Principios basicos do iluminismo

O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na França no século XVII.

Também conhecido como Século das luzes, teve como principal característica defender o uso da razão (luz) relativamente ao uso da fé.

O Iluminismo também teve impacto nos contextos político, social e econômico, pois teceu críticas ao absolutismo e aos privilégios da nobreza e do clero.

Além disso, o Iluminismo pregava a correção das desigualdades sociais e a garantia de direitos como a liberdade e a livre posse de bens.

Veja abaixo algumas das principais características do Iluminismo.

1. Defendia o poder da razão

Uma das principais características do Iluminismo era defender a soberania do uso da razão em detrimento do uso da fé.

Os iluministas acreditavam que através da razão, os problemas da sociedade poderiam ser compreendidos e resolvidos.

A filosofia iluminista acreditava também no progresso da ciência e no antropocentrismo, doutrina essa que coloca o ser humano como o centro do universo e defende que ele é responsável por todas as suas ações.

Em outras palavras, o iluminismo defendia o conceito antropocentrista que se baseava na ideia de que ações culturais, filosóficas, históricas e sociais eram de total responsabilidade do homem.

O iluminismo valorizava o uso da razão como principal instrumento para alcançar o conhecimento.

2. Foi contra o absolutismo

Rei Luís XIV, também chamado de Rei Sol, foi um ícone do absolutismo monárquico

O Iluminismo pôs fim às práticas absolutistas na França e em demais países da Europa.

O absolutismo centralizava todo o poder nas mãos do rei ou da rainha. A monarquia tinha autonomia para dar ordens e tomar decisões sem que fosse necessário dar qualquer tipo de satisfação à órgãos de soberania.

Se por um lado o absolutismo defendia o poder, a filosofia iluminista defendia a liberdade de expressão.

O Iluminismo teve fundamental importância na queda do Antigo Regime pois diferentemente dos ideais absolutistas, defendia a liberdade, a igualdade e o progresso, tendo como base a transformação da sociedade através da razão.

3. Pregava a limitação de poderes e privilégios da nobreza e do clero

Um dos motivos do surgimento do iluminismo foram a dúvida e a insatisfação.

Os iluministas eram totalmente contra a herança medieval e passaram a designar esse período onde predominava a soberania monárquica de Idade das Trevas, em oposição ao título de Século das luzes, atribuído ao Iluminismo.

Essa insatisfação fez com que a burguesia, apoiada pelos iluministas, se posicionasse contra a nobreza e o clero, que usufruiam, por exemplo, de privilégios como isenção de pagamento de impostos.

O iluminismo não era a favor dessas regalias.

4. Era a favor da liberdade econômica

Os iluministas defendiam que existisse uma liberdade econômica, ou seja, que a economia pudesse ser movimentada de acordo com suas próprias leis, sem que houvesse a interferência do Estado.

Por este motivo, os adeptos do Iluminismo eram contra o Mercantilismo e o Metalismo, uma de suas principais características.

O Mercantilismo era um sistema no qual o rei tinha autonomia para intervir em todas as áreas da economia.

O Metalismo, por sua vez, consistia em uma maneira de desenvolvimento econômico centrada no acúmulo de metais preciosos.

5. Lutava pela burguesia e seus ideais

Jean Jacques Rousseau (28 de junho de 1712 - 2 de julho de 1778), defensor dos ideias da burguesia.

O Iluminismo era contra a centralização do poder nas mãos da monarquia e defendia os ideais da burguesia.

Liderada por camponeses e operários, a burguesia se mostrou contrária às ideias da nobreza e do clero pois tinha interesse em comum com os pensadores iluministas.

Um exemplo disso era o fato de tanto burgueses quanto pensadores iluministas não serem favoráveis aos privilégios atribuídos à nobreza e ao clero.

Dentre inúmeros pensadores iluministas, Jean-Jacques Rousseau se destacou como um dos principais a defender os ideias da burguesia.

Autor da obra “O contrato social”, ele afirmava que o Estado deveria ser dirigido conforme e vontade do povo.

6. Não era favorável ao Mercantilismo

O iluminismo defendia a liberdade econômica e por este motivo era totalmente contra os princípios do mercantilismo.

Uma das principais características do Mercantilismo é a forte intervenção do Estado na economia.

O rei tinha autonomia para determinar a quantidade de impostos a ser cobrada e controlava o mercado de negócios.

Essa abordagem é totalmente contrária á que o Iluminismo pregava, onde a liberdade econômica deveria existir e ser isenta de intervenção do Estado.

O Iluminismo foi um movimento político-intelectual que surgiu na Europa no século XVIII e fez com que ele ficasse conhecido como “século das luzes”. O movimento valorizava a razão e considerava que somente ela poderia guiar a humanidade no caminho do progresso. Além disso, o Iluminismo ia de encontro à intolerância religiosa.

Os iluministas teciam profundas críticas ao absolutismo, propondo que era necessário limitar o poder dos monarcas. Eles criticavam também a falta da liberdade nos governos absolutistas. Alguns dos grandes expoentes do pensamento iluminista foram Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e Adam Smith.

Saiba mais: Revolução Industrial — processo histórico iniciado no século XVIII

Resumo sobre Iluminismo

  • O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa no século XVIII.

  • Esse movimento valorizava a razão em detrimento da fé, afirmando que a razão era o meio para garantir o progresso da humanidade.

  • Criticava o absolutismo e acreditava ser necessário limitar o poder real.

  • Criticava o mercantilismo por não concordar com a intervenção do Estado na economia.

  • Dentre os iluministas importantes destacam-se nomes como Montesquieu, Adam Smith e David Hume.

Videoaula sobre Iluminismo

O que o Iluminismo defendia?

