Qual é a relação entre as estruturas geológicas e as formas de relevo?

Clique e entenda o conceito e as principais características das estruturas geológicas que compõem a litosfera!

Qual é a relação entre as estruturas geológicas e as formas de relevo?

O Everest, com cerca de 8.848 metros, é um dos picos mais elevados do planeta e é formado a partir de dobramentos modernos

A litosfera, camada sólida e mais externa da Terra, não é homogênea, ou seja, essa camada não possui a mesma composição em toda a sua extensão. Ela originou-se do resfriamento do magma que recobria a superfície terrestre e foi bastante influenciada por processos de tectonismo, transformação e desgaste das rochas originais, o que promoveu uma grande diversificação de suas características. Além disso, o material que originou cada parte da crosta terrestre também é diferente, visto que ele é constituído por três tipos de rochas diferentes: rochas magmáticas, metamórficas e sedimentares.

Diante dessa variedade de características, convencionou-se classificar a parte emersa da litosfera em três tipos diferentes de estruturas geológicas, que são formações rochosas com características semelhantes (tipos de rocha, origem e evolução) que compõem a litosfera terrestre. É importante ressaltar que estrutura geológica não é o mesmo que formas de relevo. Enquanto as formas de relevo podem ser observadas na paisagem, as estruturas geológicas são grandes formações rochosas que servem de base para a origem e evolução dessas formas e, por isso, não podem ser vistas em uma simples observação da paisagem.

As principais estruturas geológicas do planeta são:

  • Escudos cristalinos ou maciços antigos: Estruturas muito antigas (Período Pré-cambriano), rígidas e resistentes, compostas por rochas magmáticas e metamórficas. Os escudos cristalinos contribuem para a formação de relevos planálticos e algumas depressões, que se formam principalmente nas bordas dos planaltos ou em regiões erodidas dessa forma de relevo. Além disso, em regiões de escudos cristalinos, é muito comum o afloramento de minerais metálicos, como os minérios de ferro, cobre e alumínio, que são muito importantes para o desenvolvimento das atividades humanas.

  • Bacias sedimentares: originaram-se a partir do desgaste das rochas cristalinas, que se fragmentaram em sedimentos menores e foram transportadas para regiões de menores altitudes, onde se acumularam e compactaram-se. Por causa dessa origem, o principal tipo de rocha que constitui essa estrutura são as rochas sedimentares (formadas a partir do acúmulo de sedimentos). Nas bacias sedimentares, encontram-se as maiores reservas de petróleo, gás natural e carvão. As principais formas de relevo formadas nessas áreas são as planícies, planaltos sedimentares e depressões.

  • Dobramentos modernos: São estruturas bastante recentes (Período terciário da era Cenozoica) que se formaram nas áreas de contato entre placas tectônicas. Em virtude da grande pressão originada por esse contato entre as placas, as áreas de dobramentos modernos passaram por várias elevações do terreno, o que deu origem às maiores cadeias de montanhas do mundo: Alpes, Himalaia, Rochosas etc.

A estrutura geológica do Brasil, vale salientar, é composta por bacias sedimentares, que correspondem a cerca de 64% do total da extensão territorial do país, e por escudos cristalinos, que ocupam cerca de 36% do território nacional. No Brasil, não existem dobramentos modernos, uma vez que o país se encontra no interior da placa tectônica sul-americana.


Por Thamires Olimpia
Graduada em Geografia

Índice

Introdução

Os relevos são as formas da crosta terrestre, resultado de inúmeros eventos ocorridos na história geológica do nosso planeta, que se encontra constantemente em transformação. Desta forma, a Terra mostra sua história por meio de diversos elementos que formam as mais variadas paisagens.

O processo de formação dessas estruturas se dá pela contraposição entre as forças endógenas e exógenas. As forças endógenas são forças internas, que se manifestam de dentro para fora do planeta. As principais forças endógenas são:

  • Tectonismo
  • Vulcanismo
  • Sismos (Terremotos)

Já as forças exógenas são as forças que vem da parte externa, geralmente da atmosfera. Há dois grupos principais neste tipo de força:

  • Intemperismo: É um conjunto de forças externas que fragmentam, desgastam e decompõem as rochas. Dentro desse conjunto de forças, temos uma subdivisão:
  • Físico: forças mecânicas que atuam na fragmentação da rocha;
  • Químico: ação química da água da chuva;
  • Biológico: ação dos seres vivos que tem a capacidade de fragmentar rochas.
  • Erosão: Transporte de fragmentos rochosos. Os mares, rios e ventos são responsáveis pelo transporte desses sedimentos.

