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Marcadores sociais: o que são e como se relacionam com estratégias de inclusão nas empresas

Quando olhamos uma pessoa levamos poucos instantes para formar nosso convencimento sobre ela e desenvolvermos um juízo de valor a respeito de suas características visíveis e invisíveis. A primeira impressão é formada a partir de uma série de fatores que acreditamos determinantes sobre quem cruza o nosso caminho. Do lado de fora da pele as pessoas podem ser lidas a partir das características que carregam, chamamos essas características de marcadores sociais, alguns deles são:

  • idade;
  • gênero;
  • cor da pele;
  • local onde moram;
  • profissão que exercem;
  • existência ou não de necessidades específicas;
  • orientação sexual.

Nossos conceitos e pré conceitos a respeito de cada um desses marcadores vai nos induzir a classificar essas pessoas de formas diferentes. Essa classificação que fazemos guarda conexão com todos os estereótipos e expectativas que, ao longo do tempo, são reforçados no inconsciente coletivo a respeito dessas pessoas e seus grupos. Esses elementos que nos distinguem uns dos outros por meio dessas características externas que nos compõem são conhecidos como marcadores sociais de diferença.

Neste post, vou explicar melhor o que são e porque devem ser compreendidos em suas particularidades e intersecções como elemento fundamental em toda estratégia de inclusão nas empresas. Conhecer os marcadores sociais da diferenças é fundamental e compreender o impacto de suas intersecções é determinante para a elaboração de políticas e estratégias efetivas dentro das organizações. Quer saber mais? Acompanhe a leitura e fique por dentro!

O que são marcadores sociais de diferença?

A noção sobre marcadores sociais se baseia em elementos que podem ser tanto manifestações da natureza humana (idade, altura, gênero etc.) quanto construções sociais (classe, religião etc.). Esses fatores compõem uma espécie de sistema de classificação que cria posições, experiências e relações sociais distintas.

Logo, os marcadores sociais e suas características classificatórias explicitam a diversidade no tecido social, mas também servem como ferramenta para hierarquização da vida e perpetuação de desigualdades. É por meio da análise desses marcadores que percebemos de maneira clara como nossa sociedade maneja a existência dos grupos sub representados, é analisando marcações e suas intersecções que percebemos que algumas diferenças são mais diferentes que outras, negando diretos, espaços e uma vida plena a tantas pessoas.

Por exemplo, uma mulher (marca de gênero) que é negra (marca racial), LGBTQIA+ (marca de orientação sexual) e em situação de vulnerabilidade social (marca de classe social) é atravessada simultaneamente por vários desses elementos e quanto maior o número de marcadores num mesmo corpo, maior a exclusão.

Quais são os principais marcadores sociais?

Além de serem interseccionais, existem marcadores sociais indissociáveis, como é o caso de gênero, etnia e classe. Sendo assim, ao analisar socialmente uma pessoa, devemos considerar todos esses fatores e como eles se articulam. Alguns dos mais importantes são:

  • classe: relacionar a classificação de pessoas por meio de critérios econômicos, sociais e culturais;
  • gênero: esperar e apontar comportamentos com base na percepção do que é masculinidade e feminilidade;
  • etnia: qualificar sujeitos de acordo com a percepção de sua raça, origem, idioma, ancestralidade etc.;
  • religião: esperar atitudes de indivíduos e fazer julgamentos diante de suas escolhas religiosas;
  • orientação sexual: estabelecer padrões e classificar pessoas, práticas e afetos por conta de sua sexualidade;
  • geração: ordenar pessoas por sua idade;
  • deficiência: rotular sujeitos por terem determinada limitação ou deficiência.

Qual a importância desse conhecimento para a criação de estratégias de inclusão nas empresas?

Estudar os marcadores sociais de diferença é compreender como, no mundo do trabalho, uma mesma pessoa pode sofrer duas, três ou mais vezes com desigualdades e preconceitos devido ao fato de ser atravessada por uma série de aspectos. Assim, para que a inclusão seja, de fato, efetiva em uma companhia, é fundamental que as estratégias sejam interseccionais e as análises não podem ser dissociadas.

Tendo conhecimento sobre os marcadores e sua significância, a liderança poderá ser capaz de perceber quais marcadores afetam mais determinado grupo e como os colaboradores agem diante dessa realidade. É somente enxergando as diferenças que eu posso agir de forma inclusiva, agindo de modo mais eficiente para melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida desses profissionais.

É por meio do exame dos marcadores sociais e das desigualdades perpetradas pela interpretação equivocada do que eles representam que passamos a entender, por exemplo, que táticas como implementar o recrutamento às cegas não funcionam como maneira de promover a diversidade. Afinal, se a empresa determina seus critérios com base no que sempre fez, ela continuará mantendo desigualdades. É o caso da definição da universidade de primeira linha como requisito, quais as chances de uma pessoa em vulnerabilidade social ter frequentado uma universidade de primeira linha? E uma pessoa em vulnerabilidade social, negra e mulher trans ter feito essa jornada?

