual delas mais sensibilizou você? Justifi- lência, a solidão, desen- que sua resposta. Resposta pessoal. volvendo a empatia, a so- lidariedade, a cooperaçãoRecursos expressivos 2. b) A retomada constante da expressão ao lado da forma verbal se acostuma e a tolerância. é um recurso de repetição que enfatiza o tema por meio da descrição de dife- rentes situações a que o ser humano está exposto no cotidiano, colaborando Recursos expressivos para a construção dos sentidos do texto. Atividade 2, item b1. O uso da 1a pessoa está presente no título e na primeira frase do texto. Em seguida, a cro- • Comente que, ao estabele-nista passa a empregar a expressão a gente. Que efeito essa troca provoca na sequência da cer a relação entre os pa- rágrafos por meio da repe-crônica? A cronista passa a incluir o leitor, convidando-o a refletir sobre sua própria vida. tição, a cronista intensifica a exemplificação, possibi-2. Todos os demais parágrafos começam pela expressão “A gente se acostuma a...”. litando uma compreensão ampla e sólida do que quer a) A expressão a gente refere-se ao pronome nós. Em que sentido ela está empregada na crôni- demonstrar. ca, ou seja, a quem corresponde a expressão a gente? Atividade 3, item a A gente refere-se ao ser humano em geral, à humanidade, em particular a quem vive nas cidades. • Comente que acontece b) De que modo essa expressão contribui para a progressão e o desenvolvimento do tema tratado? uma banalização da guerra e de suas consequências, 3. a) Espera-se que os alunos respondam que o ser humano se acostuma com o pois a frequência do núme- ro de mortos, por exemplo,3. Releia este parágrafo da crônica. número de mortos veiculado nas notícias sobre a guerra e, por isso, passa a aceitar e sua duração banalizam, tornam comum a situa- a situação ou ser indiferente a ela sem questionar. ção e o ser humano passa a aceitá-la como “normal”. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz. Atividade 3, item b E aceitando as negociações de paz aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. • Comente que não só a mo-a) Observe a estrutura progressiva com que a cronista constrói sua argumentação na retomada radia em apartamentos, das formas verbais. mas eventualmente luga- res ou ambientes fechados leitura do jornal ñ guerra ñ número de mortos ñ como condomínios, escri- ñ perda da noção de paz ñ se acostuma com a guerra tórios e shoppings podem também fazer com que o Nesse trecho, por que a leitura de jornais – ou o noticiário na TV – leva o ser humano a se ser humano se acostume acostumar com a guerra? ao concreto, ao vidro, às lu- zes artificiais, às paredes li-b) Releia o primeiro parágrafo da crônica e estabeleça a progressão das atitudes que explicam por mítrofes, ao confinamento, que o ser humano perde o contato com a natureza. contribuindo para afastá-lo do contato com a natureza.Possibilidade: apartamentos de fundos ñ sem vista para a natureza ñ não olha para fora ñ não abre as cortinas ñ acende asluzes mais cedo ñ se acostuma ñ esquece o contato com a natureza Unidade 2 69 69MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Atividade 4 4. A crônica lírica apresenta traços poéticos e linguagem metafórica com o uso de figuras, de imagens poéticas e de palavras conotativas. Analise os fragmentos a seguir e indique a figura de linguagem (EF69LP54) Analisar os presente: se gradação, hipérbole ou metáfora. efeitos de sentido decor- rentes […] do emprego de Gradação é a figura de linguagem que consiste na enumeração de palavras próximas entre si, figuras de linguagem, tais relacionadas pelo significado no contexto em que ocorrem. como […] metáfora, […] hipérbole […]. a) Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para pouparAtividade 7 o peito. Metáfora. As palavras a seguir são usadas em sentido metafórico. Feridas, sangramentos: sofrimento; faca (EF08LP13) Inferir efeitos e baioneta: perdas, ofensas, desilusões; peito: força moral ou espiritual, coragem, ânimo. de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão b) [...] vai se afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. sequencial: conjunções e ar- ticuladores textuais. Gradação. Os advérbios aqui, ali e acolá indicam progressão, escala de experiências dolorosas. c) A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. Hipérbole. Catarata, também uma metáfora, é usada com o significado de grande quantidade; infindável catarata enfatiza e expressa exagero. Há também gradação em instigado, conduzido, desnorteado, lançado. 5. Na crônica, predominam as formas verbais no presente para descrever fatos e situações. a) No caderno, indique o item ou os itens que completam adequadamente a afirmação: essas formas indicam... I. que os fatos descritos e relatados são sempre os mesmos. II. que os fatos acontecem no momento presente. III. que são fatos habituais. III b) Que efeito o uso repetido dessas formas verbais ao longo do texto provoca no leitor? A sensação de rotina sufocante que hábitos repetitivos e automáticos criam. c) Analise o efeito das repetições das formas verbais no infinitivo. A gente se acostuma... Faz refletir sobre o alcance de atitudes cotidianas que se repetem infinitamente, sem que as pessoas se deem conta da perda da própria identidade. • a morar... • a abrir o jornal... • a pagar... • a acordar... • a esperar... • a andar... Que efeito essa enumeração que se repete ao longo da crônica produz? 6. Como vimos, recursos de repetição estão presentes ao longo da crônica e contribuem para sua organização e construção de sentidos. Um desses recursos é a anáfora. No caderno, indique o item ou os itens que completam a seguinte afirmação: A recorrência em nove de dez parágrafos de “A gente se acostuma...”. a) aperfeiçoa o texto citando diferentes c) sustenta, intensifica e amplia uma ideia, situações. envolvendo o leitor emocionalmente. b) cria um efeito simétrico com a função de d) expressa rotina e torna o texto enfadonho convencer. e repetitivo. bec Anáfora é a figura de linguagem que consiste na repetição de uma palavra ou grupo de palavras no início de versos ou frases próximos ou sequenciais, obtendo-se um efeito de simetria. 7. Releia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. a) Indique a relação que as conjunções e os advérbios destacados no trecho estabelecem entre as orações. Porque: explicação; logo: tempo; à medida que: progressão e proporcionalidade entre dois itens (o costume em relação ao esquecimento). b) Observe na frase a seguir a relação de causa e consequência entre as orações. E porque não tem vista... não olha para fora. 70 Unidade 270 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2No caderno, complete as outras sequências com elementos da própria crônica. Atividade 8, item b 7. d) Ela procura demonstrar que o ser ¥ Comente que os recursos I.E porque não olha para fora... não abre de todo as cortinas. humano, ao se defrontar com situações de repetição usados na crô- II.E porque não abre as cortinas... acende a luz mais cedo. de perda, não reage como deveria, pro- nica visam destacar, inten- curando formas de mudar a situação; ele sificar, enfatizar o cotidiano asfixiante, cansativo e mo- III.E porque acende a luz mais cedo... esquece o Sol. se acostuma e, com isso, acumula mais nótono em que muitas pes- perdas das quais não se dá conta. soas vivem. Nesse senti- do, conteúdo e forma estãoc) Com base em suas respostas ao item anterior, a negação de uma atividade leva a outra de intimamente integrados: o que parece ser um texto re- sentido igual ou oposto? Sentido oposto. petitivo, registra, expõe e revela as repetições exte-d) O que a cronista procura demonstrar ao estabelecer essa relação entre as orações? nuantes e mecânicas a que nos submetemos na vida.8. Releia os fragmentos a seguir e observe o uso reiterativo, isto é, repetitivo, frequente, das conjun- ções e e se e das preposições a e para no encadeamento das orações. Fragmento 1 A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito.Fragmento 2 A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a tele-visão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade.Fragmento 3E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo seacostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas logo se acostuma a acendermais cedo a luz. 8. a) No fragmento 1, a preposição para indica finalidade; no fragmento 2, a preposição a indica adequação, ajuste; no fragmento 3, a conjunção e corresponde à soma, e, no fragmento 4, a con-Fragmento 4 junção se indica condição.Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está con-taminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se conso-la pensando no fim de semana.a) No caderno, indique qual é a função das conjunções e das preposições destacadas nos frag- mentos: se indicam condição, continuidade, finalidade ou soma.b) Que efeito o uso repetitivo dessas palavras cria no texto? O gênero crônica tem uma estrutura bastante livre, por isso existem vários tipos de crônica: nar- rativa, humorística, lírica, opinativa, entre outros. Em geral, as narrativas e humorísticas são or- ganizadas a partir de uma narrativa curta, ou com trechos narrativos que propiciam reflexões. As que apresentam predomínio da linguagem poética e que proporcionam prazer estético são as literárias. Em comum, todas são criadas a partir de fatos do cotidiano.Para lembrar 8. b) Destaca e enumera os comportamentos usuais das pessoas, fortalecendo a tese da cronista de que são comportamentos habituais automatizados; procura despertar a sensibilidade do leitor ao provocar emoção e empatia.Intenção principal Crônica Apresentar ao leitor a visão do cronista a respeito de um fato do cotidiano.Leitor Leitores em geral.Organização Introdução, desenvolvimento, conclusão. Uso de 1a ou 3a pessoa. Emprego de verbos no presente do indicativo.Linguagem Adequada à intenção do autor. Uso de éguras de linguagem. Unidade 2 71 71MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Cultura digital – Você Cultura digital Você sabia? Não escreva no livro!sabia? Compartilhe e comente!(EF89LP02) Analisar dife-rentes práticas (curtir, com- Marina Colasanti dá nome a uma Academia Estudantil de Letras, projeto que incentiva e colo-partilhar, comentar, curar ca jovens para ler e refletir sobre livro e leitura em escolas do Ensino Fundamental e Médio naetc.) e textos pertencentes rede de escolas municipais da cidade de São Paulo. Conheça mais sobre esse projeto e como aa diferentes gêneros da cul- autora participa dele no site <www.marinacolasanti.com/2018/05/cha-literario-da-academia-tura digital […] envolvidos estudantil-de.html> (acesso em: 26 jul. 2018).no trato com a informação[…], de forma a possibilitar 1. Visite o site da cronista para conhecê-la um pouco mais,uma presença mais crítica e ler outras crônicas e resenhas, assistir a entrevistas e vídeos,ética nas redes. ver os prêmios literários que ela já ganhou, acompanhando a obra dessa grande escritora em <www.marinacolasanti.Oralidade com/> (acesso em: 26 jul. 2018).Competência específica 2. Escolha uma de suas crônicas e compartilhe-a com um ami-de Língua Portuguesa go, comentando por que está fazendo essa recomendação.para o EnsinoFundamental 3. Após a leitura dele, troquem impressões e reflexões sobre a crônica. Quando alguém lhe enviar uma, leia-a com aten-3. Ler, escutar e produzir ção e converse com o colega sobre o que achou da leitura. textos orais, escritos e Andrew Rybalko/Shutterstock multissemióticos que Jemastock/Shutterstock circulam em diferentes campos de atuação e mí- dias, com compreensão, autonomia, fluência e cri- ticidade, de modo a se ex- pressar e partilhar infor- mações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo. (EF69LP53) Ler em voz alta Oralidade Não escreva no livro! textos literários diversos – como […] crônicas líricas Fluência e expressividade […] – […], expressando a compreensão e interpre- O texto da crônica, como vimos, é estruturado por meio de recursos como as enumerações e as repe- tação do texto por meio de tições que visam reforçar a ideia de automatização cotidiana a que muitos estão sujeitos e a que, sem se uma leitura ou fala expres- dar conta, acabam se acostumando. Essas repetições e enumerações criam ritmo e cadência na leitura. siva e fluente, que respeite o Vamos ver como a leitura fluente confere expressividade ao texto quando lido em voz alta. ritmo, as pausas, as hesita- ções, a entonação indicados Sente-se com um colega. Juntos, escolham um ou dois parágrafos da crônica e dividam as falas entre si. […] pela pontuação […], Leiam os parágrafos escolhidos várias vezes com bastante ênfase e expressividade até a leitura ficar gravando essa leitura […], fluente, sem tropeços. Em dia combinado com o professor, apresentem sua leitura para os demais empregando os recursos lin- colegas. guísticos, paralinguísticos e cinésicos necessários aos 72 Unidade 2 efeitos de sentido pretendi- dos, como o ritmo e a ento- • Sugerimos que distribua os parágrafos entre os alunos e orien- nação, o emprego de pausas te-os na divisão das frases e em relação à exploração do ritmo e prolongamentos, o tom e e da sonoridade, enfatizando determinadas palavras ou seg- o timbre vocais, bem como mentos de texto. Peça-lhes que treinem a leitura em casa e, eventuais recursos de ges- em dia combinado, apresentem-na à turma. Se possível, grave tualidade e pantomima que em áudio ou vídeo essas leituras. convenham ao gênero poéti- co e à situação de comparti- • A organização da turma em duplas é apenas uma sugestão. Os lhamento em questão. alunos, com sua orientação, poderão escolher outras formas de se organizar para realizar a atividade.• O objetivo desta atividade é desenvolver nos alunos a habilidade de interagir oralmente com fluência e expressividade, com pre- cisão, correta articulação das palavras, clareza e en- tonação adequada. Leia, em “Orientações gerais” neste Manual do Profes- sor, considerações sobre a aquisição e o domínio des- sa competência.72 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 2Produção escrita Não escreva no livro! Produção escrita Texto dramático (EF69LP50) Elaborar texto teatral, a partir da adaptação A literatura é uma fonte poderosa de inspiração para o teatro, cinema e tele- de […] crônicas, […] indi-visão. Muitas obras literárias já foram adaptadas para outros formatos. Leia este cando as rubricas para ca-trecho da matéria publicada em um site literário e conheça alguns livros que vi- racterização do cenário, doraram filmes. espaço, do tempo; explicitan- do a caracterização física e10 Filmes adaptados de obras da literatura brasileira psicológica dos personagens e dos seus modos de ação; por Estela Santos reconfigurando a inserção do discurso direto e dos ti- Literatura brasileira: das páginas dos livros às telas dos pos de narrador; explicitan- cinemas do as marcas de variação lin- guística (dialetos, registrosQuando o assunto é “o livro virou filme” sempre vêm à tona algumas e jargões) e retextualizan- do o tratamento da temática.discussões acerca da fidelidade ao texto literário, além do velho comen- • Sugerimos que a atividadetário de que o livro é melhor que o filme. [...] Reprodução/Globo Filmes seja feita em duplas. Caso algum aluno não conheça[...] Separamos, hoje, uma modesta lista o gênero texto dramático, peça a um dos colegas dade obras da literatura brasileira que foram turma que o oriente e ajude.parar nas telas de cinema. [...][...]O filme  Memórias Póstumas de BrásCubas (2001) é baseado no livro homônimode Machado de Assis, um clássico da litera-tura brasileira. A adaptação conta com a di-reção de André Klotzel.[...]O bem-humorado filme O Auto da Com-padecida (2000) é baseado na peça teatralhomônima, que foi escrita em forma de autoe em três atos, do grande Ariano Suassuna.O filme tem direção de Guel Arraes e roteirode Adriana Falcão.[...]SANTOS, Estela. 10 Filmes adaptados de obras da literatura Capa do filme O Auto da brasileira. Homo Literatus. Disponível em: <https:// Compadecida, direção de Guel Arraes, Brasil, 2000. homoliteratus.com/literatura-brasileira-das-paginas-dos- livros-telas-dos-cinemas/>. Acesso em: 19 jul. 2018. Que tal assumir o papel de um dramaturgo e preparar a adaptação de uma Para relembrarobra literária que poderá ser encenada em algum evento em sua escola? As rubricas, que não Veja a proposta. fazem parte dos diálogos de um texto dramático, A partir de um trecho de uma crônica, elabore uma ou duas cenas que possam descrevem o queser encenadas. Para isso, o texto deve indicar as rubricas para caracterização dos acontece em cena e têmpersonagens e do cenário e ter diálogos. A linguagem empregada deve ser ade- a função de orientar osquada ao registro usado na narração da crônica original. Utilize seus conheci- atores, o diretor e outrosmentos a respeito do texto dramático em prosa. profissionais envolvidos na encenação. Unidade 2 73 73MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Antes de começar O poema dramático tem organização semelhante à do texto dramático em prosa, com uma história contada, personagens, cenários, falas e divisão em cenas. Porém, há algumas exceções, como a organi- zação em versos, a ausência de rubricas e a indicação de cenas. No poema dramático que lemos, no lugar das rubricas, há apenas a voz de um narrador oculto no começo de cada cena. Para ajudar na realização das atividades, leia os trechos de cenas de um texto dramático em prosa. 1. Para se orientar sobre o contexto, leia o resumo das cenas a seguir. O Santo e a porca tem três atos e conta a história de Euricão, um velho avarento que guarda suas economias em uma porca de madeira. Desconfia exageradamente de todos e teme, a todo momento, que possam roubá-lo. Os personagens que aparecem neste trecho do Primeiro Ato são Eurico, o protagonista, Caroba e Pinhão, que trabalham para Eurico, e Eudoro, amigo do protagonista. Caroba aproxima-se da porquinha e Eurico faz de tudo para afastá-la. Em seguida, Eurico assusta-se com a entrada de Eudoro, seu amigo. 2. Leia, agora, estes trechos, extraídos de O santo e a porca, e observe os nomes dos personagens, as falas e as rubricas. CAROBA, que tem se aproximado da porca, coloca a mão descuidadamente em seu dorso. EURICÃO — (Aterrado.) Saia daí! CAROBA — Que foi? EURICÃO — Uma aranha, aí! CAROBA — Ai! (Esconde-se atrás da porca, abraçando-se com ela.) CAROBA — Ai, tenho horror a aranha! EURICÃO — Saia daí! CAROBA — O que é? EURICÃO — Um lacrau enorme! Saia, saia! Olhe o lacrau, Caroba! CAROBA — Ai! Aonde, Seu Euricão? EURICÃO — Aí na porca! PINHÃO — Aonde, que eu não estou vendo? EURICÃO — Desapareceu, deve ter fugido! CAROBA — É capaz de estar embaixo da porca. Abaixa-se e procura cuidadosamente, batendo na porca com os nós dos dedos. EURICÃO — Caroba! Olhe a caranguejeira! CAROBA — Ai! Esta casa está cheia de bichos, Seu Euricão! PINHÃO — Sabe por que é isso, Seu Euricão? São essas velharias que o senhor guarda aqui. Só essa porca já tem mais de duzentos anos. CAROBA — Por que o senhor não joga isso fora? Outro dia eu e Dona Margarida quisemos fazer uma surpresa ao senhor. A gente ia jogar fora essa porca velha e comprar uma nova para lhe dar. [...] CAROBA sai de má vontade. EURICÃO vai até a porca e alisa-a carinhosamente. EURICÃO — Ai minha porquinha do coração, a luta é grande contra os ladrões. Mas arranjei sempre mais vinte contos para seu buchinho. 74 Unidade 274 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Entra EUDORO. Antes de começar EUDORO — Eurico... EURICÃO — (Dando um salto.) Santo Antônio me proteja! Que negócio é esse de sair da casa Atividade 3 dos outros e voltar nos mesmos pés? Você está me vigiando? • Sugerimos que converse [...] EUDORO — Afinal, o que é isso? Que é que você quer dizer? Voltei porque vim lhe oferecer com os alunos sobre as preço por essa porca que você guarda aí. questões. A atividade pode EURICÃO — Preço por minha porca? Ai! Socorro! Ladrão! Pega o ladrão! ser um momento compar- EUDORO — Que é isso, homem? tilhado, em que os alunos EURICÃO — Ai a crise, ai a carestia! Ai Santo Antônio! Veja o que querem fazer comigo! respondem às perguntas EUDORO — Mas afinal de contas... oralmente. Se julgar perti- EURICÃO — Ai minha porquinha que herdei de meu avô e esse criminoso quer tomar! Ai minha nente, permita que a turma porquinha! (Cai desfalecido numa cadeira.) trabalhe em dupla. SUASSUNA, Ariano. O santo e a porca [recurso eletrônico]. 26. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013. p. 32-33; 52-53. a) Como são indicadas as rubricas? Em itálico e, quando junto às falas, entre parênteses. b) Em quais rubricas há indicação de como devem se expressar os atores que poderiam represen- tar os personagens? Em “Aterrado”. 2. c) “que tem se aproximado da porca, coloca a mão descuidadamente em seu dorso”; “Esconde-se atrás da porca, c) Em quais rubricas há indicação de como devem atuar os atores? abraçando-se com ela”; ”Abaixa-se e procura cuidadosamente, batendo na porca com os nós dos dedos”; “sai de má vontade”; “vai até a porca e alisa-a carinho- d) De que modo é indicada a mudança de cena? samente”; “Dando um salto”; ”Cai desfalecido numa cadeira”. Pela frase: “Entra EUDORO”.3. Leia, a seguir, a crônica “A outra noite”, escrita por Rubem Braga. A narração é feita em 1a pessoa. A outra noite Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal fechado para voltar-se para mim: — O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra — pura, perfeita e linda. — Mas, que coisa... Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa. — Ora, sim senhor... E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito obrigado ao se- nhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. BRAGA, Rubem. Para gostar de ler. Crônicas. São Paulo: Ática, 1978. v. 2. p. 75. Unidade 2 75 75MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Atividade 3, item a a) Leia mais de uma vez o texto e verifique quais são os personagens, onde acontecem as cenas• Chame a atenção para o e qual é o cenário. Os personagens são o narrador, o amigo e o chofer de táxi. As cenas acontecem nas ruas e em um sentido do título: a outra táxi. O cenário é uma noite de vento e chuva em Copacabana, bairro da cidade do Rio de Janeiro. noite, a noite acima das nuvens, enluarada, pura e b) Analise o que acontece com o taxista, como ele reage e os sentimentos que deixa transparecer. linda, da qual se sabe pelo relato do cronista. É importante que os alunos percebam a emoção do taxista; ele fala poucas palavras, mas é possível perceber que fica sensibi- lizado pelo que ouve: põe a cabeça para fora e passa a dirigir mais lentamente.Atividade 3, item c• Ajude os alunos a perceber c) Analise o significado da última frase do narrador: “um presente de rei”. também o sentido metafó- Espera-se que os alunos percebam que o “presente de rei” é saber que acima da noite escura há outra noite linda. rico na comparação entre a noite escura e a noite com Planejando o texto luar: acima das dificulda- des da vida, há sempre algo 1. Planeje suas cenas com base na crônica lida em Antes de começar e nos itens a seguir. melhor. a) Defina a situação em que os personagens estão envolvidos e quantas cenas haverá. b) Pense na ambientação.Autoavaliação I. Onde ocorre?e reescrita II. Quando ocorre? III. Quanto tempo duram as cenas? (EF69LP08) Revisar/editar o texto produzido […], ten- c) Faça com que os personagens interajam em diálogos que direcionem os acontecimentos. do em vista sua adequação ao contexto de produção, a d) Pense nas rubricas que poderão ser inseridas nessas cenas e que indiquem aos atores como os […] características do gê- personagens se sentem e como devem atuar. nero, aspectos relativos à textualidade, a relação en- 2. Crie a cena, seguindo a estrutura do gênero texto dramático. tre as diferentes semioses, a a) Crie as rubricas para orientar sobre os personagens, o modo de atuar e o cenário. formatação e uso adequado b) Nas rubricas, empregue verbos no presente. das ferramentas de edição c) Anote o nome do personagem antes de cada fala. (de texto, […]) e adequa- d) Lembre-se de que as falas dos personagens ajudam a construir a caracterização deles. ção à norma culta. e) Mantenha o registro de linguagem usado pelos personagens. Autoavaliação e reescrita 1. Após a finalização do texto, releia-o, verificando se os elementos mais importantes de um texto dramático estão presentes nele. a) As cenas reproduzem, em novo formato, a narração do trecho da crônica? b) As rubricas orientam a encenação adequadamente? c) A linguagem está adequada aos personagens e ao contexto da história? 2. Reescreva o que for preciso e entregue o texto ao professor para que ele possa corrigi-lo e orientar você a fazer as correções necessárias. 3. Em uma folha à parte, reescreva o texto em sua versão final, corrigindo eventuais falhas. 4. Troque sua produção com alguns colegas. Assim vocês podem compartilhar a leitura de diferentes versões da mesma cena. 76 Unidade 276 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Cultura digital Experimente fazer! Não escreva no livro! Competências específicas de Língua E-zine Portuguesa para o Ensino Fundamental Na seção anterior, você adaptou e recriou uma crônica transformando-a em uma cena para um texto 8. Selecionar textos e li-dramático. Agora, você vai se juntar a um ou dois colegas para recriar ou adaptar um texto do qualvocês gostem muito. Nesse texto, vocês poderão usar os mesmos personagens e/ou o mesmo tema, vros para leitura inte-mas criando algo novo. Que tal produzir um e-zine? Cada grupo cria uma página, gerando uma única gral, de acordo com ob-produção da turma. jetivos, interesses e projetos pessoais (es- Você sabia? tudo, formação pes- soal, entretenimento,O que são e-zines? pesquisa, trabalho etc.). O termo e-zine vem de fanzine (em inglês, fan = fã; zine, abreviação de magazine = revista), pu- 10. Mobilizar práticas dablicações independentes, produzidas e publicadas pelos próprios criadores, que os distribuem entre cultura digital, dife-amigos ou outras pessoas de seu círculo social. rentes linguagens, mí- dias e ferramentas di- Conhecidos como “revistas para fãs”, geralmente trazem textos, imagens e/ou quadrinhos com gitais para expandirtemas de interesse de seus autores. É muito comum, por exemplo, um fanzine de livro ou filme ter as formas de produzirhistórias para os mesmos personagens, mas com características, situações ou finais diferentes. Com sentidos (nos proces-o desenvolvimento das novas tecnologias, nasceram os e-zines, que circulam em páginas da internet sos de compreensãoou de redes sociais. e produção), aprender e refletir sobre o mun- Sigam as orientações do professor e as etapas a seguir. do e realizar diferentes projetos autorais.1. Sente-se com outros colegas e partilhe com eles suas preferências. Juntos, escolham uma obra de que sejam fãs e decidam como vão recriá-la. Anotem a referência completa da obra (EF69LP07) Produzir tex- selecionada: título, nome do autor, editora ou diretor, etc. tos em diferentes gêneros, considerando sua adequa-2. Decidam o conteúdo ou tema, os recursos gráficos a serem usados, as cores, nome, capa, ção ao contexto produção sumário, apresentação dos autores, etc. Dividam as tarefas entre si. e circulação – os enuncia- dores envolvidos, os objeti-3. Escrevam a primeira versão do texto, utilizando seus conhecimentos linguísticos e gramaticais. vos, o gênero, o suporte, a Selecionem imagens, escolham o tipo de letra e outros elementos gráficos de modo a torná- circulação –, ao modo ([...] -la mais atrativa. à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse4. Usem um editor de texto e imagem ou um programa on-line para publicação e organizem o contexto, à construção da texto em formato digital. textualidade relacionada às propriedades textuais e do5. Releiam, revisem, editem e salvem a produção no local indicado pelo professor. gênero), utilizando estraté- gias de planejamento, ela-Façam escolhas verbais e visuais que ajudem o leitor boração, revisão, edição, reescrita/redesign e avalia-a compreender a temática do e-zine e a recuperar as relações ção de textos, para, com acom a obra que motivou a produção de vocês. Não se esqueçam ajuda do professor e a cola-de incluir o nome de vocês como autores e de indicar a fonte de boração dos colegas, corri-inspiração para a produção. gir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, Unidade 2 77 acréscimos, reformulações, correções de concordância,Cultura digital – Experimente fazer! ortografia, pontuação em textos e editando imagensCompetências gerais da Educação Básica [...], fazendo cortes, acrésci- mos, ajustes, acrescentan-4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral [...] e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das do/ alterando efeitos, orde- linguagens artística [...], para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contex- namentos etc. tos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. (EF69LP46) Participar de5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética práticas de compartilha- nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhe- mento de leitura/recepção cimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. de obras literárias/manifes- tações artísticas, [...] utili- zando formas de expressão das culturas juvenis, tais como [...] fanzines, e-zines, [...] dentre outras possibili- dades de práticas de apre- ciação e de manifestação da cultura de fãs. 77MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 2Reflexão sobre a Reflexão sobre a língua Não escreva no livro! língua Oração sem sujeito: contexto e sentidos• Em relação à referência e à correspondência entre o 1. Leia o início de uma crônica sobre o Copan, famoso edifício da cidade de São Paulo, construído sujeito e o verbo, ou seja, o em 1952. núcleo do predicado, o su- jeito pode ter referência [...] Juca Martins/Olhar Imagem definida (sujeito expresso ou implícito, elíptico), refe- Chove sobre o Copan, chove rência indefinida (sujeito indeterminado) ou não ter muito. Agora faz sol. Calor. Ago- qualquer referência (ora- ção sem sujeito). Nesta ra chove outra vez. Faz frio. O sol seção, enfocamos a ora- ção sem sujeito e os efei- volta, a chuva volta, o calor volta, tos de sentido que seu uso cria em diferentes gêne- o frio volta e esse vaivém é parte ros bem como os usos dos verbos fazer e haver com a do plano secreto da natureza que função de expressar exis- tência, tempo decorrido, pretende fazer nevar sobre o Co- distância. pan. A natureza é ardilosa.Atividade 1 Nesse ritmo, logo, logo vai Vocabulário nevar sobre o Copan. Gaúchos, ardiloso: esperto, astucioso. mineiros, cariocas, goianos, per-Atividade 1, item d• Em Português, há alguns nambucanos, paraenses. Faça O edifício Copan, em São Paulo (SP), foi projetado pelo arquiteto chuva ou sol, o país inteiro cabe Oscar Niemeyer; estima-se que seja habitado por mais de 5 mil modelos ou padrões de no Copan. [...]. pessoas. Foto de 2018. orações sem sujeito cons- truídas com verbos im- OLIVEIRA, Nelson de. Copan mon amour. Folha de S.Paulo, 9 dez. 2007. +mais!. pessoais, que veremos Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0912200717.htm>. Acesso em: 21 maio 2018. a seguir: a) orações com verbo na 3ª pessoa do sin- a) O autor afirma que “o país inteiro cabe no Copan”. No contexto da notícia, como se pode gular e sujeito inexisten- te, indicando fenômenos interpretar essa frase? naturais; b) orações com verbo haver indicando exis- Possibilidade: No Copan, vivem pessoas de diferentes origens, de variadas regiões do país. tência; c) orações com os verbos haver e fazer indi- b) Que figura de linguagem está presente nesse comentário do autor? cando tempo decorrido; d) orações com verbos na 3ª A hipérbole. pessoa acompanhado do pronome se. c) O autor comenta o efeito de diversos fenômenos naturais no Copan. Que fenômenos são esses?• Comente que os verbos im- Chove; faz frio; faz sol; o calor volta; o frio volta. pessoais são os que indi- cam fenômenos da nature- d) O vaivém do clima, segundo o autor, pode fazer nevar sobre o Copan. Se houvesse a possibi- za na oração sem sujeito; variantes dessas orações lidade de nevar, de que modo se poderia escrever uma oração sobre esse fenômeno? sem sujeito com verbo im- pessoal podem ser cons- Possibilidades: Agora neva sobre o Copan./Neva no Copan./Está nevando no Copan. truídas com os verbos fazer e haver (indicando tempo 2. Releia estas orações da crônica sobre o edifício Copan e observe as formas verbais destacadas. ou existência) e o verbo ser (indicando hora, época, es- Chove sobre o Copan, chove muito. tações do ano), tomados como impessoais. Agora faz sol. Verbo impessoal só é• A oração sem sujeito não Faz frio. usado na 3a pessoa do deve ser confundida com a oração com sujeito indeter- Nesse ritmo, logo, logo vai nevar sobre o Copan. singular. Por exemplo: minado; na oração sem su- a) Nessas orações, é possível: Está calor. Choveu jeito, como o próprio nome ontem. Faz tempo indica, o sujeito não existe. Na oração com sujeito inde- I. determinar a que palavra(s) essas formas verbais se referem? que não venho aqui. terminado, ele existe, mas não se pode ou não se quer Não. identificá-lo. II. identiécar o sujeito dessas orações? Não. III. identiécar uma pessoa ou um ser vivo a quem esses verbos são atribuídos? Por quê? Não. Espera-se que os alunos percebam que são ações referentes a fenômenos da natureza que acontecem por si. b) Essas formas verbais indicam o uso de verbos pessoais, que admitem sujeito, ou verbos im- pessoais, que não se usam com sujeito? Verbos impessoais, usados sem sujeito. Quando não existe na oração um termo ou expressão com que o verbo possa estabelecer corres- pondência gramatical, de forma explícita ou implícita, dizemos que o verbo é impessoal e a oração é uma oração sem sujeito. 