Qual é o processo que representa a decomposição de matéria orgânica?

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Estágios da morte

Pallor mortis
Algor mortis
Rigor mortis
Livor mortis
Putrefação
Decomposição
Esqueletização
Fossilização

  • v
  • d
  • e

Em biologia e ecologia, decomposição, mineralização e em alguns casos, apodrecimento, é o processo de transformação da matéria orgânica em minerais, que podem ser assimilados pelas plantas para a produção de matéria viva, fechando assim os ciclos biogeoquímicos. Este processo, não só fornece aos ecossistemas os compostos necessários ao desenvolvimento dos produtores primários, mas liberta-o igualmente de material que, se acumulado, poderia prejudicá-lo.

A decomposição dos animais e plantas mortos, ou suas partes, dos dejetos ou outras excreções dos animais e de restos de comida é um processo complexo. Nos tecidos dos organismos mortos inicia-se a autólise das células pelas enzimas contidas nos lisossomas. Esses tecidos são ainda triturados e parcialmente consumidos pelos detritívoros. A parte não consumida ou que não faz parte da alimentação desses animais é então atacada por vários tipos de bactérias; as partes interiores, onde não existe oxigénio livre, são consumidas por bactérias anaeróbicas, causando a putrefação, que resulta em aminas como a putrescina e a cadaverina, que têm um odor "pútrido"; este é o processo conhecido vulgarmente como apodrecimento. Finalmente, intervêm as bactérias mineralizantes — os decompositores –, que transformam as moléculas orgânicas libertadas pelos processos anteriores em água, dióxido de carbono e sais minerais.[1] Estes processos dependem de muitos fatores bióticos e abióticos, como a abundância e tipos de decompositores no biótopo, a humidade, a temperatura e outros. Gases são comumente liberados em toda decomposição, sendo eles o hidrogênio, nitrogênio, gás carbônico, enxofre e metano.

Estágios[editar | editar código-fonte]

Qual é o processo que representa a decomposição de matéria orgânica?

Cadáver de um gato, já em avançado estado de decomposição.

Apesar de não ser um estudo muito recente, a tafonomia ainda não tem um padrão universal para os estágios de decomposição. Porém esse um dos padrões mais utilizado por pesquisadores, descrito por Payne (1965) e dividiu em seis etapas utilizando porcos em uma temperatura média de 26,1◦C do solo.

  • Fresco (dia 0) — estágio inicial, basicamente nenhuma característica aparente da decomposição é visível. Aqui é exatamente onde encontra a dificuldade de dividir o intervalo perimortem com o postmortem. O cheiro natural ainda é presente no animal (ou pessoa) quando vivo. Depois de um tempo (minutos ou horas, varia de acordo com a localidade), aparecem as primeiras moscas da família Sarcophagidae.
  • Inchado (dia 1) — o nome é a dado pela principal característica do estágio, o inchamento do corpo devido a concentração de gases liberado pela ação de bactérias ligadas à decomposição. O cheiro forte de putrefação começa a estar presente, assim como outros grupos de moscas, formigas e também alguns besouros necrófagos.
  • Decomposição ativa (dia 3) — as larvas de insetos eclodem e começam a penetrar em orifícios, pele e outros tecidos, assim os gases e fluídos corpóreos são liberados em grande quantidade no ambiente, atraindo ainda mais outros animais e acelerando o processo de decomposição.
  • Decomposição avançada (dia 5) — Nessa fase, boa parte das vísceras foram devoradas pelos insetos e outros organismos presentes. Os ossos são expostos pouco a pouco, o corpo começa a colapsar e o forte cheiro começa a diminuir, assim como a diversidade de insetos.
  • Seco (dia 7) — Somente pele, cartilagem e osso são encontrados. Outros artrópodes aproveitam a diminuição da competição para obter recursos, como centopeias, caracóis, milipedes, entre outros.
  • Esqueletizado — É difícil determinar quando inicia a última fase, porém é bem provável que dentro de duas semanas a carcaça já esteja nessa categoria. O cheiro é bem fraco, porém bastante impregnado no solo e em pedras próximas. Toda a carne e pele já não se encontram presentes, somente ossos e cabelo e os animais presentes são do ambiente, e não ligados ao processo de decomposição.

