Quais são os estímulos necessários para uma amamentação eficaz?

Recursos do assunto

  • Para a criança: vantagens nutricional e cognitiva e proteção contra infecções, alergias, obesidade, doença de Crohn e diabetes

  • Para a mãe: redução da fertilidade durante a lactação, retorno mais rápido para as condições normais antes do parto (p. ex., involução uterina, perda ponderal) e proteção contra osteoporose, obesidade e câncer ovariano e mamário na pré-menopausa

Em primíparas, a produção láctea é plenamente estabelecida em 72 a 96 horas, e em menos tempo nas multíparas. O primeiro leite produzido é o colostro, um líquido fino amarelo, rico em calorias e proteínas, que é imunoprotetor, por ser rico em anticorpos, linfócitos e macrófagos; ainda, estimula a passagem do mecônio. O subsequente leite materno tem as seguintes características:

  • Tem alto conteúdo de lactose, disponibilizando uma fonte energética facilmente disponível e compatível com as enzimas neonatais

  • Contém grandes quantidades de vitamina E, um importante antioxidante que pode ajudar na prevenção da anemia, aumentando a meia-vida dos eritrócitos

  • Tem uma razão cálcio:fósforo de 2:1, que previne a tetania por deficiência de cálcio

  • Altera favoravelmente o pH fecal e a flora intestinal, protegendo, portanto, contra diarreia bacteriana

  • Transfere anticorpos protetores maternos para o lactente

  • Contém colesterol e taurina, importante para o crescimento cerebral, independentemente da dieta materna

  • O leite materno também é uma fonte natural dos ácidos graxos ricos em ômega-3 e ômega-6

A mãe deve adotar posição confortável, relaxada e sustentar a mama com a mão para assegurar que esteja centrada na boca do lactente, minimizando qualquer dolorimento. O centro do lábio inferior do lactente deve ser estimulado com o mamilo, para que ele se vire e a boca se abra amplamente. O lactente deve ser encorajado a envolver a mama e a aréola quanto possível, posicionado os lábios 2,5 a 4 cm da base do mamilo. Assim, a língua do lactente comprime o mamilo contra o palato duro. Inicialmente leva pelo menos 2 minutos para que ocorra o reflexo da descida do leite.

O volume do leite aumenta enquanto a criança cresce e aumenta o estímulo pela sucção. A duração da amamentação é geralmente determinada pelo lactente.

Algumas mulheres precisam de uma bomba de sucção para que a mama aumente ou mantenha a produção do leite; na maioria das mulheres, um total de 90 minutos/dia do uso da bomba de sucção, dividida em 6 a 8 sessões, produz leite suficiente para um lactente não alimentado diretamente ao seio materno.

O lactente deve amamentar em um dos seios até que ele fique amolecido e a sucção diminua ou pare. A mãe pode, então, interromper a sucção com um dedo antes de remover o lactente de um seio e oferecer o outro. Nos primeiros dias após o nascimento, os lactentes podem mamar apenas em um lado; após, a mãe deve passar a alternar os lados a cada mamada. Se o lactente adormece antes de amamentar-se adequadamente, a mãe pode removê-lo quando a sucção diminui, fazê-lo eructar e movê-lo para o outro lado. A interrupção da amamentação desperta o lactente para a alimentação e estimula a produção do leite em ambos as mamas.

As mães devem ser encorajadas a amamentar com a procura ou aproximadamente a cada 1½ a 3 horas (8 a 12 mamadas diárias), uma frequência que gradualmente diminui com o tempo; alguns recém-nascidos < 2.500 g podem ter necessidade de se alimentar mais frequentemente para evitar hipoglicemia. Nos primeiros dias, os neonatos podem precisar ser acordados e estimulados; lactentes pequenos para a idade gestacional e prematuros tardios Prematuros Considera-se o bebê nascido antes de 37 semanas de gestação prematuro. Define-se a prematuridade pela idade gestacional em que os lactentes nascem. Anteriormente, qualquer recém-nascido pesando... leia mais não devem dormir longos períodos à noite. Já os nascidos de termo que se alimentam bem (como se pode verificar pelo padrão das evacuações) podem dormir mais tempo. Eventualmente, um esquema que permita que o recém-nascido durma quanto possível à noite é, geralmente, melhor tanto para o recém-nascido quanto para a família.