O Iluminismo é entendido como um movimento intelectual que surgiu na Europa no século XVIII, tendo grande impacto na cultura europeia e motivando uma série de transformações na Europa e em outras partes do mundo. A influência dos ideais iluministas no século XVIII foi tão grande que ele recebeu a alcunha de “século das luzes”.

Também chamado de Ilustração, o Iluminismo é entendido como o responsável por promover uma série de mudanças em diversos sentidos. Áreas como a religião, a cultura, a economia, a política, a sociedade, entre outras, sofreram influência dessas ideias. O Iluminismo foi resultado de uma renovação intelectual que já estava em curso na Europa desde o século XVII.

Um dos itens de maior importância para o pensamento iluminista foi a valorização da razão. Os iluministas acreditavam que o progresso da humanidade aconteceria por meio da razão, considerando que ela deveria ter valor maior do que a fé.

A valorização da razão pelos iluministas fez com que eles enaltecessem o conhecimento científico, e eles sempre procuravam estudar os fenômenos da natureza a fim de dar-lhes uma explicação racional.

Assim, as crenças populares e lendas eram vistas com menosprezo, pois os iluministas prezavam pelo racionalismo, e não pelas crendices. Por conta disso, eles teciam fortes críticas à Igreja, questionando a forma como essa instituição controlava a vida das pessoas naquele período. Além disso, os iluministas eram críticos da intolerância religiosa, que motivava conflitos por diversas partes da Europa.

Os iluministas acreditavam que a aplicabilidade da razão levaria a humanidade a um progresso que seria capaz de formar uma sociedade perfeita. Nessa sociedade, haveria justiça e não haveria espaço para a tirania (representada pelo poder absolutista) e para a superstição (representada pelo controle da Igreja).

Esses intelectuais também acreditavam em ideias que falavam de liberdade e igualdade entre os seres humanos. Os iluministas propunham a superação do modelo absolutista e do mercantilismo e também defendiam a separação entre Estado e Igreja para estabelecer o que conhecemos atualmente como Estado laico.

Principais pensadores do Iluminismo

O Iluminismo ficou marcado por uma série de pensadores que deixaram grandes contribuições para a humanidade. Alguns dos iluministas de destaque foram:

Características do Iluminismo

Principios basicos do iluminismo
 Luís XIV, símbolo do poder absolutista. Os iluministas eram críticos dos governos absolutistas.

Uma das características mais fortes do Iluminismo foi a crítica que eles realizavam ao absolutismo, forma de governo marcada pela concentração de poder na figura do monarca. Essa forma de governo foi muito comum no século XVIII e gerava uma sociedade extremamente desigual, em que um grupo minoritário gozava de uma série de privilégios e de uma vida luxuosa.

Os iluministas defendiam a ideia de que era necessário criar formas de limitar o domínio real, dando mais poder para um parlamento ou então elaborando uma constituição que estabelecesse limites ao poder do rei. Outras críticas eram realizadas ao absolutismo e à sociedade daquele período.

Uma delas afirmava que no absolutismo não havia muita liberdade, uma vez que não existia liberdade de expressão, liberdade de reunião e nem liberdade religiosa, por exemplo. A crítica à falta de liberdade e ao absolutismo fez com que os ideais iluministas gozassem de grande apoio da burguesia, classe interessada em acabar com as limitações do Antigo Regime sobre suas vidas e, principalmente, sobre seus negócios.

Em relação à economia, os iluministas não concordavam com o conjunto de práticas do período absolutista. Essas práticas receberam o nome de mercantilismo, caracterizado pela procura do Estado por acúmulo de riquezas e pelo seu intenso controle sobre a economia.

Os iluministas desejavam ter mais liberdade econômica, portanto não concordavam com o controle do Estado absolutista. Grande parte dos iluministas afirmavam que deveria existir mais liberdade na economia e afirmavam que o mercado deveria regular a si mesmo por meio do livre comércio e da livre iniciativa.

Eles acreditavam que essas duas eram as chaves para o enriquecimento da sociedade, e a defesa dessas ideias recebeu o nome de liberalismo econômico. Esse pensamento foi bastante influente na economia global até o começo do século XX.

Veja também: Antecedentes da Revolução Francesa — como o Iluminismo contribuiu para essa revolução?

Iluminismo pelo mundo

O Iluminismo teve grande repercussão a partir do século XVIII. Esses ideais foram catalisadores de transformações, sendo que a ordem antiga do mundo passou a ser questionada, e uma nova ordem começou a se estabelecer. As críticas do Iluminismo ao absolutismo contribuíram para que essa forma de governo começasse a se desintegrar na Europa.

Além disso, a defesa de ideias como liberdade de expressão, a noção de igualdade entre os seres humanos e outras contribuiu para que movimentos revolucionários surgissem em diferentes partes do planeta. Isso porque a sociedade desigual do período do Antigo Regime já não era mais aceita por muitos.

No entanto, uma ressalva importante deve ser realizada, pois, apesar de os iluministas falaram em igualdade entre os homens, essa defesa nunca era ampla e irrestrita. Em outras palavras, os iluministas defendiam a igualdade entre os seres humanos, mas de forma que atendesse apenas aos interesses da burguesia. A radicalização desse e outros ideais não era interessante para os iluministas.

De qualquer forma, uma série de acontecimentos foram motivados pelos ideais iluministas, tais como a Revolução Francesa, a Revolução Americana, a Revolução Liberal do Porto, a Revolução Haitiana, a independência dos países da América Espanhola, entre outros.

No Brasil, os ideais iluministas também repercutiram, dando força para ideias que questionavam o domínio colonial dos portugueses. Essa insatisfação com a colonização portuguesa contribuiu para que a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana acontecessem (a primeira foi desmontada antes de eclodir).

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