78 Unidade 278 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 23. Leia este trecho de um texto sobre a Patagônia chilena. Atividade 3 Maravilha em reflexo Marcio Cabral/Biosphoto/Agência F (EF89LP16) Analisar a mo- dalização realizada em tex- Paraíso de trekkers e aventureiros em geral, Patagônia tos noticiosos […] por meio chilena tem cenários deslumbrantes, daqueles que das modalidades apreciati- ficam por muito tempo na lembrança vas, viabilizadas por clas- ses e estruturas gramati- [...] cais como adjetivos, […] de maneira a perceber a apre- Quem decidir se aventurar na reserva ciação ideológica sobre osde outubro a abril verá o parque [Parque fatos noticiados […].Nacional Torres del Paine, na Pata-gônia] em seu esplendor, repleto de rance-Presseflores. A época também é perfeitapara os que vão investir em tri-lhas. O dia é mais longo – ama-nhece às 5 horas e só anoiteceperto das 22 horas – e as tem-peraturas, bem mais suportá-veis, variando de 2 a 20 graus. A reserva atrai uma multipli- Paisagem do Parque cidade de turistas. Dos que levam Nacional Torres del Paine, dias caminhando em trilhas até os localizado na Patagônia que preferem fazer o tour de um dia chilena. Foto de 2018. em vans. Outros aproveitam a escala dos cruzeiros que passam pela região para con- trekkers: quem faz tratar um guia e esticar até o parque: eles terão trilhas, caminhadas seis horas para percorrer as principais atrações e se difíceis; o termo vem do encantar com o Torres del Paine. inglês, derivado de trek, trilha, caminhada. Para os que podem permanecer mais tempo, os hotéis oferecem reserva: área de cerca de vinte tipos de passeio, como cavalgada pelos montes nevados, preservação ambiental. tours até as geleiras e escaladas radicais. 3. b) Espera-se que os alunos [...] percebam que se atribui ao local qualidades e caracterís- NATALES, Suely Andreazzi, Puerto. Maravilha em reflexo. O Estado de S.Paulo, São Paulo, 31 ago. 2010. ticas que o descrevem como Viagem. Disponível em: <www.estadao.com.br/noticias/suplementos,maravilha-em- um lugar agradável e prazero- reflexo,602861,0.htm>. Acesso em: 25 fev. 2018. so, que oferece aventura, des- lumbramento e perfeição da 3. a) Substantivos: maravilha, paraíso, esplendor, atrações. Adjetivos: deslumbrante, época para visitas a fim de perfeita, radicais. Verbo: encantar (causar encantamento). atrair visitantes, em especial, os aventureiros e os trekkers.a) Que substantivos, adjetivos e verbos são usados no trecho com a intenção de despertar o interesse do leitor?b) De que modo é possível, de acordo com o contexto, estabelecer uma relação entre o uso desses termos e o local ser descrito como um paraíso?c) Releia este fragmento. amanhece às 5 horas e só anoitece perto das 22 horas É possível identificar o sujeito dessas orações? Por quê? Não, porque os verbos são impessoais, expressam fenômenos da natureza. Unidade 2 79 79MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Atividade 4, item d 4. Em orações sem sujeito, não só os verbos que indicam fenômenos meteorológicos ou o verbo haver,• Comente que verbos im- usado de forma impessoal, podem ser usados. Leia esta tira. pessoais podem ser usa- © 2012 Dik Browne/King Features Syndicate/Ipress dos de forma pessoal quan- do usados com sujeito, geralmente em linguagem figurada, como em Chove- ram convites para a festa. BROWNE, Dik. O melhor de Hagar, o horrível. Porto Alegre: L&PM, 2003. v. 1. 4. b) Aparentemente não, pois onde eles estão não há plantas que poderiam ser beneficiadas pela chuva e que justificariam o comentário do personagem. a) Hagar está furioso com a chuva. O que em sua postura, gestos e expressão facial indica isso? Braços levantados em sinal de protesto, boca aberta em sinal de fala em voz mais alta, rosto que revela irritação. b) O comentário do personagem Sortudo consegue acalmá-lo? Explique sua resposta. c) Hagar expressa sua irritação na fala: “Está chovendo há semanas!”. Quantas e quais são as orações que ele usa para se expressar? Duas: está chovendo; há semanas. d) Nessas orações, qual é o sentido do verbo haver e da locução com o verbo chover? Ambos foram empregados como impessoais. O verbo haver indica tempo decorrido, e a 5. Leia o poema “Vento”, de Luís Camargo. locução está chovendo indica fenômeno me- teorológico. Vento O vento Gustavo Ramos/Arquivo da editora venta e inventa mil maneiras de ventar: venta fraco venta forte venta gostoso feito um beijo antes de dormir. […] VENTO. In: CAMARGO, Luís. O cata-vento e o ventilador. São Paulo: FTD, 1998. p. 19. a) Identifique a figura de linguagem presente no poema. Justifique com um exemplo. O recurso é a aliteração. Os versos são “O vento/venta/e inventa” ou “venta fraco/venta forte/venta gostoso”. b) Explique como o uso dessa figura de linguagem colabora na sonoridade do poema. A repetição do som consonantal /ven/ para imitar o som do vento. c) O verbo ventar indica um fenômeno da natureza o qual, geralmente, é impessoal. Isso ocorre no poema? Por quê? Não; o verbo ventar é usado como pessoal na construção de uma personificação. A ele são atribuídas características próprias de um ser vivo. 80 Unidade 280 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Emprego dos verbos haver, fazer e ser na oração sem sujeito Emprego dos verbos haver, fazer e ser na1. Releia estes versos do poema Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto. oração sem sujeito — E quem foi que o emboscou, irmãos das almas, Atividade 1, item a quem contra ele soltou • Comente que a ordem di- essa ave-bala? — Ali é difícil dizer, reta da oração seria: Quem irmão das almas, soltou essa ave-bala contra sempre há uma bala voando ele? Chame a atenção para a desocupada. perda de impacto da expres- — E o que havia ele feito, sividade poética e do ritmo irmãos das almas, dos versos nesse caso. e o que havia ele feito contra a tal pássara? Horácio Gama/Arquivo da editoraa) Observe o uso da ordem inversa da oração nestes versos: “quem contra ele soltou / essa ave- -bala?”. Qual é o sujeito correspondente ao verbo? O sujeito é o pronome quem. b) Nos versos “sempre há uma bala voando / desocupada”, qual é o sujeito correspondente ao verbo haver? Explique como você chegou a essa conclusão. Não há sujeito; o verbo haver foi usado como impessoal, com o sentido de existir. c) Qual é a diferença de sentido no uso do verbo haver nos versos destacados? Explique sua resposta. A oração “sempre há uma bala voando” é sem sujeito; no segundo verso destacado, o verbo haver é pessoal e concorda com o sujeito ele.2. Leia o trecho de uma matéria jornalística que tenta responder a uma conhecida pergunta. Há vida fora da Terra? Perguntinha difícil, essa. Há séculos o homem vem tentando respondê-la, mas está longe deum consenso. Os cientistas costumam se dividir em dois grupos: os otimistas e os pessimistas.Os primeiros acreditam que, sim, o Universo está cheio de vida e, a qualquer momento, poderemosfazer contato com civilizações extraterrestres. [...] Já os pessimistas lembram que, apesar de todasas buscas realizadas, até hoje não foi encontrada uma evidência sólida sobre a existência de vidafora do nosso planeta. [...] Há vida fora da Terra? Superinteressante, 31 maio 2005. Disponível em: <https://super.abril.com.br/ tecnologia/ha-vida-fora-da-terra/>. Acesso em: 2 ago. 2018.a) Segundo o texto, por que a pergunta do título é classificada como difícil? Porque há séculos se procura uma resposta para ela sem que se tenha chegado a uma conclusão.b) Em sua opinião, há vida fora da Terra? Entre pessimistas e otimistas, em qual grupo você está? Resposta pessoal.c) Releia o título da matéria jornalística. Para se referir à possibilidade de vida extraterrestre, o autor utiliza o verbo haver. Com que sentido esse verbo foi empregado? Com sentido de existir.d) No trecho “Há séculos o homem vem tentando respondê-la, mas está longe de um consenso.”, o sentido da expressão destacada é o mesmo que você apontou na resposta anterior? Não. Foi usado com o sentido de tempo decorrido.e) Releia esses mesmos trechos. Há vida fora da Terra? Há séculos o homem vem tentando respondê-la, mas está longe de um consenso. Há sujeito nessas duas orações? Explique sua resposta. Não há sujeito em nenhuma dessas orações, pois o verbo haver foi usado de modo impessoal; indica existência na primeira e tempo decorrido na segunda. Orações construídas com o verbo haver na 3ª pessoa do singular para expressar existência ou tempo decorrido são orações sem sujeito. Nesse caso, o verbo é empregado de modo impessoal. Unidade 2 81 81MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Atividade 3, item b 3. Leia este trecho e observe o uso dos verbos destacados.• Comente que as orações O drama da aldeia com esses verbos, usados A povoação no sentido de existir, exem- Eram quase dez horas da manhã quando um jornalista curioso perguntou a um dos caboclos en- plificam esse drama. costado a um dos quatro pilares que sustentavam o baixo alpendre da singela quitanda de Dona Julita: — E quando adoece uma pessoa aqui, o que é que vocês fazem?Atividade 3, item c — Só tem um jeito Doutor: é esperar que morra pra gente enterrar. Nós não vamos embora• Comente que a estrutura também porque não temos pra onde. Mas, senão, há muito tempo que a gente estava longe daqui. Só vem gente por aqui em tempo de eleição. [...] da oração sem sujeito com [...] o verbo ser é usada na in- dicação de datas, épocas FILHO, Freitas. O drama da aldeia. Memória viva dos povos do mar de Icapuí. Disponível em: históricas, horas e meses <www.brasilcidadao.org.br/museu/artigos_01.php>. Acesso em: 24 jul. 2018. do ano. a) Segundo a fala do morador, como se justifica o título da matéria, dado pelo jornalista?Atividade 4• Nesta atividade, os alunos O drama é causado pela falta de assistência médica, pelo isolamento, pela falta de acessibilidade a centros urbanos maiores. verificarão mais um caso b) No terceiro parágrafo, na fala desse morador, são usados os verbos ter e haver. Com que de emprego do verbo ser. sentido foram empregados? No sentido de existir. c) No trecho “Eram quase dez horas da manhã”, temos uma oração sem sujeito ou com sujeito? De que modo é feita a concordância verbal? Oração sem sujeito. A concordância verbal (verbo ser) é feita com o numeral (dez horas). 4. Leia este trecho de uma matéria jornalística. Rio Floriano Jean Pavão/Acervo do fotógrafo Água clara que brota da terra. No coração do par- que, a trilha das nascentes mina em pequenas fontes. Localizado no estado do Paraná, o rio Floriano O Rio Floriano nasce na sombra de xaxins e samam- mantém-se preservado, com a natureza ao seu baias, cercado de floresta. Um rio intocado, quase redor ainda intocada. Foto de 2016. inacessível, repleto de quedas-d’água e corredeiras. Da nascente até a foz, são cem quilômetros de curvas que cruzam a região mais selvagem do Parque Nacional do Iguaçu. [...] RIO Floriano. Globo Repórter. Disponível em: <http://globoreporter. globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-27-1,00.html>. Acesso em: 24 jul. 2018. a) De que modo são descritos o rio e a região? Rio: claro, intocado, quase inacessível; região: selvagem. b) Para quantificar o percurso do rio Floriano, de que forma se expressa o repórter? Usa uma oração sem sujeito empregando o verbo ser para indicar a distância na oração “são cem quilômetros de curvas”. Nesse caso, o c) Observe este trecho extraído da matéria jornalística. verbo concorda com o numeral. [...] são cem quilômetros de curvas que cruzam a região [...] Nesse trecho, o que está destacado: as curvas ou o rio? De que forma essa construção provo- ca impacto ou interesse no leitor? O trecho destaca as curvas. Espera-se que os alunos respondam que essa construção enfatiza essa característica do rio e provoca o interesse do leitor. A oração sem sujeito também é um modelo adotado para indicar datas, épocas históricas, esta- ções e meses do ano, horas, tempo decorrido. Quando o verbo ser é empregado nessas acepções, ele concorda com o numeral. Por exemplo: É uma da tarde; São seis da tarde; São três quartei- rões até lá. 82 Unidade 282 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2A língua não é sempre a mesma Não escreva no livro! A língua não é sempre a mesma Ter e haver para indicar existência • Nestas atividades, o objeti- Vimos que o verbo haver pode expressar existência. De que outro modo é possível expressar existência? vo é mostrar que, no portu-Leia esta tira. guês do Brasil, é comum a © Laerte/Acervo da cartunista construção da impessoali- dade com o verbo ter em vez do verbo haver para indicar existência ou tempo decorri- do nas orações sem sujeito. LAERTE. Striptiras 3: o zelador pau pra toda obra & o síndico, sempre de olho. Porto Alegre: L&PM, 2008. v. 3. p. 17. 1. O fato de haver um rato em uma sala de espera e a pessoa responsável por esse local não se importar, fazendo um comentário1. Para criar humor, há a exploração do que chamamos de nonsense. Qual é ele nessa tira? desprovido de sentido, o que provoca humor.2. Releia o segundo balão. O sentido habitual do verbo ter é “possuir”. Ele Nonsense (do inglês,foi empregado com esse sentido na tira? Explique sua resposta. sem sentido): palavra, frase ou situação ilógicaNão, nessa frase ele tem o sentido de haver, existir.3. A oração “Ei, tem um rato enorme aqui!!” tem sujeito? Justifique sua ou absurda.resposta.Não. O verbo ter foi empregado como impessoal.4. Compare estas duas orações: a primeira, extraída da tira; e a segunda, com outra proposta deorganização. Versão original Proposta Ei, há um rato enorme aqui!!Ei, tem um rato enorme aqui!!O significado dessas frases é diferente? Qual delas é mais formal?O significado delas não é diferente; a segunda, com o verbo haver, é mais formal. Na linguagem informal, orações construídas com o verbo ter na 3a pessoa do singular para expres- sar existência são orações sem sujeito. Nesse caso, o verbo é empregado de modo impessoal.Encerrando a Unidade Não escreva no livro! Nesta Unidade, você leu um poema dramático e uma crônica e conheceu as principais características,recursos e finalidades desses gêneros; planejou e elaborou um texto dramático a partir de uma crônicae ampliou seus conhecimentos sobre o sujeito e os efeitos de sentido que seu uso provoca no texto. Combase no que aprendeu, responda. Como você avalia o impacto que essas leituras causaram em você? Ajudaram, de alguma forma, a estabelecer preferências entre o texto dramático em prosa e o texto dramático em versos? Resposta pessoal. De que modo a leitura e análise da crônica contribuíram para aumentar seus conhecimentos sobre esse gênero? Resposta pessoal. Em que suas observações sobre a ordem direta e a ordem inversa da oração podem contribuir para sua produção textual? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que o estudo voltado para a análise e compreensão dos conhecimentos linguísticos discursivos e gramaticais da língua pode ajudá-los na produção textual. De que forma o estudo sobre orações sem sujeito e orações com sujeito indeterminado e seus efeitos de sentido pode ajudar você em sua produção textual? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos possam reconhecer que o conhecimento e uso dessas construções revelam domínio progressivo sobre os recursos da língua, e usá-las, quando adequado, contribui para a qualidade do texto. Unidade 2 83 83MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2Conhecimento Conhecimento interligado Não escreva no livro! interligado História e Arte caminham juntas...• Estas atividades têm como objetivo levar os alunos a Ann Ronan Picture Library/Photo12/Agência France-Presse Desde o início da história da humanidade, a arte esteve presente em praticamente valorizar diferentes formas todas as formações culturais. Artistas de diferentes tempos, regiões e etnias têm ten- de manifestações artísti- tado representar o mundo de maneiras também diferentes. Por que isso acontece? cas como meio de acesso e compreensão das diver- Para respondermos a essa pergunta, é preciso ter em mente que a arte não sas culturas, de modo a é produzida em um espaço vazio: ainda que produto do olhar singular e original estabelecerem múltiplos de um indivíduo, a forma de uma representação está associada à finalidade e a olhares sobre identidades exigências da sociedade e do tempo em que foi gerada. Se se esgotasse em uma e grupos sociais bem como visão pessoal, a arte deixaria de captar valores, crenças, costumes, modos de agir compreenderem que ma- de um momento histórico e artístico. nifestações artísticas es- tão inseridas no contex- Acompanhe, a seguir, os diferentes períodos da evolução da arte de repre- to sócio-histórico em que sentar, da qual falamos nesta Unidade. surgem. O teatro primitivo Interdisciplinaridade Segundo estudiosos, já havia na Pré-História danças rituais e festivais que carre- Língua Portuguesa: com- gavam em si as sementes do teatro. Nesses rituais, caçadores da Idade do Gelo, por preender como o teatro exemplo, já se reuniam em torno de uma figura estática de urso usando, eles próprios, grego estabeleceu os parâ- máscaras de urso em um ritual simbólico. metros do teatro ocidental, que, com variadas formas Desenho baseado em uma Antigas civilizações Album/DEA /G. DAGLI ORTI/Latinstock/Museu Egípcio, Turim, Itália. de representação, perma- pintura rupestre necem até hoje. encontrada na Caverna de Datado de cerca de 1800 anos Les Trois-Frères, Ariège a.C., existe um papiro, manuscrito História: identificar ma- (França); mostra possível antigo, apontando um ritual de nifestações artísticas ao feiticeiro vestido com representação da morte de Osíris, longo da evolução da Hu- roupa cerimonial. deus da mitologia egípcia. Sacer- manidade em diversos dotes egípcios organizavam pe- contextos socioculturais. ças contando estágios do destino Representação em papiro de uma cena com Osíris, de Osíris e nelas atuavam. Outros antigo deus egípcio. Museu Egípcio, Turim (Itália).• Sugerimos que, antes de povos antigos, como os etruscos propor as atividades, ex- e chineses, teriam organizado plore as imagens e os co- cerimônias teatralizadas, acom- nhecimentos prévios dos panhando rituais de casamento alunos sobre as informa- e culto aos mortos. ções que acompanham cada uma delas. Reprodução/Galeria Ufçzi, Florença, Itália. Grécia antiga• Para mais informações A história do teatro ocidental começa em Atenas, na Grécia, a partir sobre o assunto, consul- dos cultos a Dionísio, deus do vinho, da fertilidade e da alegria de viver. te as obras que serviram Nos festivais em honra do deus grego (que, em Roma, recebeu o nome de de fonte para as informa- Baco), apresentavam-se cantos corais, os chamados ditirambos, que deram ções sobre a evolução do origem à comédia, e cerimônias e canções que deram origem à tragédia. teatro primitivo até os Surge, nessa fase, o teatro com separação de papéis: atores e plateia. Os dias de hoje: PEIXOTO, Fer- atores, além das máscaras, utilizavam recursos da mímica. Algumas repre- nando. O que é teatro. São sentações eram acompanhadas por músicas cantadas por um coral. Paulo: Brasiliense, 1980; BERTHOLD, Margot. Histó- Baco, de Michelangelo Caravaggio (1598). Oléo sobre tela, ria mundial do teatro. São 95 cm × 85 cm. Galleria degli Uffizi, Florença (Itália). Paulo: Perspectiva, 2001. 84 Unidade 2O teatro primitivo• Comente que, na Pré-Histó- ria, o pensamento mágico levava à criação de rituais para controlar as forças da natureza, orientados por um feiticeiro, alguém especial que entendia ou sabia explicar a natureza e era encarregado das ce- rimônias.

84 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 2



Page 2

Os procedimentos de leitura Toda leitura que fazemos é orientada pelos objetivos e finalidades que temos ao realizar a leitura, e estes objetivos determinam aescolha de procedimentos que tornarão o processo de leitura mais eficaz. Assim: i) se estamos realizando uma pesquisa sobre determinado assunto, investigaremos quais obras podem abordar esse assunto, sele-cionando as que nos parecerem adequadas para uma leitura posterior: leremos o título, identificaremos autor, leremos a apresentaçãoda obra, procurando antecipar se há alguma possibilidade de aquele portador tratar do assunto; procuraremos no índice se há algumcapítulo ou seção que aborde o tema, por exemplo; j) nessa mesma pesquisa, selecionada a obra, procuraremos ler apenas os tópicos referentes ao assunto de nosso interesse, e não,necessariamente, a obra toda; k) se estivermos estudando determinada questão, leremos o texto intensivamente, procurando compreender o máximo do que foidito pelo autor; l) se estivermos selecionando textos que nos possibilitem trabalhar com variedades linguísticas, por exemplo, o nosso critério serátemático e, dessa forma, buscaremos indicações sobre qual o tema e o assunto que os textos abordam; m) se estivermos procurando revisar nosso texto para torná-lo mais adequado, buscaremos pôr todos os elementos que possamprovocar um efeito de sentido diferente daquele que pretendemos. Como se pode ver, os objetivos que podem orientar a leitura podem ser vários: Ler para:Obter uma informação Obter uma informação Seguir instruções (de Aprender Revisar um textoespecífica geral montagem, de orienta- ção geográfica...)Construir repertório – Apresentar oralmentetemático ou de lingua- um texto a uma au- Praticar a leitura em Verificar se houve com- Prazer estéticogem – para produzir diência (numa con- voz alta para uma situa- preensão (reler)outros textos ferência, num sarau, ção de leitura dramáti- num jornal...) ca, de gravação de áu- dio, de representação...A estes objetivos correspondem também vários procedimentos: Uma leitura:Integral Leitura sequenciada e extensiva de um textoInspecional Quando se utilizam expedientes de escolha de textos para leituraTópica posteriorDe revisãoItem a item Para identificar informações pontuais no texto, localizar verbetes em um dicionário ou enciclopédia Para identificar e corrigir, num texto dado, determinadas inadequações em relação a uma referência estabelecida Para realizar uma tarefa seguindo comandos que pressupõem uma ordenação necessáriaExpressiva Ter clareza dos objetivos que orientam a nossa leitura nos possibilitará selecionarmos os procedimentos mais adequados pararealizá-la. Ler, como se vê, é uma atividade complexa. A proficiência leitora envolve o domínio dos aspectos discutidos acima. Nessa perspectiva, qual é a tarefa que cabe à escola?NA ESCOLA... Vimos que a finalidade principal da escola hoje é formar alunos capazes de exercer a sua cidadania, compreendendo criticamente asrealidades sociais e nelas agindo, efetivamente. Para tanto, coloca-se como fundamental a construção da proficiência leitora desse aluno. MANUAL DO PROFESSOR XLIXAo mesmo tempo que a escola necessita criar pautas in- sentido indesejado e oferecendo a contrapartida, quer dizer,teracionais que possibilitem aos alunos apropriarem-se dos explicitando o equívoco e oferecendo novas referências paradiferentes aspectos envolvidos no processamento dos textos, a significação.a própria proficiência leitora dos alunos é condição para esseprocesso de apropriação, dado que a escola é uma instância O professor de outras áreas precisa, dessa forma, saber quaissocial de interação verbal que se vale do conhecimento sobre são as estratégias e procedimentos que um leitor proficientea linguagem escrita para cumprir a sua função, que é ensinar. utiliza para poder utilizá-los de maneira compartilhada com o aluno, de forma que este se aproprie dos mesmos. Nessa perspectiva, é fundamental que todos os educadores –em especial os professores – estejam atentos para essa questão. O professor de Língua Portuguesa deve tomar as estraté-Conhecer a natureza do processo de leitura, assim como o gias e procedimentos de leitura como objeto fundamental deprocesso pelo qual os sentidos de um texto são construídos, é trabalho e aprofundar esse conhecimento no que se refere àscondição indispensável para uma aprendizagem efetiva, quan- especificidades dos gêneros, de maneira mais sistematizada.do esta pressupõe a leitura de textos escritos. No ensino de Língua Portuguesa – sobretudo no Ensino Um professor de Matemática, por exemplo – assim como de Fundamental –, os conteúdos, no geral, têm um caráter pro-qualquer outra área –, tanto necessita ter informações gerais sobre cedimental, considerando que se trata de tematizar todos oso processamento dos sentidos de um texto quanto informações conhecimentos com os quais se opera na prática de linguagem.específicas sobre as características dos textos que circulam em Não que isso signifique que não haja conceituação no processosua aula – as situações-problema, os enunciados de exercícios, os de compreensão de tais conhecimentos, transformados emtextos expositivos que sistematizam conhecimentos – e que são conteúdos de ensino.típicos de sua área de conhecimento. São estas informações quepossibilitarão a ele uma intervenção de efetiva qualidade. Significa, apenas, que a dimensão procedimental predomina no trabalho com linguagem, dado que se trata de aprender a Da mesma forma, os professores de Ciências, História, Geo- participar de práticas sociais, e não de elaborar definições agrafia, Artes, Educação Física, Língua Estrangeira, entre outras respeito de tais conteúdos ou de apenas organizá-los de ma-áreas. Isso não significa, no entanto, que o professor de Língua neira sistematizada.Portuguesa dará à questão da leitura o mesmo tratamento. A sistematização/organização dos conhecimentos é processo A ele, evidentemente, caberá um tratamento mais aprofunda- que irá sendo tratado à medida que as necessidades e possibi-do tanto das especificidades dos gêneros discursivos que mais lidades de aprendizagem dos alunos determinem, e que irá secirculam nas outras áreas do conhecimento, quanto àqueles que complexificando à medida que avançam os anos de escolaridade.não circulam prioritariamente em nenhuma, mas que podem edevem ser trabalhados em todas – como os da mídia impressa, De maneira geral, os conteúdos de ensino relacionados àtelevisiva e radiofônica, entre outros – e também os literários. leitura são os mesmos para os diferentes ciclos e níveis de ensino. O que os diferencia é o grau de aprofundamento com Nessa perspectiva, os conteúdos que o professor de língua que irão sendo tratados ao longo do processo de escolaridade,portuguesa deverá eleger como prioritários para o trabalho em função do grau de complexidade dos textos e gêneros se-devem constituir-se como conhecimentos dos quais os demais lecionados para trabalho, que implicará graus de dificuldadeprofessores se utilizarão para realizarem a leitura dos textos distintos para os alunos.que selecionarem para trabalho. Mas, como em certa medidaconhecimentos específicos e procedimentos de leitura são in- Por exemplo, ler um conto policial pode ser uma tarefa queseparáveis, isso não deve eximir o professor de outras áreas de apresente graus de dificuldade diversos para os alunos. Paratrabalhar com esses aspectos, sendo que ênfases diferentes é aquele que tiver maior familiaridade com o gênero, com oque constituem as especificidades das diversas áreas. Para os assunto tematizado no texto, com a linguagem utilizada pelodemais professores, os conteúdos específicos de leitura, em si, autor, poderá ser uma tarefa fácil. No entanto, para aquele quedevem ser instrumentos, ferramentas a serem utilizadas para desconhece o gênero, por exemplo, a dificuldade será diferente,se buscar a compreensão do conteúdo específico de sua área – pressupondo novas aprendizagens.foco de seu trabalho. Quer dizer, se o professor de Língua Por-tuguesa deverá tematizar as estratégias de leitura, estas serão “Uma charge política, por exemplo, supõe conhecimento depressupostos dos demais professores no processo de atribuição mundo e experiência político social que podem não estar dadosde sentido aos textos que tratarão dos conteúdos específicos para um aluno de onze anos. Dessa forma, sua leitura podede sua área. De tal forma que, se um aluno atribui um senti- diferenciar-se tanto da que for realizada por um aluno de 14do equivocado a um texto lido, ele consiga diagnosticar qual anos, quanto da que for feita por um de 17. O mesmo raciocínioo problema – uma inferência inadequada, uma antecipação se aplica a um poema, uma crônica, uma notícia, uma carta deincorreta, por exemplo – e (re)orientar sua ação para auxiliar solicitação ou uma reportagem. Nesse sentido, a intervençãoo aluno a resolver o problema – ler junto, buscando descobrir do professor e, consequentemente os aspectos a serem tema-qual o índice linguístico que o aluno utilizou para atribuir o tizados, tanto poderão ser diferentes, quanto poderão ser os mesmos, tratados com graus diversos de aprofundamento14.”14 MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental (5a a 8a série). Bras’lia: MEC/SEF, 1998.L MANUAL DO PROFESSORNessa perspectiva, é a especificidade das práticas sociais – e) leitura de escolha pessoal: é a leitura de livre escolha. Odeclamar um poema em um sarau, fazer uma leitura dramá- aluno seleciona o que quer ler, realiza a leitura individualmentetica de um texto de teatro, ler jornal em casa pela manhã, ler e, depois, apresenta sua apreciação para os demais colegas. Éum texto para estudar, entre outras – e dos gêneros e textos uma leitura que possibilita a construção de critérios de seleçãoselecionados para trabalho que determinará o tratamento que e de apreciação estética pessoais.será dado aos conteúdos de leitura, que serão os mesmos nosdiferentes ciclos e níveis de ensino. Quais sejam: f) projetos de leitura: trata-se de uma forma de organizar o trabalho que prevê a elaboração de um produto final voltado,Estratégias de Ativação de conhecimento necessariamente, para um público externo à sala de aula. As Leitura prévio e seleção de demais modalidades citadas costumam estar articuladas em informações projetos de leitura. Realização de inferências O fundamental na organização das atividades é procurar organizá-las de forma que se aproximem das práticas sociais Antecipação de informações de leitura não escolares. Localização de informações Para finalizar, retomaremos a referência contida no título no texto do texto: no processo de leitura e de ensino da leitura, qual é a chave que se espera? Verificação de inferências e antecipações realizadas Para o professor, a chave é múltipla: o conhecimento da natureza da leitura; o conhecimento dos procedimentos e Articulação de índices estratégias de leitura utilizados pelos leitores proficientes; o textuais e contextuais reconhecimento de si como leitor proficiente; o agir como leitor proficiente junto aos seus alunos. Redução de informação semântica: construção e Para o aluno, a chave é una, mas não menos complexa: a generalização de informações apropriação das estratégias e procedimentos utilizados pelos leitores proficientes, e sua utilização eficaz nas práticas sociaisProcedimentos de Leitura inspecional de que participar. Leitura Leitura tópica Leitura de revisão Estas, as chaves necessárias. Leitura item a item Leitura expressiva BRÄKLING, Kátia Lomba. Sobre leitura e a formação de leitores: qual é a chave que se espera? Disponível em: <https://escrevendoofuturo.org.br/ O trabalho com estes conteúdos deve pressupor uma or- EscrevendoFuturo/arquivos/912/040720121E-_Leitura__Formacao_de_ganização de atividades em algumas modalidades didáticas Leitores.pdf>. Acesso em: 9 out. 2018.fundamentais: 9. Orientações didáticas para este volume a) leitura colaborativa: a leitura que professor e alunos rea-lizam paulatinamente, em conjunto, prática fundamental para Apresentamos a seguir orientações, comentários e suges-a explicitação das estratégias e procedimentos que um leitor tões de encaminhamento para o trabalho com algumas seçõesproficiente utiliza. deste volume. b) leitura programada: a leitura que serve para a ampliação 9.1. Propostas de encaminhamento para o trabalhoda proficiência leitora, sobretudo, no que se refere à extensão com a seção Cultura digitaldos textos trabalhados ou à seleção de textos/livros mais com-plexos. Nela, o professor divide o texto em trechos que serão As propostas que se relacionam com a cultura digital en-lidos um a um, autonomamente e, depois, comentados em volvem práticas de apreciar, curtir, comentar, curar, compar-classe em discussão coletiva. tilhar, entre outras. Embora tenhamos trabalhado aquelas mais adequadas à faixa etária, sugerimos que as propostas c) leitura em voz alta feita pelo professor: é a leitura reco- sejam realizadas sob a sua orientação e responsabilidade. Nomendada, sobretudo, para as classes de alunos não alfabetiza- caso de envio de e-mails, postagens ou compartilhamentosdos, como possibilidade de aprendizagem da linguagem escrita em redes sociais, sugerimos que a atividade seja realizadaantes mesmo que tenham compreendido o sistema. por você, na companhia dos alunos, em um espaço adequado de sua escola, a fim de respeitar as restrições de idade ao d) leitura autônoma: é aquela que o aluno realiza indivi- acesso a determinadas plataformas da internet e preservardualmente, a partir de indicação de texto do professor. É uma a identidade e segurança dos estudantes.modalidade didática que possibilita ao professor verificar quala aprendizagem já realizada pelo aluno. MANUAL DO PROFESSOR LIO quadro a seguir traz o panorama das propostas para o A seguir, apresentamos propostas de encaminhamentovolume de 8º ano: para o trabalho com as seções em todas as Unidades. As habi- lidades correspondentes ao trabalho proposto estão explicita- 8º ano das nas orientações específicas do corpo do livro em formato U das respectivas seções.Pense nessa prática!: Vale Liberdade de expressão × Unidade 1qualquer comentário? discurso de ódio Cultura digital – Pense nessa prática!, página 24Experimente fazer!: Resenha Vlog culturalem vídeo Sugerimos que faça a atividade oral e coletivamente. Ouça os alunos e fomente a discussão em torno da ética e responsa-U1 Experimente fazer!: Participe bilidade no ambiente digital e do “discurso de ódio” que possa estar presente. e comente! Atividade 1Vocês sabia?: Qual é a origemdas palavras da língua Espera-se que os alunos reconheçam a importância deportuguesa? compartilhar avaliações, sendo elas negativas ou positivas, pois esse compartilhamento dá abertura para a discussãoVocê sabia?: Compartilhe e e possibilita ampliação e multiplicação de sentidos dos (oucomente! suscitados pelos) objetos artísticos avaliados. Além disso, abrem possibilidades para novas criações, na medida em queU2 Experimente fazer!: E-zine E-zine cada “leitor” se torna “autor” do objeto artístico, dando a ele novos sentidos.Você sabia?: O que sãoe-zines? Comente que resenhas não são textos neutros, pois car- regam em si a subjetividade de quem escreve. São lidas paraPense nessa prática!: Reflexões sobre a demo- se obterem opiniões sobre um objeto cultural, mas não devem substituir a experiência pessoal de recepção desse objeto.Participação cidadã em meio cracia digital Ressalte que é importante que se tenha a própria experiên- cia com a produção artística, não se limitando à experiênciaU3 digital alheia.Você sabia?: O que é Atividade 2e-participação? Espera-se que os alunos destaquem a relevância de se posicionar de forma ética e respeitosa, tanto em relação Experimente fazer!: Book Book trailer aos artistas criadores quanto aos leitores que têm opinião trailer divergente sobre o objeto avaliado, evitando conteúdos ver- Reflexão sobre as práti- bais e não verbais [destaque o uso de símbolos, figurinhasU4 Pense nessa prática!: Curtir cas de curtir e comentar e emoticons] ofensivos. e a participação crítica e e comentar ética nas redes sociais Cultura digital – Experimente fazer!, página 32 Experimente fazer!: Podcast cultural Preparação da atividadeU5 Gravação de paródia Combine com os alunos como realizarão a atividade. Agen- de horários em espaços da escola para gravação e edição doExperimente fazer!: Podcast Podcast científico vídeo e reserve ou providencie as ferramentas necessárias, como câmera fotográfica ou celular com câmera. científico Sobre curadoria e confia- Leia com eles o boxe “Para relembrar”, retomando o con-U6 ceito de vlog. Abra espaço para que os alunos falem sobre vloggers cujos trabalhos acompanham e solicite que comen- Você sabia?: 8 dicas para tem a respeito dos temas e das características das publica- ções que esses vloggers costumam fazer. Se possível, projetepesquisar na internet bilidade de informação vídeos desses vloggers, a fim de comentá-los em conjunto e envolver os alunos ainda mais na produção.Experimente fazer!: Audiobook de contosAudiobook de contos Você sabia?: O que é Uso ético e responsável de textos de terceiros naU7 audiobook? rede Você sabia?: Cuidado com o uso de textos de terceiros! Você sabia?: Há sites Reflexão sobre os interes- brasileiros de checagem de ses que movem o campo fatos jornalístico.U8 Pense nessa prática!: Ler criticamente: há interesses por trás das notícias?LII MANUAL DO PROFESSOROriente-os a desenvolver um roteiro de elaboração do ví- Utilize o canal da escola ou um canal pessoal. Converse comdeo, de maneira a indicar o que falarão em cada momento. os alunos e com os familiares e decidam se deixarão os epi-Recomende que dividam o roteiro de acordo com as três partes sódios do vlog da turma públicos ou se restringirão o acessomencionadas: introdução, desenvolvimento e conclusão. ao material na internet. Se houver a intenção de restringir o acesso, recomendamos a utilização da opção de privacidade Promova momentos em sala de aula para que os alunos “Não Listado”, no YouTube, e “Somente pessoas com senha”, noensaiem para a gravação do vídeo. Ressalte a importância de Vimeo, na hora da publicação. Se os vídeos forem protegidosconsiderar aspectos paralinguísticos (como tom e volume de por senha, decidam como compartilharão essa senha com ovoz, pausas e hesitações, modulações de voz, etc.) e cinésicos público desejado.