Porque os anfíbios não conseguiram a independência de água na reprodução

Porque os anfíbios não conseguiram a independência de água na reprodução
Porque os anfíbios não conseguiram a independência de água na reprodução

Juliana Diana

Professora de Biologia e Doutora em Gestão do Conhecimento

Anfíbios são animais vertebrados que vivem entre o meio aquático e o ambiente terrestre.

Eles mantêm uma forte vinculação com a água e dela não se afastam, pois precisam manter a pele úmida.

A fecundação desses animais geralmente é externa e ocorre na água.

Características gerais dos anfíbios

Os anfíbios vivem em água doce, entretanto há duas exceções: a rã comedora de caranguejos, que vive em ambiente marinho, e a rã-aguadeira, do Deserto Australiano. As principais características são:

  • Pulmões onde ocorrem trocas gasosas;
  • Pele permeável, que também executam trocas gasosas;
  • Coração, com dois átrios e um ventrículo, aumentando a eficiência de transporte de sangue;
  • Tímpano, uma membrana que vibra com o som e remete estímulos para as estruturas nervosas do ouvido;
  • Pálpebras que protegem os olhos e realizam sua limpeza;
  • Patas bem definidas.

Digestão dos Anfíbios

A digestão dos anfíbios é processada no estômago e no intestino. Embora possam ter duas fileiras de dentes, os anfíbios não mastigam suas presas.

A língua bem desenvolvida é usada na captura de insetos, que é envolto em um muco que o lubrifica, facilitando sua passagem no tubo digestivo.

Pele dos Anfíbios

A pele dos anfíbios é lisa, vascularizada e permeável. Os anfíbios não ingerem água, ela é obtida através da pele, que também executa a troca gasosa entre o sangue e o ar.

É rica em glândulas e está sempre úmida. Os sapos possuem um par de glândulas chamadas paratóides, que contêm veneno e constituem defesa contra os predadores.

Respiração dos Anfíbios

A respiração nos anfíbios adultos ocorre por meio de três estruturas: os pulmões, a pele e na mucosa da boca e da faringe.

Os pulmões são formados por dois sacos, sem divisão interna. As narinas abrem-se na cavidade da boca. Enquanto estão na fase larval, aquática, respiram por meio de brânquias.

Reprodução dos Anfíbios

A reprodução é sexuada, geralmente com fecundação externa, onde a fêmea elimina os óvulos na água e o macho despeja os espermatozoides sobre eles.

Os embriões se desenvolvem em forma de larvas, que passam pela metamorfose, originando os adultos.

Grupos dos anfíbios (com exemplos)

Anuros

Quando adultos, possuem patas e não apresentam cauda: sapos, rãs e pererecas.

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O sapotem pele seca e enrugada.

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A rã tem pele úmida e lisa.

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A perereca tem “ventosas” nos dedos, que facilitam sua adesão a pedras, paredes etc.

Urodelos

Possuem corpo alongado, patas laterais e uma longa cauda: salamandras e tritões.

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As salamandras nadam movimentando a cauda.

Ápodes

Têm corpo cilíndrico e não possuem patas. As cobras-cegas, vivem enterradas no solo e são mais ativas à noite. Com olhos bem reduzidos. Lembram grandes minhocas, mas possuem osso e cabeça bem delimitada.

Os anfíbios foram os primeiros animais vertebrados que conquistaram a vida terrestre. O anfíbio mais antigo que se conhece por meio de registro fóssil é o Acanthostega, que viveu no período Devoniano.

A área da biologia responsável pelo estudo dos fósseis de tais animais é a paleontologia. Os fósseis dos primeiros anfíbios indicam que eles eram animais mais aquáticos do que terrestres, mas muitos deles já apresentavam características indicativas de respiração por pulmões.

Os anfíbios são indivíduos com capacidade de explorarem o meio ambiente aquático e o terrestre.

O que são anfíbios?

Os anfíbios são animais que receberam esse nome pelo fato de serem capazes de viver uma fase da vida na água e outra na terra. Portanto, essa é uma característica própria do grupo.

Porque os anfíbios não conseguiram a independência de água na reprodução

Os sapos são anfíbios classificados na ordem Anura (Foto: depositphotos)

A palavra anfíbio significavida dupla” (anfi = duas; bio = vida). Os anfíbios, na verdade, foram os primeiros do filo dos Cordados a fazerem a transição da vida marinha para a terrestre. Porém, essa transição não é completa, pois eles ainda precisaram do ambiente aquático para sua reprodução.

Na época da conquista por um novo ambiente, o restante da fauna terrestre era composto apenas por invertebrados. Os grandes predadores estavam restritos ao ambiente aquático e eram representados principalmente pelos peixes.

Esse conjunto de fatores possibilitou grande expansão dos anfíbios na terra firme, com representantes gigantescos, medindo até 4 metros de comprimento.

Classificações inferiores

Os anfíbios podem ser classificados em três tipos de ordens: Gymnophiona (ápodes), Urodela e Anura.

Os anfíbios do grupo gymnophiona têm corpo alongado, vermiforme e são ápodes, isto é, sem pernas. Vivem enterrados ou em ambientes aquáticos de regiões tropicais. São chamados boiacicas, cecílias ou cobras-cegas, por terem olhos vestigiais, às vezes recobertos por uma membrana.

Os do grupo urodela (uros = cauda) são representados pelas salamandras, anfíbios de corpo alongado, com quatro membros usados na locomoção e cauda.

E, por fim, o grupo anura são aqueles anfíbios que não possuem cauda, como os sapos, as rãs e pererecas. Tais animais possuem o corpo adaptado ao salto, com membros posteriores mais alongados com função de impulsionar o animal.

