Para Aristóteles o que são forma pura e matéria pura

“O ser se diz de várias maneiras...”. Com essa frase, Aristóteles funda uma nova maneira discursiva de se alcançar a verdade das coisas. Não mais o diálogo, como em Platão, mas a partir do instrumento do pensar.

Em primeiro lugar, é preciso definir o conceito de substância para Aristóteles. Segundo o pensador, é o suporte ou substrato pelo qual a matéria se constitui em algo seguindo uma forma. É na substância que atuam as famosas quatro causas. O filósofo divide a substância em duas:

A substância primeira refere-se aos seres particulares, individuais, realmente existentes, na qual podemos ter sensações (referência imediata). Nessa substância estão contidas tanto a essência quanto os acidentes (p.ex.: Sócrates). Já a substância segunda refere-se aos universais abstraídos dos indivíduos (por isso são referências mediadas pelo pensamento, pelo raciocínio). Sua existência depende dos indivíduos, que são classificados em gêneros e espécies. A substância é sempre sujeito, isto é, aquilo do que se fala, do que se atribui.

A definição de essência se refere àquela que guarda uma identidade consigo mesma, uma unidade interna sem a qual não há determinação e tudo é misturado, indistinguível. São as características próprias dos seres (p.ex.: a essência de homem é ser animal, racional, mamífero, bípede, etc.). O acidente, por sua vez, é aquilo que não é necessário em um ser, sem o qual o ser não deixa de ser o que é, seja pela ausência ou pela presença (ex.: homem negro, branco, alto, baixo, gordo, magro, rico, pobre). São atribuições que se referem ao indivíduo, mas não o definem.

No entanto, para se atribuir algo a um sujeito, é preciso que haja predicados ou categorias que dizem o ser de vários modos. Aristóteles considera a existência de nove categorias com as quais se diz sobre o ser. São elas:

  1. Qualidade;
  2. Quantidade;
  3. Relação;
  4. Lugar;
  5. Posição;
  6. Tempo;
  7. Posse;
  8. Ação e
  9. Paixão.

As categorias são termos de proposições que declaramos sobre as coisas. Elas indicam que algo é, faz, ou ainda, está. São apreendidas diretamente, sem necessidade de demonstração. Não são conhecimentos, já que estes derivam de um conjunto de proposições declarativas do qual é extraída uma conclusão. É o famoso silogismo. As categorias possuem as seguintes propriedades:

  • Extensão: conjunto de coisas determinadas por uma categoria;
  • Compreensão: conjunto de características que uma categoria designa.

Temos que quanto maior a extensão de uma categoria ou termo, menor será sua compreensão e vice-versa. Sócrates é apenas um indivíduo (menor extensão e maior compreensão); já Homem é um conjunto (maior extensão e menor compreensão).

Essa distinção permite classificar as categorias em:

  • Gênero: extensão maior, compreensão menor. Ex.: animal.
  • Espécie: extensão média e compreensão média. Ex.: homem.
  • Indivíduo: extensão menor e compreensão maior. Ex.: Sócrates.

Desse modo, Aristóteles pôde construir sua lógica como instrumento do correto pensar através de silogismos.

Por João Francisco P. Cabral Colaborador Brasil Escola Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Filosofia - Brasil Escola

O problema da permanência e da mudança vem desde os filósofos pré-socráticos. Veja como os pensadores da antiga Grécia trataram esta questão, e as proposições de Aristóteles e Platão.

O pensador grego Aristóteles entrou para a história da filosofia como um mestre na arte do pensamento. Na teoria sobre Ato e Potência ele foi o pioneiro em estabelecer para “o ato” aquilo “que é”, enquanto para “a potência” ele formulou a categorização do que “poderia vir a ser”.

Para o também filósofo grego Parmênides o movimento era apenas uma ilusão dos nossos sentidos, pois se houvesse as coisas deixariam de serem elas mesmas, tudo é eterno. Já para Heráclito tudo está em constante movimento, pois as coisas mudam e nada dura para sempre.

Para Aristóteles o que são forma pura e matéria pura
Platão tentou conciliar a teoria destes dois filósofos com a teoria do mundo dos sentidos e do mundo das ideias. No mundo dos sentidos tudo está em constante mudança e não é esterno, este é o mundo que habitamos.

Já no mundo das ideias nada muda e tudo que existe é eterno, são as ideias das coisas e por isso, o mundo dos sentidos é abstrato. Veja aula de revisão sobre Platão e o mundo das ideias.