(postura corporal e gestos significativos) na hora da filma-gem, destacando que tais aspectos produzem e intensificam Depois de publicar os vídeos, informe o link gerado parasentidos em apresentações orais audiovisuais. ele no post do blogue da escola. Elabore coletivamente o texto desse post e selecione com os alunos a imagem que acompa- Oriente os alunos a ensaiar bastante antes da etapa de gra- nhará a publicação.vação. Explique que, se estiverem bem ensaiados e segurosquanto ao que falarão em cada momento do vídeo, poderão Cultura digital – Experimente fazer!, página 43seguir sem interrupções do início ao final da gravação, va-lendo-se do improviso em casos de esquecimento. Ressalte Sugerimos que peça aos alunos que assistam ao slideshowque isso vai evitar edições no material e, ao mesmo tempo, como tarefa de casa. Na aula seguinte, em momento oportuno,deixará a linguagem do vídeo mais informal e espontânea, o colha as impressões sobre o que viram. Quais foram as surpre-que aproximará ainda mais a produção deles do vlog. sas? Já tinham noção da origem dessas palavras? Gravação No slideshow, não se informa a origem das palavras favela, galera, mausoléu. Se julgar conveniente, comente que o termo Se possível, realize as etapas da atividade no período de favela, segundo alguns dicionários, é o diminutivo da palavraaula e com recursos da escola, adequando cada momento à de origem latina fava e designa uma planta arbustiva. Com orealidade da instituição de ensino. Escolha um lugar tranquilo sentido que adquiriu no país, é considerada um brasileirismo (sóe silencioso para realizar as gravações e oriente os alunos a existe no português brasileiro). Segundo o dicionário Houaiss,se ajudarem na hora de capturar o vídeo, compartilhando de galera tem origem no catalão, língua falada em algumas regiõesforma solidária os equipamentos disponíveis. da Espanha; mausoléu vem do grego. Caso não haja tempo suficiente para desenvolver a etapa Unidade 2de gravação na escola, proponha a eles que façam as grava-ções em casa, com o auxílio de um familiar. Verifique a possi- Cultura digital – Experimente fazer!, página 77bilidade e os recursos para tal saída, de forma a garantir quetodos consigam realizar a etapa de filmagem sem constran- Preparação da atividadegimentos. Para aqueles que não dispuserem de dispositivosde gravação particular, é possível, por exemplo, promover Leia com os alunos o texto que introduz a proposta da se-plantões na escola para realizar essa etapa. Converse com a ção e o boxe “Você sabia?: O que são e-zines?”. Abra espaçoturma e decidam juntos a melhor alternativa. Se as filmagens para que eles compartilhem suas experiências como produto-forem realizadas individualmente em casa, combine como eles res e consumidores tanto de fanzines como de e-zines.enviarão os vídeos para a escola (via e-mail ou aplicativo, porexemplo). Apresente aos alunos alguns exemplos de e-zine. Na internet, há vários modelos disponíveis. Sugerimos que Edição e finalização faça uma pesquisa prévia e selecione aqueles que sejam de interesse dos alunos e apropriados à faixa etária deles, Se necessário, promova momentos na sala de informática desconsiderando os conteúdos inadequados do ponto deou outro ambiente da escola com computadores para a etapa vista ético, político e religioso, a fim de evitar preconceitosde edição dos vídeos. Oriente-os a investigar se no próprio e constrangimentos.aparelho de captação (como os celulares) não há como editaros vídeos, fazendo os cortes necessários. Se achar oportuno, mostre um trecho do vídeo “Fanzinei- ros do Século Passado”, disponível em: <https://youtube. Transfira todas as produções para um computador e reú- com/watch?v=-IWPYaQ4FUs> (acesso em: 19 set. 2018),na-as no mesmo local, salvando-as pelo nome do aluno que é para que os alunos conheçam um pouco mais da cultura doo comentador em cada vídeo. fanzine, produção que depois gerou o e-zine. Aproveite para discutir com eles sobre as mudanças decorrentes do desen- Publicação do vlog volvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação Faça o upload dos episódios do vlog em uma plataformade compartilhamento de vídeos, como o YouTube ou o Vimeo. MANUAL DO PROFESSOR LIII(TICs) na circulação e no alcance dos fanzines, que saíram forma de incentivar os alunos a participar de práticas reais dedo papel e foram parar nas telas, ao virarem e-zines. Caso compartilhamento de obras literárias que apreciam, amplian-opte por produzir o zine no papel para a Produção do ano, do as trocas de textos da cultura juvenil e, consequentemente,acesse um tutorial que explica o passo a passo da produção, despertando ainda mais o interesse deles pela atividade.em um trabalho artesanal de desenho, colagem e pintura,para orientar os alunos (disponível em: <https://youtu.be/ PublicaçãozIXuZCbZrUQ>; acesso em: 15 out. 2018). Salve o arquivo gerado e publique-o no blogue da escola Promova um momento em sala de aula para que os alu- ou mesmo envie por e-mail aos familiares ou aos alunos quenos compartilhem suas preferências e possam reunir-se em já tenham correio eletrônico (lembrando que a idade mínimaduplas, levando em conta interesses em comum. Permita recomendada para criar e administrar contas de e-mails é 13também que planejem o e-zine em sala de aula, decidindo as anos), para que as produções sejam compartilhadas com ocaracterísticas e a identidade visual da publicação e distri- máximo de pessoas possível.buindo tarefas entre os alunos, bem como resolvendo quemficará responsável por elaborar cada item ou texto da revista. Os alunos poderão utilizar as habilidades desenvolvidasIncentive os alunos a escolher os formatos que utilizarão, e as práticas digitais aqui abordadas para produzir a versãocombinando o tamanho de folha, de texto e outros, a fim de digital da Revista que desenvolverão na Produção do ano.padronizar minimamente a publicação, para que, ao final, o Converse com eles a respeito, verificando as possibilidadese-zine tenha uma identidade. para a circulação da publicação, levando em conta a realidade e os recursos disponíveis na escola. Produção Unidade 3 Para produzir as páginas das duplas de alunos e depoiso e-zine da turma, é possível utilizar softwares de edição de Cultura digital – Pense nessa prática!, página 108texto e imagens ou de criação de apresentações e até op-ções on-line de criação e publicação digital. Considerando os Aproveite o momento para conversar com os alunos sobrerecursos da escola, escolha a ferramenta que será utilizada o uso das tecnologias da informação e comunicação (TDICs)para a atividade. no campo de atuação na vida pública, discutindo o contexto de produção, circulação e práticas relacionadas à defesa de Se possível, sugerimos o uso de programas digitais on-line, direitos e à participação cidadã em meio digital, a fim de levá-como Flipsnack, Canva ou outros similares. Essas ferramentas -los a reconhecer essas práticas ou a possível utilização delascostumam disponibilizar versões gratuitas, exigindo apenas em situações reais do cotidiano, dando maior significado àum cadastro. Se houver oportunidade de usá-las, apresente reflexão proposta.aos alunos o recurso antecipadamente, esclarecendo possí-veis dúvidas. Em geral, a atuação resume-se à escolha dos Atividades 1 e 2layouts disponíveis e à inserção de imagens (de banco próprioou por meio de upload de imagens pessoais) e textos, nos Abra espaço para que os alunos conversem livremen-campos que costumam ser bem sinalizados. É comum haver te e compartilhem situações vivenciadas por eles ou portambém vídeo ou texto instrucional. Explore a ferramenta co- familiares, a fim de aproximar a discussão da realidadeletivamente, ensinando-os a selecionar os layouts e imagens, deles e, assim, permitir que reconheçam maneiras de par-a fazer upload do material desejado, a digitar o texto e alterar ticipação já existentes ou até vislumbrem novas formasestilos e destaques e a fazer o download em PDF do material de atuação cidadã, dando ideias para o desenvolvimentoproduzido, com posterior salvamento da imagem gerada. Se de iniciativas dentro da própria escola para a discussão,tiver alguma dificuldade, converse com o professor de infor- acompanhamento e/ou solicitação relacionados à medidasmática da escola ou outro profissional ou mesmo um aluno que visem resolver algum problema que vierem a diagnos-que tenha familiaridade com tais recursos. ticar na comunidade. Oriente-os a salvar as páginas produzidas na nuvem ou em Atividade 3mídia de armazenamento específica, reunindo todas em umsó local. Depois, use o mesmo programa on-line para agrupar Apresente iniciativas comunitárias como as mencionadase editar todas as páginas e os demais elementos produzidos, no enunciado, a fim de que os alunos consigam reconhecerformando o e-zine da turma. Se for possível, projete a tela en- outras em seu cotidiano. Eles podem citar a existência dequanto faz essa reunião dos arquivos, permitindo aos alunos grupos em redes sociais ou aplicativos, criados para solucio-participar da finalização da produção. nar problemas do bairro, da escola, etc. Incentive-os a trazer exemplos do cotidiano deles, para que melhor se aproximem Peça a cada dupla que informe, no material elaborado, a da discussão.fonte do texto que inspirou a produção dela. Essa será uma Se for possível, leia a notícia “Professora e alunos da Unifei desenvolvem, em parceria com a UFRJ, rede social voltadaLIV MANUAL DO PROFESSORpara problemas da sociedade” (disponível em: <https://unifei. Promova momentos em sala de aula para que os alunos en-edu.br/blog/professora-e-alunos-da-unifei-desenvolvem-em- saiem para a gravação do vídeo. Explique que, diferentementeparceria-com-a-ufrj-rede-social-voltada-para-problemas-da- de quando desenvolveram os episódios do vlog na Unidade 1,sociedade/>; acesso em: 17 out. 2018), para que eles tenham agora eles não aparecerão no vídeo, apenas a voz deles é queacesso a um exemplo significativo dessas iniciativas. Projete será instrumento de comunicação, junto às imagens filmadaso infográfico “Pratique a cidadania e nos ajude a melhorar a e efeitos ou trilhas sonoras. Ressalte a importância de consi-ferramenta em 5 passos” presente na notícia e leia-o com os derar aspectos paralinguísticos (como tom e volume de voz,alunos. Com um cadastro simples, é possível acessar o site do pausas e hesitações, modulações de voz, etc.) na hora em queSoPa (Sociedade Participativa) e explorá-lo. Se for do interesse forem fazer a locução do vídeo.dos alunos, sugerimos a realização do cadastro pelo professore a projeção da página, para que a turma consiga entender Oriente-os a desenhar e selecionar imagens que possammelhor como funciona o recurso. ser filmadas durante a locução. Destaque a necessidade de escolherem recursos visuais que estejam em consonânciaCultura digital – Você sabia?, página 108 com aquilo que é dito na narração do vídeo. É interessante incentivá-los a mostrar trechos do próprio livro no vídeo. Expli- Leia com os alunos o boxe “O que é e-paticipação?” e dê que que, no book trailer ao qual assistiram na seção anterior,exemplos das iniciativas listadas. Se possível, promova um foram utilizadas animações, mas que não se espera que elesmomento na sala de informática ou outro ambiente da escola produzam recursos complexos assim, mas que usem a cria-em que haja computadores com a cesso à internet (ou projete tividade para inventar as próprias maneiras de apresentar osua tela enquanto realiza consultas on-line) para que nave- livro aos espectadores.guem em páginas que possibilitem explorar e analisar canaisde participação disponíveis para a sociedade. Fale sobre a importância de selecionar recursos sonoros que também ressaltem os sentidos da locução. Explique que é Apresente, por exemplo, o Portal da Transparência, dis- possível produzir sons que criem suspense na hora do clímaxponível em <www.portaldatransparencia.gov.br> (acesso de uma narrativa, por exemplo.em: 17 out. 2018), em que é possível fazer consultas e fis-calizar despesas e receitas das contas públicas, conhecer Gravaçãoprogramas de governo, etc.; a página do Plano Nacional deEducação em Movimento que permite aos cidadãos consultar Se possível, realize as etapas da atividade no período deos planos e programas do Ministério de Educação, acompa- aula e adéque-a aos recursos disponíveis, levando em conta anhando as metas; plataformas de petições on-line, em que realidade da escola. Se não houver equipamentos disponíveisé possível criar, assinar e compartilhar abaixo-assinados, para que a proposta seja feita em duplas, é possível pedir quemobilizando-se por diferentes causas; canais de ouvidoria da a desenvolvam em grupos maiores, sempre compartilhandoprefeitura ou subprefeitura da cidade onde eles moram, por os equipamentos de forma solidária.meio dos quais é possível registrar opiniões e reclamaçõessobre serviços públicos ou problemas relacionados à cidade Edição e finalizaçãoou ao bairro; etc. Promova momentos na sala de informática ou outro am-Unidade 4 biente da escola com computadores para a etapa de edição e finalização dos vídeos em softwares de edição ou ferramentasCultura digital – Experimente fazer!, página 126 on-line. Preparação da atividade Oriente os alunos a salvar as versões finais no local possível Converse com os alunos sobre o book trailer, deixando que (computador, nuvem ou dispositivo de armazenamento portá-compartilhem experiências anteriores como espectadores til), nomeando-as pelo título da obra que é objeto do book trailer.desse tipo de produção digital. Apresente novamente o booktrailer exibido na seção anterior ou mostre novos modelos, Publicação dos books trailersfazendo uma pesquisa na internet. Procure produções quetratem de livros do interesse dos alunos. Se a escolha for pela circulação via internet, publique os book trailers em uma plataforma de compartilhamento de ví- Providencie os equipamentos necessários para a reali- deos, como o YouTube ou o Vimeo, por meio do canal da escolazação da atividade (filmadoras ou celulares com câmeras, ou de um canal pessoal. Nesse caso, se houver a intenção depor exemplo) e motive-os a compartilhar solidariamente os restringir o acesso às produções, recomendamos a utilizaçãorecursos disponíveis. da opção de privacidade “Não Listado”, no YouTube, e “Somente pessoas com senha”, no Vimeo, na hora da publicação. Se os vídeos forem protegidos por senha, decidam como comparti- lharão essa senha com o público desejado. Depois de publicar os vídeos nessa plataforma, copie e cole os links para os book trailers no blogue da escola, elaborando o post coletivamente com os alunos. MANUAL DO PROFESSOR LVSe a opção for por compartilhar as produções na biblioteca, “gostei” e àqueles que leem os comentários conhecer dife-reúna todos os vídeos em um DVD e elabore com os alunos rentes posicionamentos. Destaque a possibilidade de curti-uma capa para a mídia, com a identificação da produção e da das dos comentários e converse sobre isso. Ressalte que aautoria. É possível também deixar que os alunos façam um interação, quando feita com respeito e responsabilidade, érodízio e levem o DVD para casa, para compartilhar os book sempre produtiva e ajuda a ampliar as visões de mundo e atrailers da turma com os familiares. tolerância ao diferente.Cultura digital – Pense nessa prática!, página 143 Aproveite o momento para conversar com os alunos sobre a ansiedade que a espera por feedbacks em relação às posta- Atividade 1, item a gens pode causar nos internautas, tentando fazê-los minimi- zar a relevância dada a tais reações. Explique que o importante Aproveite o momento para conversar com os alunos sobre é valorizar o espaço de interação que a internet propicia, essea importância da avaliação crítica dos conteúdos nas redes. É sim, quando usado de forma ética e responsável, é o que sebem provável que eles indiquem se interessar, mesmo antes torna um recurso importante na vida contemporânea.de ler, por postagens que receberam muitas curtidas, pois, jáque o botão de curtir serve para chamar a atenção nas redes, Unidade 5quanto mais curtidas, mais visibilidade e interesse as posta-gens despertam nos internautas. Motive-os, contudo, a refletir Cultura digital – Experimente fazer!, página 168sobre a necessidade de fazer uma avaliação crítica, tentandodistanciar-se do valor prévio que as curtidas sugerem às pos- Criação e ensaio da paródiatagens para fazer as próprias avaliações, considerando o con-texto de produção e a esfera de circulação dessas publicações. Promova momentos em sala de aula para que os alunos revisem as produções ou criem novas paródias e para que Atividade 1, item b ensaiem para a gravação do áudio. Cada aluno fica responsá- vel pela gravação de seu poema. O importante é ensaiar até Ressalte que há uma série de variáveis que fazem com que já estejam se expressando com fluência, empregandoque um post tenha maior ou menor visibilidade – e, conse- os recursos linguísticos e paralinguísticos adequados aosquentemente, o torne suscetível a mais ou menos curtidas efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o– dentro de um contexto virtual. A quantidade de seguidores emprego de pausas e prolongamentos de palavras ou versos,daquele que posta, o horário da postagem, os patrocínios de o tom e o timbre vocais, etc.publicações e até aspectos relacionados à programação e aofuncionamento dos sistemas que controlam as redes sociais Gravação, edição e publicação(como o algoritmo), dentre outros, podem ser fatores que im-pulsionam publicações. Recomendamos a realização das etapas da atividade na escola, de preferência no período de aulas. Escolha um lugar Atividade 1, item c tranquilo e silencioso para realizar as gravações, utilizando os recursos da escola (gravadores, computadores ou celulares Abra espaço para que os alunos conversem sobre a conver- com dispositivo de gravação, etc.). É possível pedir que umgência ou divergência em relação às avaliações críticas com aluno mais familiarizado com gravações fique responsávelas quais se deparam nas redes. Destaque que é possível, por pela captura do áudio dos colegas.exemplo, eles não apreciarem tanto uma expressão culturalmuito compartilhada e bem avaliada e gostarem de outra, Se necessário, promova momentos na sala de informáticanão tão bem recebida ou mesmo divulgada. Incentive-os a ou outro ambiente da escola com computadores para a etapase posicionar crítica e eticamente tanto nos casos em que de edição dos áudios.curtem como nos que não curtem as publicações na internet. Transfira todas as produções para um computador e sal- Atividade 2, item b ve-as no mesmo local, nomeando-as pelo título das paródias. Promova um momento de discussão e permita que os Converse com os alunos e decidam como compartilharãoalunos se posicionem livremente. É possível até que eles in- as produções. É possível divulgar as paródias no pátio da es-diquem que uma publicação com muitos comentários chama cola (na hora do intervalo, da entrada ou da saída), por meio demais atenção que uma publicação que apenas recebeu cur- caixas de som, ou publicá-las na internet. Nesse caso, faça otidas, mas reforce novamente que a quantidade de reações upload das paródias em uma plataforma de compartilhamento(curtidas ou comentários) de uma publicação não deve substi- de áudios, listando-as como faixas de um mesmo podcast.tuir a leitura e avaliação crítica das publicações bem avaliadas Utilize o canal da escola ou um canal pessoal nessa plata-e compartilhadas na internet. forma. Depois de publicar as paródias nesse canal, informe o link gerado para ele com um post no blogue da escola. Elabore Explique que os comentários criam uma dinâmica diferente coletivamente o texto desse post e selecione com os alunosdaquela das curtidas, pois permitem àqueles que comentam a imagem que acompanhará a publicação.expressar-se sobre o conteúdo das postagens para além doLVI MANUAL DO PROFESSORUnidade 6 e distribuindo as falas para cada momento.Cultura digital – Experimente fazer!, páginas 196-197 Recomendamos que os áudios individuais sejam gravados em casa pelos alunos, com auxílio de familiares. Certifique-se, Preparação da atividade contudo, de que todos os alunos terão ferramentas (gravado- res ou celulares com gravadores) para tanto e abra espaço Leia com os alunos o texto que introduz a proposta da para que a atividade seja realizada na escola, com recursosseção e, se possível, apresente trechos dos seguintes epi- da instituição, em horários de aula ou no contraturno.sódios de podcast: “Crianças e ciência – brincando e apren-dendo”, disponível em: <https://alociencia.com.br/podcast/ Incentive os alunos a ensaiar bastante e seguir sem cortes034-criancas-ciencia/>; e “Achado em Marte”, disponível em: do início ao final do áudio, a fim de evitar edições. Motive-os<http://multimidia.ufrgs.br/conteudo/frontdaciencia/Fron a investigar os recursos de edição da própria ferramenta uti-teiras_da_Ciencia-T09E23-2018.mp3> (acesso em: 20 set. lizada para a gravação.2018). Converse com os alunos sobre cada modelo exibido,aproveitando para retomar o contexto de produção e a estru- Finalização do áudiotura composicional do gênero digital podcast, reconhecendoo podcast científico como uma produção que possibilita, em Peça aos alunos que transfiram os arquivos de áudio gera-formato mais acessível, o alcance ao conhecimento científico dos para os computadores da escola. É possível solicitar aospelo público em geral. pais que enviem o material por e-mail ou mesmo pedir aos alunos que salvem os áudios em um dispositivo portátil de Converse com os alunos sobre a forma de circulação, mo- armazenamento (como um pendrive), a fim de realizar essativando-os a identificar possíveis diferenças nos perfis dos transferência.públicos em cada caso. Faça a mediação da finalização dos áudios, auxiliando os Promova momentos em sala de aula para que os alunos alunos a incluir as trilhas ou efeitos sonoros em cada episódio.produzam coletivamente os elementos textuais e sonoros que É possível utilizar editores de áudio já instalados nas máqui-darão identidade ao podcast da turma. Se achar interessante, nas da escola ou programas gratuitos on-line de edição paraconverse com o professor de Música sobre a viabilidade de realizar essa etapa.desenvolver um trabalho integrado para elaborar as trilhas e/ou efeitos sonoros de abertura e encerramento do podcast, Depois de finalizados os episódios, salve-os no mesmo local,por exemplo. Nesse momento, incentive os alunos a escolher identificando-os pelos nomes dos alunos que os produziram.palavras e sonoridades que forem consonantes ao tema dopodcast. Publicação e divulgação Sonde se os alunos acham interessante produzir um epi- Se os alunos tiverem optado pela circulação no blogue ousódio de abertura para o podcast da turma e ajude-os a de- rede social da escola, responsabilize-se por essa publicação.senvolvê-lo, se for o caso. Primeiro, transfira os áudios para uma plataforma de compar- tilhamento de áudios na internet. Depois, informe os links para Oriente os alunos a pesquisar mais sobre o tema antes de esses áudios na página da escola, elaborando com os alunosgravarem seus episódios, tomando notas e copiando trechos o post para o blogue ou rede social.de textos e depoimentos, com as devidas fontes. É possível também compartilhar o podcast com os familia- Leia o boxe “Você sabia?: 8 dicas para pesquisar na inter- res deles ou alunos do 9º ano ou do Ensino Médio da escola,net” com eles e estimule-os a conversar sobre cada ponto enviando por e-mail os episódios semanalmente. Como algunsapresentado, trocando experiências e metodologias que já alunos de 13 anos completos provavelmente possuem e-mailtenham desenvolvido para realizar suas buscas em ambientes e redes sociais, é possível solicitar a ajuda deles na divulgaçãovirtuais, considerando fontes abertas e confiáveis. Incentive- da produção.-os a compartilhar as dificuldades e os aprendizados conquis-tados em pesquisas anteriores. Se achar oportuno, apresente Unidade 7exemplos de sites ou serviços checadores on-line, explicandoaos alunos como atuar neles. Cultura digital – Experimente fazer!, páginas 245-246 Gravação Preparação da atividade Solicite a cada aluno que produza um texto para seu episó- Apresente aos alunos trechos de um audiobook ou de lei-dio. Sugira que elabore um roteiro, baseado nesse texto, antes turas dramáticas de contos. Há vários modelos disponíveisde gravar o áudio, indicando exatamente o que falará em cada gratuitamente na internet.parte do episódio (abertura, desenvolvimento e conclusão), deacordo com o tempo definido pela turma. Informe que é possível Sugerimos a audição de trechos do audiobook “Lima Bar-fazer uma tabela, separando as partes do episódio em colunas reto: contos selecionados”, disponível em: <https://youtube. com/watch?v=XCPfM1TQt5g> (acesso em: 26 set. 2018). MANUAL DO PROFESSOR LVIIEsse modelo adequa-se bem à proposta da seção, já que foi Reforce a necessidade da utilização dos aspectos linguísti-gerado com base em material disponível em domínio público, cos e paralinguísticos da fala (como timbre e tom de voz, pau-o que é informado logo no início do áudio. Abra espaço para sas e hesitações, entonação e expressividade, etc.) na leitura,que os alunos conversem livremente sobre a atividade de a fim de produzir e intensificar os sentidos dos textos lidos.escuta dos trechos apresentados. Se possível, tire cópiasdesses trechos (disponíveis em: <www.dominiopublico. Promova momentos em sala de aula para que eles elabo-gov.br/download/texto/bn000130.pdf>; acesso em: 20 out. rem e gravem coletivamente os áudios que corresponderão2018), para que eles acompanhem o áudio com o texto es- aos paratextos do audiobook como um todo, reforçando acrito. Faça perguntas que os leve a verificar os recursos de importância da abertura e do encerramento nas produções doleitura expressiva que o leitor-intérprete usou para ressaltar gênero. Estimule-os a criar um título para a produção da classeou imprimir sentidos suscitados pelo uso dos sinais de pon- e a informá-lo na abertura e no encerramento, junto com atuação ou outras marcas linguísticas. Pergunte, por exemplo: identificação da turma como produtora e da escola onde estu-“Os travessões indicam o início das falas dos personagens dam. É possível também pedir que eles se dirijam diretamenteno texto escrito. Que recursos o leitor-intérprete utilizou para ao público a que o audiobook será destinado e incluam demaismarcar as falas e trocas de falas dos personagens no áudio?” créditos, indicando outras pessoas envolvidas na produção.(Espera-se que eles reconheçam as modulações de voz e aspausas acentuadas entre uma e outra fala, por exemplo). Revisão, edição e finalização do áudio Motive os alunos a ouvir e avaliar os áudios e a regravar Oriente-os a fazer a curadoria do material que incluirão no os trechos dos quais não tenham gostado tanto. Para isso,audiobook. Leia com eles o boxe "Você sabia?: Cuidado com o incentive-os a investigar os recursos de edição da própriauso de textos de terceiros!" e converse sobre a participação ferramenta utilizada para a gravação.ética e responsável nas redes. Destaque que, para esta ati-vidade, além dos textos de terceiro em domínio público, eles Peça a eles que transfiram os arquivos de áudio geradospodem escolher os contos que produziram nesta Unidade ou para os computadores da escola. É possível solicitar aos paiscontos populares, que não têm autoria resgatada. Explique, ou responsáveis que enviem o material por e-mail ou pedir aosainda, que podem solicitar a autorização da publicação de alunos que salvem os áudios em um dispositivo portátil detextos, por e-mail, a um autor que esteja vivo, se for o caso. armazenamento (como um pendrive), a fim de realizar essaAuxilie-os nesse processo. transferência. Solicite que desenvolvam os paratextos que acompanha- Faça a mediação das edições e finalizações das gravações,rão a leitura dramática de cada áudio. Em seguida, motive-os reunindo depois todas em um só arquivo por meio de um progra-a montar um roteiro de gravação utilizando esses textos e ma de edição de áudios disponível no computador da escola ouindicando o que falarão na apresentação, no desenvolvimento gratuitamente na internet. Se possível, envolva os alunos nessae no encerramento de seus áudios. etapa, para que eles tenham a visão do processo como um todo. Promova momentos em sala de aula para que os alunos Publicação e divulgaçãopossam ensaiar suas leituras e produzir os paratextos e rotei- Salve o arquivo gerado com todos os áudios em uma úni-ros indicados, mediando as atividades, sempre que solicitado. ca mídia ou repositório digital que possa ser reproduzido no equipamento que usarão. Converse com os responsáveis pela Gravação instituição de acolhimento de idosos, onde o audiobook será apresentado e posteriormente doado, para viabilizar a audição Converse com os alunos sobre os recursos necessários no local e adequar a produção aos recursos que eles possuem.para a realização da atividade e os envolva na providência des-ses recursos. Recomendamos que os áudios individuais sejam É possível também compartilhar o audiobook de contos dacapturados em casa pelos alunos, com auxílio dos familiares turma com os familiares, por e-mail, ou publicá-lo nos canaisou responsáveis. Certifique-se, no entanto, de que todos os digitais de comunicação da escola ou nas redes pessoais dosalunos terão acesso às ferramentas necessárias (gravadores alunos. Converse com eles e verifique a vontade que têm em re-ou celulares com gravadores). Se for preciso, abra espaço para lação à ampliação da circulação do material que desenvolveram.que a gravação seja feita também na escola, com recursos dainstituição, em horários de aula ou no contraturno. Unidade 8 Motive-os a ir gravando e editando o áudio concomitante- Cultura digital – Você sabia?, página 264mente, explorando os recursos da ferramenta que estiveremutilizando para capturar seus áudios. Muitos celulares com Leia com os alunos o texto da seção e abra espaço para queaplicativos de gravação apresentam, por exemplo, possibi- eles compartilhem suas experiências como usuários desse tipolidades de cortes e gravações simultâneas, recursos que de serviço. Reforce que fazer a consulta a tais sites não substituisubstituem a necessidade do trabalho em software de edição as estratégias que já aprenderam para checar a confiabilidadeespecífico para a finalização dos áudios. de uma informação e verificar fatos, mas pode tornar-se mais um passo importante no processo de curadoria da informação.LVIII MANUAL DO PROFESSORLeve os alunos ao laboratório de informática da escola ou confronto, pode começar a reconhecer os distintos interessesoutro ambiente com computadores conectados à internet e que estão por trás de cada uma, podendo chegar ao fato comdeixe que explorem as páginas das agências citadas (Agência mais neutralidade e avaliar criticamente as posições defendi-Pública, Aos Fatos e A Lupa), assim como pesquisem e investi- das, a fim de construir um ponto de vista próprio, que estejaguem outras. Se possível, projete a sua tela e navegue nesses mais próximo aos seus valores culturais, sociais e políticos.sites junto com eles, propondo leituras em conjunto. 