O que é pólis grega

O que é pólis grega

Acrópolis: principal área das pólis na Grécia Antiga (foto: ruínas da Acrópolis de Atenas)

O que eram


As pólis gregas eram as cidades-Estado da Grécia Antiga. Estas cidades possuíam um alto nível de independência, ou seja, tinham liberdade e autonomia política e econômica.

Principais características das pólis gregas:

Nas pólis não existia separação entre as áreas rural e urbana, nem existiam relações de dependência. Muitos habitantes das pólis, principalmente da nobreza, habitavam em casas de campo.

O centro político-administrativo das pólis era a Acrópoles (geralmente a região mais alta da cidade-Estado). Nas Acrópoles havia o templo principal da pólis, os edifícios públicos, a Ágora (espaço em que ocorriam debates e decisões políticas) e a Gerúsia. A administração da pólis era função da aristocracia local (composta pelos mais ricos).

Ao redor da pólis havia uma espécie de cinturão rural, onde eram produzidos grande parte dos alimentos necessários para a manutenção da pólis. Esta organização reforçava ainda mais a autonomia das pólis.

As áreas ocupadas pelas pólis não eram de grande extensão. Em média tinham de 200 a 500 km². Atenas, uma das pólis mais populosas e prósperas da época, era uma exceção, pois possuía cerca de 2.500 km².

As principais pólis (cidades-Estado) da Grécia Antiga (exemplos):

- Atenas

- Esparta

- Tebas

- Skyros

- Olímpia

- Quios

- Samos

- Elida

- Cranon

- Lesbos

- Mantineia

- Larissa

- Lemnos

- Tasos

- Potideia

- Heracleia

- Corinto

- Rodes

O que é pólis grega

Atenas é o melhor exemplo de pólis da Grécia Antiga.

Última revisão: 15/12/2021Por Jefferson Evandro Machado Ramos

Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).

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Hoje em dia, muito se fala sobre as cidades globais ou grandes metrópoles. Derivado da palavra grega metropolis, onde “meter” significa “mãe” e “pólis” significa “cidade”, o termo metrópoles é empregado para designar uma cidade econômica, política e culturalmente influente. Todavia, vale lembrar que essa organização urbana teve início com a polis grega.

O período da Grécia Antiga foi marcado por cidades-estados que evoluíram gradativamente ao longo dos períodos homérico, arcaico e clássico. Assim como atualmente nomes como Nova York, Tóquio, Londres e São Paulo se destacam sempre que grandes metrópoles são citadas, na antiguidade Atenas e Esparta eram referências de polis gregas.

Da mesma forma que a democracia, as primeiras organizações de cidades gregas serviram como base para o conceito de município que conhecemos hoje. Porém, de seu desenvolvimento à implementação de características específicas, há muitos detalhes a se conhecer sobre a definição de polis grega.

A origem da Polis Grega

Antecedendo a criação da primeira polis grega, as pessoas se reuniam em pequenas aldeias. Essas comunidades eram majoritariamente agrícolas e recebiam o nome de genos ou comunidades gentílicas. Em suma, eram terras compartilhadas, de uso coletivo da comunidade e floresceram durante o período homérico.

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O que é pólis grega
A polis possuía uma independência social, política e econômica

Contudo, com o passar do tempo, a agricultura de subsistência das genos foi crescendo, bem como sua população. Logo, formaram-se as fratrias, terras cuja propriedade era delimitada. Em seguida, as fratrias se uniram e originaram tribos.

Assim, não demorou para que o comércio fosse implementado nessas comunidades e criou-se um centro, onde ficava o mercado da cidade. Assim nasceu a polis grega.

Curiosamente, antes da criação e difusão da democracia ateniense, a polis era controlada por uma  oligarquia aristocrática. Além de ser controlada por um grupo formado pela elite, a polis possuía uma independência social, política e econômica, o que contribuía para a divisão de classes e desigualdade social.

As classes sociais em uma cidade-estado

A organização social da polis era dominada por homens livres, ou seja, homens nascidos na cidade em questão. Abaixo desses cidadão era possível encontrar mulheres, metecos (estrangeiros) e pessoas escravizadas (geralmente prisioneiros de guerra).

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A base da pirâmide social de qualquer sociedade grega era constituída pelos habitantes mais marginalizados

Apesar de Tebas, Corinto, Argos, Olímpia, Megara e Mileto serem conhecidas cidades-estados, Atenas e Esparta eram as referências de polis gregas.

Atenas era dominada pelos Eupátridas ou “bem-nascidos”, logo abaixo haviam os Georgoi (agricultores donos de terras) e, na base, existiam os Thetas (trabalhadores marginalizados) que constituíam a maior parte da população grega.

Já em Esparta, no topo haviam os Esparciatas (aristocratas soldados), em seguida existiam os Periecos (comerciantes, agricultores e artesãos) e, por último, os Hilotas (escravos) que também constituíam a base da população espartana.