Mães que trabalham fora de casa podem bombear o leite do peito para manter a produção láctea enquanto elas estiverem separadas dos lactentes. A frequência varia, mas pode aproximar-se do esquema de amamentação do lactente. O leite do peito extraído com a bomba deve ser imediatamente refrigerado se for utilizado dentro de 48 horas e imediatamente congelado se for usado após 48 h. O leite refrigerado que não for usado após 96 horas deve ser descartado pelo alto risco de contaminação bacteriana. O leite congelado deve ser degelado, colocando-o em água quente; o micro-ondas não é recomendado.

Complicações maternas comuns incluem ingurgitamento mamário, mamilos doloridos, ductos obstruídos, mastite e ansiedade.

Para os mamilos doloridos, a posição do lactente deve ser avaliada: às vezes o lactente puxa no lábio e suga, irritando o mamilo. A mãe pode tirar o lábio com o polegar. Após a amamentação, ela pode extrair um pouco do leite, deixando-o secar sobre os mamilos. Após a amamentação, compressas frias reduzem o ingurgitamento e proporcionam mais alívio.

Ductos obstruídos manifestam-se como saliências levemente sensíveis nas mamas da mãe que amamenta, sem outros sinais sistêmicos de doença. A amamentação continuada garante esvaziamento adequado da mama. Compressas mornas e massagens da área afetada antes da amamentação podem auxiliar o esvaziamento posteriormente. As mulheres também podem alternar as posições na amamentação, porque diferentes áreas da mama podem drenar melhor dependendo da posição do lactente ao seio. Um bom sutiã próprio para amamentação ajuda, pois o sutiã com alças de suporte ou compressão pode contribuir para a estase do leite na área comprimida.

Mastite Mastite Mastite é a inflamação dolorosa da mama, geralmente acompanhada por infecção. A febre tardia no puerpério está geralmente associada à mastite. Espécies de estafilococos são as causas mais comuns... leia mais é comum e se manifesta como uma área inchada, sensível, quente e em forma de cunha. É causada por ingurgitamento ou obstrução de uma região mamária; pode ocorrer infecção secundariamente, mais frequentemente por Staphylococcus aureus resistente à penicilina e com menos frequência o Streptococcus spp ou Escherichia coli. Com a infecção, pode surgir febre 38,5° C, tremores e dores da gripe. O diagnóstico da mastite é por anamnese e exame físico. Contagens de células (leucócitos > 106/mL) e cultura do leite (bactéria > 103/mL) podem diferenciar mastite infecciosa da não infecciosa. Se os sintomas forem leves e presentes < 24 horas, podem ser suficientes manobras conservadoras (remoção do leite pela amamentação ou uso de bomba, compressas, analgésicos, sutiã de suporte e redução do estresse). Se os sintomas não melhorarem em 12 a 24 horas ou se o processo se agravar agudamente, deve-se iniciar o uso de antibióticos que sejam seguros para o lactente que amamenta e eficaz contra S. aureus (p. ex., dicloxacilina, cloxacilina ou cefalexina 500 mg por via oral, 4 vezes ao dia) por 7 a 14 dias. Se essas medidas não surtirem efeito prontamente ou se houver um abscesso, deve-se considerar a possibilidade de S. aureus resistente à meticilina adquirido na comunidade. As complicações pela demora do tratamento levam à recorrência e à formação de abscesso. A amamentação pode continuar durante o tratamento.