9.2. Sugestões específicas para as Unidades Uma atividade interessante seria escolher uma notícia ouinformação específica, de preferência que envolva o interesse Unidade 4deles e esteja em pauta no momento, e pedir que realizem umapesquisa a respeito, primeiro nos sites de busca, depois nos Leitura 1, página 116sites de checagem, motivando-os a reconhecer e justificaras diferenças e semelhanças de tratamento para o mesmo Leitura literária na escolaconteúdo. Com isso, eles serão levados a incluir a consultaaos chamados sites de fact-check na checagem do conteúdo A proposta para o 8º ano está vinculada à Unidade 4. Ase poderão reconhecer essa busca como mais uma ferramenta atividades sugeridas envolvem fruição, apreciação, réplicano processo de curadoria da informação. e compartilhamento de leitura e visam promover a adesão à leitura literária, a ampliação do repertório, a progressivaCultura digital – Pense nessa prática!, página 264 formação do leitor crítico e a capacidade de estabelecer pre- ferências por gênero ou autor. Atividade 1, item a Elegemos o romance (ou narrativa) de aventuras pela iden- Destaque que, por meio da manipulação e dos recursos tificação dos estudantes com o gênero, que dá ênfase à nar-da língua, é possível ressaltar uma ideia ou um produto ou ração de perigos, ambientes inóspitos ou exóticos e grandesserviço. Por exemplo, uma matéria com informações sobre um desafios. O romance de aventuras surgiu no século XIX, no bojolocal de turismo pode embutir propaganda dissimulada com da literatura praticada à época no Romantismo, que valoriza-elogios a determinado restaurante ou hotel. Isso acontece va o ser humano como um indivíduo cuja força de vontade etambém em blogues que se dispõem a ensinar algo, mas, ao destemor eram postos à prova em face de grandes perigos emesmo tempo, divulgam positivamente o nome de produtos ações extraordinárias. Caso queira se aprofundar no estudoenvolvidos nesses tutoriais. Explique, por exemplo, que, nesse do gênero, sugerimos a leitura do capítulo “A novelística desentido, a escolha em relação à posição de um adjetivo (se aventuras”, na obra Literatura infantil: teoria, análise, didática,antes ou depois de um nome que ele qualifica), bem como o de Nelly Novaes Coelho, Moderna.uso de frases de efeito, a ordenação das sentenças e o isola-mento de informações entre parênteses ou travessões podem Os títulos a seguir, adequados para os estudantes dos Anosajudar a destacar textualmente uma informação para a qual Finais do Ensino Fundamental, são sugestões de obras dese deseja chamar a atenção, bem como a seleção de fonte e aventuras e viagens a lugares desconhecidos. Sugerimos quetamanho das letras e a escolha do lide das notícias. São re- os estudantes escolham uma delas para leitura individual oucursos que expressam posicionamento e podem estar ligados outras que tiverem à disposição.a interesses específicos defendidos por quem os veicula. Nocaso de blogues, a ênfase e a reiteração às qualidades dos A volta ao mundo Júlio Verne, recontada por Fernando Nuno,produtos também pode acontecer por meio de adjetivos e em oitenta dias DCLexpressões elogiosas. Contos e lendas Jacqueline Mirande, tradução de Eduardo dos Cavaleiros da Brandão, Seguinte Atividade 2, item a Távola Redonda As minas do Rei H. Rider Haggard, adaptação de Werner Se achar oportuno, aprofunde a reflexão, levando os alunos Salomão Zotz, Scipionea pensar em como o financiamento das empresas pode in- Odisseia Homero, adaptação de Roberto Lacerda,fluenciar o campo jornalístico, transformando-o praticamente Scipioneem um “negócio”. Isso ocorre quando as informações passam As aventuras de Mark Twain, tradução de Luiz Antonioa ser transmitidas de modo a fortalecer interesses comerciais Tom Sawyer Aguiar, Melhoramentose acabam sendo manipuladas para a manutenção de uma ideo- A ilha do tesouro R. L. Stevenson, adaptação de Andrewlogia que financia os próprios meios de comunicação. Alguns Harrar, Farol HQveículos de comunicação, apesar de veicularem anúncios, Robinson Crusoé Daniel Defoe, tradução de Luciano Vieiraconseguem manter sua independência. Machado, roteiro e ilustrações de Christoph As viagens de Gauthier, Salamandra Atividade 2, item b Marco Polo Marco Polo, adaptação de Carlos Heitor Cony e Lenira Alcure, Ediouro Ressalte que, ao ler sobre o mesmo assunto em diferentesmídias, o leitor tem acesso a diversas perspectivas e, nesse MANUAL DO PROFESSOR LIXAntes da leitura 6. Peça-lhes que reflitam sobre o contexto histórico-social em que a obra foi escrita e em que contexto cultural circulou, 1. Após a finalização da Unidade, retome e aprofunde com respondendo às seguintes questões:os estudantes as questões discutidas em Antes de ler: “Vocêjá leu romances que se desenvolvem em torno das aventu- a) Quais são as características socioculturais da época?ras de um herói? Se sim, quais?” e acrescente outras, como Por exemplo, profissões, costumes, hábitos, modos“Quais romances de aventuras gostaria de ler? Conhece ou já de vida nas famílias, papel da mulher, alimentação,ouviu falar de histórias de aventura adaptadas para o cinema? vestimentas, meios de transporte, etc.Quais? Já assistiu a filmes que envolvem aventura em lugaresexóticos e distantes?”. b) De que modo essas características estão ou não pre- sentes na narrativa lida? 2. Ouça as impressões dos alunos sobre os capítulos lidosde Viagens de Gulliver. Os estudantes podem também selecionar um trecho que tenham apreciado para mostrar marcas desse contexto cul- 3. Apresente aos alunos a lista de livros sugerida anterior- tural e histórico-social para compartilhá-lo na segunda etapamente e peça que sugiram outros títulos que conheçam, ou das atividades.que têm em casa, ou de que já ouviram falar. Se necessário,acrescente outros, caso não haja títulos disponíveis em sua 7. Com base nos conhecimentos sobre o gênero, peça queescola. reflitam sobre o protagonista da história, sua personalidade, atitudes e comportamentos: 4. Façam uma visita à biblioteca e deixe que os alunosexplorem os livros disponíveis à vontade, selecionando os que a) O personagem é retratado com características co-forem do agrado deles. Como se trata de uma leitura de maior muns ao gênero?fôlego, dê-lhes tempo suficiente para a leitura e marque umadata para a conversa. b) O personagem deixa sua casa, sua cidade ou modo de vida para seguir em uma viagem ou aventura? No dia da discussão c) Qual é o evento, fato ou incidente que altera a situa- 1. Incentive os estudantes a manifestar suas primeiras ção inicial desse personagem (a complicação)?impressões sobre a experiência da leitura, mesmo que se tratede uma resposta subjetiva, afetiva, à leitura, como “gostei”, d) Qual é o desejo ou desafio em torno do qual gira o“não gostei”. personagem ou a narrativa? Esse desejo ou desafio a ser vencido é justificável, atingível, utópico? 2. Uma característica importante do romance de aven-turas é a presença de um desafio ou desejo a ser realizado, e) Quais são as situações de perigo, risco ou dificuldadeque exige coragem e destemor para ser enfrentado. Permita que enfrenta?que os alunos se posicionem sobre a narrativa que leram e,caso haja mais de um leitor para o mesmo livro, verifique se f) A narração dessas aventuras capta a atenção do lei-eles partilham da mesma opinião sobre a história, mediando tor e é capaz de envolvê-lo nas aventuras do prota-a discussão. gonista? 3. Divida a interação e o compartilhamento da experiência 8. Na segunda etapa, distribua os estudantes em outrasde leitura em duas etapas: discussão e comentários entre duplas ou trios com colegas que tenham lido diferentes his-leitores do mesmo livro e, em seguida, compartilhamento da tórias, de modo que possam tecer comentários e confrontarexperiência com depoimentos e momentos de leitura entre suas impressões e observações.leitores de livros diferentes. Como mediador do processo, marque o tempo disponível 4. Na primeira etapa, coloque estudantes que leram o mes- para essas atividades. Sugerimos que circule entre os grupos,mo livro em duplas ou trios para que identifiquem as partes ouvindo um pouco de cada um e incentivando a réplica e oda narrativa, indicando o momento ou capítulo onde ocorrem posicionamento individual.a situação inicial, a complicação, as ações subsequentes, oclímax, o desfecho e a situação final. Depois da leitura 5. Ainda na mesma dupla ou trio, peça que discutam se a Como muitos dos romances de aventuras foram transfor-história lida contempla alguma dessas características: mados em filmes, incentive os alunos a assistir a esses filmes ou escolha um deles e traga para ser apresentado em sala de a) O local onde se passa a história é grandioso, exótico, aula. Após a exibição, leve os estudantes que leram a história desconhecido, hostil? a comparar a versão do livro com a do filme, ajudados pelos demais no que se refere a questões mais amplas e externas ao b) A descrição é minuciosa, adjetivada, proporcionando enredo. Algumas sugestões que podem ajudar nessa reflexão ao leitor a visualização de um ambiente que oferece e no compartilhamento de apreciações e opiniões: desafios, mistérios, riscos, perigos? Peça que exem- plifiquem com a leitura de trechos do livro.LX MANUAL DO PROFESSORa) Contada em duas linguagens diferentes, a escrita e a ciativas sociais benéficas à população possam tornar-se lei. cênica, em que se assemelham as duas narrativas? Estimule-os a pensar em caminhos alternativos, por exemplo, cartas para políticos da comunidade ou região, cartas para b) Em que se diferenciam? Quais seriam os motivos jornais, abaixo-assinados, etc. dessas diferenças e de que tipo são (referentes ao enredo, ao número de personagens, à descrição do 3. Caso o Projeto tenha sido aprovado, fomente a discus- espaço)? são no sentido de avaliar seu funcionamento e alcance (por exemplo, se existe em cidades pequenas ou só nas cidades c) Todos os personagens estão presentes? Se não, por grandes, se há divulgação de resultados por meio de pesqui- que isso acontece? sas em jornais, análise de casos, entrevistas com jovens ou adultos, etc.). d) Quais são os recursos que mais impactam o leitor ou espectador em cada uma das versões? Por que isso Unidade 7 acontece? Abertura de Unidade, páginas 222 e 223Unidade 6 A leitura de contos é uma oportunidade para fomentar aExploração do texto, páginas 210 a 214 adesão dos alunos a leituras literárias mais longas, já que o gênero, por apresentar ação concentrada e poucos persona- Em relação ao tema da gravidez precoce, existe a proposta gens, desperta interesse e pode ser trabalhado em sala dede um Projeto de Lei na Câmara dos Deputados (Projeto n. aula. É importante que os alunos, com sua mediação, criem5 745, de 2016), e ainda em tramitação atualmente (2018), estratégias de leitura, desenvolvendo habilidades de com-que institui a “Semana Nacional de Prevenção da Gravidez preensão, interpretação e inferências, bem como a percepçãona Adolescência”, a ser realizada anualmente. A proposta da presença de recursos que contribuem para a materialidadevisa acrescentar essa data ao Estatuto da Criança e do Ado- do texto.lescente (ECA) e tem como objetivos prevenir a gravidez naadolescência, incentivar o planejamento familiar e prevenir Após o trabalho com a Unidade, incentive os alunos a lera contaminação por doenças sexualmente transmissíveis outros contos. Escolha novamente com eles títulos/autores(DST), entre outros, por meio de campanhas de divulgação, variados e tipos de conto diferentes, ação importante para aatendimento médico e educação sexual. O Projeto depende formação literária dos alunos, pois o objetivo é que se tornemainda de aprovação. leitores críticos. Sugerimos as atividades a seguir, diretamente ligadas à Promova a leitura colaborativa em sala de aula. É possívelhabilidade EF89LP18 da BNCC. também ler para os alunos partes de um conto de suspense, por exemplo, para que se sintam motivados a levantar hipó- 1. Proponha aos alunos uma pesquisa a partir dos seguin- teses do desfecho, a ser apresentado na aula seguinte, o quetes itens: contribui para a apreciação da trama e para o reconhecimento de como a sequência dos fatos é organizada, além de criar • Como está a tramitação dessa proposta? expectativas em relação ao desfecho. É importante contex- • O Projeto foi aprovado? Ou ainda depende de alguma tualizar a leitura, com informações sobre o autor – quem é, quando viveu, que temas costuma abordar em suas obras, votação ou parecer? etc. – e sobre a época em que o texto foi produzido, podendo, • Ou a Semana de Prevenção já está acontecendo? até mesmo, relacioná-lo, se possível, a outras obras contem- Acompanhe com os alunos o status atual da proposta, porâneas ou manifestações artísticas.sua evolução e tramitação diretamente no Portal da Câma-ra dos Deputados em Brasília (disponível em: <www.cama É possível também promover leituras compartilhadas:ra.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposi cada aluno, com sua orientação, escolhe um conto para ler.cao=2090372>, acesso em: 4 nov. 2018). Por meio de uma Em dia combinado, os alunos se reúnem em grupos e trocamferramenta digital, é possível efetuar um cadastro, informar-se as experiências, compartilhando o que leram, recomendandodo andamento e votar a favor ou contra a proposta. Verifique a ou não a leitura e anotando recomendações dos colegas.restrição de idade para efetuar o cadastro e, se preciso, façao cadastro em seu nome e o acesso com o acompanhamento Unidade 8dos alunos. Atividade de escuta, página 287 2. Incentive os alunos a buscar informações sobre o Projetoe a trazer para a sala de aula os resultados. Se o Projeto ainda Sugerimos que apresente a reportagem aos alunos em am-não tiver sido aprovado, fomente a discussão no sentido de biente adequado em sua escola ou salve o vídeo e apresente-oque é preciso procurar canais de participação para que in- MANUAL DO PROFESSOR LXIem momento que julgar oportuno. Acesse o vídeo disponível Garantir a variedade de sementes cultivadas nas roçasem: <https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-va quilombolas da região, sem uso de agrotóxicos. O Sistemale-do-ribeira/quilombos-do-vale-do-ribeira-sp-festejam-dias- Agrícola Tradicional dos Quilombos do Vale do Ribeira está à17-e-18-de-agosto-sua-11a-feira-de-sementes> ou <https:// espera de reconhecimento como patrimônio imaterial pelowww.youtube.com/watch?v=aXc9ufQPjrU> (acesso em: 4 Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional),nov. 2018). A reportagem foi realizada pelo Instituto Socioam- que inclui celebrações e saberes da cultura popular.biental (ISA), com produção e reportagem de Bruno Weis eRoberto Almeida, montagem e finalização de Fernando Cirillo. 2. Qual é a importância da realização de eventos e showsTrilha sonora: Fandango do Quilombo Morro Seco, Fandango que mostram a cultura quilombola, promovidos pela comu-Caiçara e Capoeira Song. nidade? O objetivo das atividades é que os alunos explorem não só a A preservação da cultura quilombola, além do reconheci-organização e recursos midiáticos empregados na reportagem mento de sua participação como cidadãos que constroem amas também o conteúdo temático de forma a reconhecer a identidade do país.presença, diversidade e identidade de populações remanes-centes de quilombos para compreender suas características 3. Quais são as manifestações artísticas e culturais dassocioculturais e territoriais. Para mais informações sobre o comunidades quilombolas que se podem identificar na re-Quilombo de Eldorado, acesse: <http://www.eldorado.sp.gov. portagem?br/noticia/circuito-quilombola-eldo rado-um-mais-tradicionais-regiao> (acesso em: 4 nov. 2018). Música, capoeira, dança típica, costumes, hábitos (agri- cultura), atitudes (valorização da terra e da biodiversidade, Após a apresentação, colha as primeiras impressões da compartilhamento de vivências e saberes).turma. Em seguida, divida os alunos em grupos. Em uma pri-meira etapa, explore a temática da reportagem e distribua 4. Qual é a metáfora que se pode identificar na fala dauma ou duas questões propostas a seguir para cada grupo. primeira pessoa a dar um depoimento?Os alunos deverão refletir se as informações da reportagemtrouxeram fatos novos para eles e de que forma isso pode Na fala da primeira pessoa: “as sementes são bebês”; “cadaou pôde contribuir para ampliar seu conhecimento acerca da brotinho que sai da semente é o nascimento de uma criança”.diversidade de saberes e culturas presentes na população bra-sileira, responsáveis pela construção da identidade do país, 5. Qual é a importância de se preservar uma semente quealém dos convencionalmente conhecidos. Em uma segunda já dura 350 anos?etapa, deverão refletir sobre a organização da reportageme os recursos multimidiáticos empregados. Se necessário, Sementes locais, de espécies nativas de uma região, cha-apresente o vídeo mais de uma vez. madas de sementes crioulas, garantem a preservação de espécies e alimentos saudáveis, sem o uso de agrotóxicos Para mais informações sobre agrobiodiversidade, consulte no plantio.o site <http://www.mma.gov.br/biodiversidade/conservacao-e-promocao-do-uso-da-diversidade-genetica/agrobiodiversi 6. De que forma as comunidades quilombolas progrediramdade> (acesso em: 4 nov. 2018). na realização de eventos de troca de sementes, garantindo a continuação de suas plantações? Comente que quilombola é a autodenominação dessesgrupos, que geralmente vivem em áreas rurais ou urbanas e Promovendo encontros e feiras com frequência e preser-são constituídos por pessoas negras cujos ancestrais foram vando espécies.escravizados. Nos diferentes agrupamentos, podem viver agri-cultores, seringueiros, castanheiros, populações que vivem 7. Qual é a importância da troca de sementes em relaçãoda pesca à margem de rios, os chamados ribeirinhos, dentre à biodiversidade do planeta?outras atividades, dependendo do contexto econômico-geo-gráfico. A troca de sementes nativas contribui para manter a bio- diversidade, evitando o cultivo intenso de uma única espécie, Sugerimos algumas das questões, entre outras possíveis, o que faria com que desparecessem as outras. A respeito dopara a primeira e a segunda etapas, que podem ser propostas assunto, é possível obter mais informações em <https://www.aos grupos. Se julgar conveniente, em função de sua realidade brasildefato.com.br/2016/12/21/sementes-crioulas-garande sala de aula, faça as duas etapas ao mesmo tempo. tem-a-preservacao-de-especies-e-alimentos-saudaveis/> (acesso em: 4 nov. 2018). Exploração temática (1ª etapa): Recursos midiáticos (2ª etapa): 1. Qual é a importância da agricultura familiar quilombolaem relação à sustentabilidade? 1. Quais são os recursos empregados para compor a reportagem? Vídeo, áudio, imagens, texto verbal e depoimentos. 2. Como as informações verbais são apresentadas? Não há a presença de um repórter ou locutor em off; as informações são adicionadas à tela.LXII MANUAL DO PROFESSOR3. Como é organizada a sequência da reportagem? BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: . Estética Tomadas de plano geral da feira, zoom em produtos, closedas pessoas que dão depoimentos, áudio de fundo, tomadas da criação verbal. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.de destaque de pessoas e grupos de dança e música. 4. Como é feita a sincronização entre as imagens das pes- BARBOSA, Jaqueline Peixoto. Trabalhando com os gêneros dosoas, da feira e dos produtos em destaque? discurso: uma perspectiva enunciativa para o ensino de língua É feita com cortes rápidos que se completam por meio portuguesa. Tese de doutorado, Programa de Estudos Pós-dos depoimentos e das imagens: por exemplo, quando uma -Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem,das pessoas usa uma metáfora para falar das sementes, são Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2001.mostradas imagens de pequenas mudas; quando uma outrapessoa fala das sementes de mais de 350 anos, um punhado BARTHES, Roland. O que é a crítica. In: Crítica e verdade. Trad.de sementes aparece e assim por diante. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Perspectiva, 1970. p. 157-163. 5. Como se inicia e como se encerra a reportagem? A reportagem se inicia com o destaque ao tema: as se- BAZERMAN, Charles. Gêneros textuais: tipificação e interação.mentes (duas mãos cheias de sementes em movimento). O São Paulo: Cortez, 2009.encerramento é feito pelo coordenador do movimento de Coor-denação Nacional de Articulação das Comunidades Negras BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa.Rurais Quilombolas (CONAQ). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. Forneça essa informação aos alunos porque a explicitaçãoda sigla não aparece na reportagem. . Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Nova 6. Qual é a sequência dos pontos apresentados na repor- Fronteira, 2009.tagem? O significado de uma semente – A feira – A origem das BOSI, Alfredo (Org.). O conto brasileiro contemporâneo. Sãosementes de troca – A importância e o valor das roças comu- Paulo: Cultrix, 2006.nitárias – A biodiversidade – A riqueza da cultura dos quilom-bolas – A luta dos quilombolas. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricu- 7. Quais elementos das imagens no cartaz de divulgação lar. Brasília, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.da Feira estão diretamente relacionados com o tema agro- mec.gov.br/>. Acesso em: 4 out. 2018.biodiversidade? A imagem maior mostra uma troca simbólica entre dife- . Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currícu-rentes etnias; as menores relacionam-se às atividades da los e Educação Integral. Diretrizes Curriculares Nacionais dacomunidade. Educação Básica. Brasília, 2013.10. Bibliografia . Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fun-AGUIAR, Vera Teixeira de; CECCANTINI, João Luís (Org.). Poesia damental: língua portuguesa. Brasília, 1998.infantil e juvenil brasileira: uma ciranda sem fim. São Paulo:Cultura Acadêmica, 2012. CALKINS, Lucy M. A arte de ensinar a escrever. Porto Alegre: Artmed, 1989.ANTUNES, Irandé Costa. Língua, gêneros textuais e ensino: con-siderações teóricas e implicações pedagógicas. Perspectiva, CANDIDO, Antônio. A vida ao rés do chão. In: . A crônica:Florianópolis, v. 20, n. 1, p. 65-76, jan./jun. 2002. Disponívelem: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/ o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Cam-view/10369/9638>. Acesso em: 4 out. 2018. pinas: Ed. da Unicamp, 1992.AZEREDO, José Carlos de. Fundamentos de gramática do por-tuguês. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 2002. . Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo:Publifolha, 2010. . Literatura oral no Brasil. São Paulo: Global, 2009. CASTILHO, Ataliba Teixeira de (Org.). Gramática do português falado. Campinas: Ed. da Unicamp, 1996. v. I. . Gramática do português falado. Campinas: Ed. da Uni- camp, 2000. v. IV. . Nova gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010. ; ELIAS, Vanda M. Pequena gramática do português bra- sileiro. São Paulo: Contexto, 2012. MANUAL DO PROFESSOR LXIIICENPEC – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cul- em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/tura e Ação Comunitária. Estudar pra valer!: leitura e produção view/P.2358-3428.2015v19n37p81>. Acesso em: 9 out. 2018.de textos nos anos iniciais do ensino fundamental/módulointrodutório. São Paulo, 2005. MATEUS, Maria Helena Mira et al. Gramática da língua portuguesa. Lisboa: Caminho, 1987.CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico Nova Fronteirada Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991. MEURER, José Luiz; MOTTA-ROTH, Desirée (Org.). Gêneros textuais e práticas discursivas. São Paulo: Edusc, 2002.DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, MariaAuxiliadora (Org.). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola, NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática funcional. São Paulo:2010. Martins Fontes, 2001. ; BEZERRA, Maria Auxiliadora. O livro didático de português: . Gramática de usos do português. São Paulo: Ed. da Unesp,múltiplos olhares. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001. 2011.FARACO, Carlos Alberto. Norma culta brasileira: desatando alguns . Gramática na escola. São Paulo: Contexto, 2001.nós. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. . Guia de uso do português: confrontando regras e usos.GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: São Paulo: Ed. da Unesp, 2003.Ed. da FGV, 1998. . Que gramática ensinar na escola?: norma e uso na línguaILARI, Rodolfo. Introdução ao estudo do léxico: brincando com as portuguesa. São Paulo: Contexto, 2003.palavras. São Paulo: Contexto, 2002. PAIVA, Aparecida (Org.). Literatura fora da caixa: o PNBE na escola . Introdução à semântica: brincando com a gramática. São – distribuição, circulação e leitura. São Paulo: Ed. da Unesp, 2012.Paulo: Contexto, 2001. ROJO, Roxane (Org.). A prática de linguagem em sala de aula: pra-KATO, Mary Aizawa. Gramática do português falado. Campinas: ticando os PCNs. Campinas: Mercado de Letras, 2001.Ed. da Unicamp, 2002. v. V. . Letramento e capacidades de leitura para a cidadania.KLEIMAN, Angela B. Texto & leitor: aspectos cognitivos da leitura. In: . Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. SãoCampinas: Pontes, 2005. Paulo: Parábola, 2009. ; MORAES, Silvia E. Leitura e interdisciplinaridade: tecendo ; BATISTA, Antônio A. Gomes (Org.). Livro didático de línguaredes nos projetos da escola. Campinas: Mercado de Letras, 1999. portuguesa, letramento e cultura da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 2003.KOCH, Ingedore G. Villaça. A coesão textual. São Paulo: Contexto,2002. SACRISTÁN, J. Gimeno. A educação obrigatória: seu sentido educa- tivo e social. Porto Alegre: Artmed, 2001. . Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez,2003. SANT'ANNA, Affonso Romano de. Parôdia, paráfrase & CIA. São Paulo: Ática, 2003. ; FÁVERO, Leonor L. Linguística textual: introdução. SãoPaulo: Cortez, 2002. SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim et al. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. ; VILELA, Mário. Gramática da língua portuguesa. Coimbra:Almedina, 2001. SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 2003.MACHADO, Anna Rachel (Coord.). Resenha. São Paulo: Parábola,2007. . Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rbedu/MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros n25/n25a01.pdf>. Acesso em: 5 out. 2018.e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008. TAVARES, Braulio. Contando histórias em versos: poesia e roman- . Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São ceiro popular no Brasil. São Paulo: Editora 34, 2005.Paulo: Cortez, 2010. TRASK, R. Larry. Dicionário de linguagem e linguística. São Paulo:MATA, Inocência. Gêneros narrativos nas literaturas africanas de Contexto, 2004.língua portuguesa: entre a tradição africana e o “cânone ocidental”.Scripta: Revista do Programa de Pós-graduação em Letras e do TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta paraCentro de Estudos Luso-afro-brasileiros da PUC Minas. Disponível o ensino de gramática. São Paulo: Cortez, 2005.LXIV MANUAL DO PROFESSORPORTUGUÊS ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS CONEXÃO COMPONENTE CURRICULAR: 8E USO LêNGUA PORTUGUESADileta DelmantoLicenciada em Letras (Português e Inglês)Mestra em Língua Portuguesa pela Pontifícia UniversidadeCatólica (PUC-SP)Professora das redes estadual e particular de São PauloLaiz B. de CarvalhoLicenciada em Letras e mestra em Literatura Brasileira pelaUniversidade Sagrado Coração (USC-Bauru-SP)Professora das redes estadual e particular de São Paulo1a ediçãoSão Paulo, 2018 MANUAL DO PROFESSOR 1Direção geral: Guilherme Luz Direção editorial: Luiz Tonolli e Renata Mascarenhas Gestão de projeto editorial: Mirian Senra Gestão de área: Alice Silvestre Coordenação: Rosângela Rago Edição: Alice Vasques de Camargo, Ângela Davoglio, Bruna Flores Bazzoli, Caroline Zanelli Martins, Miriam Mayumi Nakamura (editoras), Patrícia Rocco S. Renda, Marina Caldeira Antunes (assistentes) Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga Planejamento e controle de produção: Paula Godo, Roseli Said e Márcia Pessoa Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.), Rosângela Muricy (coord.), Ana Paula C. Malfa, Brenda T. M. Morais, Célia Carvalho, Claudia Virgilio, Flavia S. Vênezio, Gabriela M. Andrade, Hires Heglan, Lilian M. Kumai, Luciana B. Azevedo, Luiz Gustavo Bazana, Patricia Cordeiro, Raquel A. Taveira, Rita de Cássia C. Queiroz, Sandra Fernandez, Sueli Bossi, Tayra Alfonso, Vanessa P. Santos; Amanda T. Silva e Bárbara de M. Genereze (estagiárias) Arte: Daniela Amaral (ger.), Catherine Saori Ishihara (coord.), Carlos Magno (edição de arte) Diagramação: JS Design Iconografia: Sílvio Kligin (ger.), Claudia Bertolazzi (coord.) e Célia Rosa (pesquisa iconográfica) Licenciamento de conteúdos de terceiros: Thiago Fontana (coord.), Liliane Rodrigues (licenciamento de textos), Erika Ramires, Luciana Pedrosa Bierbauer, Luciana Cardoso Sousa e Claudia Rodrigues (analistas adm.) Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin Ilustrações: Fernando Pires, Guilherme Asthma, Gustavo Grazziano, Gustavo Ramos, Horácio Gama, Mario Kanno e Thais Circelli Design: Gláucia Correa Koller (ger.), Aurélio Camilo (proj. gráfico), Adilson Casarotti (capa), Tatiane Porusselli e Gustavo Vanini (assist. Arte) Todos os direitos reservados por Saraiva Educação S.A. Avenida das Nações Unidas, 7221, 1o andar, Setor A – Espaço 2 – Pinheiros – SP – CEP 05425-902 SAC 0800 011 7875 www.editorasaraiva.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Julia do Nascimento – Bibliotecária – CRB-8/010142 2018 Código da obra CL 820638 CAE 631753 (AL) / 631754 (PR) 1a edição 1a impressão Impressão e acabamento 22 MANUAL DO PROFESSORApresentação Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível que lhe deres: Trouxeste a chave? ANDRADE, Carlos Drummond de. Procura da poesia. In: Nova reunião: 23 livros de poesia. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009. v. 1. Caro aluno, Gostamos da reflexão que esses versos nos trazem sobre a importância das palavras e, por isso, nós os escolhemos para iniciar este livro, que trata de palavras e ideias, sentimentos e razões, fantasia e realidade e de escritores e leitores que precisam conhecê-las e manejá-las com precisão e sensibilidade para entender a si mesmos e interagir com o mundo que os cerca. Diante do desafio das palavras, nos valemos de recursos que permitam descobrir suas mil faces, encontradas no dia a dia de todos os homens, mulheres e crianças que povoam o mundo, bem como na história de tantos povos durante tantos e tantos séculos. São as palavras também que nos guiam no caminho de imagens, sons, movimentos, cores e volu- mes que nos trazem satisfação, inquietações e reflexões. Para tecer esta proposta, na qual você e seu professor serão os protagonistas, procuramos selecionar textos que possam fazê-lo se apaixonar cada vez mais pela leitura, percebendo-a como uma fonte inesgotável de prazer e de conhecimento. Fonte que permite alimentar sonhos, transformar nossa visão de mundo, reavaliar sentimentos, suscitar emoções, conhe- cer lugares sem sair do lugar, viajar no tempo, compreender outras culturas e civilizações e percorrer com mais proveito os caminhos abertos pelas conquistas da tecnologia, que nos desafiam a abrir, a cada vez, mais e mais portas no contexto das culturas digitais. Esperamos que as atividades deste livro propiciem a você oportunidades de refletir sobre a realidade que o cerca, de se expressar, de decidir como agir em relação aos desafios que a vida impõe, de perceber a importância de atribuir sentidos aos textos que preenchem o cotidiano e de conhecer as inúmeras possibilidades que as diferentes linguagens oferecem. Enfim, desejamos que este livro possa levá-lo a novas descobertas e novas reflexões, a avaliar conhecimentos e repensar valores, a buscar soluções e a ter uma visão plural do outro, sem perder a dimensão do encantamento que nos torna melhores e mais felizes. Um abraço, As autoras 3 MANUAL DO PROFESSOR 3Conheça seu livro Este livro está organizado em oito unidades. Elas são compostas de diversas seções, cada uma com uma finalidade específica. Conheça algumas delas a seguir. 