É fingindo ignorar as diferenças que mantemos o status quo.

Conhecer marcadores sociais de diferença é importante para elaborar iniciativas de inclusão estratégicas, reais e sustentáveis. Uma vez que compreendermos como as diferenças entre as pessoas e as relações sociais são construídas, podemos afinar nosso olhar para as desigualdades : ela pode ter cor, classe social e gênero.

Repensar se todos os grupos estão sendo impactados positivamente pelas estratégias e se todos eles estão recebendo a mesma atenção é ter certeza que as ações estão sendo realmente transformadoras dentro da nossa empresa.

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A pobreza no Brasil vem crescendo ao longo dos últimos anos. O conceito de pobreza está atrelado às condições financeiras e de vida de uma população. No ano de 2018, foram contabilizados cerca de 13,5 milhões de brasileiros em situação de extrema pobreza. Essas pessoas viviam com menos de US$ 1,90 por dia. Já os brasileiros abaixo da linha da pobreza eram cerca de 52,5 milhões de pessoas.

Os motivos da pobreza no Brasil estão relacionados a sua histórica e crescente desigualdade social. Essa situação gera consequências em termos humanos e econômicos, como a perda da qualidade da vida da população e a piora do cenário econômico do país. Os locais mais pobres do Brasil estão localizados nas regiões Norte e Nordeste.

Leia mais: Índice de Desenvolvimento Humano – forma de analisar o nível da qualidade de vida dos países

Conceito de pobreza

O conceito de pobreza é amplo e está diretamente relacionado à ausência de bens e serviços básicos de uma população. Desse modo, o termo pobreza indica uma carência que pode ser alimentar, financeira ou, ainda, de outro elemento básico que possa impactar diretamente a qualidade de vida e até mesmo a sobrevivência de uma pessoa.

Nesse sentido, para a compreensão e aplicação de classificações de pobreza, é necessário elencar diferentes facetas, como a humana, a econômica e a social. Sendo assim, torna-se importante destacar que a pobreza é um conceito qualitativo, ou seja, deve ser entendida para além de valores estatísticos.

No entanto, órgãos nacionais e internacionais estabelecem alguns parâmetros de valor de renda para definir o que é pobreza. Um exemplo é o adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que define que uma pessoa que possui uma faixa de renda de US$ 1,25 por dia é considerada pobre.

O Banco Mundial adota um limite financeiro um pouco maior, sendo que, para essa instituição, uma pessoa em extrema pobreza é aquela que vive com menos de US$ 1,90 por dia. Já para uma pessoa considerada pobre, ou seja, que está abaixo de linha de pobreza, o banco considerada valores entre US$ 3,20 e US$ 5,50 por dia. Esse critério é utilizado ainda pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão do governo brasileiro que produz importantes relatórios estatísticos sobre a população brasileira.

O Brasil possui um histórico de pobreza de sua população, cenário endossado por diferentes pesquisas, que indicam que o número de pobres no país ainda é considerável, apesar da sua importante redução nas últimas décadas. Primeiramente, a pobreza no Brasil possui motivações históricas. A colonização do país (tendo este sido uma colônia basicamente voltada para exploração e baseada no sistema escravagista de produção) provocou uma grande desigualdade de renda e gerou uma massa de população totalmente desprovida de recursos básicos para a sobrevivência.

Esse cenário foi um dos geradores da grande diferença de renda entre as camadas sociais no nosso país, já que os rendimentos ficaram concentrados em uma pequena parcela da população, dona de grandes propriedades de terra e dos meios de produção; e ele continuou ao longo do processo de construção histórica do Brasil, mesmo após a independência, estendendo-se pelo século XX.

O crescimento da população urbana, por meio do êxodo rural e do consequente aumento das cidades, gerou uma concentração de pobres nas áreas periféricas dos grandes centros urbanos. Na periferia ficaram concentrados grupos de pessoas recém-chegadas da zona rural em busca de melhores condições de vida, mas que não possuíam meios básicos de sobrevivência. Assim, a urbanização desenfreada e a pouca oferta de emprego e renda culminaram num grande processo de concentração de capital e desigualdade social no país.

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O crescimento exacerbado das cidades provocou uma piora na qualidade de vida da população.

Para além dos processos históricos que marcam a construção de uma sociedade desigual baseada na elevada concentração de rendimentos, a pobreza no Brasil possui motivações mais práticas, voltadas para ações de cunho político e social. Desse modo, torna-se importante destacar como motivos da pobreza no Brasil:

  • o baixo investimento no sistema educacional;

  • a grande disparidade de trabalho e renda entre as pessoas;

  • o preconceito existente na sociedade;

  • a presença de um grande número de trabalhadores informais;

  • a ausência de políticas de geração de renda.