A infraestrutura de uma polis grega

O que é pólis grega
A polis grega contava com um centro, onde aconteciam negociações e discussões, e uma periferia, onde se localizava a zona rural

Da mesma forma que atualmente as cidades são divididas em centro e periferia, uma polis grega contava com a Ástey (zona urbana) e a Khora (zona rural). Ademais, em questão de infraestrutura, as cidades-estados eram formadas por casas, ruas, muralhas e espaços públicos.

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Dentre os espaços comunitários, era possível encontrar a Acrópole, onde ficavam os palácios e templos dedicados aos deuses, e a Ágora, a praça principal onde ficava o mercado e ocorriam diversos atos públicos, como manifestações cívicas e religiosas.

Características de uma Polis Grega

O que é pólis grega
Muitas das características das polis gregas foram implantadas nas cidades globais ou grandes metrópoles

Além das especificidades já citadas anteriormente, as características mais marcantes de uma polis grega eram:

  • Autonomia e detenção de poder;
  • Autossuficiência (política, social e econômica);
  • Leis e organização social próprias;
  • Princípio da propriedade privada;
  • Complexidade social.

E então, o que achou da matéria? Caso tenha gostado, confira também: Arte grega – Surgimento, representações e características.

Fontes: Toda Matéria, Brasil Escola, Todo Estudo

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Imagens: InfoEscola, Cristina Gottardi, Patrick, Todo Estudo, Pinterest.

No desenvolvimento da civilização grega, notamos que vários estudiosos destacam o surgimento da pólis como uma das mais importantes experiências desenvolvidas em toda a Antiguidade. Em sua compreensão mais simples, a pólis corresponde às diversas Cidades-Estado que se formaram no território grego entre o final do Período Homérico e o desenvolvimento do Período Arcaico. Contudo, como foi possível que esse tipo de organização social e política existisse?

A princípio, o Período Homérico (XII a.C. – VIII a.C.) ficou conhecido pela formação das chamadas comunidades gentílicas. Estas consistiam em pequenas unidades agrícolas autossuficientes, nas quais todas as riquezas eram produzidas de forma coletiva. À frente desse grupo tínhamos o pater, uma espécie de patriarca que determinava a organização das ações administrativas, judiciárias e religiosas a serem desempenhadas por todos que compartilhavam aquele mesmo espaço.

Com o passar do tempo, a falta de terras e o uso de técnicas de plantio pouco avançadas estabeleceram um crescimento populacional maior que a produção agrícola das comunidades gentílicas. Desse modo, a caráter coletivo dos genos foi perdendo espaço para outro tipo de configuração social. Paulatinamente, os membros mais próximos ao pater passaram a integrar uma restrita classe de proprietários de terras que eram subordinados aos outros integrantes da comunidade.

Nesse novo momento, os parentes mais próximos do pater se transformaram nos integrantes da classe dos Eupátridas, termo grego que significava o mesmo que “bem-nascido”. Logo em seguida, temos os Georgoi (“agricultores”), que formavam a classe de pequenos proprietários de terras ainda existentes. Por fim, no estrato mais baixo dessa formação social, estavam os Thetas (“marginais”), que não tinham qualquer tipo de propriedade agrícola.

Mais do que controlar a posse da terra, os Eupátridas também organizaram os instrumentos e instituições responsáveis pelas decisões políticas, as manifestações religiosas e todas as outras manifestações que reafirmassem o poder dessa classe dirigente. Temos de tal modo, a organização de uma aristocracia que se organizava a partir da maior riqueza daqueles tempos: a terra.

Na medida em que a propriedade da terra estabelecia disputas de poder, vemos que alguns genos passaram a se mobilizar em defesa de seus territórios. Tínhamos assim, a formação das fratrias, que eram formadas como meio de preservação das terras. Com o passar do tempo, as fratrias também se uniriam coletivamente para a organização das tribos, que também desempenhavam – em uma escala mais ampla – a defesa das terras dos genos pertencentes a uma determinada região.

A partir do momento que as demandas políticas dessas comunidades se tornavam cada vez mais recorrentes, vemos que essas associações de cunho militar passar a ter outro significado. O agrupamento das tribos e a influência dos Eupátridas determinaram a formação das primeiras Cidades-Estado, ou seja, as pólis gregas. Em muitas dessas pólis, vemos que a povoação se desenvolvia em torno da acrópole. Situada no ponto mais alto da cidade, esse espaço congregava os palácios e templos de uma pólis.

Por meio da criação da pólis, não determinamos somente o estabelecimento de uma aristocracia responsável pelo destino político de toda uma população. Sob o ponto de vista histórico, a formação das pólis instituiu um espaço em que diferentes formas de organização políticas foram criadas e desenvolvidas. Ao racionalizar a vida em sociedade, a pólis abre caminho para outros tipos de experiência política.

Por Rainer Sousa
Mestre em História