1UNIDADE Faça seu comentário Nesta Unidade você vai participar de uma atividade de escuta e de uma discussão Abertura da Unidade em grupo sobre questões que dizem respeito à aprofundar seus conhecimentos sobre resenha, adolescência; Este momento consiste na leitura e na entendendo-a como um gênero de apoio para a seleção, analisar e compreender como, por que e para que se exploração de uma imagem: uma pintura, compreensão e apreciação de obras literárias e outras formam novas palavras em uma língua. uma fotografia, um grafite, uma cena de manifestações artísticas; filme, etc. As questões propostas suscitam Walt Disney/ip Archive/Glow Images reflexões sobre ela e mantêm relação com ler um texto didático para conhecer sua finalidade; o trabalho desenvolvido na Unidade. planejar, produzir e publicar uma resenha crítica sobre um objeto cultural; Trocando ideias Não escreva no livro! Imagem de divulgação de uma animação, 1. Assim como acontece em uma pintura, uma imagem pode brincar com luz e sombra. Leitura 1 de 2008, dirigida por Andrew Stanton e produzida pela Pixar Animation Studios. a) Como isso ocorre na imagem reproduzida? 10 b) Você conhece o personagem dessa animação? Para onde ele olha e leva o olhar de quem observa a imagem? 2. Observe a imagem e os elementos que a compõem. Para quem não conhece a animação, de que modo o cenário contribui para estimular a imaginação a respeito dela? 3. Se você ainda não assistiu a essa animação, teria curiosidade de conhecê-la? Antes de vê-la, pediria a opinião de alguém que já a tivesse visto? Se já a conhece, gostaria de saber como outras pessoas a avaliam ou a recomendaria para alguém? Por quê? Não escreva no livro! Unidade 1 11 Leitura 1 e Leitura 2 Antes de ler Nestas seções, você encontrará um conjunto 1. Você já assistiu a um filme de aventura? Se sim, cite um que chamou especialmente sua atenção e diversificado de gêneros textuais. Antes explique por quê. de iniciar a leitura, algumas questões 2. Você já leu romances que se desenvolvem em torno das aventuras de um herói? Se sim, quais? propostas em Antes de ler irão despertar seus conhecimentos sobre o assunto, seu interesse Você vai ler a versão adaptada de dois capítulos de Viagens de Gulliver, romance do escritor inglês Jo- nathan Swift. No livro, são narradas as aventuras de um médico que visita países fantásticos, habitados por pelo tema e antecipar o estudo do gênero. personagens extravagantes e de hábitos insólitos. O primeiro lugar aonde o personagem principal chega é a ilha de Lilliput, cujos habitantes são seres pequeninos de não mais que 15 centímetros de altura. Em se- guida, conhece Brobdingnag, terra habitada por gigantes, e Laputa, onde se passam os episódios a seguir. Os últimos destinos são a Terra dos Imortais e, finalmente, o país dos Houyhnhnms, onde quem governa são cavalos inteligentes, sinceros e sábios. Antes de iniciar o estudo do texto, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto em que elas aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário. Capítulo 9 Uma ilha que voa […] zarpei da Inglaterra para mais uma aventura no dia 5 de agosto de 1706. […] A viagem ia muito bem até que, em abril de 1707, quando estávamos quase chegando ao nosso destino, fomos atacados por um navio pirata. Depois de sermos amarrados e saqueados, tivemos de esperar que os piratas decidissem o que iam fazer conosco. Como eu havia discutido com o comandante deles, acabei sendo o mais castigado. Colocaram-me todo amarrado numa canoa e me deixaram no mar à deriva. Dis- seram que assim eu morreria lentamente. Confesso que fiquei apavorado quando me vi sozinho no meio do mar, mas, em pouco tempo, consegui soltar as cordas em torno do corpo e descobrir um remo embaixo de uma lona jogada no fundo da canoa. Parecia um milagre que o pior castigo havia se transformado em liberdade, pois, pelo menos, eu estava longe daqueles piratas perversos. Avistei um arquipélago ao sul e remei uma hora até alcançar a primeira ilha. Lá encontrei alguns ovos de pássaro, que mataram a minha fome, e um pequeno riacho, onde bebi enormes goles de água. Não encontrei nenhum ser humano, apenas aves, caranguejos e peixes, mas, quando visitava uma outra ilha, vi o céu escurecer de repente. Olhei para o alto e percebi que a sombra era causada por nada mais, nada menos do que uma ilha voadora pairando sobre a minha cabeça. Não deixe de ler Exploração do texto Não escreva no livro! Viagens de Gulliver, 1. Nos primeiros parágrafos do texto, ficamos sabendo como o narrador- 116 deóJonathan Swift, -protagonista chegou ao lugar em que se passará a história. adaptação de Ana Maria Exploração do texto Reflex‹o sobre a l’ngua Não escreva no livro! Machado, Ática. a) Essas circunstâncias foram duras? Explique. O clássico da literatura O trabalho realizado nesta seção permitirá Oração sem sujeito: contexto e sentidos universal em versão b) Em outras histórias de aventura que você conhece, o protagonista que você desenvolva habilidades de adaptada pela escritora também tem de enfrentar sozinho situações complicadas? Se sim, dê linguagem necessárias para se tornar um leitor 1. Leia o início de uma crônica sobre o Copan, famoso edifício da cidade de São Paulo, construído Ana Maria Machado. um exemplo. competente e progredir em sua formação em 1952. como leitor literário. Você vai conhecer a No século XVIII, após 2. Como o narrador-protagonista reage à visão inusitada de uma ilha pai- função social e a organização do gênero a que uma série de mudanças rando sobre sua cabeça? pertence o texto lido, além de outros recursos. políticas, a Grã-Bretanha Maycon Soldan/Fotoarena [...] passou a compreender 3. A ilha flutuante à qual o narrador sobe faz parte do reino de Laputa. Juca Martins/Olhar Imagem quatro países: Inglaterra, Chove sobre o Copan, chove País de Gales, Escócia e a) A que se dedica uma parte das pessoas desse reino? Irlanda. Jonathan Swift muito. Agora faz sol. Calor. Ago- foi sacerdote da Igreja b) Como vive o povo de Lagado, a metrópole (capital) do reino de La- Anglicana (a Igreja puta? ra chove outra vez. Faz frio. O sol oficial da Inglaterra), mas, sendo irlandês, via c) Qual é a causa dessa situação? volta, a chuva volta, o calor volta, os ingleses como dominadores e sempre d) Qual dos planos elaborados em Lagado mais chamou sua atenção? o frio volta e esse vaivém é parte defendeu a Irlanda, Por quê? católica, que vivia em do plano secreto da natureza que extrema miséria. 4. Observe como o autor localiza as ações narradas no tempo. pretende fazer nevar sobre o Co- Seu livro Viagens de a) Quando se passa a história? Gulliver, embora tenha pan. A natureza é ardilosa. como foco as aventuras b) Nos capítulos, os fatos são narrados de acordo com a ordem em que do protagonista, não acontecem? Explique. Nesse ritmo, logo, logo vai tinha a intenção de divertir os leitores; seu c) Essas escolhas do autor quanto ao modo de desenvolver a história em nevar sobre o Copan. Gaúchos, intuito era criticar uma sequência cronológica aproximam o público leitor da narrativa? determinados valores e Explique. mineiros, cariocas, goianos, per- aspectos da sociedade britânica de sua época. 5. Reflita sobre os capítulos lidos. nambucanos, paraenses. Faça O edifício Copan, em São Paulo (SP), foi projetado pelo arquiteto chuva ou sol, o país inteiro cabe Oscar Niemeyer; estima-se que seja habitado por mais de 5 mil Não deixe de ver a) Considerando a descrição do reino de Laputa e dos personagens, no Copan. [...]. pessoas. Foto de 2018. reflita: Qual seria a principal intenção do autor ao escrever esse livro? Robinson CrusoŽ, OLIVEIRA, Nelson de. Copan mon amour. Folha de S.Paulo, 9 dez. 2007. +mais!. direção de Rod Hardy b) Swift é conhecido pela ironia presente em suas obras. De que modo a Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0912200717.htm>. Acesso em: 21 maio 2018. e George T. Miller. Estados descrição dos projetos dos “sábios” revela esse aspecto da narrativa Unidos: Miramax Films, desse autor? Explique sua resposta e dê um exemplo. a) O autor afirma que “o país inteiro cabe no Copan”. No contexto da notícia, como se pode 1997. 100 min. interpretar essa frase? c) Releia estas falas de Gulliver e do professor que o acompanha. Adaptação do romance — E por que a ilha ia ser destruída? b) Que figura de linguagem está presente nesse comentário do autor? Robinson CrusoŽ, de Daniel Defoe. — Porque o povo de lá exigia coisas sem sentido do rei. Queriam, c) O autor comenta o efeito de diversos fenômenos naturais no Copan. Que fenômenos são esses? Um marinheiro britânico, por exemplo, escolher seu próprio governador. único sobrevivente de um d) O vaivém do clima, segundo o autor, pode fazer nevar sobre o Copan. Se houvesse a possibi- naufrágio, é levado pelas Qual é a ironia e a crítica presentes nesse diálogo? lidade de nevar, de que modo se poderia escrever uma oração sobre esse fenômeno? águas do mar até uma d) Com que intenção Swift adota esse tom irônico e crítico? remota ilha deserta, onde enfrenta desafios e perigos. 120 Unidade 4 2. Releia estas orações da crônica sobre o edifício Copan e observe as formas verbais destacadas. Chove sobre o Copan, chove muito. Agora faz sol. Verbo impessoal só é Faz frio. usado na 3a pessoa do Nesse ritmo, logo, logo vai nevar sobre o Copan. singular. Por exemplo: Está calor. Choveu a) Nessas orações, é possível: ontem. Faz tempo I. determinar a que palavra(s) essas formas verbais se referem? que não venho aqui. II. identiécar o sujeito dessas orações? Atividade de escuta III. identiécar uma pessoa ou um ser vivo a quem esses verbos são atribuídos? Por quê? Não escreva no livro! Encontro com Ignácio de Loyola Brandão b) Essas formas verbais indicam o uso de verbos pessoais, que admitem sujeito, ou verbos im- pessoais, que não se usam com sujeito? Lemos, na Leitura 1, um conto de Ignácio de Loyola Brandão. Você gostaria de ouvir o autor tecendo considerações sobre como se forma um leitor crítico e como nasce um conto ou uma crônica? Quando não existe na oração um termo ou expressão com que o verbo possa estabelecer corres- pondência gramatical, de forma explícita ou implícita, dizemos que o verbo é impessoal e a oração Sente-se com um ou mais colegas. Juntos, assistam ao trecho de uma palestra realizada por ele e dirigida é uma oração sem sujeito. a alunos em visita à Bienal do Livro de São Paulo. 78 Unidade 2 Atividade de escuta Público na 25ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo (SP). Foto de 2018. Reflexão sobre a língua Nesta seção, as atividades enfocam Conversem entre si sobre os pontos fundamentais de que fala o autor, tendo as perguntas a seguir como As atividades desta seção permitem a escuta ativa e responsiva e a norteadoras de sua discussão. Preparem-se para compartilhar oralmente suas observações com os demais que você reflita sobre o funcionamento colegas e o professor. da língua e sobre o uso de recursos apreciação de textos veiculados linguísticos e gramaticais, necessários oralmente, como reportagem 1. De acordo com o autor: para a interação social competente e a) como se forma um escritor? expressiva. multimidiática, podcast, poema, b) como se forma um leitor crítico? animação, entre outros. 2. Para o escritor, com base em que são criados contos e crônicas? 3. Para ele, o que vale mais ao se escrever um conto: a inspiração ou o trabalho? • Segundo o escritor, de onde vem a inspiração? 4. O autor menciona seus contos fantásticos. Segundo confessa, de onde tira a inspiração para criar enredos fantásticos, absurdos? 5. Em sua opinião: a) como é possível interpretar a referência que ele faz a si mesmo, definindo-se como um “autor fantástico entre aspas”? b) o que ele diz sobre isso confirma ou nega a exploração do conto feita nas atividades anteriores? Explique. c) que tipo de situações concretas, observadas por ele, poderia ter dado origem ao conto? 230 Unidade 7 44 MANUAL DO PROFESSORProdu•‹o escrita Não escreva no livro! Produção escrita e Produção oral Do texto para o cotidiano Não escreva no livro! Para relembrar As propostas de produção de texto são O mito de Narciso atualizado Segundo a mitologia trabalhadas passo a passo. Você terá a grega, Narciso era um Resenha crítica oportunidade de produzir uma foto denúncia, No poema que lemos, o eu poético critica o jogo de aparências das relações jovem de extrema beleza. elaborar um rap e apresentá-lo em público, sociais em que as pessoas parecem ser perfeitas, nunca cometem erros, nunca Um dia, sentou-se à beira As pessoas gostam de expor sua opinião sobre tudo e vivem tecendo comentários sobre o que veem, o produzir um conto de suspense, apresentar falham. de um riacho para matarque ouvem falar, o que leem, mas frequentemente os argumentos que apresentam – caso apresentem – não uma propaganda em um programa de rádio, a sede e viu sua imagemsão válidos ou, em alguns casos, não convencem ou satisfazem o interlocutor. Leia a tira. entre outros gêneros escritos e orais. Embora escrito há quase um século, os versos encontram eco nos dias de hoje. refletida no espelho- Vivemos em uma época em que a imagem é supervalorizada. Com o avanço das -d’água. Admirado com ferramentas tecnológicas e a explosão do acesso às redes socias, criou-se o fenô- sua própria beleza, atirou- meno da selfie e o desejo de muitas pessoas de postar imagens de seu cotidiano -se nas águas e em que aparecem belas, felizes e “perfeitas” em cenários igualmente perfeitos, transformou-se na flor mas que, algumas vezes, podem não refletir a realidade. A valorização exagerada que leva seu nome. e o amor pela própria imagem são chamados de narcisismo. Na Psicologia, Narciso é o símbolo do apreço e admiração exagerados de uma pessoa por siímesma.Adão Iturrusgarai/Acervo do Cartunista 1. Leia e observe a tira a seguir. Jamie Gril/Tetra Imagens/Getty Images ITURRUSGARAI, Adão. Mundo Monstro. Folha de S.Paulo, 15 ago. 2013. Disponível em: LEITE, Willian. Eu queria ser Antônio. WillTirando, 26 jan. 2018. Disponível em: <http:// © Will Leite/Acervo do Cartunista<www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#15/7/2013>. Acesso em: 19 jul. 2018.www.willtirando.com.br/eu-queria-ser-o-antonio/>. Acesso em: 15 ago. 2018. Em situações e conversas informais, comentários e avaliações sem argumentação fundamentada sãocomuns, com base em “eu adorei”, “é muito bom”, “acho que... eu gostei/eu não gostei...”. Porém, quando a) Que elementos da tira permitem ao leitor associá-la ao texto “Poemajornalistas e resenhistas opinam sobre um objeto cultural, é esperado que o façam com conhecimento e em linha reta”?apreciação consistentes para avaliá-lo. Hoje, você será um jornalista ou um resenhista! Produza uma resenha sobre um objeto cultural para b) Como se sentem os outros personagens na tira diante do que veem?publicar no jornal de sua escola, se houver. Você pode também enviá-la a um amigo que goste do assunto,publicá-la no blogue da turma ou lê-la em um clube de leitura de que faça parte. 2. Na tira, a crítica é a mesma presente no poema? Escolha o produto cultural que vai resenhar. Filme? Livro? Show? Game? O importante é que você tenhalido, presenciado ou visto, no caso de filme ou série, para poder avaliá-lo e recomendá-lo (ou não) a alguém. 3. Você costuma participar de redes sociais postando selfies? Com que fre-Decida quem será o destinatário de sua resenha e onde vai publicá-la para compô-la adequadamente. quência? Que tipo de texto costuma inserir junto às fotos? Não se esqueça de guardar uma cópia para a Produção do ano. 4. O individualismo exagerado, na busca de autoafirmação e admiração social,Antes de começar pode ser percebido em ambientes sociais. 1. Nas resenhas, emprega-se o vocabulário específico da área à qual pertence o objeto resenhado. Você já presenciou situações em que parecia ser mais importante tirar fotos e selfies para as redes sociais do que participar de uma festa ou a) Pelo campo semântico a que estas palavras pertencem, tente deduzir: A que produto cultural evento e interagir com o momento e com as pessoas? Se sim, como você se refere a resenha em cada grupo? se sentiu? Conte aos colegas como foi. I. plateia, aparelhagem de som, guitarrista, telão, vocalista, banda, iluminação 5. Já aconteceu de você se ver em uma situação em que seus amigos, co- II. picadeiro, lona, plateia, palhaço, malabarista, equilibrista, mágico legas ou conhecidos só contam vantagens, parecem “campeões em tudo”, e você achar que está para trás, perdendo algo? Já se perguntou b) Agora, escreva no caderno palavras que seriam usadas em uma resenha sobre: se de fato são vantagens? I. uma peça de teatro. 6. Você concorda com a ideia exposta no poema de que o ser humano é II. um espetáculo de dança. diverso, com momentos de perfeição e falhas, cheio de curvas e não uma linha reta, e de que há na sociedade um jogo de aparências que 2. As resenhas devem fornecer ao leitor alguns dados técnicos sobre o produto resenhado, os chama- precisa ser evitado? dos elementos paratextuais. Quais desses elementos são essenciais em uma resenha sobre: Unidade 5 161 a) um filme? b) um espetáculo musical? c) uma exposição de obras de arte? Unidade 1 25 Cultura digital Experimente fazer! Não escreva no livro! Book trailer Do texto para o cotidiano Cultura digital Meninas fotografando livro com celular. O objetivo desta seção é discutir eEsta seção apresenta propostas que refletir sobre assuntos que envolvem vão aproximá-lo mais da cultura Na seção anterior, você analisou um book trailer. • Na abertura, apresentem a obra. Não se digital e promover discussões Chegou a hora de produzir um vídeo como aquele esqueçam de mostrar a capa do livro e de temas como cidadania, ética, meio e reflexões sobre práticas para indicar a outras pessoas algum livro especial. focalizar o nome do autor e da editora. ambiente e pluralidade cultural. próprias do mundo virtual. Siga os passos e bom trabalho! Conhecimento interligado 1. Junte-se a um colega e escolham um livro • No desenvolvimento, contem resumida- que ambos tenham gostado de ler. Se for mente a história do livro. Folheiem o livro e Esta seção explora a relação interdisciplinar um romance de aventuras, melhor! façam pausas para dar destaque a trechos que a área de Língua Portuguesa estabelece do texto e ilustrações, se houver. Ressaltem 2. Conversem com o professor para decidir também as partes ou recursos linguísticos com as demais áreas do conhecimento quando e onde realizarão a gravação do que considerarem mais importantes! (História, Geografia, Arte, etc.). vídeo. Combinem também que recursos utilizarão, de acordo com o material e os • No encerramento, convidem os espectado- equipamentos disponíveis na escola. res para ler a obra e incluam os créditos do 3. Façam um roteiro para a elaboração do vídeo. vídeo, indicando o nome de vocês como Para isso, escrevam o texto que será lido responsáveis. enquanto vocês mostram trechos do livro e indiquem o que entrará em cada momento. Sinalizem também no roteiro quem ficará responsável pela locução e pela filmagem. 4. Selecionem imagens e façam desenhos para mostrar durante a filmagem. Usem a criativi- dade para cativar os espectadores e despertar o interesse deles pelo livro apresentado no book trailer. 5. Planejem recursos sonoros para ambientar • Para criar efeitos sonoros ou trilhas, usem o book trailer. Busquem sonoridades que percussão corporal, objetos que possam servir combinem com o que está sendo dito e de fontes sonoras e instrumentos musicais. mostrado no vídeo em cada momento.Aprender a aprender Como elaborar a introdução de um texto 6. Sigam as orientações do professor para editar, finalizar e salvar o vídeo. A introdução de um texto, independentemente do gênero a que pertence, é a janela que oferece Ao final das produções, conversem com o professor e combinem onde os book trailers daao leitor a noção do que o espera no desenvolvimento de uma ideia, um conceito, um fato, ou seja, turma circularão. É possível publicá-los no blogue da escola ou reuni-los em uma mídia edo que será dito na sequência. disponibilizá-la na biblioteca! Em textos expositivos ou argumentativos relacionados ao campo das práticas de estudos e pesquisa, 126 Unidade 4ao campo de atuação na vida pública ou ao campo jornalístico/midiático, ela contém, em geral, alinha central que vai nortear a exposição de informações, de fatos, de dados apresentados, bem comoas reflexões a respeito do assunto abordado, guiando o leitor ao longo da leitura. Uma introdução pode ser feita de várias maneiras. Ela é o ponto de partida na interação como leitor e deve despertar seu interesse, incentivando-o a prosseguir na leitura. Veja algumas ma-neiras de como é possível fazer uma introdução e escolha um desses caminhos quando for produzirseus textos.1. Leia esta notícia. A mensagem de garrafa que Kym Illman/Agência France-Presse passou 132 anos no mar A mais antiga mensagem do tipo de que Conhecimento interligado se tem notícia foi lançada ao oceano por navio alemão e encontrada por acaso na Austrália. Uma família de Perth, na Austrália, encontrou a Não escreva no livro! Tecnologia e design: árvores solares no Andre Horta/Fotoarena mais antiga mensagem em uma garrafa conhecida Rio de Janeiro do mundo, quase 132 anos depois de ela ter sido Garrafa com mensagem enviada por Arte e tecnologia jogada no mar, dizem especialistas locais. [...] navio alemão há 132 anos foi O design é utilizado para desenvolver produtos tec- encontrada na Austrália. Foto de 2018. Ciência e tecnologia são conceitos próximos. A ciência se caracteriza pelo conjunto de saberes sistema- nológicos que atendam a novas demandas, como ilu- A nota na garrafa, datada de 12 de junho de tizados, fruto de estudos e pesquisas nos diversos campos do conhecimento humano. A tecnologia diz minação, móveis, vestuário, métodos educativos. Mas 1886, foi descartada do navio alemão Paula, como respeito ao conjunto de métodos, técnicas, procedimentos, etc. que permitem alcançar determinado objetivo é usado também por artistas que querem utilizar inova- parte de um experimento sobre o oceano e rotas em diferentes áreas da atividade humana. Ambas estão inter-relacionadas, pois o conhecimento adquirido ções para criar obras únicas e incomuns. marítimas do Observatório Naval Alemão. [...] e sistematizado, proveniente da ciência, permite o desenvolvimento de novas tecnologias. Observe essas árvores solares, com design original e BBC News Brasil. A mensagem de garrafa que passou 132 anos no mar. Terra, 6 mar. 2018. A tecnologia tem sido vastamente explorada nas mais diversas áreas do conhecimento, inclusive no campo criativo. Além de sua beleza estética, demonstram a pos- Disponível em: <www.terra.com.br/noticias/mundo/a-mensagem-de-garrafa-que-passou-132-anos-no-mar das artes. Recursos tecnológicos têm sido empregados como possibilidade de novas formas de um artista ex- sibilidade de utilizar recursos naturais (luz solar) para gerar pressar sua maneira de ver o mundo. São muitas as manifestações artísticas que conjugam processos e meios e armazenar energia. As folhas são feitas de um material ,bed0d27a258c78efefe9c7698dcb968dda765osw.html4>. Acesso em: 1º ago. 2018. tecnológicos com criatividade e, com isso, produzem novos e inusitados sentidos. que transforma a luz solar em energia elétrica.O autor do texto de divulgação científica usou um fato real, como No campo jornalístico/ Observe os exemplos que ilustram como, em diferentes linguagens, o modo de expressão muda de acordo Tecnologia e pinturao desta notícia, para iniciar seu artigo “A mensagem na garrafa”. midiático, o termo com as inovações tecnológicas que vão surgindo.A esse recurso damos o nome de gancho. gancho refere-se ao Muitos pintores lançam mão de recursos oferecidos uso de um recurso que Tecnologia e dança pela tecnologia para criar suas obras de arte.Com que gancho o autor do artigo construiu sua introdução? Na dança, recursos tecnológicos como câmeras, sistemas interativos entre som e projeção de vídeos, O museu filipino Art in Island é um bom exemplo.Justifique sua resposta. desperte o interesse do computadores e robôs permitem novos caminhos na arte de representar o mundo por meio da expressão Localizado na cidade de Quezon, suas pinturas e murais corporal. O grupo de dança Companhia de Dança Cena 11, de Florianópolis, Santa Catarina, destaca-se em 3-D convidam os visitantes a interagir com as obras, leitor. pelo modo como usa recursos desse tipo para compor a organização cênica de suas apresentações e ampliar muitas delas baseadas em pinturas clássicas, célebres. a comunicação com o público. Para o grupo, a tecnologia não é usada apenas para produzir efeitos especiais, Tudo efeito de ilusão de ótica!2. Leia algumas introduções nos parágrafos a seguir, acompanhadas e sim para colaborar na atribuição de sentidos à performance dos bailarinos.do título do texto. Procure identificar de que tipo são elas, associando-as, no caderno, àsexplicações listadas.I. referência a um fato do cotidiano: declara-se algo a respeito de um fato ou evento de conhe- Rouelle Umali/Newscom/Fotoarena Árvore solar (OPTree) cimento público ou apresentam-se dados, estatísticas referentes a ele. instalada no Parque Olímpico, no Rio deII. indagação ou proposição de possibilidade: dirigida diretamente aos leitores, mas que será Janeiro (RJ), 2018. respondida pelo próprio autor.206 Unidade 6 Cristiano Prim/Acervo do fotógrafoAprender a aprender A obra O balanço (1766), do pintor francês Jean-Nesta seção, você vai trabalhar com procedimentos de -Honoré Fragonard,estudo e pesquisa indispensáveis a todas as disciplinas. transforma-se em uma brincadeira com a visitante A Companhia de Dança Cena 11 apresenta o espetáculo Protocolo Elefante em São Paulo (SP). Foto de 2016. do museu Art in Island, em 148 Unidade 4 Quezon, nas Filipinas, 2014. 1. Você viu alguns exemplos de recursos da tecnologia aplicados à arte. Qual deles chamou mais a sua atenção? Por quê? 2. Você acha que a integração entre arte e tecnologia produz uma arte “me- lhor”, necessariamente? Ou, ao contrário, exige menos dos artistas, pois eles podem usar e abusar dos recursos, sem se preocupar com aquilo que pretendem expressar? 3. Na sua opinião, artes que não se valem de tecnologia tendem a ter cada vez menos espaço? O que se ganharia e o que se perderia, se isso ocorresse? Unidade 4 149Produção do ano Revista Não escreva no livro! Fase 3 Mario Kanno/Arquivo da editora Em grupo com alguns colegas, participe da Produção do ano para a Preparação dos textos e ilustrações, diagramação Produção do anoelaboração de uma revista com os textos criados em diferentes momentos A revista começa a ganhar forma. Os textos são redigidos eao longo do ano. Vai ser uma oportunidade de você ampliar seus editados e a equipe de arte prepara a distribuição de textos e Trabalhando em equipe e utilizando as produções deconhecimentos e divulgá-los para mais leitores. fotos nas páginas. texto feitas no decorrer do estudo das Unidades, você vai organizar, planejar e realizar a produção do ano. Você sabe como são feitas as revistas? Leia o infográfico. Fase 2 Por isso, ao encontrar este selo, fique atento. Fase 1 Levantamento de dados Este ícone indica que há material Definição da pauta Após a definição da pauta, há a audiovisual relacionado ao tema Reunião da equipe para definir os coleta de informações e avaliação ou ao conteúdo abordado. assuntos da edição. Nessa fase, são do que vale a pena publicar. v’deo dispon’vel avaliadas as sugestões enviadas pelos leitores, caso haja. Fase 4 Fase 5 Checagem e revisão de texto Montagem e impressão Fase 7 Distribuição para A nossa revista Não escreva no livro! bancas e livrarias Vamos começar a organizar a produção da revista da classe, que será fina-44 Unidade 1 lizada no fim do ano. 1. Com a orientação do professor, forme um grupo com três ou quatro colegas. 2. Ao trabalhar as Unidades deste livro, vocês vão produzir diversos textos. Alguns deles estarão marcados com o símbolo: Fase 6 3. Guardem esses textos em uma pasta, pois eles poderão ser selecionados para publicação na revista do grupo. Distribuição para assinantes Essa é a primeira remessa a 4. Decidam se vocês vão guardar todos os textos do grupo em uma mesma ser feita, já que se destina a um pasta ou se cada um vai ter sua própria pasta. Caso resolvam ter só uma, público fiel à leitura da revista. definam quem vai ficar responsável por ela. 5. Nos próximos meses, procurem informar-se sobre revistas de seu interesse e ler algumas delas, observando o conteúdo, a organização das páginas, a disposição das fotos ou das ilustrações, a relação no espaço entre texto verbal e não verbal, etc. Esse conhecimento vai ajudar vocês na hora de produzir a publicação. Unidade 1 45 5 MANUAL DO PROFESSOR 5Sumário UNIDADE 1 Faça seu comentário Leitura 1 Resenha crítica (Diante dos olhos de Marcelo, Peter O Sagae), 12 Exploração do texto, 14 Recursos expressivos, 17 Do texto para o cotidiano – O filho do coração, 20 Fique atento... à pontuação na resenha, 21 Oralidade – Divergência de opinião, 21 A língua não é sempre a mesma – Recursos expressivos na escrita, 24 Cultura digital Pense nessa prática! – Vale qualquer comentário?, 24 Produção escrita – Resenha crítica, 25 Reflexão sobre a língua – A composição de palavras na língua portuguesa, 27 Atividade de escuta – Resenha oral, 31 Cultura digital Experimente fazer! – Resenha em vídeo, 32 Leitura 2 Texto didático (As possibilidades e os limites do corpo, Lídia Rosenberg Aratangy), 33 Exploração do texto, 35 Recursos expressivos, 36 Diálogo entre textos – Entrevista sobre aparência, 38 Reflexão sobre a língua – Uso do hífen em palavras compostas, 40 Cultura digital Experimente fazer! – Participe e comente!, 43 Encerrando a Unidade, 43 Produção do ano Revista, 44 UNIDADE 2 Cena aberta Leitura 1 Poema dramático (Morte e vida severina, João Cabral de Melo Neto), 48 Exploração do texto, 53 Recursos expressivos, 55 Oralidade – Literatura e outras manifestações artísticas, 58 Diálogo entre textos – O Sertão na canção, 59 Do texto para o cotidiano – A seca no Nordeste, 60 Reflexão sobre a língua – A posição do sujeito na oração, 61 Sujeito indeterminado: contexto e sentidos na oração, 63 Uma questão investigativa – A ordem direta e indireta da oração no português do Brasil, 65 Leitura 2 Poema dramático (Eu sei, mas não devia, Marina Colasanti), 66 Exploração do texto, 68 Recursos expressivos, 69 Cultura digital Você sabia? – Compartilhe e comente!, 72 Oralidade – Fluência e expressividade, 72 Produção escrita – Texto dramático, 73 Cultura digital Experimente fazer! – E-zine, 77 66 MANUAL DO PROFESSORReflexão sobre a língua – Oração sem sujeito: contexto e sentidos, 78 A língua não é sempre a mesma – Ter e haver para indicar existência, 83 Encerrando a Unidade, 83Conhecimento interligado História e Arte caminham juntas..., 84 UNIDADE 3 Uma palavrinha, por favor...Leitura 1 Entrevista (O novo cenário da inclusão social, APAE em Destaque), 88 Exploração do texto, 90 Recursos expressivos, 92 Fique atento... ao uso do discurso direto e indireto, 94 Produção oral e escrita – Entrevista, 95 Reflexão sobre a língua – Regência: relações e sentidos, 97 Atividade de escuta – O que é ética?, 100Leitura 2 Lei (Lei n. 13 146, de 6 de julho de 2015, Brasil), 101 Exploração do texto, 103 Recursos expressivos, 105 Diálogo entre textos – Os direitos e deveres em linguagem poética, 106 Do texto para o cotidiano – Olhos que falam, 107 Cultura digital Pense nessa prática! – Participação cidadã em meio digital, 108 Reflexão sobre a língua – Regência verbal, 109 Fique atento... ao uso do sinal indicativo da crase, 111 Oralidade – Estatuto do Idoso, 112 Encerrando a Unidade, 113 UNIDADE 4 Do outro lado do mundoLeitura 1 Romance de aventuras (Viagens de Gulliver, Jonathan Swift), 116 Exploração do texto, 120 Recursos expressivos, 121 Do texto para o cotidiano – O papel da ciência, 123 Atividade de escuta – Book trailer, 125 Cultura digital Experimente fazer! – Book trailer, 126 Produção escrita – Capítulo de romance de aventuras, 127 Reflexão sobre a língua – Vozes verbais, 129Leitura 2 Estória (Um pingo de chuva, Ondjaki), 133 Exploração do texto, 136 Recursos expressivos, 138 A língua não é sempre a mesma – O português falado em Angola, 140 Diálogo entre textos – Memória e invenção, 141 Oralidade – Resenha crítica, 142 7 MANUAL DO PROFESSOR 7Cultura digital Pense nessa prática! – Curtir e comentar, 143 Reflexão sobre a língua – Vozes verbais: contextos e sentidos, 144 Encerrando a Unidade, 147 Conhecimento interligado Arte e tecnologia, 148 UNIDADE 5 Poesia e transgressão Leitura 1 Poema (Poema em linha reta, Fernando Pessoa), 152 Exploração do texto, 154 Recursos expressivos, 156 Diálogo entre textos – O poema e a crítica social, 158 Atividade de escuta – A todos os brasileiros, 160 Do texto para o cotidiano – O mito de Narciso atualizado, 161 Fique atento... à pontuação no poema, 162 Oralidade – Intertextualidade: a paródia, 163 Produção escrita – Criação de paródia, 165 Cultura digital Experimente fazer! – Gravação de paródia, 168 Reflexão sobre a língua – Adjunto adnominal: contexto e sentidos, 169 Oralidade – Fluência e expressividade no flash mob, 173 Leitura 2 Poema visual (O pulsar, Augusto de Campos), 174 Exploração do texto, 175 