Por que você não deve fazer comparações de sua face

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É inevitável comparações… Aliás, é quase uma necessidade! Quando você estuda para concursos públicos comparar-se a outras pessoas parece ser um tópico do edital. Estude Língua Portuguesa, Direito Tributário, Administração e Se Compare a Alguém! Natural, não é?

Essa é uma prática que até faz muito sentido, afinal, se eu não comparar com alguém/outro resultado, como saberei como/onde estou? Como saberei se estou indo pelo caminho certo?

Já adianto: de qualquer outra forma!

Fazer comparações quando se estuda (ou em qualquer atividade) pode ser muito prejudicial ao seu desempenho se você não tiver uma base emocional legal.

Vou falar com vocês aqui um pouco sobre por que você deve evitar comparações ao estudar e claro, sugerir hábitos mais saudáveis de determinar seu rendimento.

Cada um é cada um

Por que você não deve fazer comparações de sua face
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Ah, as mamães! Como são sábias na sua crueldade com os filhos não é mesmo? A negativa preferida de todas as mães são as palavras que melhor descrevem esse tópico: “VOCÊ não é todo mundo!”.

É por aí que nós vamos. O erro da comparação se dá pelo princípio da mamãe-do-não. Ninguém é igual a ninguém. Não é saudável você se comparar nem com o colega de cursinho que parece saber mais do que o professor, nem com o colega de trabalha que parece ser uma portinha feliz. 

Do mais ligeiro ao mais lento, cada um tem uma história, uma base, um ritmo ou uma oportunidade diferente para estudar. O fato de você e mais três pessoas estarem a por exemplo dois anos estudando para concursos e um deles ter sido aprovado e os outros não, não quer dizer que alguém é melhor ou pior.

Quer dizer que são diferentes. Alguém pode ter tido uma educação de base melhor, mais tempo para estudar, menos responsabilidades em casa, material de maior qualidade… Nesse cenário você tem que entender que o seu ritmo é o seu ritmo.

E preste atenção! Se comparar com alguém que está pior do que você também é prejudicial lhe dando uma sensação falsa de sucesso temporário. O mesmo que vale para você, vale para o outro.

Ninguém vive os seus problemas (ou os dele), cabe a você esquecer os outros e fazer o que está ao seu alcance para evoluir. Se alguém evolui mais rápido ou não, bom ou mal para ele(a)!

O que importa é como você se vê

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A comparação se torna um problema quando você é uma pessoa insegura. Pode acontecer (por exemplo) de no cursinho com 15 pessoas, 10 serem aprovadas e 5 não. No próximo ano a turma tem 20 pessoas. 12 são aprovadas e 8 não.

Você estava entre os 5 e os 8 reprovados nas duas turmas e algum serumano com espírito de político brasileiro solta qualquer pérola te colocando para baixo. O que os outros idiotas vão dizer não é algo que você pode controlar, porém como você vai se sentir a respeito disso é!

Por mais que escute no cursinho ou na reunião de família piadinhas sobre os seus fracassos, é muito importante que você não se abale por isso. Você deve se enxergar como uma pessoa que está caminhando em busca do seu sucesso/sonho. Se alguém atingiu seu sonho com 02 meses de busca, ou a pessoa sonhou baixo demais ou é a própria personificação da sorte.

Se você deixar que esses pensamentos negativos entrem na sua mente, sinto muito, sua jornada será muito, mas muito mais difícil. Não deixe que ninguém gere cobrança, pressão ou desconforto com as SUAS escolhas.

No tempo certo você vai esfregar suas viagens nas redes sociais dos outros! Confia!

Supere você mesmo

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Entendi. Você é supercompetitivo… Sei lá, é de áries!?

Ou é bitolado mesmo e tem que se comparar com alguém/algo para ter real noção de como está indo…

Tudo bem…

Como já falamos, cada um é cada um. Já que você inevitavelmente vai cair nessa, pelo menos escolha a pessoa certa para se comparar: você!

Vou usar o esporte de exemplo. Há muito tempo atrás, antes dos 84kg, eu corria.

Blogueiro que corre? Ah!

É sério….

E não era para escrever blog de saúde…

Enfim! Corria… Logo de cara conheci algumas pessoas que já corriam e formamos um grupo… Até aí tudo bem… Ninguém era desproporcionalmente mais atleta do que o outro, todo mundo fazia aquilo por lazer. Só que o serumano é um bicho ruim né? Claro que ia rolar competitividade e claro que o blogueiro passou meses comendo poeira.