Aristóteles também retoma este problema, já que para ele o mundo das ideias de Platão é uma cópia daquilo que os nossos sentidos fornecerem. Isto é, todo conceito, ou ideia que temos das coisas, primeiro passou pelos nossos sentidos, por exemplo, só formamos a ideia cadeira após termos o contato com vários tipos de cadeiras.

Aristóteles tentou questionar a realidade em si, procurou analisar a realidade que não muda, entende que o movimento existe e que está dentro da própria coisa, mudando sua forma, mas não sua matéria.  Vejamos melhor.

Ato é potência

  • O Ato – a manifestação atual do ser, aquilo que ele já é (por exemplo: a semente é, em ato, uma semente)
  • A Potência – as possibilidades do ser (capacidade de ser), aquilo que ainda não é mas que pode vir a ser (por exemplo: a semente é, em potencia, a árvore).

Veja a figura para compreender Ato e Potência:

Para Aristóteles o que são forma pura e matéria pura
A semente em ato, ou seja, aquilo que já é, é uma semente. Mas em potência, isto é, ela se colocada numa terra boa e ter todas as condições suficientes para se desenvolver, pode tornar-se uma árvore.

A árvore em ato continua uma árvore, mas ela pode tornar-se com ajuda de fatores externo, do homem, por exemplo, um lápis, uma mesa, uma casa, ou ainda pode dar flores e frutos. A forma ou o formato mudou, mas a matéria não mudou.

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Aula Gratuita sobre Aristóteles:

Ainda está com dúvida? Então veja este vídeo  com uma super aula do Professora Alan, do Curso Enem Gratuito, e compreenda um pouco mais da essência de Aristóteles. Você vai ficar fera nesse assunto!

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Matéria e Forma no pensamento de Aristóteles

Aristóteles afirma que a realidade é constituída por diversas coisas particulares que apresentam uma unidade de “forma” e “matéria”. A “matéria” é aquilo a partir do qual a coisa é feita, enquanto a “forma” caracteriza as qualidades particulares das coisas.

  • Matéria (hylé, em grego): o princípio indeterminado dos seres, mas que determinável pela forma.
  • Forma (Morphé, em grego): o princípio determinado em si próprio, mas que é determinado em relação à matéria.

Essa teoria de matéria e forma ficou conhecida como Hilemorfismo, ou seja, hile matéria e morfismo forma.

Novo exemplo:

Vamos exemplificar para você entender melhor… Um brinco de ouro tem a forma de cruz, ele pode ser derretido e ser constituído num anel com um brilhante em cima. Notamos, portanto, que a forma mudou, de brinca para anel, mas a matéria é a mesma, o outro.

Resumindo: Para Aristóteles todas as coisas são formas e matéria, podendo mudar de forma e permanecer na mesma matéria. Desta forma, o movimento constitui-se em ato e potência, isto é, aquilo que as coisas são, e a potência é a possibilidade que elas podem vir a ser.

Dica 1: Quer estudar um pouco mais sobre o mundo dos sentidos e o mundo das ideias de Platão? Acesse esse link e fique por dentro deste conteúdo.

Dica 2 de Filosofia: Fique por dentro do discussão sobre o movimento. Saiba tudo sobre os filósofos pré-socráticos e estude Parmênides e Heráclito. Veja:

Para Aristóteles o que são forma pura e matéria pura

Aula Gratuita sobre A Origem da Filosofia

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https://youtu.be/vafkgQYoGeA

Muito bom este resumo histórico.

Veja agora  uma síntese da Filosofia de Aristóteles e a Felicidade.

Para Aristóteles o que são forma pura e matéria pura

Resolva essas questões de vestibulares sobre este assunto:

(UEM-2008) Elaborando a teoria das quatro causas e a distinção entre ato e potência, Aristóteles busca explicar a realidade do devir e da mudança a que estão submetidas às coisas causadas. Assinale o que for correto.

01) Para Aristóteles, a mudança implica uma passagem da potência ao ato; o ato é o estado de plena realização de uma coisa; a potência, a capacidade que algo tem para assumir uma determinação. 02) Segundo Aristóteles, tudo que acontece tem suas causas, essas são a explicação ou o porque de certa coisa ser o que é. 04) Causa material, causa formal, causa eficiente e causa final são os quatro sentidos que Aristóteles distingue no termo causa 08) Segundo Aristóteles, a causa material e a causa formal de uma coisa são, respectivamente, aquilo de que a coisa é feita e aquilo que ela essencialmente é.

16) Segundo Aristóteles, a causa eficiente e a causa final de uma coisa são, respectivamente, o agente que atua sobre essa coisa e o fim que ela se destina.