Das alternativas que se seguem apenas uma não corresponde à leitura interpretativa do poema

(UERJ – 2012)

SOBRE  A ORIGEM DA POESIA 

A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem. 

Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso não poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as coisas por eles designadas, a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios  ou telefonemas [...] 

No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa relação com as coisas, impedindo nosso contato direto  com elas. A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo [...] 

Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se desapegaram das coisas, assim como os olhos se desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se desapegou da vida. Mas temos esses pequenos oásis – os poemas – contaminando o deserto de referencialidade.

ARNALDO ANTUNES

No último parágrafo, o autor se refere à plenitude da linguagem poética, fazendo, em seguida, uma descrição que corresponde à linguagem não poética, ou seja, à linguagem referencial.

Pela  descrição apresentada, a linguagem referencial teria, em sua origem, o seguinte traço fundamental: 

a) O desgaste da intuição 

b) A dissolução da memória

c) A fragmentação da experiência

d) O enfraquecimento da percepção

Das alternativas que se seguem apenas uma não corresponde à leitura interpretativa do poema


1. (Ufes) Maior importância conferida às sensações produzidas pelas coisas do que às coisas em si, visão do tempo como algo que não se pode captar e aparência fugidia das pessoas, objetos e paisagens são algumas das características de um estilo de época que se conhece como:

a) Romantismo.

b) Parnasianismo.

c) Simbolismo.

d) Impressionismo.

e) Modernismo.

2. (FUVEST-SP) Encontre a alternativa em que há erro na correlação estética/característica:

a) Romantismo/sentimentalismo

b) Naturalismo/determinismo

c) Parnasianismo/descritivismo

d) Simbolismo/materialismo

e) Modernismo/nacionalismo

3. (UFV-MG) Assinale a alternativa em que todas as características de estilo são do Simbolismo.

a) impassibilidade, vida descrita objetivamente, ecletismo

b) hermetismo intencional, alquimia verbal, musicalidade

c) favor da forma, expressões ousadas, fidelidade nas observações

d) atmosfera de imprecisão, realismo cru, religiosidade

e) complexidade, ressurreição dos valores humanos, materialismo pornográfico.

4. (PUC-RS) A crítica constata nas metáforas simbolistas de Cruz e Sousa a obsessão pela cor:

a) branca

b) negra

c) rubra

d) roxa

e) azul

5. (UFSCar-SP) A ênfase na seleção de vocabulário poético, com o objetivo de transferir ao poema o máximo de correspondência sensorial, é uma característica do:

a) Romantismo, sobretudo na obra de Castro Alves

b) Barroco, principalmente em Gregório de Matos

c) Simbolismo, representado pelas obras de Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens

d) Parnasianismo, representado pela obra de Alberto de Oliveira

e) Pré-Modernismo, principalmente em Jorge de Lima.

6. (UEL-PR) Assinale a alternativa que contém apenas características da estética simbolista:

a) temática social; hermetismo; valorização dos tons fortes; materialismo; antítese.

b) temática intimista; ocultismo; valorização dos tons fortes; espiritualidade; sinestesia.

c) temática intimista; hermetismo; valorização do branco e da transparência; espiritualidade; sinestesia.

d) temática bucólica; hermetismo; valorização do branco e da transparência; espiritualidade; antítese.

e) temática bucólica; ocultismo; valorização das tonalidades verdes; materialismo; sinestesia.

7. (FUVEST/GV-SP) Opondo-se à razão, predominante na poesia ligada ao realismo, os poetas passam a repudiar esse vínculo e se voltam para a esfera do sonho, para o despertar das forças inconscientes que "a Arte deveria suscitar magicamente". Donde as atmosferas difusas, a predominância das cores e dos sons, a busca da correspondência dos sentidos. De que movimento literário se trata?

a) Surrealismo.

b) Romantismo.

c) Modernismo.

b) Futurismo.

e) Simbolismo.

8. (UFMA) Sobre o Parnasianismo e o Simbolismo, na Literatura Brasileira, é correto afirmar que:

a) os estilos são absolutamente distintos quanto à técnica da versificação.

b) os dois estilos se aproximam pelas preferências temáticas.

c) à metafísica do primeiro, juntou-se o realismo do segundo.

d) os dois estilos se aproximam quanto à técnica da versificação.

e) não há proximidade entre os dois.

9. (Unificado-RS)

"Nasce a manhã, a luz tem cheiro... Ei-la que assoma

Pelo ar sutil... Tem cheiro a luz, a manhã nasce...

Oh sonora audição colorida do aroma!"