Essa não é uma história de superação sobre como depois de meses eu era o maior corredor da minha cidade de 60 mil habitantes. Não, eventualmente corri melhor do que uns, continuei mais lento que outros… Porém percebi que só evolui quando eu comecei a fazer comparações comigo mesmo. Meço 1,66m e por meses queria fazer o mesmo treino/ritmo do que o Pedro que media quase 1,80m. Eu já perdia no número de passadas. Era uma tentativa/comparação inútil!

Quando eu consegui acompanha-lo e eventualmente vencê-lo? Quando eu comecei a me superar. A cada mês vou baixar 2 min meu tempo no mesmo percurso (por exemplo). Eu estava me superando, independente do que ele fazia. Com o tempo eu me coloquei em uma posição que mesmo sem comparação direta, estava no nível dele (e dos outros).

Essa história serve para você? Claro!

Esqueça os outros. Estabeleça as SUAS metas e vá superando-as gradativamente. Naturalmente e inevitavelmente seu nível vai subir e você estará em nível de comparação com qualquer um (mesmo não fazendo disso uma meta).

Não faça comparações, admire!

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Para fecharmos não vou demonizar as comparações.

Mas quero deixar um destaque para o tipo de comparação. É legal e pode ser saudável que você tenha uma figura de sucesso para se comparar/espelhar. Pode ser sucesso financeiro, familiar, social, ou seja lá qual aspecto você considera importante ter sucesso.

Mas cuidado!

Não deixe essa comparação te prejudicar. Querer ter/ser como uma pessoa pode ser muito frustrante quando vemos a distância entre nós. Não se surpreenda em se pegar desejando o mal ao outro por conta da sua frustração.

Transforme essa comparação em motivação e admiração. Você não quer ter a inteligência daquela pessoa, você quer ser inteligente como ela. Você não quer ter a facilidade dela para se expressar, você quer ter a sua, do seu jeito. Não quer o cargo dele, quer um cargo como o dele, que proporciona as mesmas coisas (…).

Admire alguém e até se espelhe, mas dê o seu toque e atinja o sucesso como aquela pessoa.

Fulana trabalhava 10 horas por dia, estudava e passou no concurso X.

Pois é. Admire essa pessoa, se adapte ao que você pode e como ela, também tenha seu sucesso.

Lá na frente, bem na frente, você vai estar no estágio de só fazer comparações se o gramado é o mais verde da vizinhança.

E vai ser muito bom!

Bons estudos e ótima prova!

Olá amigos!

Imagine que você tem um irmão gêmeo (ou uma irmã gêmea). Vocês nasceram de um mesmo óvulo, são gêmeos univitelinos, tem uma carga genética idêntica. Imaginou? Você acha que por vocês terem um corpo cópia um do outro vocês serão iguais? Totalmente iguais? Com as mesmas características de personalidade?

Evidente que não. Qualquer pessoa que tenha um irmão gêmeo irá contar para você a verdade de que, apesar de serem iguais na aparência, desde pequeno cada um apresenta características próprias, uma psique única.

Por que você não deve fazer comparações de sua face

E até nos casos em que todos os dias todos os ambientes são compartilhados, como é o caso raro de gêmeos siameses que conseguem sobreviver aos primeiros anos (e não são separados por cirurgia), também é notável que cada um tenha uma personalidade.

Ora, se até com gêmeos, e se até com gêmeos siameses – que tem não só um corpo, o mesmo corpo, mas também o mesmo ambiente – podemos notar características distintas, como podemos comprar duas pessoas que não só não compartilharam o mesmo ambiente e muito menos uma genética?

Por exemplo, eu nasci em uma casa na qual a cultura sempre foi extremamente valorizada. Meu pai construiu ao longo dos anos uma biblioteca gigante e desde pequeno que fui incentivado a ler, a escrever, a estudar idiomas. O meu ambiente me ajudou a gostar de estudar, a gostar de aprender e depois a gostar de ensinar também. Como comparar este ambiente com alguém que nasce em uma região em que não há nem uma escola, nem um livro e os pais são analfabetos?

Não dá para comparar. Assim como não dá para comparar o meu ambiente com alguém bilionário que tenha estudado em uma escola suíça e aprendido cinco línguas estrangeiras no jardim de infância. Comparar a história tanto de um ambiente (mais desfavorável) como comparar com um ambiente (mais favorável) não faz sentido. Faria sentido eu dizer que sou mais inteligente que uma pessoa que nunca teve oportunidade de estudar? Faria sentido comparar o que eu aprendi até aqui com quem teve um colégio integral a vida toda e me considerar mais burro?

