Qual ou quais modelos educacionais são usados no ensino da Pessoa surda na atualidade?

A presente pesquisa se propõe a descrever as três filosofias educacionais adotadas em relação ao ensino aprendizagem dos surdos.

Para POKER, ter conhecimento sobre a história, bem como sobre as filosofias e métodos educacionais criados para os alunos com surdez, permite a compreensão da relação existente entre o comprometimento linguístico dessa população, a qualidade das suas interações interpessoais e o seu desenvolvimento cognitivo.

Segundo Goldfeld (1997), na antiguidade os surdos foram percebidos de diversas formas: com piedade e compaixão, como pessoas castigadas pelos deuses ou como pessoas enfeitiçadas.

Os Surdos ao longo dos anos sofreram bastante, pois viviam em meio a uma cultura que tentava de todas as formas inseri-los, de forma forçada, em uma identidade ouvinte e por isso muitos deles sofreram, foram abandonados, mortos ou sacrificados.

As filosofias educacionais foram procedimentos aplicados com técnicas diferentes que analisavam o desenvolvimento dos surdos no seu contexto social, linguístico e cognitivo, que deixaram algumas consequências por sua radicalização em objetivos que colocavam o surdo em desconforto. O Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo são as filosofias educacionais que marcaram épocas e com as suas análises críticas serviram para atender, respeitar e aceitar as limitações e necessidades do portador da surdez.

No Oralismo predomina a ideia de que o Surdo precisa falar para ser aceito na sociedade, tem mais ênfase com o Congresso de Milão em 1880, onde foi decidido a proibição da Língua de Sinais e um de seus maiores defensores foi Alexander Graham Bell.

Neste período foram usados muitos métodos para que o Surdo fosse oralizado e muitos deles consistiam em amarrar as mãos dos Surdos, punição para o Surdo que sinalizasse, entre outros.

Desse modo, para que a Língua permanecesse viva os Surdos se reunião em pequenos grupos, escondidos, para fazerem uso da Língua de Sinais.

 Capovilla (2012) destaca que o Oralismo é uma, Filosofia educacional para surdos, que na sua forma mais pura, propõe o ensino somente de técnicas oralistas, como leitura labial, vocalização e aproveitamento de resíduos auditivos, visando ao desenvolvimento da linguagem oral. Portanto, podemos observar que a fala continuava sendo considerada, neste período, o único meio educacional para que as pessoas com Surdez pudessem fazer parte da sociedade, para tanto o uso de sinais era proibido em todo ambiente seja ele educacional ou familiar.

Com o fracasso do Oralismo, surgiu a Comunicação Total a qual é responsável por dar todas as opções de comunicação para a pessoa Surda. Neste modelo educacional os Surdos e educadores responsáveis por ensiná-los eram livres para utilizar qualquer meio de comunicação, seja ele os sinais, a fala, mímica entre outros.

Segundo Moura, na Comunicação Total a premissa básica era a utilização de toda e qualquer forma de comunicação com a criança Surda, sendo que nenhum método ou sistema particular deveria ser omitido ou enfatizado.

Capovilla (2012) explica que a comunicação total foi um progresso em relação ao oralismo, mas precisou ser substituída pelo bilinguismo quando pesquisadores escandinavos descobriram que as professoras não sinalizavam todas as palavras que pronunciavam e que não pronunciavam todas as palavras que sinalizavam, mas que alternavam entre sinais e fala, dificultando, assim , a compreensão da aula por parte de crianças surdas que fossem incapazes tanto de ler lábios quanto de compreender sinais simultaneamente.

Na filosofia educacional do Bilinguismo, esta refere-se a toda luta que os Surdos tiveram para o reconhecimento de sua identidade, sua cultura e língua própria. Nesta concepção a criança Surda aprende primeiramente a Língua de sinais e posteriormente a Língua Portuguesa na modalidade escrita, em se tratando do nosso país ou a Língua de Sinais do país de origem da pessoa surda.

Desta forma os estudos recentes destacam que seria o Bilinguismo a prática que melhor atenderia a comunidade Surda, contribuindo para o processo de ensino e aprendizagem do sujeito surdo na qual deve-se ensinar como L1 a Língua materna dos surdos, que é a Língua de Sinais e depois como L2, a Língua de seu país de origem.

Referências Bibliográficas

BRITO, L.F. Integração social e educação de surdos. Rio de Janeiro : BABEL Editora, 1993

GOLDFELD, Márcia. A criança surda. Linguagem e Cognição Numa Perspectiva Sócio – Interacionista. São Paulo: Plexus Editora, 2001.

QUADROS, R.M. A educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre : Artes Médicas, 1997.

SKLIAR , C. (org) Atualidade da educação bilíngue para surdos. Porto Alegre : Mediação, 1999. 2.v.

LAURA TATIANY SOUSA LUCIANO GODOI- Graduada em Pedagogia (UFR); Especialista em Altas Habilidades (FAVENI) e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

LIDIANE DA SILVA XAVIER - Graduada em Pedagogia; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis. 

NOEMI BRAGA DE REZENDE- Graduada em Pedagogia e História (FALBE e UFMT); Especialista em Psicopedagogia (UNIGRAN) e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

RAQUEL SANTOS SILVA - Graduada em Letras; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

ROSANGELA ALVES DA SILVA ARAÚJO- Graduação em Pedagogia (UFMT); Especialista em Psicopedagógico Afirmativo e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

VALQUIRIA RODRIGUES DIAS- Graduada em Pedagogia (UFMT); Especialista em Psicopedagogia (UNISERRA) e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

Qual é a teoria educacional para o ensino de surdos hoje nas escolas?

A teoria moderna deu suporte a muitas práticas educacionais para os surdos. As mais visíveis são aquelas que se atem ao ensino da linguagem falada, na versão ouvinte não apenas como processo de comunicação, mas também como desenvolvimento cognitivo.

Qual a modalidade utilizada atualmente para a alfabetização de surdos?

E para os surdos no Brasil, a modalidade atual de alfabetização ocorre por meio do bilinguismo, ou seja, a criança surda vai aprender a língua de sinais brasileira (LIBRAS) como a sua primeira língua e a Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, além disso, em alguns casos, a família pode optar pela ...

Quais as quatro principais metodologias utilizadas na educação dos surdos?

No decorrer dos tempos, várias metodologias foram introduzidas no ensino dos alunos surdos no Brasil, entre as quais está o Oralismo, a Comunicação Total, o Bilinguismo e a Pedagogia Surda.

Quais são as propostas educacionais direcionadas à pessoa surda?

A abordagem educacional por meio do bilingüismo visa capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas: A língua de sinais e a língua da comunidade ouvinte. As propostas educacionais começam a estruturar-se a partir do Decreto 5 626/05 que regulamentou a Lei de Libras (Língua Brasileira de Sinais).