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As estruturas dos relevos

Da soma das forças endógenas e exógenas surgem as estruturas do relevo. Estas são os grandes corpos rochosos que sustentam as formas de relevo. Há três tipos diferentes de estrutura: os crátons, os cinturões orogênicos e as bacias sedimentares.

Crátons

Os crátons são estruturas geológicas extremamente antigas e que hoje se encontram bastante desgastadas pela ação das forças exógenas. Nesse tipo de estrutura apresentam predominantemente rochas metamórficas e magmáticas.

Quando os crátons se encontram expostos na superfície, geralmente sustentando formas de relevo de média elevação e alto desgaste, são chamados de escudos cristalinos. Em nosso país, os principais exemplos desse tipo de estrutura são o escudo sul-amazônico, o escudo das guianas e o do São Francisco.

Os crátons podem estar cobertos por espessas camadas de sedimentos, como no caso das bacias sedimentares, e neste caso, diz-se que são plataformas cristalinas.

Cinturões Orogênicos

Os cinturões orogênicos são estruturas formadas pelos desdobramentos (orogênese), consequência da tectônica de placas. Como exemplo desse tipo de estrutura, podemos citar as cadeias montanhosas dos Andes, dos Alpes e do Himalaia, que são nomeados de Dobramentos modernos.

Os Himalaias, a cadeia montanhosa mais alta do mundo.

Bacias Sedimentares

As bacias sedimentares se formam em regiões que, no passado, foram grandes ambientes de sedimentação (locais que recebiam sedimentos das áreas vizinhas). Dessa forma, essas estruturas são construídas por meio da sobreposição de grandes camadas de rochas sedimentares.

A maior parte dessas bacias se formou em áreas de antigos lagos ou mares pouco profundos, que posteriormente sofreram a ação de forças endógenas. No Brasil, as maiores bacias sedimentares são: a do Paraná, a Amazônica e a do Parnaíba.

As formas do relevo

As formas de relevo se desenvolvem sobre as estruturas. As principais formas são os planaltos, as planícies e as depressões. A principal diferença entre elas se dá de acordo com o processo que as origina.

Planaltos

Os planaltos são áreas formadas por rochas magmáticas e metamórficas, onde os processos de desgaste são maiores do que os de deposição, ou seja, regiões que estão perdendo material ao ser erodidas. Geralmente, os planaltos possuem mais de 200 metros de altitude e apresentam declives nas suas bordas. No Brasil, são exemplos dessa forma de relevo o Planalto Central Brasileiro, os planaltos da Região Amazônica e os planaltos da bacia sedimentar do Paraná.

Planícies

Classificam-se como planícies as formas de relevo planas ou pouco inclinadas, cujo os processos de deposição têm predominância sobre os de desgaste. As planícies costumam estar localizadas próximas ao litoral e são formadas pelo acúmulo de sedimentos de outras formas que sofreram desgaste. As principais planícies no Brasil são a Planície Amazônica, Planície do  Pantanal e Planície Litorânea.

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Depressões

As depressões são formas rebaixadas em relação às áreas vizinhas. Em geral, possuem superfície aplainada e são resultado de longos processos erosivos. Um exemplo desse tipo de forma de relevo são as Depressões Marginais Norte e Sul-Amazônicas.

Relevo Brasileiro

O relevo brasileiro, assim como o do mundo inteiro, apresenta uma velocidade de transformação bastante baixa. Deste modo, pode-se dizer que, no geral, ele é praticamente o mesmo há milhares de anos. Os agentes externos que mais participam da formação do relevo brasileiro são o clima (temperatura, ventos, chuvas) e os rios.

A respeito dos estudos sobre o relevo brasileiro, destacam-se principalmente o de 3 autores: Aroldo de Azevedo, Aziz Ab’Saber e Jurandyr L.S. Ross.

Aroldo de Azevedo

Ao elaborar sua divisão (1949), o professor Aroldo de Azevedo dividiu o relevo brasileiro em planaltos e planícies, como mostra a Figura abaixo.

