Qual e o papel do professor na teoria construtivista

Neste artigo esboçamos aspectos importantes da Teoria Construtivista, sob o olhar de seu precursor Jean Piaget. Procuramos fazer um paralelo entre a teoria e a sua prática em sala de aula, evidenciando que o conhecimento não é inato, nem tampouco adquirido, e sim construído pela interação com o meio físico e social. Abordamos a forma pela qual sujeito e objeto interagem na construção do conhecimento, ressaltando o quanto a relação professor/aluno é determinante para a aprendizagem.

A Teoria Construtivista da aprendizagem parte do pressuposto de que o indivíduo constrói seu próprio conhecimento na interação com o meio. Ela surge como uma teoria que vem trazer avanços significativos à educação.

Dentre as teorias do conhecimento que estão ligadas ao processo de aprendizagem e ensino destacamos: Racionalismo, Behaviorismo, Inatismo, Construtivismo, Interacionismo e Sócio-interacionismo. Dessas, a perspectiva construtivista é a fonte que mais alimenta a busca da superação do modelo tradicional de ensino.

De acordo com essa teoria, o conhecimento não nasce com o indivíduo nem é dado pelo meio social, o sujeito constrói o conhecimento na interação com o meio físico e social, e esta construção vai depender tanto das condições do indivíduo quanto das condições do meio.

Segundo a Teoria Construtivista, o sujeito é ativo e em todas as etapas de sua vida procura conhecer e compreender o que se passa à sua volta. Mas não o faz de forma imediata, pelo simples contato com os objetos. Suas possibilidades, a cada momento, decorrem do que Piaget denominou esquemas de assimilação, ou seja, esquemas de ação (agitar, sugar, balançar) ou operações mentais (reunir, separar, classificar, estabelecer relações), que não deixam de ser ações, mas se realizam no plano mental.

Por outro lado, os objetos do conhecimento apresentam propriedades e particularidades que nem sempre são assimiladas (incorporadas) pelos esquemas já estruturados no sujeito.

Para Piaget, o sistema cognitivo de todo o indivíduo funciona por meio de um processo de adaptação, o qual utiliza dois elementos fundamentais para a construção do conhecimento: a assimilação e a acomodação.

Através da assimilação, o indivíduo desenvolve ações destinadas a atribuir significações, a partir da sua experiência anterior, aos elementos do ambiente com os quais interage. O outro mecanismo, pelo qual o organismo tenta restabelecer um equilíbrio superior com o meio ambiente, é chamado de acomodação, conforme definição de Davis (1994).

O sujeito age sobre o objeto assimilando-o ou incorporando o objeto do conhecimento a seus esquemas disponíveis, numa ação assimiladora que transforma o objeto. Quando o objeto a ser assimilado resiste aos instrumentos de assimilação, o sujeito reage modificando ou construindo os novos instrumentos.

A Teoria Construtivista preocupa-se em resolver o problema de como fazer para que alunos construam o conhecimento esperado pela escola a partir do conhecimento espontâneo trazido por eles para a sala de aula.

A educação escolar, segundo os construtivistas, não será mais focalizada no método de ensino, mas no processo de desenvolvimento da aprendizagem, preocupando-se em construir a aprendizagem.

A construção de um ambiente construtivista é possível a partir do momento em que o professor realmente se conscientize da importância de ser educador mediador, e que todos os processos de aprendizagem passem necessariamente por uma interação entre o sujeito da aprendizagem e o objeto. O objeto que envolve o processo de aprendizagem pode ser o professor, o computador, os colegas, o assunto.

  Dessa forma, considera-se que somente a partir da interação completa é que poderemos dizer que estamos construindo novos conhecimentos.

  Portanto, a construção do conhecimento na escola é um verdadeiro processo de elaboração, no qual o aluno é o sujeito, responsável por desenvolver o próprio conhecimento.

Outro fator considerado importante para a construção do conhecimento é que o conteúdo a ser ensinado deve partir do conhecimento que o aluno já traz para a sala de aula. Este é um elemento decisivo para a aprendizagem.

Então, o conhecimento é uma construção que ocorre pela interação entre esquemas mentais de quem aprende e as características do meio físico e social de aprendizagem, lembrando sempre que o sujeito é o construtor, não mero receptor de conhecimentos.

Na perspectiva construtivista, o professor deixa de ser o transmissor do conhecimento pronto e acabado para tornar-se agente mediador entre o sujeito que aprende e o conteúdo a ser aprendido. As intervenções do professor no processo de aprendizagem devem centrar-se em criar um ambiente rico em desafios que levem o aluno a produzir e explorar ideias. Ele deve propor situações pedagógicas capazes de provocar desequilíbrio nos esquemas prévios dos alunos, não perdendo de vista a importância dos mecanismos do desenvolvimento cognitivo do aluno como o conhecimento da estrutura da matéria a ser aprendida, e seu percurso histórico de construção.