Anfíbios e a respiração

Nos estágios iniciais da vida dos anfíbios eles apresentam vida aquática (fase larval) denominados de girino, que respiram por brânquias externas. Após passarem por uma metamorfose, surge o anfíbio em forma de adulto, terrestre, com pernas, que respira por pulmões e através da pele.

Durante este processo, as brânquias desaparecem. Os pulmões são simples, possuindo pouca superfície de contato para a realização das trocas gasosas, não sendo tão eficientes, por isso a existência da respiração cutânea.

Esse tipo de respiração realiza-se através da pele e é necessária que a mesma esteja úmida para difusão gasosa. A pele dos anfíbios, por sua vez, conta com uma boa vascularização.

Habitat

O habitat dos anfíbios não é de exclusivamente terrestre. Apesar das estruturas que permitiram a adaptação desse grupo ao ambiente terrestre, os anfíbios permanecem restritos a ambientes úmidos ou aquáticos.

O principal fator responsável por essa restrição é a pele, que é delgada e não possui estruturas que impeçam a perda de água. A pele é rica em glândulas mucosas, que a mantém úmida e permeável.

Sistema nervoso dos anfíbios

O sistema nervoso dos anfíbios é formado pelo cérebro organizado em três partes: telencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Cada parte do cérebro do animal é responsável por uma área de seu sistema sensorial.

O telencéfalo está ligado ao olfato, o mesencéfalo à visão e o rombencéfalo à audição e equilíbrio. Os animais apresentam uma espinha dorsal que transmite a informação do cérebro às demais partes do corpo por meio de nervos.

Os anfíbios foram os primeiros animais vertebrados a apresentar pálpebras móveis e glândulas lacrimais que lubrificam, limpam e protegem os olhos. Essas são adaptações importantes para a vida em ambiente seco e com partículas em suspensão, como é o caso do ambiente terrestre.

Os olhos dos anfíbios possuem adaptações para as visões diurna e noturna, e conseguem distinguir cores.

Os anfíbios no geral precisam da água para se reproduzir, mas o local onde se realiza a reprodução vai desde um rio, até mesmo uma simples poça. O ritual de acasalamento começa quando o macho começa a coaxar, assim, atraindo a fêmea.

Ela, por sua vez, está cheia de óvulos, se deixa agarrar pelo macho num abraço até que lance seus gametas na água juntamente com o macho, que irá lançar seus espermatozoides. Então, a fecundação ocorre na água, ou seja, em meio externo – exceto salamandra e cobra cega que têm sua fecundação de maneira interna.

Os ovos fecundados dão origem a larvas, que são os girinos, estes viverão na água até realizarem a metamorfose. Este processo de metamorfose é lento e nele ocorrem diversas transformações até a passagem ao estágio adulto, onde estarão com forma totalmente diferente da que costumavam ter.

Do que os anfíbios se alimentam?

Na maioria das espécies dessa classe, os girinos são vegetarianos e se alimentam de pequenos pedaços de vegetais que ficam suspensos na água.

Porém, ao passar para a fase adulta, passam a ser carnívoros e se alimentam principalmente de insetos e alguns animais invertebrados. Há casos ainda em que os anfíbios adultos comem ovos e girinos de outras espécies.

A língua dos anfíbios tem bastante elasticidade e é bem pegajosa em sua ponta. Isso tudo para favorecer a captura das presas, pois, ao lançar a língua para o inseto que se tem como presa, ela gruda nele e este é logo puxado para dentro da boca.

Tudo isso acontece com uma rapidez tremenda e antes de engolir o inseto, o anfíbio o pressiona contra seu céu da boa.

Alguns dos anfíbios chegam a ter um tipo de dente no céu da boca que é responsável pela mobilização do inseto capturado. Os anfíbios têm o estômago desenvolvido, seu intestino termina na cloaca e há presença de glândulas.

Também possuem substâncias que ajudam a digerir as cascas de insetos. Sua circulação é incompleta, pois nela há mistura do sangue arterial com o venoso. Seu coração apresenta três cavidades, sendo dois átrios e um ventrículo.

Quais os animais anfíbios?

Os anfíbios atuais são comumente animais de pequeno porte. Os maiores anfíbios da atualidade estão restritos às salamandras gigantes que ocorrem em rios do Japão e da China, com cerca de 1,5 metros de comprimento e as que vivem na América do Norte, em água doce, e atingem 60 cm de comprimento.

Os anfíbios mais conhecidos são: sapos, pererecas, rãs, cobras-cegas, cecílias, tritões e salamandras.

Anfíbios e répteis: Quais as diferenças?

Os anfíbios dominaram a fauna terrestre por cerca de 100 milhões de anos, até que surgiram os répteis, com adaptações mais eficientes à vida na terra e que passaram a competir com eles.

Com isso, houve drástica redução do número de anfíbios e grande proliferação de répteis.

A principal diferença entre os anfíbios e os répteis está no fato de que os répteis conseguiram sua independência da água para reprodução.

Com o surgimento do ovo amniótico, o embrião fica isolado do meio externo através de uma casca porosa, permitindo as trocas gasosas.

Do ovo, eclode um jovem que não precisa passar por estágio larval, ou seja, o desenvolvimento é direto.

Curiosidades

Os anfíbios apresentam estruturas de defesa que são as glândulas de veneno na pele. Em certos sapos e salamandras, as glândulas de veneno concentram-se principalmente em um par de estruturas denominadas glândulas parotoides.

O sabor desagradável e o efeito tóxico do veneno fazem com que certos predadores evitem esses animais.

Muitos anfíbios têm pele com um colorido acentuado, que funciona como uma forma de alerta aos predadores, é a chamada coloração de advertência ou aposemática.