No mais, a elevada corrupção, atrelada ao baixo investimento estatal e a um sistema fiscal que perpetua a grande concentração de renda no país, contribui diretamente para que a população tenha um índice de pobreza considerável.

Veja também: Quais são os problemas sociais urbanos do Brasil?

Índice de extrema pobreza no Brasil

O índice de extrema pobreza no Brasil vem crescendo nos últimos anos. De acordo com dados levantados pelo IBGE, no ano de 2018, um total de 13,5 milhões de brasileiros viviam em situação de extrema pobreza. Foram considerados extremamente pobres os brasileiros que viviam com menos de US$ 1,90 por dia. Esse número representa 6% da população total do país.

O gráfico representa os valores de pobreza extrema pesquisados nos últimos anos pelo IBGE. O Brasil apresentou, nesse tempo, o menor nível de pobreza em 2014. Desde então, os níveis de pobreza vêm subindo, atingindo seu ápice em 2018. Os dados do IBGE indicam que há um aumento sistemático da pobreza no Brasil, situação que gera preocupação e indica a necessidade de promover políticas e medidas de combate à pobreza.

Linha da pobreza no Brasil

Assim como o conceito de pobreza, a linha da pobreza pode ser entendida como um termo de caráter qualitativo, mas também quantitativo. De maneira geral, pode-se apontar que uma pessoa está abaixo dessa linha quando não possui condições de atender suas necessidades básicas, como moradia, alimentação e vestrio.

Esse atendimento, da mesma forma que o acesso à educação e saúde, é necessário para a sobrevivência de uma pessoa com o mínimo de qualidade de vida. Sua ausência reflete uma condição de vida ruim para a população, mas que, infelizmente, ainda é comum no Brasil e em muitos países do globo.

Já quando se trata do ponto de vista estatístico, o IBGE traça valores em dinheiro com base nos adotados pelo Banco Mundial para definir a população considerada abaixo da linha da pobreza. A regra indica que uma pessoa em extrema pobreza possui um rendimento diário menor que US$ 1,90. Já as pessoas que possuem menos de US$ 3,20, em países subdesenvolvidos, ou de US$ 5,50, em países em desenvolvimento e desenvolvidos, são consideradas pobres.

Desse modo, o Brasil, por ser considerado um país emergente, apresenta como população abaixo da linha da pobreza todas aquelas pessoas que têm um rendimento menor que US$ 5,50 por dia. Por meio desse critério, conforme o IBGE, em 2018, o Brasil tinha aproximadamente 52,5 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza. Esse valor representa cerca de 25% da população total do país.

Locais mais pobres do Brasil

O Brasil apresenta grande desigualdade regional quando se trata da taxa de pobreza na sua população. As regiões Norte e Nordeste são consideradas as mais pobres do país. Os estados do Maranhão, Alagoas, Amapá e Amazonas são os que apresentam o maior contingente populacional de pessoas pobres. Os estados do Maranhão, Alagoas, Sergipe, Piauí e Acre apresentam o maior índice de população em extrema pobreza.

Já as regiões Sul e Centro-Oeste possuem os estados com os menores índices de pobreza geral do país, sendo que Santa Catarina apresenta as menores taxas de pobreza e extrema pobreza. Por sua vez, a região Sudeste apresenta números medianos e aproximados da média nacional. Nessa região, deve-se destacar que a pobreza encontra-se concentrada nas periferias das grandes cidades.

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Fonte: IBGE

Acesse também: Problemas de moradia no Brasil – causas e consequências

Quais as consequências da pobreza no Brasil?

Os números apresentados indicam que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer no combate à pobreza. Os índices de pobreza são perpetuados, em especial, pela elevada desigualdade social que caracteriza o país. A concentração de renda, as disparidades regionais e as dificuldades de crescimento econômico e de oferta de emprego refletem diretamente nas condições de vida da população.

Dessa maneira, a principal consequência da pobreza no Brasil está atrelada à piora da qualidade de vida das pessoas. A falta de acesso à saúde, educação e renda, assim como aos serviços básicos, compromete o índice de desenvolvimento da população. Esse cenário impacta diretamente:

  • as condições de alimentação, como o aumento da fome e da desnutrição;

  • o acesso a serviços, como o saneamento básico;

  • a predominância de doenças, como as de veiculação hídrica;

  • a diminuição da expectativa de vida;

  • o aumento de doenças como alcoolismo e depressão;

  • a dificuldade de acesso à água potável, entre outros problemas relacionados à saúde da população.

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A dificuldade de acesso à água é uma consequência da pobreza extrema.

Por um viés mais social, a pobreza influi diretamente no aumento dos fluxos de movimento da população, que migra em busca de melhores condições de vida. Há ainda:

  • a elevação dos índices de violência;

  • a perpetuação da dificuldade em encontrar-se emprego;

  • o aumento da população de rua;

  • o predomínio de um cenário de preconceito e exclusão social.

Esses fatores resultam em dificuldades econômicas para o país.