Ansiedade materna, frustração e sentimento de incapacidade podem resultar da falta de experiência em amamentar, dificuldades mecânicas para manter o lactente em condições de sugar, fadiga, dificuldade para avaliar se a amamentação é adequada e mudanças fisiológicas pós-parto. Esses fatores e emoções são as razões mais comuns para a mulher optar por suspensão do aleitamento. Avaliação precoce com o pediatra ou consulta com especialista em lactação é útil e eficiente para evitar o desmame precoce.

Mães que amamentam devem evitar, se possível, o uso de fármacos. Quando o fármaco é necessário, a mãe deve evitar fármacos contraindicadas e aquelas que suprimem a lactação (p. ex., bromocriptina, levodopa, trazodona). A US National Library of Medicine mantém um extenso banco de dados LactMed® para fármacos e amamentação, que deve ser consultado em relação ao uso ou à exposição a fármacos específicos ou classes de fármacos. Para alguns fármacos contraindicados para as mães que estão amamentando, Fármacos contraindicados a mães que amamentam Fármacos contraindicados a mães que amamentam

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Quando o tratamento com o fármaco se fizer necessário, devem-se utilizar alternativas sabidamente seguras; quando possível, a medicação deve ser usada imediatamente após a amamentação ou antes do período de sono mais prolongado do lactente; essa estratégia é menos útil com neonatos que mamam frequente e exclusivamente. O conhecimento dos efeitos adversos da maioria dos fármacos vem de relato de casos e pequenos estudos. A segurança de alguns fármacos (p. ex., paracetamol, ibuprofeno, cefalosporinas, insulina) é bem determinada por pesquisas extensas, mas outras são consideradas seguras com base apenas na ausência de relato de casos de efeitos adversos. Fármacos com longa história de uso são geralmente mais seguros do que aquelas mais novas para as quais existem poucos dados.

Quais são os estímulos necessários para uma amamentação eficaz?

O desmame pode ocorrer sempre que a mãe e o lactente o desejarem mutuamente, embora preferencialmente não até que o lactente tenha pelo menos 12 meses de vida. É mais comum que o desmame aconteça durante semanas ou meses durante o tempo da introdução dos alimentos sólidos; embora algumas mães e lactentes interrompam abruptamente sem problemas, outras continuam amamentando 1 ou 2 vezes/dia durante 18 ou 24 meses ou mais. Não existe um cronograma correto ou mais fácil.

O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que O Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  • US National Library of Medicine: LactMed® database for drugs and breastfeeding

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Quais são os estímulos necessários para uma amamentação eficaz?

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Quais são os estímulos necessários para uma amamentação eficaz?

Quais os estímulos para uma amamentação eficaz?

Os estímulos (tátil-cinestésicos, térmicos, olfativos, visuais, auditivos e motores) gerados durante a amamentação favorecem também o desenvolvimento da maturação neuromuscular e das funções orais mais complexas, como a mastigação, a fala e a respiração nasal.

O que é amamentação eficaz?

Amamentação eficaz é definida como a adequada profi- ciência e satisfação com o processo de amamentação para o binômio mãe-filho. Amamentação ineficaz representa a insatisfação ou dificuldade que a mãe, bebê ou criança ex- perimenta com o processo de amamentação.

Quais são os 10 passos para o sucesso da amamentação?

10 passos para ter sucesso na hora de amamentar.
1.1 Fique próxima da criança..
1.2 Procure apoio profissional para a amamentação correta..
1.3 Mantenha o contato dia e noite..
1.4 Tenha ajuda familiar..
1.5 Nunca ofereça alimentos ao bebê.
1.6 Alimente-se e hidrate-se bem..

Como o aleitamento materno pode ser estimulado?

A translactação é uma técnica indicada quando a mãe tem a produção de leite materno, mas, por alguma razão, precisa complementar a cada mamada. Este também é um método muito usado para o complemento em bebês prematuros que ainda não aprenderam a sugar o seio.