Reflexão sobre a língua – Complemento nominal, 177 Uma questão investigativa – A linguagem figurada no dia a dia, 180 Encerrando a Unidade, 181 UNIDADE 6 Conhecer para opinar Leitura 1 Artigo de divulgação científica (A mensagem na garrafa, Ciência Hoje), 184 Exploração do texto, 187 Recursos expressivos, 190 Fique atento... à pontuação no artigo de divulgação científica, 194 Oralidade – Busca pela vida fora da Terra, 195 Cultura digital Experimente fazer! – Podcast científico, 196 Reflexão sobre a língua – Adjunto adverbial: contexto e sentidos, 198 Diálogo entre textos – Mesmo tema, outros gêneros, 202 Do texto para o cotidiano – A limpeza do Universo, 203 Atividade de escuta – O papel da divulgação científica, 205 Aprender a aprender – Como elaborar a introdução de um texto, 206 Leitura 2 Artigo de opinião (Mães-meninas, O Globo), 208 Exploração do texto, 210 Recursos expressivos, 212 Produção escrita – Artigo de opinião, 215 Reflexão sobre a língua – Aposto: sentidos e contexto, 217 88 MANUAL DO PROFESSORFique atento... à pontuação com aposto, 219 Encerrando a Unidade, 219Conhecimento interligado O corpo: movimento e identidade, 220 UNIDADE 7 De conto em contoLeitura 1 Conto de suspense (A descoberta da escrita, Ignácio de Loyola Brandão), 224 Exploração do texto, 226 Recursos expressivos, 227 Do texto para o cotidiano – Opressão no poema, 229 Atividade de escrita – Encontro com Ignácio de Loyola Brandão, 230 Reflexão sobre a língua – Coordenação: contexto e sentidos, 231Leitura 2 Conto psicológico (Aquela água toda, João Luís Anzanello Carrascoza), 236 Exploração do texto, 239 Recursos expressivos, 241 Produção escrita – Conto, 243 Cultura digital Experimente fazer! – Audiobook de contos, 245 Reflexão sobre a língua – Coordenação e subordinação, 247 Ação voluntária – Compartilhamento de audiobook de contos, 251 Encerrando a Unidade, 251 UNIDADE 8 De olho na atualidadeLeitura 1 Reportagem de divulgação científica (‘Fake news’ têm 70% mais chance de viralizar que as notícias verdadeiras, segundo novo estudo, O Estado de S. Paulo), 254 Exploração do texto, 258 Recursos expressivos, 261 Cultura digital Você sabia? – Há sites brasileiros de checagem de fatos, 264 Cultura digital Pense nessa prática! – Ler criticamente: há interesses por trás das notícias?, 264 Do texto para o cotidiano – Pós-verdade, 265 Aprender a aprender – Como elaborar um mapa conceitual, 266 Reflexão sobre a língua – Oração subordinada: contexto e sentidos, 269Leitura 2 Reportagem em meio digital (Os indígenas que escaparam do extermínio, El país), 274 Exploração do texto, 279 Recursos expressivos, 280 Fique atento... à pontuação na reportagem, 283 Produção escrita – Reportagem, 284 Atividade de escuta – Diversidade ambiental: feira de sementes, 287 Reflexão sobre a língua – Outras orações adverbiais, 288 Fique atento... à pontuação dos períodos com orações adverbiais, 290Conhecimento interligado Revoluções no modo de ler, 292Produção do ano Revista, 294Bibliografia, 296 9 MANUAL DO PROFESSOR 9Unidade 1 1UNIDADE Fa•a seu coment‡rio Competências gerais Imagem de divulgação de uma animação, da Educação Básica de 2008, dirigida por Andrew Stanton e 1. Valorizar e utilizar os produzida pela Pixar Animation Studios. conhecimentos histo- 10 ricamente construídos sobre o mundo físico, cionando-se ética e criticamente em relação a conteúdos da que implícita ou velada. Continuamos o trabalho com a re- social, cultural e digital discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais. senha, com o objetivo de que os alunos desenvolvam a habili- para entender e expli- dade de compreensão e réplica sobre livros, eventos, shows, car a realidade, conti- ¥ Nesta Unidade, enfocamos o campo jornalístico/midiático com exposições, entre outros, dando-lhes a oportunidade de se nuar aprendendo e cola- o gênero resenha crítica. Nesse campo, entre os diversos gê- aproximar de eventos culturais em sua comunidade ou fora borar para a construção neros jornalísticos, podemos considerar duas categorias: os dela, desenvolvendo o senso crítico. No campo das práticas de uma sociedade justa, informativos (em que predomina a sequência expositiva) e os de estudo e pesquisa, enfocamos o texto didático, gênero de democrática e inclusiva. opinativos (em que predomina a sequência argumentativa), apoio ligado à divulgação de conhecimentos, cujo trabalho visa 4. Utilizardiferenteslingua- embora essa fronteira não seja perfeitamente nítida, pois é ampliar e qualificar a habilidade de os alunos compreenderem gens – verbal (oral ou vi- consenso que nenhum texto é neutro, isento de opinião, ain- criticamente o mundo físico e a realidade social. sual-motora, como Li- bras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimen- tos das linguagens artís- tica, matemática e cien- tífica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em dife- rentes contextos e pro- duzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. Competência específica de Linguagens para o Ensino Fundamental 4. Utilizardiferenteslingua- gens para defender pon- tos de vista que respei- tem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioam- biental e o consumo responsável em âmbi- to local, regional e glo- bal, atuando criticamen- te frente a questões do mundo contemporâneo. Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental 3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mí- dias, com compreensão, autonomia, fluência e cri- ticidade, de modo a se ex- pressar e partilhar infor- mações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo. 6. Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em intera- ções sociais e nos meios de comunicação, posi-10 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Nesta Unidade você vai participar de uma atividade de escuta e de uma discussão • Paraotrabalhocomogênero em grupo sobre questões que dizem respeito à resenha, sugerimos a leitu- aprofundar seus conhecimentos sobre resenha, adolescência; ra do artigo: OLIVEIRA, Maria entendendo-a como um gênero de apoio para a seleção, analisar e compreender como, por que e para que se Marta G. de. “Habilidades de compreensão e apreciação de obras literárias e outras formam novas palavras em uma língua. leitura refletidas no gênero manifestações artísticas; resenha”. In: Língua escri- Walt Disney/ip Archive/Glow Images ta. Belo Horizonte, n. 6, jan./ ler um texto didático para conhecer sua finalidade; jun. 2009. p. 94. Disponí- vel em: <http://www.ceale. planejar, produzir e publicar uma resenha crítica sobre fae.ufmg.br/app/webroot/ um objeto cultural; files/uploads/revista%20 lingua%20escrita/Trocando ideias Não escreva no livro! LinguaEscrita_6d.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2018.1. Assim como acontece em uma pintura, uma imagem pode brincar com luz e sombra. • Sugerimos também a leitu-a) Como isso ocorre na imagem reproduzida? Espera-se que os alunos respondam que a imagem ganha força por ra de um texto teórico que meio do contraste entre a cor escura do céu estrelado à esquerda, trata especificamente de resenha cinematográfica: onde está o personagem, e a presença de luminosidade à direita. “Resenha cinematográfi- ca: um gênero textual parab) Você conhece o personagem dessa animação? Para onde ele olha e leva o olhar de quem observa a o ensino de língua portu- guesa na abordagem do imagem? Espera-se que os alunos respondam que ele olha para o espaço, para o infinito. interacionismo sociodis- cursivo”. Disponível em:2. Observe a imagem e os elementos que a compõem. Para quem não conhece a animação, de que modo o <http://www.faccar.com. cenário contribui para estimular a imaginação a respeito dela? Resposta pessoal. br/eventos/desletras/ hist/2005_g/2005/3. Se você ainda não assistiu a essa animação, teria curiosidade de conhecê-la? Antes de vê-la, pediria a textos/010.html>. Acesso opinião de alguém que já a tivesse visto? Se já a conhece, gostaria de saber como outras pessoas a avaliam em: 16 jul. 2018. ou a recomendaria para alguém? Por quê? Resposta pessoal. Trocando ideias Atividade 1, item b • Verifiqueosconhecimentos prévios dos alunos sobre a animação. Caso a conhe- çam, saberão que o persona- gem é Wall-E e conhecerão o enredo. De qualquer for- ma, comente que a história se passa em 2815, quando a humanidade abandonou a Terra e passou a viver em uma nave no espaço. O per- sonagem Wall-E é um robô deixado no planeta, que tem como função limpar o lixo acumulado por centenas de anos de consumismo.  Atividade 2  • Osalunospodemmencionar o lixo eletrônico sobre o qual o robô está e a sensação de aparente solidão do perso- nagem. A imagem combina mistério e atração, com a in- tençãodeestimularacuriosi- dade do leitor ou espectador.• Serão abordados os seguintes eixos: Unidade 1 11 Neste bimestre, consul- te no Material Digital do Pro- Oralidade: atividade de escuta – análise de gravação: resenha Produção de texto: planejar, elaborar, revisar e publicar resenha, fessor: oral; discussão em grupo. explorando recursos disponíveis. Análise linguística/semiótica: reconhecer e analisar processos de • Plano de desenvolvi- Leitura: resenha crítica, como gênero de apoio para a compreen- formação de palavras por composição (justaposição e aglutinação); mento; são e seleção de obras literárias e outras manifestações artís- apropriação e uso das regras básicas de uso do hífen em palavras ticas, e texto didático, como apoio para a compreensão de con- formadas pelo processo da composição. • Ficha de acompanha- teúdos ligados a uma área do conhecimento, em especial, a uma mento das aprendiza- disciplina escolar. gens; • Avaliação; • Sequências didáticas:  1. Escolher e apreciar 2. Formação de pala- vras por composição 3. Cotidiano poético 11MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1Leitura 1 Leitura 1 Não escreva no livro! Competências Antes de ler específicas de Língua Portuguesa para o 1. Quando quer obter informações a respeito de um filme, um livro, um jogo Ensino Fundamental eletrônico ou um evento cultural em sua cidade, onde você costuma 2. Apropriar-se da lingua- buscá-las: com amigos, na internet, em revistas, em clubes de leitura, suplementos de jornal? Resposta pessoal. gem escrita, reconhe- cendo-a como forma de 2. Você, provavelmente, já leu textos em jornal, revista ou site que aconse- interação nos diferentes lhavam o leitor a assistir a determinado filme ou a ler um livro publicado. campos de atuação da Nesses casos, que objeto cultural era recomendado? Se você leu, viu ou vida social e utilizando-a assistiu ao que era aconselhado, a leitura ou o evento preencheu suas para ampliar suas possi- expectativas? Resposta pessoal. bilidades de participar da cultura letrada, de cons- Reprodu•‹o/Edi•›es SM Muitas vezes nos vemos diante de questões como decidir se vamos ou não ver truir conhecimentos (in- um filme, se vamos a uma exposição de pinturas ou a um show, que livro ler, que clusive escolares) e de Caio Riter jogo eletrônico comprar. Onde encontrar informações que nos orientem? se envolver com maior O RAPAZ QUE NÃO ERA autonomia e protago- DE LIVERPOOL Leia a resenha crítica de um livro que narra a história de um garoto de nismo na vida social. capa: Graça Lima 15 anos e sua paixão pelos Beatles, e que encontra, em sua própria vida, 6. Analisar informações, Edições SM, 2006 uma inesperada correspondência com esse famoso quarteto musical. Será argumentos e opiniões que essa resenha despertará seu interesse em ler o livro? manifestados em in- terações sociais e nos Durante a leitura do texto, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas meios de comunicação, pelo contexto em que elas aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário. posicionando-se ética e criticamente em relação Diante dos olhos de Marcelo a conteúdos discrimina- tórios que ferem direitos Os olhos castanhos de Marcelo eram únicos naquela família e não havia mais humanos e ambientais. como negar as evidências. Na aula, o professor de Biologia explicara as leis da hereditariedade, quais características dominantes, quais recessivas e agora são (EF69LP45) Posicionar-se as ervilhas de Mendel que rodam dentro da mente do rapaz. A velha descon- criticamente em relação a fiança, afinal, tinha um fundamento! Nenhuma foto da mãe esperando por ele, textos pertencentes a gê- Marcelo jamais esteve em seu ventre: seus olhos não tinham a cor do mar, a neros como […] resenha cor do céu, a cor dos olhos da mãe, a cor dos olhos do pai. Era um só Marcelo, crítica […] para selecionar diferente e só, adotado. obras literárias e outras ma- nifestações artísticas (cine- O que sente e pensa Marcelo? Algo como tristeza ou desespero? Amargura, ma, teatro, exposições, es- por quinze anos vividos sob a custódia de uma traição? Seus pais – ou melhor: petáculos, CDs, DVDs etc.), eles, Inês e Pedro Paulo não tinham o direito. De trocar uma história por outra! diferenciando as sequên- E o rapaz caminha pelo quarto, como se tudo ali fosse diferentemente novo. cias descritivas e avalia- Estranho. No entanto, algumas coisas permaneciam familiares... Ele, que não tivas e reconhecendo-os era exceção às regras de Mendel, o filho de coração, sentia-se o verdadeiro como gêneros que apoiam a rapaz que não era de Liverpool. De fato, os Beatles eram apenas quatro, como escolha do livro ou produção Pedro Paulo, Inês, Ramiro e Maria. Alguém sobrava naquela casa. O quinto cultural e consultando-os no Beatle não existiu. E era ele. Encarando os outros, olhos nos olhos: qual a sua momento de fazer escolhas, verdadeira história? quando for o caso.Antes de ler• Essas atividades têm como objetivo ativar os conheci- mentos prévios dos alunos acerca do gênero resenha. 12 Unidade 112 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos – sejam claros, Liverpool é uma Leituraescuros, castanhos, azuis, não importa –, como um filme em alta velocidade. Caio cidade da InglaterraRiter traduz essa sensação para o leitor, emprestando voz para o personagem: é conhecida por ter VocabulárioMarcelo, em primeira pessoa, quem narra o torvelinho de imagens e emoções revelado a famosanum rápido pulsar de fragmentos que o autor ordena com técnica cinematográ- banda de rock The digressão: divagação, des-fica. O texto é dividido em cinco capítulos, nos quais a ação no presente se esten- Beatles, com quatro vio momentâneo de assunto.de por pouco mais que uma semana e alguns dias. Esse plano narrativo é inter- integrantes: Johnrompido por cenas que são a força das digressões, trazendo tanto a memória de Lennon, Paul incurso: entrada, introdução.fatos isolados da infância e da juventude de Marcelo quanto os poucos instantes McCartney, Ringo Starrque antecederam a conversa com a mãe. É também a derradeira confirmação que e George Harrison. interpolação: introduçãomarca o início da narrativa, às primeiras linhas do capítulo um. ou inserção de cenas em flashback: interrupção um texto. “— Não, Marcelo, você não nasceu de mim! da sequência cronológica Ela disse. Falou o que eu queria-temia escutar. Falou. As palavras foram em uma narrativa (em laborioso: cuidadoso, bem claras. Sem sombras. Sem dúvidas. A confirmação ali, naquela frase tão simples. livro, novela, série, filme), trabalhado. Tão. Não era minha mãe. Não era. E, no entanto. com volta a eventos Estendeu a mão. A mão que muito carinho já me fizera. A mão. Tremia? Queria passados. torvelinho: movimento em ser toque. Acarinhar meu cabelo, daquele jeito calmo que eu tanto gosto. Gostava. efabulação: narração espiral, redemoinho. Leve toque em meu braço. ficcional. Fugi. match cut: técnica • O termo efabulação tem o Lágrimas nos olhos dela. E nos meus. cinematográfica que mesmo sentido de fabu- Fugi para meu quarto. consiste em um corte na lação, criação ficcional ou [...]” sequência da narração, representação fictícia por permitindo a transição meio da imaginação, in- Nenhum leitor mais se espanta com o congelamento da ação presente entre dois planos que se venção de uma sequênciapara introduzir um FLASHBACK, recurso que ajuda a erguer estruturas não correspondem. de fatos que compõem olineares de efabulação, em idas e vindas dentro de um texto. É exatamente fusão: técnica enredo em uma narrativa.na interpolação de diferentes planos que vai se afirmando a originalidade cinematográfica que Atualmente, o termo desig-do autor e um laborioso trabalho técnico. Caio Riter interrompe por dezes- consiste na passagem na também a narrativa quesete vezes o fluxo dos capítulos, com cenas numeradas e subtítulos, em que gradativa, com subverte, de várias manei-o leitor salta para o passado de Marcelo. As lembranças surgem encaixadas sobreposição, de uma ras, o padrão e as expecta-pelo incurso do MATCH CUT, isto é, alguma informação do instante presen- imagem para outra. tivas do romance tradicio-te (um nome, uma foto, uma palavra, uma dor) repete uma situação já vivi- nal, principalmente no queda, assim deflagrando a visão do passado. De outro modo, a saída das de- diz respeito a forma, estilo,zessete cenas é feita sem avisos ou abruptas separações, flutuando o foco narrativo, tratamentopensamento de Marcelo em efeitos de FUSÃO com o presente. do tempo e espaço, empre- go frequente de alegorias e Da estrutura geral da obra à estrutura das frases, a linguagem privilegia um diluição dos limites entre oponto de vista e uma fala em perfeita síncope. Das emoções. É a pontuação rí- cotidiano e o fantástico, ogida e seca que para. O pensamento entrecortado que se permite. Das lacunas mágico e o real.entre palavras ao fosso existencial. São fendas e senhas: por interrupção, inter-mitência: interrogações. A todo instante, torcemos por Marcelo. Pela respostaque procura, pela paz. Céu e mar para o rapaz que não era de Liverpool. O SAGAE, Peter. Diante dos olhos de Marcelo. Dobras da Leitura O’ Blog, 3 jun. 2009. Disponível em: <http://dobrasdaleitura.blogspot.co.at/2009/06/diante-dos-olhos-de-marcelo.html>. Acesso em: 21 jun. 2018.Reprodução/Arquivo pessoal Peter O Sagae é autor, professor, tradutor e crítico literário. Criou o blogue Dobras da Leitura OÕ Blog, em que publica resenhas sobre obras literárias. Unidade 1 13 13MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Exploração do texto Exploração do texto Não escreva no livro!Atividade 2, item b 1. Uma resenha é sempre acompanhada de elementos paratextuais.• Comente com os alunos a) Que função tem a capa do livro que acompanha o texto? que Mendel é autor do es- tudo hoje chamado de Leis Apresentar o livro, objeto da resenha, ao leitor. de Mendel, as quais regem a transmissão dos caracte- b) Releia este trecho. res hereditários. O protago- Caio Riter nista de O menino que não O RAPAZ QUE NÃO ERA DE LIVERPOOL era de Liverpool se baseia capa: Graça Lima nessas leis para tirar con- Edições SM, 2006 clusões que o levam a des- cobrir ter sido adotado: as Qual é a função dessas informações para o leitor da resenha? experiências desse estu- dioso mostraram que não 2. c) Os quatro integrantes daFriedrich/Interfoto/LatinstockO termo paratexto designa os elementos que acompanham um texto, é biologicamente possível banda eram de Liverpool; a com informações para a orientação do leitor, como título, nome do autor, pais de olhos claros (ver- família de Marcelo é compos- número de páginas, índice, ilustrações, gráficos, dedicatória, notas de des ou azuis) gerarem um ta também de quatro integran- rodapé, etc. filho de olhos castanhos. No tes; ele, Marcelo, de acordo entanto, os estudos de ge- com sua interpretação, não faz Elas permitem ao leitor identificar a obra sobre a qual a resenha foi feita. Além disso, contêm nética mais avançados pro- parte da família; metaforica- varam que a cor dos olhos mente, “não é de Liverpool”. 2. Pela leitura da resenha, é possível ter uma noção do enredo. outros dados é uma característica poli- gênica, isto é, definida não Gregor Johann úteis, caso haja interesse em encontrar o livro em uma biblioteca, livraria ou site especializado. por um, mas por vários pa- Mendel (1822-1884), res de genes, tornando pos- considerado o “pai da a) Qual é o conflito vivido pelo personagem Marcelo? sível que um casal de olhos genética”, foi um claros venha a ter filhos de monge e botânico A suspeita de que é adotado. olhos castanhos. Para mais austríaco. Trabalhando informações, consulte: com o cruzamento de b) De acordo com a resenha, qual é a importância da relação entre as <https://diariodebiologia. sementes de ervilha, ervilhas de Mendel e a cor dos olhos de Marcelo para o estabeleci- c o m / 2 016 / 07/c o m o - ele propôs a teoria, mento desse conflito? Para mais informações, leia o boxe sobre os funciona-genetica-cor-dos- mais tarde confirmada, estudos de Mendel. O protagonista sabe que um casal de olhos claros (verdes, os olhos-como-saber-olhos- da existência de do-bebe/> (acesso em: 13 características da mãe, e azuis, os do pai) não poderia ter um filho de olhos castanhos. out. 2018). biológicas que se transmitem pela c) De que forma o título do livro também se relaciona com os Beatles hereditariedade, ou e esse conflito? Se necessário, releia o boxe complementação da seja, de pais para Leitura 1. filhos. 3. Em relação ao enredo, anote no caderno quais frases a seguir se referem 14 Unidade 1 ao presente vivido pelo personagem (a dor de saber a verdade) e quais a um tempo passado (as lembranças). I. Nenhuma foto da mãe esperando por ele, Marcelo jamais esteve em seu ventre [...]. passado II. Ele, que não era exceção às regras de Mendel, o filho de coração, sentia- -se o verdadeiro rapaz que não era de Liverpool. [...] Qual a sua verda- deira história? presente III. [...] trazendo tanto a memória de fatos isolados da infância e da ju- ventude de Marcelo, quanto os poucos instantes que antecederam a conversa com a mãe. passado IV. E o rapaz caminha pelo quarto, como se tudo ali fosse diferentemente novo. Estranho. No entanto, algumas coisas permaneciam familiares... presente14 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 14. Uma resenha de livro ou filme contém, em geral, o resumo da história e as avaliações que defendem Atividade 6 a posição do autor. No caderno, relacione cada parágrafo da resenha a seu respectivo conteúdo. Dica: desconsidere a citação literal do trecho do romance na contagem dos parágrafos. (EF89LP05) Analisar o efei- I. Informações sobre o enredo. to de sentido produzido pelo uso, em textos, de recurso a II. Informações sobre a estrutura do livro. formas de apropriação tex- tual (discurso […] indireto III. Avaliação sobre as técnicas usadas na narração. ou indireto livre). IV. Avaliação sobre a linguagem e conclusão. Atividade 6, item b • Comente que o pronomea) Primeiro parágrafo. I. Informações sobre o enredo.b) Segundo parágrafo. I. Informações sobre o enredo. indefinido muitos, nessec) Terceiro parágrafo. II. Informações sobre a estrutura do livro. contexto, reflete, de cer-d) Quarto parágrafo. III. Avaliação sobre as técnicas usadas na narração. ta forma, a “voz” do sensoe) Quinto parágrafo. IV. Avaliação sobre a linguagem e conclusão. comum, ou seja, a impres- são ou sensação que mui-5. Releia. tas pessoas têm a respei- to de algo.Nenhum leitor mais se espanta com o congelamento da ação presente para introduzir um Atividade 6, item cFLASHBACK, recurso que ajuda a erguer estruturas não lineares de efabulação, em idas e vindas • Expliquequesetratadodis-dentro de um texto. É exatamente na interpolação de diferentes planos que vai se afirmando a curso indireto livre, modo narrativo em que o narradororiginalidade do autor […]. 5. a) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos entendam que se trata do movimento, no reproduz as palavras ou o enredo, entre presente e passado na recuperação das memórias do personagem e do pensamento de um perso- nagem de modo simultâneo passado para o presente, na situação em que se encontra. a seu próprio discurso, inse- rido na narração, sem ver-a) O que você entende por “idas e vindas dentro de um texto”? bos de elocução, sem con- junção subordinativa nemb) Interpolar significa “alternar, revezar”. Quais são os diferentes planos que se alternam na marcas gráficas. narrativa? Presente e passado.6. Em uma resenha, podem estar presentes outras vozes além da do autor, seja de forma implícita ou explícita.a) Há algum momento, no texto, em que aparece explicitamente a voz do autor? Justifique suaresposta. Sim, na frase: “A todo instante, torcemos por Marcelo” e no fragmento “[...] a vida pode passar diante de nossos olhos [...]”.b) Releia esta afirmação.Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos [...] como um filme em alta velo-cidade. 6. c) “A velha desconfiança, afinal, tinha um fundamento!” Espera-se que os alu-A quem se refere o pronome muitos, empregado pelo autor? nos percebam que o autor registra a fra- se exclamativa como um desabafo doA pessoas indeterminadas, a pessoas em geral, quaisquer pessoas. personagem, reportando diretamente ac) Releia o primeiro parágrafo do texto. fala tal como foi dita por Marcelo.Os olhos castanhos de Marcelo eram únicos naquela família e não havia mais como negar as evi-dências. Na aula, o professor de Biologia explicara as leis da hereditariedade, quais característicasdominantes, quais recessivas e agora são as ervilhas de Mendel que rodam dentro da mente do rapaz.A velha desconfiança, afinal, tinha um fundamento! Nenhuma foto da mãe esperando por ele, Mar-celo jamais esteve em seu ventre: seus olhos não tinham a cor do mar, a cor do céu, a cor dos olhos damãe, a cor dos olhos do pai. Era um só Marcelo, diferente e só, adotado. Nesse parágrafo, quando o autor da resenha apresenta o resumo da história, é possível “ouvir” a voz do personagem. Procure identificá-la e explique por que a selecionou.d) Em que momento, no texto da resenha, aparece a voz do narrador da história do rapaz que não era de Liverpool? E quem é esse narrador? Na citação do trecho que o resenhista transcreve entre aspas. O narrador é o próprio Marcelo. Unidade 1 15 15MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Atividade 9 7. b) No último parágrafo, o 7. Percebemos, ao longo do texto, o desenvolvimento da apreciação que o• Considerando-se a finali- autor da resenha dirige-se di- autor da resenha faz. retamente ao leitor, convidan- dade do gênero, espera-se do-o a “torcer” pelo persona- a) Essa apreciação é positiva ou negativa? Positiva. que os alunos respondam gem. Isso reforça a opinião de se obtiveram as informa- que a narrativa tem qualida- b) De que modo o último parágrafo reforça essa opinião? ções necessárias para to- des suficientes para envolver mar a decisão de ler ou não o leitor e emocioná-lo, já que c) Com os elementos que o resenhista apresenta, você se sentiu interes- o livro, e se a argumenta- isso ocorreu com o resenhista sado pela história de Marcelo? Por quê? Resposta pessoal. ção na resenha foi suficien- na leitura. te para estimulá-los a ler.• Se achar interessante, co- 8. Resenhas geralmente não antecipam informações que comprometam o mente que, em resenhas impacto do filme ou livro resenhado. publicadas em sites, é co- mum aparecer a mensa- a) Que efeito isso cria? Cria expectativa, curiosidade no leitor. gem: “Atenção, este co- mentário contém spoiler” b) A resenha lida recomenda explicitamente que o leitor leia o livro? De (do inglês, to spoil, “estra- que modo age o resenhista ao apresentar o livro? gar”). Isso quer dizer que a resenha dá informações so- Não. Comenta suas qualidades, estimulando, instigando o leitor a ler o livro. bre a história que podem es- tragar o prazer da descober- 9. Em sua opinião: ta do leitor ou espectador. a) os argumentos usados na resenha poderiam influenciar positiva ouAtividade 10 negativamente um leitor para escolher essa leitura? Em que medida• Comente que a estrutura de e por quê? Resposta pessoal. uma resenha pode variar. b) mesmo sem saber como termina a história de Marcelo, essa resenha Seus elementos básicos cumpriu sua finalidade com relação a você, como leitor? Por quê? são as informações sobre o objeto resenhado e a ava- Resposta pessoal. liação do resenhista, funda- mentada em argumentos 10. Resenhas, em geral, costumam apresentar a seguinte estrutura. válidos. A organização do texto deve incluir uma in- Apresentação Desenvolvimento Conclusão trodução e uma conclusão. 10. b) O resumo da história é Resumo Opinião e argumentos Informações Não deixe de ler apresentado em um bloco e, da história para comprová-la técnicas em seguida, em outro bloco, • No livro, o personagem vêm a opinião e os argumen- reconhece que a verda- tos para comprová-la. As in- deira família é aquela formações técnicas, como o que cuida de uma crian- trabalho com a linguagem, ça e atua em seu cres- são exploradas no final do de- cimento com amor e senvolvimento. dedicação, não neces- sariamente a biológica. N‹o deixe de ler A resenha lida obedece a essa estrutura? Explique sua resposta, comen- tando: O rapaz que não era de Liverpool, de Caio a) a apresentação. Riter, Edições SM. Não há propriamente uma apresentação do livro; o texto já começa com o resumo da história. Leia o livro e fique sabendo qual foi a resposta de b) o desenvolvimento. Marcelo a suas próprias indagações. Aproveite c) a conclusão. Apresenta a conclusão nas três últimas frases. para conhecer melhor as técnicas cinematográficas 11. Resenhas críticas publicadas em jornais e revistas de circulação nacional empregadas pelo autor e em sites confiáveis são geralmente escritas por especialistas: críticos de na trama. cinema e literatura, jornalistas, etc. Fazer escolhas com base na leitura de resenhas é um bom caminho para decidir o que ver ou ler? Por quê? Resposta pessoal. 16 Unidade 116 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Recursos expressivos 2. a) Sim, há várias palavras e Recursos expressivos expressões ligadas ao univer-1. Na resenha lida, alterna-se o uso de verbos no passado e no presente. so da ficção como persona- (EF69LP54) Analisar […] gem, primeira pessoa, nar- em gêneros em prosa […]a) Em geral, predominam, nas resenhas, as formas verbais no presente. rativa, ação, cena, leitor, os efeitos de sentido decor- Releia. autor, efabulação, flashback. rentes do emprego de pala- vras e expressões […] co- Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos – sejam 2. b) Além do universo da litera- notativas […], percebendo tura, referências ao universo ci- sua função na caracteriza-claros, escuros, castanhos, azuis, não importa –, como um filme em alta nematográfico, com o uso de ção dos […] personagens palavras e expressões relacio- e ações próprios de cada gê-velocidade. Caio Riter traduz essa sensação para o leitor, emprestando nadas a esse campo semântico nero narrativo. como filme, imagem, técnicasvoz para o personagem: é Marcelo, em primeira pessoa, quem narra o cinematográficas, match cut, Atividade 1 fusão. (EF89LP06) Analisar […]torvelinho de imagens e emoções num rápido pulsar de fragmentos que escolhas lexicais, constru- ções metafóricas […] eo autor ordena com técnica cinematográfica. O presente foi empregado pelo seus efeitos de sentido. autor da resenha para expor opi- Atividade 3 nião e avaliação, com afirmações ¥ Aceite respostas que sejamPor que foi empregado o presente nesse trecho? que revelam seu próximas dos sentidos do texto. posicionamento ab) Observe agora o uso das formas verbais no pretérito. respeito do objeto cultural resenhado.A velha desconfiança, afinal, tinha um fundamento! Nenhuma foto damãe esperando por ele, Marcelo jamais esteve em seu ventre: seus olhosnão tinham a cor do mar, a cor do céu, a cor dos olhos da mãe, a cor dosolhos do pai. Por que foi empregado o pretérito nesse trecho? Para relembrar Porque o autor se refere a fatos do enredo do livro quando o personagem rememora a Campo sem‰ntico é o descoberta da verdade (ou da “mentira” dos pais). conjunto das palavras ligadas a uma mesma2. Em uma resenha, emprega-se vocabulário específico da área a que per- área de conhecimento, a tence o objeto resenhado, a que damos o nome de campo semântico. uma mesma arte, ciência, profissão, etc. a) Isso acontece nessa resenha? Comprove sua resposta. 