O que é anêmona

A anêmona-do-mar, apesar da aparência e do nome, não é uma planta. Elas são animais invertebrados de corpos flexíveis que se agarram a recifes e rochas em águas rasas, organismos multicelulares. Apesar da classificação no reino Animalia, essas actniarias não possuem esqueleto, diferente dos corais, que podem ser confundidos com algas marinhas devido à sua aparência. O apelido anêmona-do-mar vem da sua semelhança com as flores, homônimas, anêmonas.

E não é só isso. Pode não parecer, mas a anêmona-do-mar tem mais semelhanças com um ser humano do que os nossos olhos podem enxergar. Isso porque, de acordo com entrevista de Dan Rokhsar,professor de genética da Universidade da Califórnia, em Berkeley, à BBC [1] são os animais mais simples dos quais se tem tem conhecimento de um sistema nervoso.

Geneticamente ela é quase tão complexa quanto um ser humano. Apesar de ser um animal invertebrado, o genoma de algumas espécies de anêmonas-do-mar tem apenas dois mil genes do que o genoma humano e cromossomos organizados em um padrão similar ao da nossa espécie, segundo reportagem publicada pelo G1 [2], que esclarece estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkley, e publicado na revista científica Science. Quer saber mais sobre esses animais marinhos? Neste post do PeritoAnimal preparamos um dossiê sobre anêmona-do-mar: características gerais e curiosidades que você precisa saber!

Seu nome científico é actínia, anêmona-do-mar, na verdade, é o substantivo utilizado para se referir a um grupo de animais da classe dos cnidários Anthozoas. Existem mais de mil espécies de anêmonas-do-mar e o seu tamanho varia de poucos centímetros a alguns metros.

O que é um anêmona-do-mar?

Anêmona-do-mar é um animal ou um planta? Taxonomicamente ela é um animal. Sua classificação é a seguinte:

  • Nome científico: Actiniaria
  • Classificação superior: Hexacorallia
  • Classificação: Ordem
  • Reino: Animalia
  • Filo: Cnidaria
  • Classe: Anthozoa.

A olho nu, a aparência de uma anêmona-do-mar pode lembrar muito a de uma flor ou algas marinhas, devido aos seus longos tentáculos coloridos. Seu corpo é cilíndrico, assim como a estrutura corporal de todos os cnidários. Outra característica marcante é o seu disco pedal, que permite a sua adesão ao substrato para que não seja levada pela correnteza.

Apesar de ser um animal invertebrado, a anêmona-do-mar chama atenção pela sua simetria radial não bilateral, como os vertebrados. Cientificamente, as anêmonas-do-mar não envelhecem, em outras palavras, são imortais. O que justifica essa fama é a capacidade de regeneração delas (tentáculos, boca e outras partes do corpo), suas células estão constantemente sendo substituídas por novas, de acordo com reportagem publicada na BBC [1]. Predadores e condições adversas, entretanto, não são contornáveis para uma anêmona-do-mar.

  • Invertebrados;
  • Lembra uma flor;
  • Solitárias;
  • Tamanho: poucos centímetros a alguns metros;
  • Longos tentáculos;
  • Corpo cilíndrico;
  • Disco pedal;
  • Simetria radial não bilateral;
  • Capacidade de regeneração.

Diferente de outros animais da fauna marinha, as anêmonas-do-mar podem ser encontradas tanto em mares de água fria quanto as águas tropicais, predominantemente na superfície, onde há luz, ou até há 6 metros de profundidade. Suas cavidades permitem que elas armazenem água e sobrevivam períodos fora da água, como na maré baixa ou em outras situações.

Simbiose com outras espécies

Elas costumam viver em simbiose com algas que realizam a fotossíntese, produzindo oxigênio e açúcar consumido pelas anêmonas. Essas algas, por sua vez, se alimentam de catabólitos das anêmonas. Alguns casos de mutualismo das anêmonas-do-mar com outras espécies também são conhecidos, como é a convivência com o peixe-palhaço (Amphiprion ocellaris), ele é imune às toxinas da anêmona-do-mar e vive entre os seus tentáculos, além de algumas espécies de camarões.

Apesar da sua aparência de plantas 'inofensivas', elas são consideradas animais e se alimentam de pequenos peixes, moluscos e crustáceos. Nesse processo, elas os 'agarram', injetam veneno pelos seus tentáculos, que deixa as presas paralisadas e, então, a as levam até a sua boca, que é o mesmo orifício que tem função de ânus.

Por isso, em um aquário, é preciso fazer um estudo das espécies e saber que a anêmona é predadora de pequenos animais que não vivem em simbiose com ela. Veja mais dicas no post que explica porque os peixes de aquário morrem.

Algumas espécies são hermafroditas e outras têm os sexos separados. A reprodução da anêmona do mar pode ser sexuada ou assexuada, de acordo com a espécie. Tanto o esperma, no caso dos machos, quanto o ovo são expelidos pela boca.

Se deseja ler mais artigos parecidos a Anêmona-do-mar: características gerais, recomendamos-lhe que entre na nossa seção de Curiosidades do mundo animal.

Referências

  1. BBC NEWS BRASIL. Cientistas investigam criatura que pode desvendar chave para a imortalidade. 11 de outubro de 2015. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151011_imortalidade_anemonas_do-mar_lgb/>. Acesso de 12 de fevereiro de 2020.
  2. G1. Genoma da anêmona é parecido com humano. 5 de julho de 2007. Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL64564-5603,00-GENOMA+DA+ANEMONA+E+PARECIDO+COM+HUMANO.html/>. Acesso em 12 de fevereiro de 2020.