Na verdade, não faz sentido comparar a sua história e a sua personalidade com ninguém. Isto porque não só a fisiologia, o corpo, a genética, a história de criação, a personalidade, a psique foram diferentes. Mas também não faz sentido comparar porque isto não vai levar a nada, especialmente do jeito como é feito pela maioria das pessoas.

Eu posso me comparar com quem teve condições materiais e de estudo melhores do que as minhas e posso me sentir inferior e criar uma baixa autoestima prejudicial. E eu posso criar um sentimento de superioridade e arrogância se me comparar com pessoas que tiveram menos condições, o que de toda forma não vai ser útil porque vai apenas me afastar das pessoas as quais eu poderia ajudar.

Se você utiliza a comparação com uma outra pessoa, seja com um irmão ou irmã, amigo ou amiga, esposa ou marido, namorada ou namorado, colega de escola ou trabalho, é muito recomendável que você pare de fazer isso o quanto antes.

Como disse, se comparar só vai criar um sentimento, ilusório veja bem, de que você é inferior ou superior. Em ambos os casos, este tipo de sentimento por comparação não leva a nada no longo prazo.

Agora, se você observa o comportamento de uma outra pessoa e consegue observar que esta outra pessoa tem uma habilidade que você não tem, você pode aceitar o fato (sem criar o sentimento de inferioridade) e passar a aprender com ela.

No vídeo abaixo, no qual eu falo sobre a PNL e como as pessoas tem “programas” mentais diferentes, eu mostro como a PNL usa estas diferenças individuais ao nosso favor ao permitir com que modelemos o comportamento (interno e externo) de pessoas que possuem altas habilidades.

Por exemplo, digamos que eu conheça uma pessoa que consegue fazer a leitura dinâmica e ler uma página de um livro em segundos. Eu poderia me comparar e me sentir mal. Mas de que isso me adiantaria?

Ao invés, eu posso descobrir como esta pessoa desenvolveu esta habilidade. Posso perguntar e ficar sabendo que ela fez cursos, leu livros, treinou deste e daquele jeito e aí sim eu terei conseguido obter uma informação útil e até conseguirei melhorar a minha habilidade de leitura.

Um exemplo que vejo muito aqui no site é sobre o sentimento de inferioridade do aluno frente aos vastos conhecimentos do professor. Seria como se você entrasse aqui no site e visse que eu já publiquei mais de 700 textos de psicologia, dou cursos de psicanálise, psicologia analítica, pnl, neurociências, psicologia cognitiva e ainda outros. Ora, de novo e sempre, toda a comparação é inútil.

Se você nunca estudou psicologia ou se você está começando há pouco, não há como comparar o fato de que eu já estou estudando há 12 anos dentro de uma excelente universidade (a UFSJ), depois em pós-graduação, mestrado, doutorado…  seria tão inútil se eu me comparasse com alguém que está estudando há 40 anos…

Agora, nós podemos aprender uns com os outros, é claro. Eu posso conseguir obter informações com profissionais mais experientes do que eu, assim com você pode obter informações comigo, caso esteja começando a estudar psicologia.

Conclusão

Toda comparação é inútil. Vai tão somente criar o sentimento de inferioridade ou superioridade (não se engane: sentir-se superior não adianta em nada) e vai ser uma pura perda de tempo e uma ilusão porque você estará comparando duas histórias de vida que não podem ser comparadas. Seria como comparar uma laranja com uma maçã. São frutas, mas são tão diferentes, tem características tão diferentes, que não dá para comparar de verdade.

Além da impossibilidade de comparar e da inutilidade de fazê-lo, ao comparar você vai cair no chamado complexo de inferioridade. Eu disse que até o sentimento de superioridade é prejudicial porque está tudo incluído no complexo de inferioridade. Uma pessoa precisa se sentir superior porque ela, no fundo, se sente inferior…

Portanto, procure sempre sair destas comparações inúteis. Se for para comparar, no máximo, se permita comparar consigo mesmo. Com o que você consegue fazer hoje, com a sua experiência de vida, com o seu passado. Mas até nisso é importante ter cuidado e saber reconhecer que o tempo provoca situações que nem sempre permitem este tipo de comparação.