Qual a importância das cidades para o surgimento do Renascimento italiano

O Renascimento Comercial foi uma das vertentes do Renascimento Italiano, movimento cultural, econômico e político surgido na Itália, no século XIV.

Ao lado do Renascimento Cultural e Urbano, o Renascimento Comercial foi marcado pela intensificação das relações comerciais entre as nações, pondo fim ao sistema feudal e dando início ao capitalismo comercial.

Contexto Histórico: Resumo

O fim do sistema feudal e o surgimento do sistema capitalista foram fundamentais para consolidar a expansão do comércio.

Entretanto, foi a partir das Cruzadas (entre os séculos XI e XIII), expedições militares de caráter econômico, político e religioso, que as relações comerciais foram fortalecidas com o Oriente.

Além disso, a abertura do Mar Mediterrâneo foi essencial para o aumento das rotas comerciais entre os países, levando ao fim do período da Idade Média e o início da Idade Moderna.

O Renascimento, aliado ao cientificismo e ao humanismo vigentes, consagraram novas formas de ver o mundo. Assim, o antropocentrismo, ou seja o homem como centro do mundo, foi substituído pelo teocentrismo medieval, onde Deus estava no centro do Universo, e a vida das pessoas giravam em torno da religião.

Para tanto, a “Idade das Trevas” (cunhada por alguns humanistas para indicar o período sombrio e estático da Idade Média), perdurou durante muito tempo na Europa, do século V ao século XV, e estava baseado numa sociedade monárquica onde o rei era o senhor mais soberano, seguido da nobreza e do clero.

Os servos, eram os últimos da estrutura hierárquica medieval, e que decerto não possuíam poder e/ou as mesmas possibilidades que os estamentos acima (nobreza e clero).

Apoiados à crise do regime feudal, os humanistas italianos alegavam que o período anterior do Medievo esteve marcado por um grande retrocesso humano, em relação às produções clássicas.

Para tanto, a ideia central desses intelectuais, artistas e pensadores humanistas eram sobretudo, a valorização do homem, na medida em que expressavam e disseminavam essa nova visão de mundo, a qual emergia aliada às transformações sociais, políticas e econômicas da Europa.

De tal modo, além da crise do sistema feudal, as grandes navegações ultramarinas do século XVI, donde Portugal foi um dos pioneiros, altera e expande a mentalidade dos homens, aliados ao cientificismo da Teoria Heliocêntrica (Sol no centro do mundo), proposta pelo matemático e astrônomo Nicolau Copérnico, em detrimento do Geocentrismo aceito pela Igreja, donde a terra era o centro do Universo.

Essa nova forma de ver o mundo, alterou significativamente a mentalidade dos homens, questionando os velhos valores num impasse desenvolvido entre a fé a razão.

Além desses fatores essenciais para a transformação da sociedade medieval, o aparecimento de uma nova classe social, denominada burguesia, consolidam o novo sistema social, econômico e político.

Nesse ínterim, os burgueses que viviam nas pequenas cidades medievais amuralhadas denominadas “burgos”, começaram a desenvolver o comércio interno, impulsionadas pelas feiras livres, locais de compra e venda de produtos diversos.

Para saber mais sobre aspectos das feiras medievais, leia o artigo: História e Origem das Feiras.

Note que o sistema feudal já não conseguiu suprir as necessidades de todos os seus habitantes, de forma que uns fugiam e outros eram expulsos pelos senhores de terra.

Com efeito, esse grupo de marginalizados seguiam para as cidades (burgos) em busca de melhor qualidade de vida, sendo que aqueles que se dedicaram ao comércio ambulante, foram aos poucos constituindo a nova classe social que, mais tarde, substituirá o sistema anterior, detendo os meios de produção e o acúmulo de capital: a burguesia.

Assim sendo, as feiras-livres (donde se destacam a feira de Champagne, na França, e a de Flandres, na Bélgica) foram essenciais para o desenvolvimento de atividades manufatureiras, aumento da circulação de mercadorias, o retorno das transações financeiras, o reaparecimento da moeda e formação de associações de controle de produção e comércio (Ligas Hanseáticas, Guildas Medievais e Corporações de Ofício).

Ainda que as cidades italianas de Veneza, Florença e Gênova se destacaram com a abertura do Mar Mediterrâneo, no século XV e XVI, posto que utilizaram o mar como rota marítima de comércio, sobretudo de especiarias vindas do Oriente, a expansão ultramarina tornou o mar uma nova rota comercial, substituindo, dessa maneira, o eixo comercial do Mediterrâneo para o Oceano Atlântico, com a descobertas das terras no novo mundo.

Aprofunde sua pesquisa sobre o tema lendo os artigos:

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  • Características do Renascimento
  • Fases do Renascimento
  • Renascimento Cultural
  • Renascimento Artístico
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  • Renascimento Científico
  • Humanismo Renascentista
  • Formação das Monarquias Nacionais

Qual a importância das cidades no Renascimento?

Por se localizarem em terras que eram dominadas por um senhor, as cidades estavam sujeitas a seu poder. Além disso, habitavam as cidades principalmente os nobres, reis, bispos e comerciantes, mostrando que era também espaço de concentração do poder político e religioso.

Em quais cidades da Itália e como surgiu o Renascimento?

A cidade conhecida como “berço do Renascimento” é Florença, localizada na região da Toscana. O pioneirismo dessa cidade se dá por conta da sua importância no desenvolvimento artístico e cultural, que já eram grandes naquela época.

Quais foram as cidades italianas mais importantes durante o Renascimento Cultural?

O Renascimento Cultural foi um movimento que se iniciou na Península Itálica no século XIV e se estendeu por toda a Europa até o século XVI. Esta fase coincide com a prosperidade das cidades da Península Itálica, especialmente Florença, onde a riqueza permitiu investimentos na produção de obras de arte.

Qual a importância das cidades para o surgimento do comércio?

O crescimento das cidades foi impulsionado ao mesmo tempo que impulsionou o desenvolvimento do comércio. Ele atraiu comerciantes que se instalavam nos arredores delas e vendiam suas mercadorias.