Bibliografia

  • GONZÁLEZ-MUÑOZ, Ricardo et al. Sea anemones (Cnidaria, Anthozoa, Actiniaria) from coral reefs in the southern Gulf of Mexico. ZooKeys, n. 341, p. 77, 2013. Disponível em: <https://zookeys.pensoft.net/articles.php?id=3319&display_type=list&element_type=9>. Acesso em 12 de fevereiro de 2020.

As anêmonas-do-mar (português brasileiro) ou anémonas-do-mar (português europeu) ou actínias[1] são um grupo de animais sésseis, predatórios da ordem Actinaria; elas foram nomeadas assim por causa da anêmona, uma flor terrestre. Utiliza seus tentáculos para capturar alimentos. Como cnidários, são intimamente relacionadas aos corais, águas-vivas e hidras.

O que é anêmona
Anêmona-do-mar

O que é anêmona

Alguns exemplos de espécies de anêmona-do-mar.

Classificação científica
Domínio: Eukariota
Reino: Animalia
Filo: Cnidaria
Classe: Anthozoa
Subclasse: Hexacorallia
Ordem: Actiniaria
Diversidade 46 famílias Subordens Endocoelantheae
Nyantheae
Protantheae
Ptychodacteae

A anatomia interna das anêmonas-do-mar é muito simples: são pequenos sacos, presos ao substrato marinho por um pé adesivo, com uma coluna levando a um disco oral, mostrando a forma de pólipos.

A boca é no centro do disco, contornado por tentáculos armados com muitos cnidoblastos, que são células de defesa e também um meio de capturar presas. Cnidoblastos contém cnidae que dão nome ao filo e são uma espécie de "chicotes" também chamados nematocistos, que contêm uma pequena vesícula cheia de toxinas e um sensor; quando o sensor é tocado, ativa o "chicote" que crava na presa e injeta o veneno.

O veneno é uma mistura de toxinas, incluindo neurotoxinas, que servem para paralisar a presa. O veneno é altamente tóxico para peixes e crustáceos, que são a presa natural das anémonas-do-mar. No entanto, o peixe-palhaço é imune ao veneno.

Têm uma cavidade gastrovascular que funciona como um estômago, com apenas um buraco que serve de boca e de ânus, alimentos não digeridos e os resíduos são expelidos pela boca/ânus.

Anémonas têm tamanhos variados: vão de 1 cm a 2 m de diâmetro e podem ter de 10 a centenas de tentáculos.

Anêmonas tendem a ficar no mesmo lugar a vida inteira, a menos que o lugar fique muito difícil de se morar (seca prolongada) ou um predador está a atacando. No caso de ataque elas podem se soltar do substrato e nadar para outros lugares.

Actinodendron arboreum, Actinia equina, Aiptasia mutabilis, Andresia parthenopea, Bartholomea annulata, Condylactis aurantiaca, Condylactis gigantea, Cryptodendrum adhaesivum, Entacmaea quadricolor, Heteractis aurora, Heteractis crispa, Heteractis magnifica, Heteractis malu, Heteractis sebae, Macrodactyla doreensis, Pachycerianthus fimbriatus, Stichodactyla gigantea, Stichodactyla haddoni, Stichodactyla mertensii, Urticina felina, Urticina lofotensis, Urticina piscivora.

Os órgãos reprodutores das anêmonas são separados e, tanto a reprodução sexuada como a assexuada ocorrem. Na reprodução sexuada o macho libera o esperma que estimula a fêmea a liberar os óvulos e ocorre a fecundação (os óvulos e o esperma são liberados pela boca/ânus). Depois da fecundação, o zigoto se torna uma plânula que, depois de um tempo, se fixa num lugar e forma uma anêmona.

Também há reprodução assexuada: por fissão binária, quando a anêmona se divide em dois; por laceração, quando parte do disco de base se separa em pedaços e cria novas anêmonas e também por gemulação, quando uma nova anêmona cresce da outra.

 

Um Peixe-palhaço em uma anêmona.

As anêmonas-do-mar são participantes em dois tipos de relações biológicas: O Inquilinismo e a Protocooperação.

Inquilinismo

O peixe-palhaço produz um muco protetor que impede que as “células urticantes”, os nematocistos, penetrem; ao se esfregar lentamente nos tentáculos de uma anêmona, o muco desta passa a combinar-se com o seu; assim a anêmona não o reconhece como uma presa e o peixe se protege de seus predadores. Isto consiste em inquilinismo pois apenas uma das espécies é beneficiada e sem causar prejuízos à outra espécie, tal e como é visto no filme Procurando Nemo, onde o o personagem principal(Nemo) vive.

Protocooperação

Ao contrário de outros caranguejos, o caranguejo-eremita não possui uma carapaça resistente que recubra seu abdome, por isso ele ocupa conchas abandonadas que geralmente estão juntas às anêmonas-do-mar. Graças aos tentáculos com a presença de células urticantes que as anêmonas possuem, o caranguejo-eremita se protege contra predadores, que podem ser ferir ao entrar em contato com os tentáculos. Pelo outro lado, as anêmonas se aproveitam das sobras de alimento deixadas por ele. Isto consiste em protocooperação pois as duas espécies são beneficiadas embora a união não seja vital.

  1. [1]

 

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