2. c) Possibilidades: atuação, b) A qual ou quais universos essa resenha faz referências? Explique trilha sonora, figurino, estúdio, sua resposta. bilheteria, cena, filme, diretor, espectador, episódio, fala, diá- c) Que palavras e expressões se esperaria encontrar em resenhas logo, maquiagem, técnicas, sobre filmes? atores, interpretação, produ- tor, direção, roteirista, entre3. O resenhista, ao se referir às emoções por que passa o personagem, faz outras. uso da linguagem figurada. Levando em conta o contexto, explique o sentido das expressões destacadas nestes trechos. Gustavo Grazziano/Arquivo da editora a) [...] e agora são as ervilhas de Mendel que rodam dentro da mente do ra- paz.b) [...] eles, Inês e Pedro Paulo não ti- nham o direito. De trocar uma his- tória por outra!c) [...] é Marcelo, em primeira pessoa, quem narra o torvelinho de imagens e emoções num rápido pulsar de fragmentos [...]d) [...] seus olhos não tinham a cor domar, a cor do céu [...]Resposta pessoal. Possibilidades: a) O personagem fica se lembrando das explicações sobre as leis da hereditariedade dadas na aulade Biologia; b) A história de vida do personagem seria outra se ele não tivesse sido adotado; c) As emoções sentidas pelo personagemsão como um redemoinho em espiral com movimentos ritmados, indo e voltando, rodando dentro dele; d) Seus olhos não eram Unidade 1 17verdes como os da mãe nem azuis como os do pai. 17MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Atividade 4 5. a) Somente no segundo 4. Para organizar o texto, o autor emprega várias conjunções, estabelecendo parágrafo. Ao citar os nomes relações de sentido entre orações ou parágrafos. Observe as conjunções (EF08LP13) Inferir efeitos dos membros da família, pe- destacadas e, no caderno, explique a relação que elas indicam. de sentido decorrentes do las novas referências incluí- uso de recursos de coesão das: “Alguém sobrava naque- a) Os olhos castanhos de Marcelo eram únicos naquela família e não havia sequencial: conjunções e ar- la casa. O quinto Beatle não mais como negar as evidências. soma, adição ticuladores textuais. existiu. E era ele.” b) E o rapaz caminha pelo quarto, como se tudo ali fosse diferentementeAtividade 5 Para relembrar novo. Estranho. No entanto, algumas coisas permaneciam familiares… Discurso indireto livre (EF08LP15) Estabelecer re- é a combinação dos oposição lações entre partes do texto, discursos direto e indireto identificando o […] referen- em que o narrador não c) Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos – claros, escu- te comum […]. utiliza as marcações de ros, castanhos, azuis, não importa –, como um filme em alta velocidade. nenhum dos dois (dois-Atividade 6 -pontos, travessão, comparação• Comente que a pontuação aspas, do discurso direto; ou verbos de dizer, do 5. No desenvolvimento do texto, há várias referências entrelaçadas que co- expressiva (exclamação e indireto), reproduzindo laboram para a progressão temática, contribuindo para a coesão do reticências) reflete o pen- as falas e, às vezes, até texto. Releia estes trechos. samento do personagem, pensamentos do reproduzido diretamente personagem tal como I. Os olhos castanhos de Marcelo eram únicos naquela família e não havia pelo autor da resenha. teriam sido ditos, mais como negar as evidências. misturando-os com aAtividade 7 própria fala do narrador. II. Caio Riter traduz essa sensação para o leitor, emprestando voz para o personagem [...]. (EF89LP05) Analisar o efei- 18 Unidade 1 to de sentido produzido pelo a) Ao citar naquela família, logo na introdução da resenha, o autor se uso, em textos, de recurso a refere a uma determinada família. Em que momento do texto essa formas de apropriação tex- referência se explicita e de que forma? tual ([...] discurso [...] indi- reto livre). b) Em essa sensação, a que se refere o autor?Atividade 8 À sensação de ver um filme em alta velocidade.• Comente que, em jornais e 6. No bloco da resenha em que o autor fala dos sentimentos e das reflexões revistas semanais de infor- do personagem, é empregada a pontuação expressiva em que se mesclam mação, as resenhas cos- as falas do personagem e as do autor. Para cada fragmento, aponte se tumam aparecer em uma se trata do pensamento do personagem ou da fala do autor. seção considerada mais “leve”, reservada à arte e a) A velha desconfiança, afinal, tinha um fundamento! ao entretenimento. Pensamento do personagem. b) Algo como tristeza ou desespero? Fala do autor. c) No entanto, algumas coisas permaneciam familiares... Pensamento do personagem. d) Encarando os outros, olhos nos olhos: qual a sua verdadeira história? Pensamento do personagem. 7. Releia este fragmento. Seus pais – ou melhor: eles, Inês e Pedro Paulo não tinham o direito. De trocar uma história por outra! E o rapaz caminha pelo quarto, como se tudo ali fosse diferentemente novo. a) Nesse trecho, qual frase reproduz diretamente um pensamento do personagem? “[...] eles, Inês e Pedro Paulo não tinham o direito. De trocar uma história por outra!” b) A reprodução das falas é feita por meio do discurso indireto livre. Quais marcas convencionais do discurso direto ou do indireto não estão presentes na reprodução dessas falas? Não há dois-pontos e travessão nem o uso de verbos de dizer ou de aspas. 8. A linguagem das resenhas pode ser mais ou menos formal, de acordo com o leitor, com o veículo em que é publicada e com o objeto resenhado. Con- siderando que essa resenha foi publicada em um blogue especializado, você acha que a linguagem é adequada ao público a que se destina? Explique. Espera-se que os alunos reconheçam que sim. A presença de palavras pouco conhecidas (vocabulário sofisticado e técnico) mostra que o blogue tem como público leitor pessoas fa- miliarizadas com o vocabulário específico da literatura.18 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 12. c) O resenhista supõe que o leitor poderia discordar, afirmando que o flashback não é nenhuma novidade. A argumentação na resenha críticaA argumentação na resenha crítica Para relembrar (EF89LP04) Identificar e1. O autor da resenha aborda dois pontos importantes que são empregados Contra-argumento é o avaliar teses/opiniões/posi- pelo escritor Caio Riter no livro. argumento que se opõe cionamentos explícitos e im- I. a originalidade e o laborioso trabalho técnico na ordenação dos fatos. a outro, a fim de plícitos, argumentos e con- II. a linguagem em harmonia com as emoções do narrador-personagem. desqualificá-lo. O autor tra-argumentos em textos de um texto argumentativos do campo Quais são, respectivamente em I e II, os argumentos que o autor da argumentativo expõe ([…] resenha crítica etc.), resenha apresenta para fundamentar sua opinião? determinadas posições e posicionando-se frente à o interlocutor, por meio questão controversa de for-2. Releia estes trechos e compare os dois comentários. de objeções, de ma sustentada. Fragmento 1 argumentos contrários, Nenhum leitor mais se espanta com o congelamento da ação presente procura refutar as teses Atividades 1 e 2 para introduzir um FLASHBACK, recurso que ajuda a erguer estruturas não que aquele defende. lineares de efabulação, em idas e vindas dentro de um texto. Muitas vezes, quem (EF89LP14) Analisar, em argumenta pode também textos argumentativos e Fragmento 2 prever possíveis objeções propositivos, os movimen- É exatamente na interpolação de diferentes planos que vai se afirmando a de um interlocutor, tos argumentativos de sus- originalidade do autor e um laborioso trabalho técnico. desmontando, tentação, refutação e ne- antecipadamente, no gociação […], avaliando a a) No fragmento 2, a expressão diferentes planos retoma que infor- momento em que força […] dos argumentos mação já mencionada no fragmento 1? flashback, idas e vindas. escreve, a possível utilizados. refutação do oponente. b) No fragmento 1, pode-se considerar que, para o autor da resenha, • Estas atividades enfocam o uso do flashback é algo original em uma narrativa? Explique sua 1. I. Menciona o uso de técni- a argumentação: movi- resposta. Não; o autor da resenha considera que é algo comum, que todo leitor já co- cas cinematográficas para fazer mentos argumentativos, o movimento entre passado e tipos de argumento e força nhece e não se espanta com seu uso. presente no fluxo da narrativa. argumentativa. c) No fragmento 1, o autor da resenha apresenta um contra-argumento. 1. II. Comenta a pontuação Atividade 2, item d O que ele tem em mente em relação ao leitor que o lê e ao que este usada nas frases curtas, como • Comente que o autor da re- poderia pensar? no trecho inserido na resenha (pontuação rígida e seca) que senha antecipa uma pos- d) Em sua opinião, por que o autor faz o comentário do fragmento 1 procura representar as emo- sível discordância do lei- antes de falar sobre a originalidade do autor no fragmento 2? ções e o pensamento entrecor- tor (a de que o flashback tado do narrador-personagem. é algo comum) e apresen- ta um contra-argumento,3. Releia a continuidade da argumentação do resenhista. Qual é a palavra, deixando claro que já prevê neste trecho, que enfatiza seu posicionamento? O advérbio exatamente. essa possibilidade de con- testação.É exatamente na interpolação de diferentes planos que vai se afirmando a Atividade 3originalidade do autor e um laborioso trabalho técnico. (EF89LP16) Analisar a mo-Para lembrar 2. d) Resposta pessoal. Possibilidade: O autor busca avisar o leitor antecipadamente que o uso dalização realizada em tex- do flashback, nesse caso, é original, diferente, e requer um grande trabalho, pois o autor inova tos […] argumentativos, ao combinar esse recurso com técnicas cinematográficas, como o match cut e a fusão. por meio das modalidades apreciativas, viabilizadas Resenha crítica por classes e estruturas gra- maticais como […] advér-Intenções principais Informar e expressar opiniões sobre um produto (livro, filme, CD, exposição, etc.). bios […] etc., de maneira a perceber […] as posiçõesLeitores Leitores em geral; interessados em informações sobre objetos culturais. implícitas ou assumidas.Organização Apresentação informações Desenvolvimento resumo Conclusão opinião argumentos Elementos paratextuaisLinguagem Mais ou menos formal, tendo em vista o leitor, o veículo e o produto resenhado. Emprego de vocabulário específico relacionado ao produto resenhado. Unidade 1 19 19MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Do texto para Do texto para o cotidiano Não escreva no livro!o cotidiano O filho do coraçãoCompetência geral daEducação Básica Na resenha lida no início desta Unidade, você conheceu um pouco sobre a história de O rapaz que não era7. Argumentar com base de Liverpool, que gira em torno dos sentimentos do personagem principal, Marcelo. Ele se sente só e diferente dos irmãos, pois descobre que é um filho adotado. Vamos pensar sobre isso?Junte-se a dois colegas para realizar em fatos, dados e in- as atividades a seguir. formações confiáveis, para formular, negociar 1. Leiam os comentários abaixo, feitos por internautas que leram o livro resenhado. Por meio das e defender ideias, pon- informações presentes, mesmo sem ter lido a obra completa, é possível ter uma ideia da história. tos de vista e decisões comuns que respeitem Imagens: Reprodução/ e promovam os direitos <https://www.skoob.com.br/> humanos, a consciência socioambiental e o con- sumo responsável em âmbito local, regional e global, com posiciona- mento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. (EF69LP13) Engajar-se e SKOOB. Resenhas – O rapaz que não era de Liverpool. Disponível em: <www.skoob.com.br/livro/resenhas/37526/edicao:41072>. contribuir com a busca de conclusões comuns relati- Acesso em: 18 jul. 2018. vas a […] temas […] de interesse da turma e/ou de a) Qual é o posicionamento de cada internauta em relação a Marcelo? O primeiro solidariza-se com ele; relevância social. o segundo, critica-o. b) Com qual deles vocês concordam? Resposta pessoal. (EF89LP02) Analisar dife- rentes práticas (curtir, […] 2. Com base na resenha e nos comentários, reflitam: comentar […] etc.) e tex- a) Marcelo tem razão em sua mágoa? Por quê? Resposta pessoal. tos pertencentes a diferen- b) Considerando o tema do livro, vocês concordam com o comentário de que a história é “bobi- tes gêneros da cultura digital nha”? Justifiquem. Resposta pessoal. ([…] comentário […] etc.) envolvidos no trato com a in- 3. Preparem-se agora para apresentar suas reflexões com os demais colegas. No momento da apre- formação e opinião, de forma sentação: a possibilitar uma presença a) ouçam a opinião dos colegas sem interrompê-los. mais crítica e ética nas redes. b) lembrem-se de apresentar suas opiniões e reflexões de modo respeitoso e colaborativo. c) utilizem expressões como concordo, discordo porque..., o que você disse é importante, (EF89LP15) Utilizar […] mas..., do meu ponto de vista..., entre outras. operadores argumentati- vos que marcam […] diá- 20 Unidade 1 logo com a tese do outro: concordo, discordo, con- perimentados em famílias com filhos biológicos. Peça aos alu- mo sendo uma referência a um personagem ficcional, é válido cordo parcialmente, do meu nos uma síntese da discussão. fazer qualquer comentário na internet como os que são feitos ponto de vista, na perspecti- • Comente que a adoção é um processo jurídico legal, que consis- pela internauta. Fomente a discussão no sentido de que, embo- va aqui assumida etc. te em aceitar e acolher espontaneamente uma criança como ra seja um personagem ficcional, Marcelo poderia representar filho(a), não devendo ser considerada um ato de caridade, um jovem real, um colega, um amigo ou amiga, que enfrentas- (EF89LP27) Tecer conside- pois, em realidade, reflete o desejo de amar e proteger um ser se uma experiência semelhante. Nesse caso, teríamos o direi- rações e formular proble- humano em seu desenvolvimento. to de chamá-lo de “burro” por sentir-se frágil e desamparado matizações pertinentes, diante da verdade que precisou enfrentar? Ou deveríamos em momentos oportunos, Atividade 1  apoiá-lo, ampará-lo e ajudá-lo a compreender e superar essa em situações de aulas […]. • Comente com os alunos que o segundo comentário expressa experiência? Chame a atenção para o fato de que a internau-• Nestas atividades, o obje- uma opinião enérgica a respeito de Marcelo. Pergunte se, mes- tivo é proporcionar aos alu- nos a oportunidade de ava- liar sua forma de pensar, integrando a prática refle- xiva ao seu cotidiano. Su- gerimos que realizem a ati- vidade em duplas ou trios. Estipule um tempo para as diferentes etapas. Ao final da troca de opiniões, ouça as considerações dos gru- pos para compartilhamen- to e socialização com a tur- ma. Fomente a discussão no sentido de que os vínculos amorosos que se desenvol- vem em famílias com filhos adotivos são iguais aos ex-20 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1Fique atento… Não escreva no livro! Fique atento…... à pontuação na resenha Atividade 2, item b • O professor Evanildo Be- Os sinais de pontuação, além de serem empregados para separar palavras, ora-ções e parágrafos, contribuem para a construção dos sentidos de um texto. Saber chara, em sua Modernacomo e por que são usados ajuda na interpretação e na produção de textos. gramática portuguesa, es- tabelece a diferença entre 1. Releia estes trechos da resenha. ponto simples final e ponto parágrafo. Para ele, ponto Fragmento 1 simples final é o que ter- mina uma oração que não Muitos dizem que a vida pode passar diante de nossos olhos – sejam seja interrogativa direta, claros, escuros, castanhos, azuis, não importa –, como um filme em alta exclamativa ou com reti- velocidade. cências. Ponto parágrafo é o que encerra um grupo de Fragmento 2 orações que se “prendem pelo mesmo centro de in- As lembranças surgem encaixadas pelo incurso do MATCH CUT, isto é, teresse”. “Quando se pas- alguma informação do instante presente (um nome, uma foto, uma pa- sa de um para outro centro lavra, uma dor) repete uma situação já vivida, assim deflagrando a visão de interesse”, após o pon- do passado. to parágrafo, reinicia-se o texto em outra linha, esta- a) Qual é a função do uso do travessão duplo no primeiro fragmento? 2. a) Frases declarativas são belecendo-se um novo pa- empregadas para fazer afirma- rágrafo. (Parte III – Pontua- Inserir um comentário sobre a palavra olhos, relacionada ao conflito vivido por Marcelo. ções, expor informações, ava- ção, item “A pontuação e o liações, opiniões e argumen- entendimento do texto”, b) Observe o uso da expressão isto Ž, intercalada entre vírgulas no tos, como acontece em textos segundo trecho. Qual a função dela no contexto da resenha? opinativos e argumentativos p. 606-607). como a resenha. Introduzir uma explicação ou esclarecimento sobre a expressão em inglês match cut. Atividade 2, item c Não deixe de ver • Comente com os alunos que c) A que termo as palavras entre parênteses se referem e por que eles foram usados nessa frase? A informação. Foram usados para incluir exemplos Star Wars: Os últimos os pontos de exclamação e Jedi, direção de Rian interrogação ocorrem no que possam esclarecer que tipo de informação poderia ser essa. Johnson. Estados Unidos: bloco em que é apresenta- Lucasfilm, 2017. 151 min. do o resumo da história.2. No bloco da resenha em que são feitas a análise e a avaliação do livro, todas as frases são declarativas. Os últimos Jedi, quinto filme da saga Star Wars, a) Que relação existe entre o predomínio de frases declarativas e o gê- retoma a luta dos Jedi nero resenha? contra o Império. A jovem Rey sai em busca de Lucas b) Foram usados também vários sinais de pontuação com diferentes Skywalker, o último Jedi, funções. Qual deles predomina nesse bloco? O ponto final. para aprender com ele os mistérios da Força. O filme c) Que relação se pode deduzir entre o predomínio do sinal de pon- traz novos vilões e tuação identificado na questão anterior e a resenha? mistérios são revelados.  Em frases declarativas que expressam informação, opinião, análise, é empregado o ponto final.Oralidade Não escreva no livro!Divergência de opinião O que seria do vermelho se todos gostassem do amarelo? Diferenças de opinião são inevitáveis, e é preciso conviver com elas. Como éa sua reação quando experimenta divergências com alguém a respeito de umassunto? Ou quando se defronta com opiniões divergentes? Para que lado ir? Oque levar em consideração? Sente-se com um colega com o qual você ainda não tenha trabalhado nesteano. Juntos, leiam os trechos de uma resenha sobre um filme lançado em 2017,publicada em um site, e observem o posicionamento do autor. Em seguida, leiamtambém comentários de internautas sobre o conteúdo dessa resenha. Unidade 1 21ta fala a partir de sua própria experiência, desconsiderandooutras realidades e outros modos de lidar com a adoção. Seráque todas as pessoas reagem da mesma forma em situaçõessemelhantes? Ou cada uma tem seu modo de encarar suasemoções e isso deve ser respeitado? 21MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Oralidade Star Wars – Os últimos JediAtividade 1 Encontros e despedidas Reprodução/Lucas Film Ltd por Lucas Salgado (EF08LP16) Explicar os efeitos de sentido do uso, [...] em textos, de estratégias de modalização e argumen- O filme divide bem as duas linhas de ação. Por mais que a tatividade ([…] adjetivos, forte presença em cena de Hammil seja evidente, o outro nú- substantivos, […] verbos cleo também é essencialmente Star Wars, com estratégias de […], advérbios etc.). combate, tentativas de invasão, exploração de planetas exóti- cos e muito mais.Atividade 1, item b¥ Comente que, usado nesse A saga Star Wars sempre dedicou atenção ao público infantil, com inúmeros personagens bobinhos ao longo das décadas. E sentido, o advérbio tem o sig- isso não é diferente aqui, embora pareça que o filme erra um nificado de que o filme não pouco na mão do humor, no que parece ser um novo padrão decepciona os fãs, pois man- Disney. Principalmente na primeira metade, há um excesso de tém a essência da trilogia. piadinhas e personagens bobinhos, como os Porgs, nova espécie bonitinha feita para vender bonequinhos. The Last Jedi (no original) oferece uma tempestade de Capa do DVD do filme Star Wars – emoções aos fãs da franquia [...]. Os últimos Jedi, direção de Rian Johnson, Estados Unidos: Lucasfilm, 2017. 151 min. [...] Como geralmente acontece, o longa conta com excepcionais trabalhos de edição de som, mixagem e efeitos especiais. As coreografias dos confrontos remetem a filmes de guerra realistas, como O resgate do soldado Ryan, tornando a experiência mais empolgante. [...] Star Wars – Os últimos Jedi não é um filme perfeito, mas oferece um ótimo entretenimento e apresenta personagens apaixonantes. [...] SALGADO, Lucas. Star Wars – Os últimos Jedi. Adorocinema. Disponível em: <www.adorocinema.com/filmes/ filme-215099/criticas-adorocinema/>. Acesso em: 19 jul. 2018. 1. A escolha de adjetivos, substantivos, verbos e advérbios por um resenhista pode revelar seu posicionamento acerca da obra. Analisem o trecho e apontem a palavra ou as palavras que identificam avaliação, julgamento ou argumentação do autor. a) forte presença em cena forte b) essencialmente Star Wars essencialmente c) excesso de piadinhas excesso d) personagens bobinhos bobinhos e) divide bem bem f) erra um pouco na mão do humor erra um pouco g) tempestade de emoções tempestade (= grande quantidade, em sentido positivo) h) excepcionais trabalhos de edição excepcionais i) experiência mais empolgante empolgante j) ótimo entretenimento e apresenta personagens apaixonantes ótimo, apaixonantes 22 Unidade 122 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 12. Para vocês, o uso dos adjetivos, verbos e advérbios nesse trecho revela um posicionamento po- Atividade 3, item b sitivo ou negativo em relação ao objeto resenhado? ¥ Espera-se que os alunosEspera-se que os alunos respondam que é uma avaliação positiva, embora o resenhista apresente também algumas falhas do filme. percebam que a única que se aproxima, em parte, do 3. Leiam agora alguns comentários postados por internautas a respeito da resenha. tom da resenha é a primei- m. • 3 meses atrás ra, que confirma os perso- nagens “fracos” (bobinhos [...] Filme muito demorado. Sobre a crítica das piadas, não teve tanta assim, o Star Wars sempre segundo a resenha) e faz teve bichinhos engraçados e algumas piadas com Han Solo. Achei o vilão Kylo muito fraco [...]. referência às piadas. A se- gunda e a terceira são total- G. P. • 4 meses atrás mente divergentes; a quar- ta porque apenas elogia, Sinceramente, o pessoal do Adorocinema deve ter sido pago pra dar uma nota 4 pra esse lixo de sem apontar falhas. filme. O pior filme da franquia e um dos piores filmes que já assisti. Dei nota 0,5 estrela.Walt Disney Co./courtesy Everett/Everett Collection/Easypix Brasil Cena do filme Star Wars – Os últimos Jedi com a protagonista Rey, 2017. J.A. • 6 meses atrás FILME LIXO!!! Acabaram com a série Star Wars, no meu ponto de vista não consigo imaginar umfã veterano da série achar este filme bom; história fraca, personagens ridículos, e um vilão emo quenão merece ser colocado como um vilão de uma série Star Wars [...] Mr. L • 6 meses atrás Filmaço! Star Wars na sua melhor forma! Enredo bom, boa dinâmica entre diferentes núcleos,bastante ação, drama bem encaixado, diálogos bem sacados, design show (novas armas, novos equipa-mentos, novas naves!), música 10 como sempre! Tem batalha espacial, batalha em solo, combatecorpo a corpo, uso da Força como nunca visto antes!!! Pacote completo! [...] SALGADO, Lucas. Star Wars – Os últimos Jedi. Adorocinema. Disponível em: <www.adorocinema.com/filmes/filme-215099/criticas- adorocinema/>. Acesso em: 19 jul. 2018.a) Como você avalia esses quatro comentários sobre o mesmo filme? Positivos, negativos, equili- brados? O primeiro é equilibrado, ponderado; o segundo e o terceiro, muito negativos; o quarto é muito positivo.b) Em sua maioria, as opiniões são divergentes da resenha ou próximas? Explique. São divergentes.c) Se você assistiu ao filme ou conhece a série, responda. I. Com quem você concorda: Com o resenhista? Com algum dos internautas? Resposta pessoal. II. O que levou em conta para aderir à posição de um ou de outro? Resposta pessoal.d) Se você não assistiu ao filme nem conhece a série, responda. I. Com base no trecho da resenha e nos comentários lidos, você se sentiu interessado em ver o ãlme? Por quê? Resposta pessoal. II. O que mais levaria em conta para tomar essa decisão? Resposta pessoal. Unidade 1 23 23MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1A língua não é sempre A língua não é sempre a mesma Não escreva no livro! a mesma Recursos expressivos na escritaAtividade 1• Comente que queria-temia Lemos, em seções anteriores, uma resenha e comentários e réplicas de internautas sobre o livro O garoto que não era de Liverpool e sobre o filme Star Wars – Os últimos Jedi. se trata de um neologismo (nova palavra), criado pelo 1. Releia este trecho do livro, reproduzido na resenha. autor do livro, Caio Riter. “Ela disse. Falou o que eu queria-temia escutar.” Cultura digital – Pense nessa prática! Para unir duas palavras para (EF89LP02) Analisar dife- a) Por que foi empregado o hífen entre as formas verbais queria e temia? formar um novo vocábulo. rentes práticas (curtir, […] comentar […] etc.) e tex- b) Como você entende essa formação: queria-temia? Espera-se que os alunos respondam que ao mesmo tempo tos pertencentes a diferen- que o personagem queria saber a verdade, temia ouvi-la. tes gêneros da cultura digi- tal ([…] comentário […] c) Com que intenção foi usado esse recurso na escrita? Espera-se que os alunos percebam que se trata de etc.) envolvidos no trato com a informação e opinião, um recurso para reproduzir, na escrita, o dilema vivido pelo personagem, imerso entre dois sentimentos opostos. de forma a possibilitar uma presença mais crítica e ética 2. Nos comentários dos internautas foram usados alguns recursos gráficos e linguísticos. Quais são nas redes. eles e o que expressam?• Veja, nas “Orientações gerais” deste Manual do a) Os pais o adotaram porque QUERIAM [...]. Uso de maiúsculas para indicar ênfase. Professor, propostas de encaminhamento para o b) Sou adotada e achei ridícula a revolta do menino. Ele é burro? Pergunta que não espera resposta (per- trabalho com esta seção. gunta retórica) para expressar indignação. c) Filmaço! Uso do aumentativo, que expressa admiração. d) [...] uso da Força como nunca visto antes!!! Pontuação expressiva que expressa aprovação, admiração. e) FILME LIXO!!! Uso de maiúsculas e pontuação expressiva que expressam desagrado. 3. Por que, na modalidade escrita, se usam recursos gráficos e/ou linguísticos como esses? Espera-se que os alunos percebam que são utilizados para demonstrar a entonação que seria dada na modalidade oral, ou seja, na fala. Cultura digital Pense nessa prática! Não escreva no livro! Vale qualquer comentário? kominque/Shutterstock Vamos relembrar os comentários postados a respeito do filme Star Wars – Os últimos Jedi. Será que vale postar qualquer tipo de comentário? No dia a dia, é comum as pessoas trocarem ideias e opiniões com quem convivem sobre aquilo que leem, escutam ou vivenciam. E com o surgimen- to da internet ficou cada vez mais fácil e rápido comu- nicar-se com uma grande quantidade de pessoas, não é mesmo? Você já parou para pensar, porém, sobre como é importante refletir a respeito do modo como tornamos pública nossa opinião na rede? Aproveite o momento e converse com os colegas e o pro- fessor sobre as questões a seguir. 1. Você acha importante compartilhar apreciações sobre produções artísticas, mesmo quando essas avaliações não são positivas? Por quê? Resposta pessoal. 2. Em sua opinião, quando um internauta lê uma avaliação negativa sobre um produto de que gostou, é válido que comente essa avaliação, registrando uma opinião divergente? Se sim, há algo que é preciso evitar nessa postagem? Explique sua resposta. Resposta pessoal. 3. Para você, uma pessoa deve ter total liberdade para expressar sua opinião na internet, em redes sociais, ou há limites para aquilo que se torna público? Se há limites, quais são eles? Espera-se que os alunos reflitam que é importante avaliar se o conteúdo pode ofender, constranger ou prejudicar alguém e reconheçam que a liberdade individual de expressão tem limites no que diz respeito à liberdade do outro. 24 Unidade 124 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1Produção escrita Não escreva no livro! (EF69LP06) Produzir e pu- blicar […] textos de apre- Resenha crítica sentação e apreciação de produção cultural – rese- As pessoas gostam de expor sua opinião sobre tudo e vivem tecendo comentários sobre o que veem, o nhas […] etc. – […], vi- que ouvem falar, o que leem, mas frequentemente os argumentos que apresentam – caso apresentem – não venciando de forma sig- são válidos ou, em alguns casos, não convencem ou satisfazem o interlocutor. Leia a tira. nificativa o papel de […] comentador, […] de críti-© Adão Iturrusgarai/Acervo do cartunista co, […] etc., como forma de compreender as condições ITURRUSGARAI, Adão. Mundo Monstro. Folha de S.Paulo, 15 ago. 2013. Disponível em: de produção que envolvem <www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#15/7/2013>. Acesso em: 19 jul. 2018. a circulação desses textos e poder […] vislumbrar pos- Em situações e conversas informais, comentários e avaliações sem argumentação fundamentada são sibilidades de participação comuns, com base em “eu adorei”, “é muito bom”, “acho que... eu gostei/eu não gostei...”. Porém, quando nas práticas de linguagem jornalistas e resenhistas opinam sobre um objeto cultural, é esperado que o façam com conhecimento e do campo jornalístico e do apreciação consistentes para avaliá-lo. campo midiático de forma ética e responsável, levan- Hoje, você será um jornalista ou um resenhista! Produza uma resenha sobre um objeto cultural para do-se em consideração o publicar no jornal de sua escola, se houver. Você pode também enviá-la a um amigo que goste do assunto, contexto da Web 2.0, que publicá-la no blogue da turma ou lê-la em um clube de leitura de que faça parte. amplia a possibilidade de circulação desses textos e Escolha o produto cultural que vai resenhar. Filme? Livro? Show? Game? O importante é que você tenha “funde” os papéis de leitor e lido, presenciado ou visto, no caso de filme ou série, para poder avaliá-lo e recomendá-lo (ou não) a alguém. autor, de consumidor e pro- Decida quem será o destinatário de sua resenha e onde vai publicá-la para compô-la adequadamente. dutor. Não se esqueça de guardar uma cópia para a Produção do ano. • Para a atividade de produ- ção escrita, sugerimos que Antes de começar proporcione aos alunos o contato com o gênero rese- 1. Nas resenhas, emprega-se o vocabulário específico da área à qual pertence o objeto resenhado. nha em seu suporte original. Recomendamos que traga a) Pelo campo semântico a que estas palavras pertencem, tente deduzir: A que produto cultural para a classe – ou peça a se refere a resenha em cada grupo? eles que tragam – exempla- I. plateia, aparelhagem de som, guitarrista, telão, vocalista, banda, iluminação show de música res de revistas ou jornais com resenhas publicadas II. picadeiro, lona, plateia, palhaço, malabarista, equilibrista, mágico para que possam observar e analisar algumas delas an- espetáculo de circo tes de iniciar a produção tex- tual, comparando-as com a b) Agora, escreva no caderno palavras que seriam usadas em uma resenha sobre: que foi estudada. A ativida- I. uma peça de teatro. Sugestões: cenário, atores, figurino, peça, protagonista, cenas. de pode ser feita em duplas ou trios. II. um espetáculo de dança. • Dê tempo aos alunos para Sugestões: bailarinos, música, ritmo, movimento, precisão, harmonia, coreografia. que façam suas escolhas e, em seguida, crie um painel 2. As resenhas devem fornecer ao leitor alguns dados técnicos sobre o produto resenhado, os chama- oral coletivo para comentar dos elementos paratextuais. Quais desses elementos são essenciais em uma resenha sobre: as propostas, mediando e controlando a duração dos a) um filme? Possibilidades: Título do filme, nome do diretor e dos atores principais; país e ano da produção, faixa etária, turnos de fala e as atitudes. Caso julgue pertinente, dê local de exibição, etc. a eles alguns dias para que decidam o que resenhar, b) um espetáculo musical? Possibilidades: Nome do artista ou da banda, estilo musical, local e horário do evento. caso desejem ler textos ou ver pessoalmente filmes, c) uma exposição de obras de arte? Possibilidades: Nome do artista ou dos artistas, tema da exposição, principais espetáculos, exposições, etc. para poder avaliar com obras expostas, local, horário. mais apuro. Na medida do possível, oriente a turma Unidade 1 25 para que não haja duplici- dade de assunto. Produção escrita • É importante definir o per- Competência geral da Base Nacional Comum Curricular fil do leitor e a esfera de cir- 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e culação da produção, o que determinará a linguagem decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em adequada ao público-alvo. âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. Competência específica de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental • Sugerimos que, ao final do 2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma de interação nos diferentes campos de atuação da vida social e trabalho com esta Unida- utilizando-a para ampliar suas possibilidades de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos (inclusive escolares) de, apresente aos alunos a e de se envolver com maior autonomia e protagonismo na vida social. Produção do ano. 25MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Planejando o texto Planejando o texto (EF89LP26) Produzir rese- 1. Sua cidade ou cidades próximas à que você reside têm teatro, palco para shows, museu, livraria, nhas, a partir das notas e/ou biblioteca? Procure se informar e faça anotações ou esquemas que possam ajudar você na produ- esquemas feitos, com o ma- ção da resenha. nejo adequado das vozes en- a) Há filmes, peças, espetáculos de dança e música em cartaz? Há alguma exposição? Qual? volvidas (do resenhador, do autor da obra […]), […]. Resposta pessoal.Autoavaliação e b) Entre os livros disponíveis para venda em livrarias, físicas ou digitais, ou para empréstimo emreescrita bibliotecas, quais são imperdíveis, aqueles que seus colegas não podem deixar de ler? (EF69LP08) Revisar/editar Resposta pessoal. o texto produzido – […] re- senha […], dentre outros c) Entre esses produtos culturais, escolha um para ser objeto de sua resenha. Tem de ser algo que –, tendo em vista sua ade- você conheça bem, para dar informações confiáveis e produzir argumentos válidos. quação ao contexto de pro- dução, a mídia em questão, 2. Planeje as partes da resenha. características do gênero, a) Apresentação: apresente o produto cultural que será avaliado e, se quiser, já antecipe sua aspectos relativos à textua- opinião sobre ele. lidade, […] a formatação […] e adequação à norma b) Desenvolvimento: culta. I. Resumo: se sua resenha é sobre um livro, àlme ou peça, prepare o resumo da história, sem tirar a surpresa do desfecho. (EF69LP56) Fazer uso II. Opinião: exponha sua opinião, que pode ser positiva ou negativa. consciente e reflexivo de regras e normas da norma- III. Argumentação: dê ao leitor argumentos para comprovar sua opinião. -padrão em situações de IV. Elementos paratextuais: se não tiver as informações necessárias, recolha-as em jornais e revistas fala e escrita nas quais ela deve ser usada. ou na internet. c) Conclusão: retome e confirme seu ponto de vista. 