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A Confederação dos Tamoios ou Guerra dos Tamoios foi uma revolta indígena ocorrida entre 1554 e 1567, liderada pelos chefes Aimberê e Cunhambebe, da nação Tupinambá, contra os colonizadores portugueses. No século XVI, os tupinambá ocupavam o litoral do Brasil entre Bertioga e Cabo Frio. Além deles e dos portugueses, o conflito envolveu também colonizadores franceses e outros povos nativos (tupiniquins, guaianás, aimorés e temiminós). Estas etnias situavam-se ao longo do Vale do Paraíba e da baía de Guanabara. A Guerra foi travada, de um lado, pelas facções tupinambá reunidas sob o nome "Tamoyos" e aliadas aos franceses que, estabelecidos na colônia da França Antártica a partir de 1555, disputavam a região do Rio de Janeiro com Portugal; do outro lado, pelos portugueses aliados aos tupiniquins, que tentavam estabelecer seu empreendimento colonial e subjugar a revolta. As lutas entre os lados só terminaram com a chegada de reforços portugueses, com o capitão-mor Estácio de Sá, o que deu início à expulsão dos franceses e a dizimação dos seus aliados tamoios.[1][2] A guerra é relatada, em parte, nos escritos do mercenário alemão Hans Staden, que foi prisioneiro dos tupinambá na região da atual cidade de Ubatuba por nove meses, tendo acompanhado o chefe Cunhambebe em expedições bélicas contra os portugueses e tupiniquins da região de Bertioga.[3] Mais de três séculos depois, "Confederação dos Tamoios" foi o nome da obra do poeta romântico Gonçalves de Magalhães, datada de 1856, além disso, na mesma época, Rodolfo Amoedo representou o episódio histórico em sua pintura "O último tamoio" (1883).[4][5] Origem do nome[editar | editar código-fonte]O nome dessa confederação vem do vocábulo tupi antigo tamyîa (ou tamuîa), que significa "avô" ou "antepassados".[6] Povos envolvidos[editar | editar código-fonte]Além das nações indígenas dos tupinambás, tupiniquins, aimorés, temiminós, guaianás e goitacás estiveram envolvidos os colonizadores portugueses e os franceses.[1] Início da guerra[editar | editar código-fonte]Precedentes[editar | editar código-fonte]O governador da capitania de São Vicente, Brás Cubas, pretendia promover a colonização mediante a escravização de indígenas. Entre as práticas indígenas, estava o cunhadismo, pela qual um homem passava a ser membro de um determinado povo ao se casar com uma mulher pertencente a este. Por meio disto, João Ramalho, companheiro de Brás Cubas, desposou a tupiniquim Mbici, filha do cacique Tibiriçá, também conhecida como Bartira. A colaboração dos tupiniquins com os portugueses resultou numa forte aliança que possibilitou, entre outros eventos, a fundação da vila de São Paulo de Piratininga, em 1554, pelos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta ao lado de Tibiriçá. A rivalidade entre as diferentes nações indígenas, existentes previamente a invasão europeia, associada à demanda de escravos para o empreendimento da colonização fizeram com que portugueses e tupiniquins se lançassem sobre os tupinambás e outros povos que opuseram-se belicamente ao jugo colonial.[carece de fontes] Estopim[editar | editar código-fonte]Um ataque dos portugueses à aldeia do chefe tupinambá Cairuçu, resultou em seu cativeiro e de seu povo no território do governador Brás Cubas. Preso em péssimas condições de sobrevivência, Cairuçu morreu no cativeiro. Seu filho, Aimberê, insuflou uma revolta e fuga do cativeiro. De volta à aldeia de Ubatuba (Uwa-ttybi), assumiu o comando do povo e declarou guerra aos colonos portugueses e seus antigos inimigos tupiniquins. Para fortalecer o levante, ele se reuniu com os membros tupinambás Pindobuçu, de Iperoig (atual Ubatuba), e Cunhambebe (pai), de Angra dos Reis, constituindo o entrincheiramento de Uruçumirim, no outeiro da Glória, passando a ser o chefe da Confederação dos Tamoios junto com Cunhambebe. Posteriormente, Cunhambebe assumiu a liderança da Confederação dos Tamoios e conseguiu o apoio dos povos goitacás e aimorés. A declarativa de guerra ocorreu na mesma época em que os franceses estavam chegando ao Rio de Janeiro, na intenção de colonizar territórios pertencente aos Tupis e as partes recém conquistadas por Portugal.[carece de fontes] Participação francesa[editar | editar código-fonte]Para patrocinar o conflito contra os portugueses, o francês Villegaignon ajudou os tupinambás oferecendo armamentos à Cunhambebe. Porém, uma epidemia dizimou alguns indígenas combatentes, inclusive o líder Cunhambebe, enfraquecendo enormemente o levante. A confederação[editar | editar código-fonte]Aimberê, da aldeia de Ubatuba (Uwa-ttybi), reuniu-se onde hoje é Mangaratiba, no litoral oeste fluminense, com os demais chefes tupinambás: Pindobuçu, de Iperoig (atual Ubatuba); Koaquira, Cunhambebe (pai), de Ariró (atual Angra dos Reis); e Guayxará, de Taquarassu-tyba. Sob a liderança de Cunhambebe e com o apoio de outras nações indígenas, como os Goitacá, os tupinambás organizaram uma aliança contra os tupiniquins e portugueses.[carece de fontes] Os franceses forneceram, aos tupinambás, armas para o confronto, visto que tinham interesse em ocupar a baía de Guanabara. Com a morte de Cunhambebe (pai) durante uma epidemia, Aimberê passou a ser o líder da confederação.[carece de fontes] A estratégia de Aimberê consistiu em ampliar ainda mais a confederação, de modo a incluir o apoio dos tupiniquins. Para isso, pediu a Jagoaranhó, chefe dos tupiniquins e sobrinho de Tibiriçá, que o convencesse a deixar os portugueses e a se juntar à confederação.[carece de fontes] Conflitos indígenas[editar | editar código-fonte]Com a morte de Cunhambebe, Aimberê continuou a revolta contra os portugueses e fez o possível para que os tupiniquins lutassem a seu favor. Ele fez contato com o líder Tibiriçá, através do sobrinho Jagoaranhó, e marcou um encontro para selar a confederação. Quando os tamoios chegaram na aldeia, Tibiriçá se declarou fiel aos portugueses e matou seu sobrinho, suscitando uma investida que dizimou grande parte do povo guaianás. Apesar do armistício de Iperoig, em 1563, os combates continuaram. Em 1567, a chegada de Mem de Sá ao território do Rio de Janeiro provocou a derrota dos franceses e dos tamoios, encerrando o conflito.[carece de fontes] Fim da guerra[editar | editar código-fonte]O armistício de Iperoig[editar | editar código-fonte]Com a interferência dos jesuítas Nóbrega e Anchieta, fundadores de São Paulo, uma trégua foi selada no episódio conhecido como Armistício de Iperoig, no qual os portugueses foram obrigados a libertar todos os indígenas escravizados.[carece de fontes] O fim da confederação[editar | editar código-fonte]O fim da trégua conquistada em Iperoig (atual Ubatuba) se deu com o fortalecimento da colonização portuguesa, com os portugueses se lançando sobre as aldeias indígenas, matando e escravizando a população. Os tupinambás foram se retirando em direção à baía de Guanabara. Contudo, em 1567, com a chegada de reforços para o capitão-mor Estácio de Sá, que havia fundado, dois anos antes, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, iniciou-se a etapa final de expulsão dos franceses e de seus aliados tamoios da Guanabara, tendo lugar a dizimação final dos tupinambás e a morte de Aimberê na Guerra de Cabo Frio.[carece de fontes] Homenagens[editar | editar código-fonte]Várias ruas, praias e estradas atuais do Brasil foram batizadas com o nome "Tamoios". Por exemplo, a rodovia dos Tamoios, que corta o litoral norte paulista, região que era habitada pelos tamoios. Ou também, algumas ruas da região de Perdizes, bairro da grande São Paulo, com nomes de Iperoig e Aimberê. Existe, também, a rua dos Tamoios próxima ao aeroporto de Congonhas (na Zona Sul da cidade de São Paulo). Uma das ruas do Iguatemi (extremo da Zona Leste de São Paulo) empresta o nome desta revolta indígena.[7] Travessa dos Tamoios, no bairro do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro: exemplo de topônimo atual que homenageia os tamoios Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
O que foi a Confederação dos Tamoios como os jesuítas interferiram nela?Resposta verificada por especialistas
O principal papel dos jesuítas na Confederação dos Tamoios foi a articulação entre o governo português e estes religiosos para organizar o tratado de paz, que colocasse fim a este conflito violento. A confederação buscava opor-se a dominação católica e portuguesa.
Como os jesuítas interferiram?As missões dos padres jesuítas também interferiram muito a cultura dos indígenas. Ao contrário do que se aprende nos anos escolares, os índios não foram pacíficos com sua exploração pelos portugueses e europeus de forma geral.
O que foi a Confederação dos Tamoios Brainly?Resposta: Confederação dos Tamoios é a denominação dada à revolta liderada pela nação indígena Tupinambá, que ocupava o litoral do Brasil entre Bertioga e Cabo Frio, envolvendo, também, tribos situadas ao longo do Vale do Paraíba, contra os colonizadores portugueses, entre 1554 e 1567.
O que foi a conferência dos Tamoios?A "Confederação dos Tamoios" representou um conflito de resistência indígena majoritariamente dos Tupinambás (Tupiniquins, Aimorés e Temiminós), ocorrida entre os anos de 1554 e 1567, no período denominado de Brasil Colônia, nas áreas compreendidas entre o litoral norte paulista e sul fluminense (desde Bertioga a Cabo ...
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