A linguagem poética, em todas as épocas, foi e é simbólica; o Simbolismo recebeu esse nome por levar essa tendência ao paroxismo.

Os versos acima atestam essa exuberância, pela fusão de imagens auditivas, olfativas e visuais, constituindo rico exemplo de:

a) eufemismo

b) polissíndeto

c) sinestesia

d) antítese

e) paradoxo

10. (PUC-RS)

"Noiva de Satanás, Arte maldita,

Mago Fruto letal e proibido,

Sonâmbula do além do Indefinido

Das profundas paixões, Dor Infinita"

A linguagem do poema situa-o no:

a) Romantismo.

b) Parnasianismo.

c) Impressionismo.

d) Simbolismo.

e) Modernismo.

11. (UCMG) Das características da obra de Cruz e Sousa indicadas abaixo, a única que, sendo de cunho pessoal, foge aos modelos simbolistas é:

a) culto da imprecisão, do misterioso e do vago.

b) exploração consciente da musicalidade das palavras.

c) lirismo impregnado de tom dramático e humanitário.

d) presença de vocabulário com palavras raras e expressivas.

e) tentativa de superação no transcendental e no místico.

12. Subjetivismo, valorização do inconsciente e do subconsciente, busca do vago, do diáfano, musicalidade, sugestão são características da poesia:

a) romântica.

b) barroca.

c) árcade.

d) simbolista.

e) parnasiana.

13. (ITA) Leia os seguintes versos:

Mais claro e fino do que as finas pratas

O som da tua voz deliciava...

Na dolência velada das sonatas

Como um perfume a tudo perfumava.

Era um som feito luz, eram volatas

Em lânguida espiral que iluminava,

Brancas sonoridades de cascatas...

Tanta harmonia melancolizava.

(SOUZA, Cruz e. “Cristais”, in Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995, p. 86.)

Assinale a alternativa que reúne as características simbolistas presentes no texto:

a) Sinestesia, aliteração, sugestão.

b) Clareza, perfeição formal, objetividade.

c) Aliteração, objetividade, ritmo constante.

d) Perfeição formal, clareza, sinestesia.

e) Perfeição formal, objetividade, sinestesia.

14. (ENEM)

Cárcere das almas

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,

Soluçando nas trevas, entre as grades

Do calabouço olhando imensidades,

Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza

Quando a alma entre grilhões as liberdades

Sonha e, sonhando, as imortalidades

Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas

Nas prisões colossais e abandonadas,

Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,

que chaveiro do Céu possui as chaves

para abrir-vos as portas do Mistério?!

(CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura /Fundação Banco do Brasil, 1993.)

Os elementos formais e temáticos relacionados com o contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são:

a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos.

b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista.

c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.

d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras.

e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano.

15. (PUC) No poema de Cruz e Sousa, ocorre o predomínio das seguintes características:

a) inovações, simultaneidade de traços, dinamicidade, ausência de sequência temporal e descritor-observador.

b) Explicações, sequência de traços, estaticidade, sequência temporal e narrador-personagem.

c) Explicações, sequência de traços, dinamicidade, ausência de conflito narrativo e ausência de narrador.

d) Invocações, concomitância de traços, estaticidade, ausência de conflito narrativo e ausência de narrador.

e) Invocações, concomitância de traços, estaticidade, sequência temporal e descritor-observador.

16. (Fuvest)

– “Só, incessante, um som de flauta chora,

Viúva, grácil, na escuridão tranquila,

– Perdida voz que de entre as mais se exila,

– Festões de som dissimulando a hora.”

Os versos anteriores são marcados pela presença ______________ e pela predominância de imagens auditivas, o que nos sugere a sua inclusão na estética ________________.

Assinale a alternativa que completa os espaços.

a) da comparação – romântica

b) da aliteração – simbolista

c) do paralelismo – trovadoresca

d) da antítese – barroca

e) do polissíndeto – modernista

17. (Mackenzie) Assinale a alternativa que não se refere ao Simbolismo.

a) Na busca de uma linguagem exótica, colorida, musical, os autores não resistem, muitas vezes, à ideia de criar novos termos.

b) Ocorre grande interesse pelo individual e pelo metafísico.

c) Há assuntos relacionados ao espiritual, místico, religioso.

d) Nota-se o emprego constante de aliterações e assonâncias.

e) Busca-se uma poesia formalmente perfeita, impassível e universalizante.