3. Empregue vocabulário específico da área e use linguagem adequada a seus leitores. 4. Use recursos linguísticos característicos do gênero: emprego adequado das formas verbais, conjun- ções apropriadas para estabelecer relações de sentido entre as orações ou parágrafos. 5. Explore a pontuação, empregando parênteses ou travessões para intercalar comentários, in- formações adicionais ou explicações quando oportunos. Autoavaliação e reescrita 1. Faça uma autoavaliação, verificando se os elementos mais importantes de uma resenha estão pre- sentes. a) As informações sobre o produto cultural que o leitor não pode deixar de ter foram apresenta- das? b) No caso de livro ou filme, há o resumo da história, sem estragar a surpresa do final? c) Fica claro para quem lê se o produto é recomendável e por quais razões? d) A linguagem é adequada ao leitor e também ao produto que está sendo resenhado? 2. Reescreva o que for preciso e entregue a resenha ao professor. 3. Após a avaliação do professor, passe o texto a limpo. 4. Promova a circulação de sua resenha de acordo com o planejado (entrega em mãos, publicação no blogue da turma, apresentação, etc.). 26 Unidade 126 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Reflexão sobre a língua Não escreva no livro! Reflexão sobre a línguaA composição de palavras na língua portuguesa (EF08LP05) Analisar pro- Você já estudou e conhece alguns dos processos de formação, entre eles os casos de derivação. Vamos cessos de formação deaprofundar o assunto, agora com uma nova reflexão: além do auxílio de sufixos e prefixos, sabemos que há palavras por composiçãooutra maneira de formar novas palavras, que é a composição. Veja de que modo funciona esse processo. (aglutinação e justaposi- ção) […].Formação das palavras por composição • Nesta seção, continuamos Considera-se palavra composta aquela que é formada pela junção de dois elementos ou de duas palavras o trabalho com a formaçãoque, em geral, podem ser identificados pelo falante como uma unidade de significado único. do léxico e com a Morfolo- gia, abordando outros pro- Existem, na língua portuguesa, palavras compostas não só por outras que já existem e se juntam, como cessos de formação de pa-porta-retrato e porco-espinho, mas também pela combinação de elementos de outros idiomas (geralmente lavras.de origem grega ou latina), como agricultura e micróbio. • Elementos de composição1. Releia este fragmento da resenha e leia os títulos e os trechos das matérias jornalísticas a seguir. são morfemas sem exis- Na aula, o professor de Biologia explicara as leis da hereditariedade [...]. tência autônoma na lín- gua; são empregados re- bio + logia gularmente no processo de composição para a for-Fragmento 1 mação de novas palavras, como bio-, crono-, -logia; Os cômicos flagras da vida Troy Mayne/Acervo do fotógrafo etc. São chamados de ra- selvagem vencedores dicais; referem-se à parte Tapa de tartaruga em peixe, foto de Troy da estrutura de uma pala- de prêmio de fotografia animal Mayne, ficou entre as finalistas no Prêmio de vra que contém seu signi- Fotografia de Comédias da Vida Selvagem, 2017. ficado básico. Podem even- [...] tualmente corresponder a uma palavra que é, em si, De 3,5 mil fotos inscritas, foram escolhidas 5 campeãs um radical, como mar, e quee diversas menções honrosas que mostram diferentes pode dar origem a outrasespécies em momentos inusitados [...] por meio do acréscimo de afixos, como marola e sub- OS CÔMICOS flagras da vida selvagem vencedores de prêmio de marino, ou de outro radical, fotografia animal. BBC, 18 dez. 2017. Disponível em: <www.bbc.com/ como maremoto. portuguese/geral-42380105>. Acesso em: 22 jun. 2018.Fragmento 2 Astrologia Novo ciclo lunar traz ilusões e enganos e pede cuidado FERRARI, Eunice. Novo ciclo lunar traz ilusões e enganos e pede cuidado. Terra, 25 ago. 2014. Disponível em: <http://vidaeestilo.terra.com.br/horoscopo/astrologia/novo-ciclo-lunar-trazilusoes-e-enganos-e- pede-cuidado,26413192bdd08410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html>. Acesso em: 22 jun. 2018.Fragmento 3 6 mitos sobre o vício em tecnologia Quão preocupadas as pessoas devem estar sobre os efeitos psicológicos do tempo que passam em frente a uma tela? Equilibrar o uso da tecnologia com outros aspectos da vida cotidiana parece razoável, mas há muitos conselhos conflitantes sobre como esse equilíbrio deve ser. [...] FERGUSON, Christopher J. 6 mitos sobre o vício em tecnologia. Galileu, 22 maio 2018. Disponível em: <https://revistagalileu. globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2018/05/6-mitos-sobre-o-vicio-em-tecnologia.html>. Acesso em: 1º ago. 2018. Unidade 1 27 27MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Atividade 1, item a a) A que áreas do conhecimento estão ligadas as palavras Biologia, fotografia, Astrologia,• Comente que a astrologia é Espera-se que os alunos respondam que as palavras Biologia e psicólogo estão relacionadas tecnologia e psicólogo? à área das ciências; fotografia, relacionada à área da arte; tecnologia, relacionada à área da considerada uma pseudo- ciência por não ter base nem técnica; e Astrologia, relacionada ao estudo da relação entre os astros e a vida humana. comprovação científica. b) Quais palavras nos fragmentos foram formadas do mesmo modo que a palavra biologia?Atividade 1, item c• Comente que as múlti- Considerando o contexto em que são usadas, qual é o significado dos elementos que as com- plas atividades dos usuá- põem? Se necessário, consulte um dicionário. rios de uma língua são res- ponsáveis pela criação de c) Considerando as áreas de conhecimento abordadas nos fragmentos, reflita: A que se deve a palavras que atendam às necessidade de processos de formação de palavras em um idioma? Resposta pessoal. suas necessidades cultu- rais, científicas e comuni- 2. Conhecer o significado de elementos de composição que vêm do gre- Conheça alguns cativas, seja para nomear go e do latim pode ajudar na interpretação e produção de textos? De elementos de composição novos objetos, processos, que modo? de origens grega e latina e invenções, seja para faci- seus significados: litar o dia a dia. Progressi- a) Com base em sua resposta à atividade anterior, consulte os ele- • crono-: tempo vamente, essas novas for- mentos de composição do boxe ao lado e explique, no caderno, o mações passam a circular significado das palavras cronologia, oftalmologia, geografia e • bio-: vida na mídia, em livros, no coti- odontologia. diano e são registradas nos • astro-: estrela, corpo dicionários. Estudo do tempo; estudo do olho; estudo da terra; estudo do dente. celesteAtividade 3, item b b) Que outras palavras você conhece que apresentam o mesmo ele- • hemo-: sangue• Comente que a palavra in- mento -logia em sua composição? Resposta pessoal. Possibilidades: ecolo- • -cida: matar tertropical é formada pelo gia, tecnologia, teologia, dermatologia, fonologia, cardiologia, patologia, etc. acréscimo do prefixo inter-, • oftalmo-: olho e não por composição. A composição das palavras em português faz-se de duas maneiras: por justaposição e por aglutinação. No primeiro caso, os elementos de • foto-: luz composição são justapostos – separados ou não por hífen. No segundo, nas palavras compostas por aglutinação, os elementos se fundem ge- • psico-: sopro de vida, ralmente com perda de um ou mais fonemas. alma, espírito • odonto-: dente 3. Leia este trecho de um artigo que fornece informações sobre a região Centro-Oeste do Brasil. 1. b) Foto (de -foto ñ luz) + grafia (de -grafo ñ escrever); astro (de -astro ñ astro) + logia (de -logo ñ palavra, [...] estudo, tratado); psico (de -psico ñ sopro de vida, alma) + logia (de -logo ñ palavra, estudo, tratado); tecno (de tecno- ñ habilidade) + logia (de -logo ñ palavra, estudo, tratado). Hidrografia do Planalto Central Estão presentes na região do Planalto Central, três importantes regiões hidrográficas brasileiras, sendo elas a Região Hidrográfica Amazônica, a Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia e a Região Hidrográfica Paraguai. São importantes rios que constituem essas regiões hidro- gráficas: o Rio Xingu e o Rio Tapajós (Amazônica), o Rio Araguaia e o Rio Tocantins (Tocantins- -Araguaia) e ainda o Rio Paraguai, na Região Hidrográfica Paraguai. O clima na região do Planalto Central é marcado por características de tropicalidade, por ser uma região localizada na região intertropical. São registradas duas estações bem defi- nidas, uma chuvosa (outubro a março) e outra seca (abril a setembro). [...] POLON, Luana. Planalto Central. Estudo prático. Disponível em: <www.estudopratico.com.br/planalto-central/>. Acesso em: 18 jul. 2018. a) Você sabe onde está situado o Planalto Central no Brasil? Resposta pessoal. O Planalto Central brasileiro compreende a região dos estados de Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. b) Para caracterizar a região, são usadas algumas palavras formadas por composição. Você con- segue identificá-las? As palavras são hidrográfica e planalto. c) Observando o contexto em que é usada a palavra planalto, por que a região foi caracte- rizada assim? Por ser um local plano, situado em um ponto de grande altitude. 2. Espera-se que os alunos reconheçam que saber o significado desses elementos ajuda na compreensão mais precisa dos termos no contexto em que são usados e permite a aplicação desse conhecimento a palavras formadas pelos mesmos elementos (por exemplo, crono-, -logia, termo-, tele-, etc.) em diferentes áreas do saber. Além disso, amplia e enriquece o vocabulário. 28 Unidade 128 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 13. d) O autor teria de usar muito mais palavras para definir esse tipo de superfície. Por exemplo: “... no ponto elevado e Atividade 4 plano, localizado entre vales a uma altitude acima do nível do mar.” A frase ficaria longa demais. • Comente que o inventá-d) Se não existisse o termo planalto em nosso idioma, de que forma o autor teria de descrever rio se refere a uma região o local? O que isso traria como consequência para a construção da frase? do estado de São Paulo e foi realizado pela Empre- e) A palavra hidrográfica é composta pelos elementos hidro + grafia. Usando seus conhecimentos sa Brasileira de Pesquisa gramaticais, procure explicar o sentido dela. Parte da geografia física que estuda as águas correntes (rios), pa- Agropecuária (Embrapa). radas (lagos), oceânicas e subterrâneas de uma região ou país. Atividade 5, item b • Comente que o uso de pa-4. Em textos de divulgação científica, é comum o emprego de certas palavras relacionadas ao campo da ciência, que podem ser formadas por aglutinação. Leia este trecho de um inventário de aves. lavras formadas por aglu- tinação, com redução deSeriema Seriema, na cidade fonemas, obedece a uma(Cariama cristata)  de Miranda, Mato tendência natural de eco-Família Cariamidae Grosso do Sul. nomia linguística em mui- tos idiomas.Caracterização Mede 90 cm, seu peso é 1.400 g. Ave pernalta de aparênciaarcaica e porte avantajado; ave terrícola. De asas largas e “du-ras”, cauda longa. Plumagem cinzenta com ligeira tonalidadeparda ou amarelada [...].Habitat PicTtuiurdees/LRaotiy/nsMtioncdken Vive no cerrado, campos sujos, também nos planaltos descampados.O desmatamento progressivo contribui para expandir seus domínios namedida em que lhe proporciona novas áreas de habitat favorável. [...] SERIEMA. Embrapa. Disponível em: <www.faunacps.cnpm.embrapa.br/ ave/seriema.html>. Acesso em: 22 jun. 2018. 4. a) O desmatamento, que é um fator de destruição do meio ambiente, paradoxalmente favorece a criação de novas áreas para a expansão do habitat da seriema.a) Em relação às informações do habitat da seriema, percebe-se um paradoxo, ou seja, uma con- tradição no que diz respeito à preservação do meio ambiente. Qual paradoxo é esse?b) De acordo com o contexto, as características da seriema justificam o uso da classificação como ave pernalta? Por quê? Sim; porque se trata de uma ave que tem pernas altas, longas. c) Considerando que o elemento grego -cola significa habitar, explique o sentido de terrícola. Reprodução/Editora Intrínseca O uso desse termo também é apropriado à seriema em função do contexto em que é utilizado? Justifique. Aquele que habita, vive sobre ou no interior do solo; terrestre. Sim, porque a seriema é uma ave que vive no solo, não em árvores. As palavras cerrado e campo e a expressão planaltos descampados permitem essa inferência. d) Reflita: Quais são as vantagens de se usar processos de composição por aglutinação em uma língua? Espera-se que os alunos reconheçam que as palavras compostas por aglutinação têm poder de síntese e promovem a economia textual ao expor uma informação com um número menor de palavras.5. Observe a capa do livro Lua nova, da saga Crepúsculo, e a legenda que a acompanha.a) Na legenda, duas palavras remetem a seres fictícios. Consideran- do o contexto, qual é a relação entre o título da saga e a legenda? Segundo a lenda, lobisomens e vampiros só saem de casa à noite, a partir do crepúsculo.b) A palavra lobisomem formou-se por aglutinação (lobo + homem). Compare.lobo-homem ñ homem-lobo ñ lobisomem Em sua opinião, por que prevaleceu na legenda o uso da palavra lobisomem em vez de lobo-homem ou homem-lobo? Capa do livro Lua nova, editora Intrínseca, 2009. Bella (protagonista da saga Crepúsculo) descobre que seu melhor amigo faz parte de uma alcateia de lobisomens, inimigos naturais dos vampiros.5. b) Resposta pessoal. Possibilidade: A aglutinação de duas palavras (e sua consequente redução) para apenas uma, bem como a redu-ção de palavras longas para uma mais curta (como em fotografia por foto; motocicleta por moto), colaboram para a concisão do texto. Unidade 1 29 29MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Atividade 6, item a 6. c) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que sim; se fossem usados os termos formais, sem qualquer esclarecimento,• Espera-se que os alunos é possível que algumas pessoas não os entendessem; por isso o autor optou por usar a explicação primeiro e o termo entre parênteses depois. percebam que -voro signi- 6. O que você sabe sobre os morcegos? Sabe que eles são mamíferos e não aves? Leia mais sobre fica comer (do grego). As- sim, cada uma dessas pa- esses animais. lavras indica um tipo de alimentação: morcegos Ilustrações: Gustavo Grazziano/arquivo da editora[...] comem insetos, frutas, Merlin D. Tuttle/Science Source/LatinstockDas quase 1000 espécies de morcegos, apenas três são hematófagas, néctar, peixes, pequenos isto é, alimentam-se exclusivamente de sangue. [...] vertebrados, de tudo um [...] pouco. Os hábitos alimentares dos morcegos são os mais diversos dentro de uma única ordem de mamíferos. Há um numeroso contingente de• Comente que o elemento devoradores de insetos (insetívoros), amantes de frutas (frugívoros), latino -oni significa todo, apaixonados por néctar (nectarívoros), gourmets de peixes (piscívoros), tudo. apreciadores de pequenos vertebrados (carnívoros), glutões que comem de tudo um pouco, como frutos, flores e pequenos vertebrados (onívo-Atividade 6, item b ros), e os já citados hematófagos. Ah, sim, na luta pela sobrevivência,• Comente que -voro vem do vale tudo: há morcegos que comem outros morcegos. latim e -fago, do grego . [...] GUIMARÃES, Beto. Morcegos. Superinteressante, 30 set. 2002. Disponível em: Morcego comendo um figo. <https://super.abril.com.br/ciencia/morcegos/>. Acesso em: 19 jul. 2018. no Quênia, África. Foto de 2017. a) Analise o assunto de que trata o trecho. Por que, nesse trecho informativo, foram usadas várias palavras compostas pelo elemento -voro? Porque o texto trata dos variados hábitos alimentares dos morcegos. b) Releia e observe. 6. d) Resposta pessoal. Possibilidades: herbívoros (que se alimentam de ervas), melívoros (que se alimentam de mel), ovívoros (que se alimentam de ovos); antropófago (que se alimenta de carne humana), bacteriófago (que destrói bactérias). Das quase 1000 espécies de morcegos, apenas três são hematófagas [...]. O elemento grego hemato- significa sangue. Qual é, de acordo com o texto, o significado de -fago? Tem o mesmo significado de -voro, comer. c) Em sua opinião, por se tratar de um texto que fornece informações para um grande número de leitores, está adequado o uso do termo formal entre parênteses? Explique sua resposta. d) Você conhece outras palavras formadas por um desses elementos? 7. No cotidiano, não nos damos conta da existência de palavras que obedecem a esses processos. a) Refine seu olhar e indique, em uma palavra (formada por composição), o que expressam as imagens a seguir. Explique como você chegou a cada uma delas. I. II. III. I. Frutas e produtos que têm origem II. Lugar onde desfilam escolas de III. Conferência interativa com trans- em hortas. Hortifrúti. samba. Sambódromo. missão de imagem e som entre inter- locutores. Videoconferência. b) A formação dessas palavras atende a estratégias práticas de comunicação. O que explica o surgimento delas?Espera-se que os alunos respondam que, em muitos casos, o que determina a criação de novas palavras é também o desejo de rapidez e concisão na informação e não só a necessidade. No caso dessas, por exemplo, seria possível escrever de outro modo do que trata cada imagem; isso, entretanto, acarreta o uso de enunciados mais longos, por isso a opção por vocábulos sintéticos como estratégia de marketing. Os alunos podem perceber essa diferença ao explicarem como chegaram às respostas. 30 Unidade 130 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Atividade de escuta Não escreva no livro! Atividade de escuta Resenha oral Competência específica de Língua Resenhas orais no ambiente digital são bastante comuns. Você vai assistir a uma resenha de um filme Portuguesa para ofeita por um crítico de cinema. Sua tarefa será assistir ao vídeo e, depois, analisar e comparar uma resenha Ensino Fundamentaloral a uma escrita. Será uma boa oportunidade para você conhecer algumas dicas de como fazer uma 3. Ler, escutar e produzirapresentação oral em vídeo. textos orais, escritos ewww.youtube.com/watch?v=rVNspBWJRQQ multissemióticos que circulam em diferentes Reprodução/<http://tvcultura.com.br> campos de atuação e mí- dias, com compreensão,TV Cultura Digital. Rubens Ewald Filho comenta “Transformers: A Era da Extinção” – Guia da Cultura. 11 jul. 2014. autonomia, fluência e cri-Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=rVNspBWJRQQ>. Acesso em: 13 out. 2018. ticidade, de modo a se ex- pressar e partilhar infor- 1. Uma resenha escrita sobre livro ou filme divide-se, em geral, em três partes: introdução, desenvol- mações, experiências, vimento (resumo da história, avaliação/opinião e argumentos) e conclusão. Verifique se estão ideias e sentimentos, e presentes nessa resenha: continuar aprendendo. a) a introdução. Há uma introdução com saudação e explicação sobre o material sendo resenhado (o nome do filme e a (EF69LP40) Analisar, em gravações […], a cons- data de lançamento). trução composicional dos gêneros de apresentação b) o desenvolvimento. – abertura/saudação, in- I. Resumo da história? Não. trodução ao tema, […] de- senvolvimento dos conteú- II. Opiniões/avaliação? Sim; avaliação negativa (longo demais, exagerado, confuso, excessivo) e pontos positivos dos, […] síntese final e/ou conclusão, encerramento –, (recursos tecnológicos, tecnicamente excepcional, inova um pouco). os elementos paralinguísti- cos (tais como: tom e volu- III. Argumentos? Sim; com exemplificação (personagens todos parecidos, enredo sem foco; sucesso devido a interes- me da voz, pausas e hesita- ções […]. ses comerciais). • Sugerimos que salve o ví- c) a conclusão. Sim. deo em equipamento ade- quado e apresente-o aos 2. Comparando a resenha lida e esta, quais são as principais diferenças entre a versão escrita e a oral alunos em ambiente apro- em relação: priado em sua escola. O ob- jetivo é que eles analisem A organização do texto escrito é estruturada em parágrafos bem definidos, enquanto a resenha oral permite idas e vindas a composição do gênero, estabelecendo diferen- a) à organização, compreensão e clareza das informações? mais espontâneas entre as informações. No ví- ças, semelhanças, van- tagens e desvantagens deo, os trechos do filme ajudam a exemplificar as questões apontadas pelo autor da resenha. entre a modalidade escri- ta e oral de uma resenha. b) à capacidade de despertar o interesse? O uso de imagens, a trilha sonora do filme e a interação com o apresen- O vídeo está disponível em: <https://www.youtube.com/ tador na resenha oral podem despertar mais interesse do público. watch?v=rVNspBWJRQQ> (acesso em: 23 jun. 2018.) c) à interação autor/leitor e apresentador/espectador? No vídeo, o autor da resenha conversa diretamente com o público: “Você que é fã não fica preocupado: já estão começando a trabalhar no quinto [filme]”. d) ao uso da linguagem?Na resenha oral, a linguagem informal, com hesitações e pausas, é mais acessível. O texto es- crito utiliza um vocabulário mais sofisticado, não sendo acessível a todos os públicos. 3. A qual tipo de resenha você recorreria para obter informações sobre um livro ou filme que quises- se conhecer: à escrita ou à oral? Por quê? Resposta pessoal. Unidade 1 31 31MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1Cultura digital – Cultura digital Experimente fazer! Não escreva no livro! Experimente fazer! Resenha em vídeo (EF69LP06) Produzir e pu- blicar notícias, [...] textos de Na seção anterior, você e seus colegas analisaram uma resenha oral e puderam compará-la à resenha apresentação e apreciação escrita. Que tal agora produzir uma resenha em vídeo para apresentar uma produção cultural de sua de produção cultural – rese- escolha e, dessa forma, viver o papel de comentarista, assim como o crítico de cinema Rubens Ewald nhas e outros próprios das Filho? Seu vídeo será um dos episódios do vlog de indicações culturais da turma que vai ser divulgado formas de expressão das no blogue da escola! culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts culturais, 1. Aproveite o conteúdo da resenha crítica que você produziu na seção Produção escrita da gameplay, detonado etc.– página 25 para desenvolver o roteiro de seu vídeo. [...] vivenciando de forma significativa o papel de [...] 2. Na hora de reescrever o texto, faça as adaptações necessárias à nova circulação em vídeo. comentador, de analista, de Não se esqueça de dividir seu roteiro em: crítico, de editor ou articulis- ta, de booktuber, de vlogger • introdução, com saudação descontraída e apresentação do material resenhado, trazendo (vlogueiro) etc., como for- informações sobre a autoria e os dados de publicação; ma de compreender as con- dições de produção que en- • desenvolvimento, com o resumo do conteúdo, sua avaliação ou opinião sobre o material e volvem a circulação desses argumentos que embasem sua apreciação; textos e poder participar e vislumbrar possibilidades • conclusão, com a confirmação de seu ponto de vista e despedida. de participação nas práti- cas de linguagem do cam- Para relembrar 3. Siga as orientações do professor para decidir como e onde você e po jornalístico e do campo seus colegas realizarão as filmagens, sempre de acordo com os midiático de forma ética e Vlog é um canal ou recursos disponíveis na escola. responsável, levando-se programa de vídeos em consideração o contex- geralmente produzido 4. Para a realização da atividade, considere também as dicas a seguir. to da Web 2.0, que amplia a para divulgar possibilidade de circulação informações e opiniões • Faça adaptações na linguagem do roteiro, deixando o texto desses textos e “funde” os do autor, ou seja, do mais informal e prevendo momentos para a fala espontânea. papéis de leitor e autor, de vlogger ou vlogueiro, a consumidor e produtor. respeito de um • Aproveite a introdução do vídeo para divulgar a produção da determinado tema ou turma e a conclusão para convidar o público a assistir aos (EF69LP07) Produzir tex- fato. Pode ainda conter demais vídeos do vlog. tos em diferentes gêneros, vídeos com a considerando sua adequa- apresentação ou a • Ensaie o texto até se sentir seguro, porém, na filmagem, sinta-se ção ao contexto produção apreciação de filmes, livre para improvisar um pouco, pois os vídeos de um vlog per- e circulação – os enuncia- livros, jogos, séries, etc. mitem uma interação maior com o público! dores envolvidos, os obje- Os vídeos de um vlog tivos, o gênero, o suporte, são, na maioria das • Expresse-se com fluência, com timbres e modalizações de voz a circulação –, ao modo vezes, produzidos de que possam envolver e prender a atenção dos espectadores. (escrito ou oral; imagem forma caseira (por meio Capriche nas expressões faciais e nos movimentos corporais estática ou em movimento de uma câmera de e selecione outros recursos que ajudem você a divulgar o etc.), à variedade linguís- celular ou webcam, por conteúdo e a cativar o público. tica e/ou semiótica apro- exemplo) e têm duração priada a esse contexto, à média de 10 minutos. Os 5. Converse com o professor sobre a circulação dessa produção e construção da textualida- vlogs são hospedados elabore coletivamente um post para o blogue da escola, no qual de relacionada às proprie- em plataformas de será divulgado o vlog de indicações culturais da turma! dades textuais e do gêne- compartilhamento de ro), utilizando estratégias vídeos e podem ser de planejamento, elabora- entendidos como uma ção, revisão, edição, rees- espécie de blogue em crita/redesign e avaliação formato audiovisual. de textos, para, com a aju- da do professor e a colabo- 32 Unidade 1 ração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções dcasts e vlogs noticiosos, culturais e de opinião, orientando-se (EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de realizadas, fazendo cortes, por roteiro ou texto, considerando o contexto de produção e de- livros de literatura e por outras produções culturais do campo e acréscimos, reformula- monstrando domínio dos gêneros. receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, ções, correções de concor- que representem um desafio em relação às suas possibilidades dância, ortografia, pontua- (EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de lei- atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas ção em textos e editando tura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, [...] marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a imagens, arquivos sono- escrevendo comentários e resenhas [...] e utilizando formas de temática e nas orientações dadas pelo professor. ros, fazendo cortes, acrés- expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts cul- cimos, ajustes, acrescen- turais (literatura, cinema, teatro, música) [...] • Veja, nas “Orientações gerais” neste Manual do Professor, pro- tando/ alterando efeitos, postas de encaminhamento para o trabalho com esta seção. ordenamentos etc. (EF69LP10) Produzir [...] comentários, vlogs, [...] dentre outros possíveis, re- lativos a [...] textos orais de apreciação e opinião – po-32 MANUAL DO PROFESSOR – UNIDADE 1Leitura 2 Não escreva no livro! Leitura 2 Antes de ler Competência geral da Educação Básica 1. Ao ler sobre um assunto que lhe interessa, você vai em busca de mais informações? Onde costuma 8. Conhecer-se, apreciar- pesquisar? Resposta pessoal. -se e cuidar de sua saú- 2. Quando encontra mais conteúdo sobre esse assunto, de que tipo são os textos que você seleciona? de física e emocional, compreendendo-se na Resposta pessoal. diversidade humana e re- conhecendo suas emo- 3. Já fez esse tipo de busca? Sobre qual assunto? Resposta pessoal. ções e as dos outros, com autocrítica e capacidade Você leu, nesta Unidade, a resenha de um livro que conta a história de um adolescente e seus sentimentos para lidar com elas.e reflexões sobre o fato de ser filho adotivo. A literatura para jovens frequentemente aborda temas relacio-nados à fase da adolescência: relações familiares, mudanças e maturação física e psicológica, relacionamentos Vocabulárioafetivos, inseguranças e incertezas sobre o futuro. Esses temas, porém, não estão limitados ao campo lite- alardear: anunciar comrário; textos com intenção de informar, divulgar conhecimentos e proporcionar aprendizagem ao leitor grande exibição.também podem ter esse mesmo objetivo. carcaça: (uso informal) o O trecho a seguir faz parte do livro Corpo: limites e cuidados, integrante da coleção De olho na Ciência, corpo humano; corpo velhocuja intenção é discutir temas comuns à fase da adolescência. Leia para conhecer a ideia desenvolvida pelo e cansado.autor e saber mais sobre o assunto. obsessão: compulsão, ideia Durante a leitura, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto em que elas apa- fixa.recem. Se for preciso, consulte o dicionário. prerrogativa: direito espe- As possibilidades e os limites do corpo cial, privilégio. Nos últimos tempos, o corpo tornou-se uma espécie de troféu a ser exibido, como se fosse uma etique-ta de marca famosa. A indústria da beleza alardeia que sempre é possível melhorar a aparência – o que é Assista ao vídeo Os pe-verdadeiro – e que as marcas da idade podem ser adiadas indefinidamente – o que é falso –, e esses mitos rigos da busca pelalevam alguns a dedicar tempo e dinheiro a um compromisso com a beleza e a juventude, como se fossem beleza com os alunos.passaportes para a felicidade. No Material Digital do Foi a partir da década de 1950 que a beleza deixou de ser vista como um dom divino, que só algumas Professor há orienta-pessoas recebem, e passou a ser considerada como um ideal ao alcance de todos. “Só é feia quem quer!”, ções para o trabalhorepete a propaganda, na tentativa de seduzir as mulheres. com esse recurso.Há algumas décadas, usar maquiagem no dia a dia eraprerrogativa de artistas e mulheres extravagantes. Agora, Sanzio, Rafael. Musée Conde, Chantilly, France/Giraudon/The Bridgeman Art Library/Keystonea maquiagem passou a ser mais do que um direito, qua-se um dever: para algumas mulheres, faz parte da rotina,como escovar os dentes e pentear os cabelos. Alguns homens participam dessa obsessão de umaoutra forma, talvez porque o poder masculino sempreesteve mais ligado à força do que à beleza – o que levamuitos a tomarem drogas para encorpar e a fazerem mus-culação sem orientação nem limites. [...] As três graças, de Rafael Sanzio, c. 1504-1505. Óleo sobre tela, 17,8 cm 3 17,6 cm. Museu Condé, Chantilly, França. A diversidade dos padrões de beleza assume formas e proporções diversas ao longo do tempo. Unidade 1 33 33MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1© Ucha Aratangy A cirurgia plástica passou a ser um recurso usado por todas as faixas de idade e todos os níveis eco- Patrick Foto/Moment/Getty Imagesnômicos. Há médicos dispostos a atender qualquer pedido e a aprimorar qualquer corpo, ainda que às vezes as queixosas sejam pessoas com corpos perfeitos, mas insatisfeitas com a própria imagem. A ju- ventude deixou de ser uma etapa do desenvolvimento para se tornar um estilo de vida, a que todos acreditam ter acesso. Eliminar as marcas do tempo passou a ser uma obrigação e quem não o faz pode ser tachado de “largado”. Beleza a qualquer preço Parece fácil definir o que é beleza: formas perfeitas, proporções harmoniosas, agradáveis aos sentidos. Mas o que são formas perfeitas e proporções harmoniosas? E aos sentidos de quem essas formas devem agradar? As galerias dos museus expõem um conceito de beleza diferente da que se exibe nas passarelas de moda. Mesmo dentro dos museus, o belo assume formas e proporções diversas. Talvez não haja mulheres mais bonitas do que as pintadas por Rubens ou Renoir, mas elas diferem entre si, e são diferentes das mulheres retratadas nas estátuas gregas, cuja leveza contrasta com a pedra de que são feitas. Dificilmente uma mu- lher, de qualquer idade e tipo físico, não encontraria num museu alguma imagem de beleza em que se visse refletida. Então, com que padrão de beleza homens e mulheres de hoje estão se comparando? [...] Ainda que fosse possível, à custa de esforço, atingir este ideal inventado pela propaganda, será mesmo que as pessoas seriam mais felizes? Não parece provável que a conquista da felicidade passe pelo tipo de cabelo e pela medida da cintura. É fácil confundir autoestima com vaidade, pois parece mais fácil se gostar quando a gente gosta do que vê refletido no espelho e no olhar dos outros. As pessoas ficam mais contentes quando o espelho mostra aqui- lo que queremos ver. Mas o amor-próprio não pode depender de um bumbum firme e de uma barriga lisa. A be- leza não se expressa em quilos ou centímetros: o charme tem razões que os padrões convencio- nais de beleza desconhecem. O que seria dos mais belos dentes sem o sorriso? É bom ter um corpo vivo e trabalhado, mas castigá-lo não é o caminho para ser feliz. O cor- po não é um pedaço de papel brilhante que em- brulha uma carcaça vazia: é a forma pela qual nos fazemos presentes, o meio através do qual expressamos carinhos e raivas. [...] ARATANGY, Lídia Rosenberg. Corpo: limites e cuidados. São Paulo: Ática, 2006. p. 25-26. Lídia Rosenberg Aratangy é psicóloga, pesquisadora, professora e autora de diversos livros sobre família, relacionamento, educação e outros temas pertinentes à área da Psicologia, como Doces venenos: conversas e desconversas sobre drogas e Olho no olho. 34 Unidade 1

34 MANUAL DO PROFESSOR Ð UNIDADE 1