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Organismos decompositores[editar | editar código-fonte]

Qual é o processo que representa a decomposição de matéria orgânica?

Os fungos na árvore são decompositores

Em ecologia, chamam-se decompositores aos seres vivos heterótrofos, como algumas bactérias, fungos e protozoários, que "atacam" os cadáveres, excrementos, restos de vegetais e, em geral, matéria orgânica dispersa no substrato, decompondo-a em sais minerais, água e dióxido de carbono, que são depois reutilizados pelos produtores, num processo natural de reciclagem.[3]

Na ausência de decompositores, os nutrientes ficam retidos na matéria orgânica, sendo impossibilitados de retornar ao solo. Além do grande acumulo de matéria orgânica, a falta de decompositores prejudicaria as plantas, pois impediria a extração e fixação dos nutrientes do solo.[4] A decomposição se inicia com a colonização de bactéria e fungos, presentes no ar e na água. Esses organismos, se utilizam de substâncias solúveis, como açúcares e aminoácidos, que são difusíveis. Após, os recursos residuais que não são difusíveis, são decompostos por especialistas microbianos, em um processo mais lento. Esses especialistas são capazes de decompor substâncias como carboidratos estruturais, suberina e quitina.[5]

Os decompositores são responsáveis por grande parte da energia que circula nos fluxos energéticos do ecossistema, eles processam muita energia na " reciclagem da vida no planeta " ou seja na conversão da forma orgânica para a inorgânica.[6] Ocupam um nivel trófico à parte dos outros detritívoros, já que se alimentam da matéria orgânica em decomposição.

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Húmus
  • Solo
  • Pedologia
  • Matéria orgânica
  • Saprotrofia
  • Serrapilheira
  • Compostagem
  • Digestão aeróbica

Referências

  1. Vendrami, Juliana Lopes (2008) "Produtividade e decomposição de serrapilheira foliar em fragmentos de Floresta Atlântica do Estado de São Paulo" no site do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo acessado a 6 de julho de 2009
  2. Moura, Daniel (15 de janeiro de 2017). «Os estágios da decomposição e a sua importância na Forense». Universo Racionalista
  3. Vendrami, Juliana Lopes (2008) “Produtividade e decomposição de serrapilheira foliar em fragmentos de Floresta Atlântica do Estado de São Paulo” no site do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo acessado a 6 de julho de 2009
  4. «Decompositores - CiênciaBR». 19 de abril de 2010. Consultado em 26 de julho de 2016
  5. TOWNSEND, Colin R.; BEGON, Michael; HARPER, John L. (2010). Fundamentos em Ecologia. [S.l.]: ARTMED EDITORA S.A. p. 416
  6. ecologia, fundamentos (2010). Fundamentos em ecologia. [S.l.]: artmed. pp. 415 e 417

  • Qual é o processo que representa a decomposição de matéria orgânica?
    Portal da ecologia

Qual é o processo que representa a decomposição da matéria orgânica?

A decomposição é um processo realizado por fungos e bactérias que promove a degradação da matéria orgânica e a liberação de nutrientes ao meio. Bactérias e fungos são responsáveis por um processo conhecido por decomposição, em que a matéria orgânica de seres vivos é absorvida, e sais e outros elementos são liberados.

Quais os processos envolvidos na decomposição?

O processo de decomposição necessita de três fatores básicos: umidade, calor e oxigênio. A umidade garante a proliferação dos micro-organismos e permite que alguns esporos germinem. Já o calor acelera esse processo, pois aumenta consideravelmente o número de micro-organismos em pouco tempo.

Qual o processo que representa a decomposição de matéria orgânica de acordo com o ciclo acima?

Resposta verificada por especialistas Os processos que envolvem a decomposição da matéria orgânica são aqueles em que ocorre a produção de Amônia.

O que produz a decomposição da matéria orgânica do lixo?

No processo de decomposição biológica, os principais responsáveis pela decomposição do lixo orgânico são as bactérias e os fungos saprófitos que se alimentam de vegetais e animais mortos ou de restos orgânicos.