Para que se obtenha um ambiente construtivista, a primeira das exigências é que o ambiente permita uma interação muito grande do aprendiz com o objeto de estudo, integrando este à realidade do sujeito, dentro de suas condições, de forma a estimulá-lo e desafiá-lo, mas ao mesmo tempo permitindo que as novas situações criadas possam ser adaptadas às estruturas cognitivas existentes, para tornar propício o seu desenvolvimento. Outro aspecto primordial na Teoria Construtivista é a quebra de paradigmas que os conceitos de Piaget trazem, como uma nova ordem que retira o poder e a autoridade do mestre transformando-o de todo-poderoso detentor do saber em um educador que também pode estar construindo conhecimento com o seu educando.

Os teóricos do Construtivismo constatam que o aluno é sujeito de sua própria aprendizagem, o que equivale a dizer que ele atua de modo inteligente em busca da compreensão do mundo que o rodeia. Com isso, automaticamente estão dando uma grande "dica" aos educadores e lançando também um grande desafio. É como se dissessem, ecoando o pensamento de Sanny S. da Rosa no livro Construtivismo e Mudança: "Sejam o centro do processo de ensino; criem, junto com os alunos, os seus próprios caminhos; descubram alternativas pedagógicas em sala de aula”.

Nesse sentido, o papel do professor mediador, que a cada momento, em cada experiência, toma decisões pedagógicas conscientes, nunca está limitado apenas a corrigir, pois além de informar, ele pode problematizar, questionar, ajudar a construir, descobrindo alternativas pedagógicas em sala de aula baseado em sua experiência. Não existem “fórmulas" nem "receitas" na ação do professor, apenas o dia-a-dia e o trabalho mostrarão o caminho certo, no qual o indivíduo é o centro do seu próprio percurso em direção ao conhecimento.

A teoria behaviorista popularizada por Skinner continua conduzindo a maioria das práticas educacionais. As práticas de avaliação ainda são centradas na medida do conhecimento e das habilidades, com pequena importância para o desempenho e para o entendimento.

Em contrapartida, o aluno construtivista é capaz de inventar soluções e construir o conhecimento durante o processo de aprendizagem, é ensinado a procurar a possível "resposta certa" segundo o método do professor. As salas de aula construtivistas proporcionam um ambiente em que os estudantes, diante dos problemas, têm a coragem de buscar e apresentar soluções ou alternativas.

Estamos acostumados a ver crianças (alunos) subordinadas aos adultos (professores) que as constroem. A criança não tem a oportunidade de pesquisa social, sua atividade é dirigida, canalizada. É o professor que explica, repete, questiona, responde as perguntas das crianças.

Mas uma educação que se baseia ou se fundamenta na teoria piagetiana construtivista ignora este modelo de intervenção do adulto e reserva o título de escola ativa exclusivamente para as estratégias de ensino que se baseiam na atividade do aprendiz. Propõe que as crianças organizem suas atividades e tenham a oportunidade de realizar suas próprias tentativas para estruturar o seu conhecimento, tornando-se, assim, alunos ativos.

Qual o papel do professor no construtivismo de Piaget?

A função do professor deve ser a de criar situações favorecedoras de aprendizagem, a construção do conhecimento pelos alunos é fruto de sua ação, o que faz com que eles se tornem cada vez mais autônomos intelectualmente.

Qual o papel do aluno e do professor na concepção construtivista?

O Construtivismo afirma que o conhecimento é resultado da construção pessoal do aluno; o professor é um importante mediador do processo ensino-aprendizagem. A aprendizagem não pode ser entendida como resultado do desenvolvimento do aluno, mas sim como o próprio desenvolvimento do aluno (Fossile, 2010).

Como deve ser um professor construtivista?

O professor de linha construtivista utiliza a individualidade para enriquecer o conhecimento e a experiência do grupo, estimulando a postura investigativa, a mentalidade flexível e a sensibilidade às mudanças pelas quais as gerações passam durante a educação — logo, é fundamental que esse professor tenha gosto pelos ...

Qual é o papel do educador no construtivismo e em que difere do ensino tradicional?

O educador é a figura que detém o conhecimento e o estudante deve assimilar aquilo que é passado sem questionamentos. Diferente da teoria tradicional, o construtivismo promove uma relação professor-aluno menos determinista.