Quais as principais semelhanças e diferenças entre a democracia ateniense e a nossa atual democracia?

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As diferenças entre as democracias brasileira e ateniense: a questão da desigualdade

19/08/2013 16:28

As diferenças entre as democracias brasileira e ateniense: a questão da desigualdade

Por Amanda Alves Santos e Welerson Bittencourt da Silva.
Edição e publicação:
Roberto dos Santos.

O surgimento da democracia em Atenas          

Quais as principais semelhanças e diferenças entre a democracia ateniense e a nossa atual democracia?
Primeiramente, a democracia surgiu em Atenas, como consequência de medidas que buscavam estabelecer a ordem e garantir o poder entre os cidadãos. Drácon elaborou o primeiro conjunto de leis atenienses favoráveis aos cidadãos. Sólon efetuou a abolição da escravidão por dívida e, finalmente, a introdução da democracia foi efetuada por Clístenes.   

A democracia ateniense


A democracia ateniense objetivava garantir o poder político somente aos eupátridas (fundadores da cidade-estado e seus descendentes) que eram cidadãos de fato. Esta democracia era patriarcal, pois apenas homens na idade adulta tinham direitos políticos; direta, pois estes participavam pessoalmente das decisões; excludente, pois excluía mulheres, crianças, metecos e escravos das decisões nas assembléias públicas, ou seja, a maior parte da população; era escravista, pois mantinha-se em função do cativos, frutos de despojos de guerra.

Comparação entre as democracias ateniense e a brasileira:

Quais as principais semelhanças e diferenças entre a democracia ateniense e a nossa atual democracia?
Ao contrário da democracia ateniense, a democracia brasileira consiste na participação indireta do povo, pois este é responsável por escolher um representante que irá tomar decisões “por ele”. É "igualitária", pois todos os nascidos no solo brasileiro ou naturalizados são considerados cidadãos, podendo, por isto, ser também definida como inclusiva.Entretanto, no Brasil não há desigualdade relacionada ao sangue como em Atenas, mas sim referente a classe social do indivíduo , ou seja, à sua condição econômica perante a sociedade. Logo, com base na classe econômica, podemos dizer que no poder estão somente os mais ricos que, portanto, têm mais influência sobre o estado, desfavorecendo a maior parte da população.
Assim, concluímos que a democracia ateniense é bem diferente da  brasileira, tanto referente ao significado “cidadãos”, quanto em relação à “desigualdade”, pois as bases desta diferem nas duas unidades políticas em foco.Bibliografia: COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral - volume único. São Paulo: Saraiva, 2005.

Autoria:   -Welerson Bittencourt da Silva.
               -  Amanda Alves Santos.
Edição e publicação: - