Como o território nacional dos EUA cresceu ao longo do século XIX?

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Entende-se como a expansão territorial dos EUA aquele período que se estende praticamente durante todo o século XIX, onde o país aumenta de modo extraordinário as suas fronteiras, chegando ao fim do mesmo período com praticamente as dimensões continentais que hoje possui.

Inicialmente constituído por treze estados alinhados ao longo da costa leste da américa do norte, a jovem nação constituía um pequeno país, estendendo-se do Maine à Flórida e horizontalmente entre a costa do Atlântico e o rio Mississipi. Esta pequena nação, porém, logo desenvolve uma filosofia em trono do expansionismo. Tal filosofia concentrava-se em torno da crença de que os habitantes das ex-colônias britânicas haviam sido escolhidos por Deus para exercer uma liderança mundial, sendo que nada nem ninguém poderia impedir este destino. E é assim que ficou conhecida esta filosofia, denominada Doutrina do Destino Manifesto, que serviu de impulso para que os norte-americanos saíssem de suas fronteiras, indo ocupar o vasto e quase inexplorado oeste.

Como o território nacional dos EUA cresceu ao longo do século XIX?

A expansão territorial se deu basicamente de quatro formas:

1 - Compra de territórios - foi por este formato de expansão territorial que se deu os primeiros importantes avanços na linha fronteiriça norte-americana, com a compra da Luisiana à França de Napoleão Bonaparte em 1804 e a compra da Flórida em 1819 aos espanhóis. Importante lembrar que os 15 milhões de dólares gastos pelos EUA na compra do território denominado Luisiana à época fazia referência a uma faixa territorial muito maior que o atual estado da Luisiana, que se estendia do Golfo do México às fronteiras com o Canadá britânico.

2 - Diplomacia - é exemplo deste formato de expansão a anexação do Óregon aos ingleses, em 1846, a partir de compensações de natureza diversas pelo direito de soberania ao território.

3 - Guerra - nesta categoria, o México foi a maior vítima do expansionismo norte-americano, pois perdeu parte considerável de seu território original. Inicialmente, os colonos norte-americanos estabelecidos no Texas declararam a independência deste, logo depois aceitando sua incorporação aos Estados Unidos. Os conflitos iniciados com a ocupação de colonos dos EUA em várias partes de território pertencente ao México chegaria ao fim somente em 1845, através do tratado de Guadalupe-Hidalgo, que estabelecia a fronteira entre México e Texas, além de ceder aos norte-americanos as atuais Califórnia, Arizona, Novo México, Nevada, Utah e parte do Colorado por meio de uma indenização de 15 milhões de dólares.

4 - Guerra contra as nações indígenas - em sua marcha para o Oeste, expandindo o território dos EUA, era imprescindível aos colonos que "pacificassem" os povos indígenas estabelecidos ao longo de todos os novos territórios, ocupando suas terras efetivamente. Provavelemente foram os povos indígenas aqueles que mais perderam com a filosofia do Destino Manifesto, sendo muitos deles exterminados, outros depararam-se com uma quase-extinção, outros acabaram assimilados aos dominadores.

Os Estados Unidos continuariam sua expansão durante o século XX, mas agora adquirindo territórios ultramarinos, espécie de "neo-colônias", como por exemplo Cuba, Porto Rico, Filipinas, a Samoa Americana ou as ilhas Marianas.

Bibliografia:
PAULO, José . A expansão territorial dos EUA no século XIX . Disponível em: http://zepauloblog.blogspot.com/2008/09/expanso-territorial-dos-eua-no-sculo.html Acesso em: 12 jul. 2011.

Mapa: https://web.archive.org/web/20161026051348/http://regentsprep.org:80/Regents/ushisgov/themes/geography/historicalinfluences.cfm

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/expansao-territorial-dos-eua/

Como então os norte-americanos conquistaram todo o meio-oeste do país? A “marcha para o oeste” desenvolveu–se ao longo de todo o século XIX e sua ação foi justificada em termos ideológicos pelo chamado “Destino Manifesto”.

Como o território nacional dos EUA cresceu ao longo do século XIX?

A expressão foi desenvolvida pelo jornalista John Louis O’Sullivan durante a década de 1840, nos periódicos United States Magazin e Democratic Review, apoiando a anexação de territórios mexicanos, o que ocorreria efetivamente em 1848. A ideia central do Destino Manifesto era a crença de missão civilizatória dos norte-americanos nos territórios do oeste. Ademais, esta ideologia apresenta uma característica de predestinação protestante, ao afirmar que a Divina Providência teria reservado estas regiões para a ocupação norte-americana. O presidente James K. Polk (1845-49) encarnou no Executivo Federal a tendência nacional expansionista às expensas do México.

A política de expansão para o oeste, entretanto, iniciou-se com o Tratado de Versalhes (1783), no qual a Inglaterra, além de reconhecer a independência dos Estados Unidos da América, cedeu uma longa faixa de terra contígua aos territórios das Treze Colônias, que englobava os atuais estados de Minnesota, Michigan, Illinois, Wisconsin, Indiana, Ohio, Kentucky, Tennessee, Mississippi e Alabama.

Na presidência de Thomas Jefferson (1801-09), o governo comprou o extenso território central da Lousiana dos franceses, em 1803, por cerca de US$ 15 milhões, que abrangia os atuais estados de Minnesota, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Montana, Wyoming, Colorado, Kansas, Oklahoma, Nebraska, Iowa, Arkansas e Louisiana.

Napoleão chegou a declarar que vendendo a Louisiana aos norte-americanos a França estaria fortalecendo um futuro competidor atlântico para a Inglaterra. Na presidência seguinte, James Madison (1809-17) envolveu o país na desastrosa aventura canadense, episódio que ficou conhecido como a “Segunda Guerra de Independência”, que ao menos rendeu aos norte-americanos o hino The Star Spangled Banner. Em 1819, os EUA adquiriram a Flórida junto ao governo da Espanha. Em 1823, o presidente James Monroe (1817-25) estabeleceu as bases da doutrina que levaria seu nome, reservando o continente americano para a hegemonia norte-americana e reafirmando o isolacionismo dos tempos de Washington.

Como o território nacional dos EUA cresceu ao longo do século XIX?

A expansão territorial para o oeste, entretanto, apresentou aspectos negativos para as populações nativas norte-americanas. Conforme os colonos forçavam a fronteira cada vez mais rumo ao oceano Pacífico, as populações indígenas (creeks, choctaws, chickasaws, cherokees, semíoles, sioux, comanches, apaches) eram forçadas a fugir cada vez mais para o oeste ou a entrarem em confronto com os novos colonizadores. Os filmes de faroeste americano idealizaram e minimizaram este terrível encontro. Na década de 1970, Arthur Penn, um dos ícones da contracultura norte-americana, realizou Pequeno Grande Homem, filme estrelado por Dustin Hoffman que mostra como a marcha para o oeste gerou um genocídio tão cruel quanto aquele perpetrado pelos ibéricos em séculos anteriores.

O Texas, inicialmente parte integrante do México, passou a integrar a União norte-americana em 1845, após uma guerra em que os próprios rancheiros texanos se libertaram do domínio mexicano e solicitaram o ingresso na União. O México, entretanto, sofreria perdas ainda mais graves durante a presidência de Polk. Na década de 1990, Kevin Costner estrelaria Dança com Lobos, refilmagem de Pequeno Grande Homem.

Em 1846, novamente a diplomacia norte-americana obteve uma grande concessão dos ingleses. O território do Oregon foi entregue ao governo dos Estados Unidos ao estabelecer-se definitivamente a fronteira entre os Estados Unidos da América e o Canadá britânico no paralelo 49º N.

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Ainda em 1846, o expansionismo norte-americano ampliaria sua ação sobre o território mexicano. O caso texano ainda estava vivo na memória dos mexicanos e as fronteiras entre os dois países não estavam bem definidas desde a perda de 1845. A guerra não tardou em estourar e os norte-americanos venceram com relativa facilidade batalhas em Monterey, Buena Vista, Vera Cruz e Cidade do México, onde os americanos hastearam sua bandeira do “palácio dos Montezumas”.

O Tratado Guadalupe- -Hidalgo de 1848 encerrou as hostilidades. Washington recebeu uma faixa territorial correspondente aos atuais estados do Novo México, Arizona, Califórnia, Nevada, Utah e Colorado. Naquele mesmo ano começaria a corrida do ouro para a Califórnia. A perda de 49% do território, originalmente mexicano, justificou a máxima “pobre México, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos”. O expansionismo territorial americano encerraria seu ciclo com a compra do Alasca, em 1867, junto ao governo imperial russo e a anexação das ilhas havaianas em 1898.

GUERRA DE SECESSÃO (1861 – 1865)

Uma das mais terríveis consequências do processo de formação territorial dos Estados Unidos, além do genocídio da população ameríndea, foi a Guerra de Secessão do Norte e do Sul, entre 1861 e 1865.

As duas regiões, devido aos distintos modelos de colonização de povoamento e exploração, apresentavam características bastante distintas. O Norte buscava praticar um imprescindível protecionismo para suas indústrias nascentes, além de apresentar relações de exploração da mão de obra assalariada e um elevado padrão de urbanização para o continente americano naquela época. Os sulistas, em contrapartida, assemelhavam-se muito mais com as tradicionais colônias de plantations da América Ibérica, contrastando com uma sociedade pretensiosamente aristocrática e escravista que não tinha interesses em cultivar o protecionismo, já que admitiam uma espécie de divisão internacional do trabalho e simplesmente investiam em seus latifúndios algodoeiros exportadores. A única grande cidade do sul era Nova Orleans.

Como o território nacional dos EUA cresceu ao longo do século XIX?

Foram estabelecidos acordos para tentar evitar os embates resultantes do debate entre abolicionismo e protecionismo contra escravismo e livre-cambismo. Em 1820 – antes, portanto, da guerra contra os mexicanos – estabeleceu-se o Compromisso do Missouri, no qual a escravidão estava legalizada somente ao sul do paralelo 36°. A guerra de 1846 e, principalmente, os novos territórios adquiridos, tornariam o Compromisso do Missouri sem efeito, pois os nortistas resistiriam ao projeto de expansão do escravismo aos novos territórios conquistados. Além disso, outra questão estava em jogo: a expansão da escravidão nos territórios recém-conquistados poderia promover um desequilíbrio em favor do Sul no Congresso e, consequentemente, no Legislativo e no Colégio Eleitoral.

Em 1846, o Wilmot Proviso estabelecia a proibição da introdução da escravidão nos territórios ocupados, o que obviamente não agradava aos sulistas. O Compromisso Clay de 1850 pretendia evitar o confronto entre os interesses do Norte e do Sul mediante uma miscelânea de proposições, como plebiscitos no Novo México e Utah, acerca da introdução ou não da escravidão, e um New Fugitive Act, que não era respeitado pelos nortistas. Em 1845, de acordo com o Kansas-Nebraska Act, cada estado deveria determinar sobre escravidão ou abolicionismo. O mais importante é entender que nenhum desses acordos, compromissos ou leis tiveram qualquer efeito relevante no sentido de evitar uma guerra entre Norte e Sul. Poder-se-ia dizer que foram apenas paliativos que adiaram o inevitável choque entre duas tendências inconciliáveis.

Foi a vitória republicana nas eleições presidenciais de 1860 que finalmente levaria os norte-americanos para a guerra civil. Abraham Lincoln, advogado e parlamentar de Illinois, tornara-se presidente dos Estados Unidos com 180 dos 303 votos do Colégio Eleitoral. Lincoln era um moderado acerca do debate entre abolicionistas e escravistas e, mesmo que fosse um abolicionista por natureza (o que não era), enfrentaria um Congresso pouco inclinado a reformas abolicionistas radicais e uma Suprema Corte dominada por sulistas. A despeito de tudo isso, os estados do sul, em fevereiro de 1861, reuniram-se em Montgomery, capital do Alabama, e elegeram Jefferson Davis como presidente provisório. Carolina do Sul, Mississipi, Flórida, Alabama, Geórgia, Lousiana, Texas e, posteriormente, Virgínia, Arkansas, Tennesse e Carolina do Norte, optaram pela secessão. Em 12 de abril, os canhões da Confederação, como ficariam conhecidos os estados separatistas do sul, disparam os primeiros tiros da guerra contra Fort Summer, em Charleston.

Um quadro comparativo pode explicar a superioridade da União, como seria chamado o Norte de Lincoln, durante a guerra: cerca de 71% da população e 92% da produção econômica pertenciam aos estados dessa região. O governo Lincoln ainda patrocinou um eficiente bloqueio naval contra os portos da Confederação para evitar que o sul importasse armas ou outros equipamentos de guerra da Europa, impedindo ainda a exportação de algodão do sul para a Europa. Os países europeus mantiveram neutralidade formal durante o conflito.

Os confederados contaram nos primeiros anos da guerra com a vantagem de terem tomado a iniciativa militar e da situação defensiva, pois cabia ao governo Lincoln impor a derrota aos sulistas para garantir a manutenção da União. A tentativa de conquista de Richmond pelos nortistas, por exemplo, foi frustrada em uma batalha conhecida como dos Sete Dias. O general confederado Robert Edward Lee rumou em setembro de 1862 para Maryland, estado que, juntamente com Kentucky, Delaware e Missouri, mantinha-se formalmente neutro, para aquela que parecia ser a batalha final para consagrar a vitória da secessão. O general unionista George Brinton McClellan, entretanto, barrou o avanço de Lee e impôs na refrega uma derrota que, segundo o historiador James M. McPherson, autor de Crossroads of Freedom: Antietam, foi a mais sangrenta de toda a história dos Estados Unidos e decidiu a virada da guerra em favor do Norte.

Em 22 de setembro, cinco dias depois da batalha de Antietam Creek, Lincoln publicou o Ato de Emancipação dos Escravos, atingindo a economia sulina. O presidente aprovaria, ainda, o Homestead Act, cujo objetivo era promover a ocupação efetiva do oeste. Em 1863, na batalha de Gettysburg, o general Sherman da União derrota os confederados e saqueia a Geórgia e a Carolina. Dois anos depois, o general Lee capitula em Appomatox Court House ante o general Grant da União, simbolizando o fim da Guerra de Secessão.

A vitória do Norte significou a manutenção da União e a imposição do modelo do Norte para todo o país, o qual colocaria os Estados Unidos na vanguarda da Segunda Revolução Industrial do final do século XIX. A escravidão foi abolida, entretanto, o racismo se manteve intocado através da organização de grupos racistas como a Ku Klux Klan e a promulgação dos famigerados Códigos Negros, principalmente nos estados do Sul.

Os Códigos Negros tiveram vigência curta. Seu objetivo era limitar os direitos civis dos negros, proibindo-os, por exemplo, de ser proprietários de terra ou obrigando-os a trabalhar sob pena de prisão. No entanto, a Suprema Corte americana julgou os Códigos inconstitucionais. Mesmo assim, os políticos sulistas encontraram um meio de perpetuar a desigualdade civil nos EUA, criando as Leis “Jim Crow”. Estas acabaram por consagrar o princípio do “separados, mas iguais”, criando, por exemplo, escolas para brancos e escolas para negros, dentre outras limitações. O fim dos cerceamentos aos direitos civis dos negros nos EUA remete à década de 1960, sob intensa campanha que consagrou lideranças como Martin Luther King Jr.

Como foi o crescimento territorial dos EUA?

O processo de expansão territorial dos Estados Unidos também aconteceu por meio da compra de territórios e da sua conquista pela guerra. Os territórios que foram adquiridos a partir da compra e da diplomacia foram os seguintes: Luisiana, território comprado dos franceses em 1803.

Que fatores contribuíram para a expansão territorial dos Estados Unidos no século XIX?

O processo de industrialização, abandono da ruralização, investimento em público e surgimento de empresas privadas, fundadas por investidores estrangeiros geraram a expansão territorial dos Estados Unidos no seculo XIX.

O que proporcionou crescimento da população no século XIX nos Estados Unidos?

Na segunda metade do século XIX, a América Anglo-Saxônica, em especial os Estados Unidos, passou por um período de crescimento econômico que promoveu melhoria nas condições de vida e redução das taxas de mortalidade. Esse aspecto, aliado à chegada de muitos imigrantes, proporcionou um rápido crescimento da população.

Quais foram os fatores que explicam a expansão territorial dos EUA?

EUA - Expansão Territorial - Fatores Verá que houve um crescimento no número de imigrantes europeus, aumento da população em uma pequena área, na Costa Leste do país, necessidade de aumento na produção agrícola e rebanhos, a descoberta do ouro no estado da Califórnia e a doutrina do Destino Manifesto.