18. (Cescem) Um dos aspectos que faz com que a poesia simbolista se contraponha frontalmente ao Parnasianismo é:

a) o predomínio da linguagem denotativa sobre a figurada, como tentativa de exprimir com mais clareza as ambiguidades da alma.

b) a consideração do poema como um produto artístico, resultante de um processo lógico e analítico de interpretação do real.

c) a visão materialista do mundo, adequadamente expressa por uma linguagem eivada de sugestões plásticas que acentuam a ideia de sensualidade.

d) a adoção de uma postura subjetiva diante da realidade, expressa por uma linguagem rica de associações sensoriais.

e) o abandono do soneto, que, como forma poética fixa, passa ser considerado impróprio para exprimir a fluidez onírica.

19. (UNID – SP) Não corresponde ao Simbolismo a afirmativa:

a) No Brasil, o Simbolismo começa em 1893 com a publicação de Missal e Broquéis, ambos de Cruz e Sousa.

b) Olavo Bilac, um dos poetas mais festejados do período, escreveu o poema formal Profissão de fé.

c) Os versos “Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas...” fazem parte do poema “Violões que choram”.

d) O autor mais representativo desse movimento – Cruz e Sousa – também é chamado de Cisne Negro.

e) Alphonsus de Guimarães é o autor de Ismália.

20. (Fac. Bandeirantes-PR) – O Simbolismo caracterizou-se por ser:

a) positivista, naturalista, cientificista.

b) antipositivista, antinaturalista, anticientificista.

c) objetivo, racional.

d) volta aos modelos greco-latinos.

e) subjetivista, materialista.

21. (Uelondrina)

“Faz descer sobre mim os brandos véus da calma,

Sinfonia da Dor, ó Sinfonia muda,

Voz de todo meu Sonho, ó noiva da minh’alma,

Fantasma inspirador das Religiões de Buda.”

A estrofe acima é de Cruz e Sousa, e nela estão os seguintes elementos típicos da poesia simbolista:

a) realidade urbana, linguagem coloquial, versos longos.

b) erotismo, sintaxe fluente e direta, ironia.

c) desprezo pela métrica, linguagem concretizante, sátira.

d) filosofia materialista, linguagem rebuscada, exotismo.

e) misticismo, linguagem solene, valorização do inconsciente.

22. (CESCEM) O Simbolismo enveredou por caminhos algumas vezes semelhantes aos Romantismo; é o que se pode depreender do fato de que os autores simbolistas, via de regra:

a) aceitaram que o real é aquilo que está refletido na consciência individual.

b) assumiram uma postura esteticista, cultuaram a forma e a expressão ortodoxa.

c) utilizaram uma linguagem enxuta, direta e contundente, que dizia a expressão de seus temas ao essencial.

d) adotaram uma expressão oralizada, valendo-se dos recursos da fala popular.

e) impuseram à literatura uma concepção positiva do mundo, segundo a qual o homem exprime as contradições e grandezas da sociedade em que vive.

23. (CESCEM) “É, mais pedras, mais pedras se sobreporão às pedras já acumuladas, mais pedras, mais pedras, mais pedras... Pedras destas odiosas, caricatas e fatigantes civilizações e sociedades... E as estranhas paredes hão de subir - longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir mudas, silenciosas, até às Estrelas, deixando-te para sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro do teu Sonho..."

É comum, durante o Simbolismo, a criação de textos como o acima transcrito. Com base nesse excerto de Cruz e Sousa podemos dizer que se trata de:

a) uma crônica historiográfica.

b) uma tragédia em moldes clássicos.

c) um romance em que predomina a descrição

d) um poema em prosa.

e) uma sátira aos costumes.

24. (UNIP-SP) A negação do positivismo, do materialismo e das estéticas neles fundamentadas, a criação poética como fruto do inconsciente, da intuição, da sugestão, da associação de imagens e ideias; o tom vago, impreciso, nebuloso; o uso acentuado de sinestesias e intensa musicalidade, são características do:

a) Realismo.

b) Simbolismo.

c) Naturalismo.

d) Romantismo.

e) Parnasianismo.

25. (FUVEST)

“E fria, fluente, frouxa claridade

flutua como as brumas de

[um letargo”

Nestes versos de Cruz e Sousa encontra-se um dos traços característicos do estilo simbolista:

a) utilização do valor sugestivo da música e da cor.

b) rima aproximativa: uso de aliterações.

c) presença de onomatopeia.

d) uso de antinomia.

e) emprego de expressões arcaicas.

GABARITO

Das alternativas que se seguem apenas uma não corresponde à leitura interpretativa do poema

Das alternativas que se seguem apenas uma não corresponde à leitura interpretativa do poema