Classificação do Relevo Brasileiro por Aroldo de Azevedo em 1949.

Para realizar essa classificação, o autor levou em conta principalmente as diferenças de altitude. Dessa forma, classificou-se como planícies as formas de relevo relativamente planas, com altitudes inferiores a 200 metros. Em contrapartida, os planaltos foram classificados como as partes de relevo cuja altitude superam 200 metros.

Com essa classificação, 59% do território brasileiro foi considerado planaltos e 41% planícies.

Aziz Ab’Saber

Durante a década seguinte, Aziz Ab’Saber aperfeiçoou a classificação anteriormente realizada, dando prioridade aos processos de formação do relevo, ou seja, às diferentes estruturas e aos mecanismos de esculturação.

Nesta divisão, as áreas cujo o processo de erosão apresenta predominância sobre o de sedimentação foram chamadas de planaltos. Em áreas em que ocorre o contrário - processo de sedimentação é maior que o de erosão - foram considerados planícies.

Qual é a relação entre as estruturas geológicas e as formas de relevo?

Classificação do Relevo Brasileiro por Aziz Ab’Saber em meados da década de 60.

Jurandyr L. S. Ross

Com o avanço tecnológico, foi possível conhecer melhor as características do território brasileiro. Com auxílio dos estudos do professor Ab’Saber e das informações adquiridas por meio do projeto Radam (reconhecimento dos recursos naturais através de radar), Jurandyr L. S. Ross apresentou, em 1989, uma classificação dos relevos brasileiros bem mais detalhada, levando em consideração as estruturas e a influência de agentes climáticos antigos e atuais, na formação do relevo.

Classificação do Relevo Brasileiro por Jurandyr Ross em 1989.

Nessa classificação, as unidades dos planaltos foram divididas de acordo com as estruturas que as sustentam:

  • Planaltos em bacias sedimentares;
  • Planaltos em intrusões e coberturas residuais de plataforma;
  • Planaltos em núcleos cristalinos arqueados;
  • Planaltos em cinturões orogênicos.

As depressões são formadas por longos processos erosivos, geralmente em regiões de menor resistência. O uso dessa forma de relevo é uma novidade em relação às classificações anteriores, entretanto, sua presença é bastante frequente no território brasileiro.

Exercício de fixação

UFMS Adaptada/2007

O relevo corresponde às formas assumidas pelo terreno após serem moldadas pela atuação de agentes internos e externos sobre a crosta terrestre. Sobre o relevo brasileiro, é correto afirmar:

(           ) Nunca houve atividade vulcânica no território brasileiro, considerando que não há nenhum vulcão em atividade.

(           ) Apresenta escudos cristalinos de formação rochosas antigas datadas do Pré-cambriano.

(           ) Em decorrência da pouca diversidade de formação geológica do território brasileiro, há um predomínio de planaltos e planícies.

(           ) Há pouca incidência de processos erosivos, considerando que o relevo brasileiro é, em sua maioria, de formação geológica antiga.

(           ) A distância do território brasileiro dos limites da placa tectônica Sul-Americana garante-lhe maior estabilidade geológica.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A V - F - F - V - F.

B F - V - F - F- V.

C V - F - F - F - V.

D F - V - V - V - F.

E F - V - F - F - V.

Qual a relação entre estrutura geológica e relevo?

A estrutura geológica refere-se aos tipos de rochas que compõem uma determinada área, sua distribuição, idade e o processo geológico que as formou, enquanto o relevo refere-se à forma da superfície da terrestre.

Qual é a relação da estrutura geológica com o clima e as diferentes formas do relevo?

O relevo interfere em alguns casos no clima de uma região, quando o relevo impede a passagem de massas de ar que poderiam determinar as configurações climáticas de um lugar.

Qual é o papel da estrutura geológica na definição do relevo terrestre?

A estrutura geológica é um tema que não pode ser desprezado na análise da gênese e da evolução do relevo terrestre. Ela engloba diversos aspectos relacionados à crosta terrestre, alguns dos quais apresentam uma extrema complexidade.

Quais são as principais estruturas geológicas e as formas de relevo?

O relevo terrestre é composto por três diferentes estruturas geológicas: bacias sedimentares, dobramentos modernos e crátons. A litosfera – camada rochosa do planeta Terra – apresenta inúmeras dinâmicas e variações.