Qual a relação entre a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929 a crise econômica nos países europeus na década de 1930?

História

O crescimento acelerado da economia americana desde o fim da Primeira Guerra e a euforia de setores da sociedade acabaram em 1929. A economia, que parecia sólida, entrou em uma crise sem precedentes, lançando milhares de pessoas à miséria em muitas regiões do planeta. Esse processo marcou o início da Grande Depressão.

A depressão econômica que os Estados Unidos sofreram na década de 30 pôs fim aos felizes anos 20 (rolling twenties), época de bonança econômica e culto ao American way of life, baseado no consumismo.

A crise de 1929, iniciada com a quebra da Bolsa de Nova York, levou milhares de pessoas ao desemprego, arruinou comerciantes e agricultores, provocou a falência de numerosas empresas e bancos e multiplicou as tensões sociais. Esses efeitos também foram sentidos na Europa.

A crise foi superada graças à política econômica conhecida como New Deal, aplicada pelo presidente Franklin Delano Roosevelt a partir de 1933.

O American way of life: os felizes anos 20

Nos Estados Unidos, os felizes anos 20 (1924-1929) foram marcados pela prosperidade econômica. A melhora do nível de vida foi alcançada graças à espetacular evolução da técnica, à organização do trabalho, ao desenvolvimento das indústrias química, mecânica e elétrica, à concentração de empresas, ao consumismo acelerado e ao crescimento industrial norte-americano, estimulado pelo forte protecionismo.

O American way of life (ou ‘estilo de vida americano’) foi desenvolvido na década de 20, amparado pelo bem-estar econômico de que desfrutavam os Estados Unidos. O sinal mais significativo deste way of life é o consumismo, materializado na compra exagerada de eletrodomésticos e veículos.

O crack da Bolsa

Em 24 de outubro de 1929, conhecido como Quinta-feira Negra, as ações da Bolsa de Nova York começaram a cair lentamente. Uma tendência constante provocada pela decisão dos especuladores de vender suas ações a fim de recuperar o dinheiro investido com grande lucro.

O crescimento das vendas diminuiu o valor das ações. Sem conseguir conter a queda da Bolsa, os acionistas começaram a vender para perder o mínimo. Em alguns meses, as principais ações da Bolsa perderam até 90% de seu valor.

Qual a relação entre a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929 a crise econômica nos países europeus na década de 1930?
Muitos acionistas e investidores tomaram Wall Street, onde fica a Bolsa de Valores de Nova York. Na foto de outubro de 1929, as pessoas se aglomeram em frente à Bolsa de Valores, após o crash.

A prosperidade econômica e as causas da crise

A insistência dos empresários norte-americanos em manter o mesmo ritmo de produção alcançado durante a Primeira Guerra ocasionou a crise. Além disso, o governo – que adotava uma política liberal – não interferia na produção.

Mesmo no período anterior à crise, o aumento do nível de vida não atingiu todos os norte-americanos. O grande desemprego entre os operários e a ruína de numerosos agricultores, devido à saturação de mercado e à queda das exportações, foram os primeiros sinais da crise que avançava.

A quebra da Bolsa em 1929 foi o estopim de uma crise geral da economia norte-americana, causada pela superprodução e pelo subconsumo, com desdobramentos sociais e políticos.

A crise econômica

O crack da Bolsa de Valores de Nova York provocou uma profunda crise econômica. As pessoas não conseguiam pagar as dívidas, causando a quebra de milhares de bancos e o fechamento do comércio. Ao mesmo tempo, diminuiu a produção industrial e aumentou o desemprego que, em 1933, alcançou cerca de 14 milhões de norte-americanos.

A Grande Depressão

A partir de 1930, a crise da economia norte-americana afetou os países europeus. A queda dos preços das matérias-primas, dos produtos agrícolas e das exportações europeias aos Estados Unidos provocaram a quebra de numerosos bancos e o fechamento de empresas na Europa e na América.

No Brasil, as exportações de café caíram drasticamente, uma vez que os norte-americanos eram os maiores compradores do produto.

Alguns países adotaram uma política de intervenção do Estado na economia para amenizar os efeitos da crise.

O único país que escapou dos efeitos do crack de 1929 foi a União Soviética, por causa da política de isolamento (cordão sanitário) adotada pelas nações capitalistas após a Primeira Guerra Mundial.

O mal-estar social

Os efeitos da crise econômica causaram uma crise social que se manifestou no aumento de conflitos e de protestos. Milhares de pessoas, arruinadas economicamente, foram obrigadas a viver em acampamentos e eram alimentadas por organizações humanitárias.

Alguns norte-americanos que perderam todo o dinheiro com a quebra da Bolsa de Nova York se suicidaram.

A busca de soluções

Para superar a crise econômica, Franklin Delano Roosevelt empreendeu, em 1933, um programa de reformas conhecido como New Deal.

Em uma primeira fase, desvalorizou o dólar, diminuiu a dívida dos agricultores e reduziu a produção de excedentes agrícolas mediante subvenções.

Posteriormente, criou novos complexos industriais e começou um programa de construção de obras públicas para reduzir o desemprego.

Finalmente, garantiu o direito de greve e instituiu o seguro-desemprego e seguros de invalidez e de velhice. Impulsionador do New Deal, Roosevelt, que vencera as eleições presidenciais norte-americanas de 1932 pelo Partido Democrata, foi reeleito em 1936, 1940 e 1944.

Veja também:

  • Crise de 2008
  • História do Capitalismo
  • Capitalismo X Socialismo

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Qual a relação entre a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929 a crise econômica nos países europeus na década de 1930?

Resposta: A relação é que com a crise de 1929 diversos paises foram afetados nas décadas seguintes, ou seja, a crise afetou muitos países durante vários anos, além de que os Estados Unidos eram o principal mercado para os europeus e assim ocasionado um crise gigantesca.

Como a crise de 1929 afetou os países europeus?

Reconstruídas, as nações européias diminuíram drasticamente a importação de produtos industrializados e agrícolas dos Estados Unidos. Com a diminuição das exportações para a Europa, as indústrias norte-americanas começaram a aumentar os estoques de produtos, pois já não conseguiam mais vender como antes.

Qual a relação da crise de 1929 com a Bolsa de Valores?

Entre 1929 e 1932, a Bolsa de Nova York chegou a perder 89% de seu valor. Com o pós-guerra vieram um crescimento acelerado da economia norte-americana, aumento de produção e exportação, principalmente para países europeus, que estavam com suas economias em recessão.

Quais foram os efeitos da quebra da bolsa de valores de Nova York em 1929?

As principais consequências da Crise de 1929 foram o desemprego em massa, a falência de várias empresas, tanto do setor industrial quanto do setor agrícola, e a pobreza, que assolou grande parte da população americana.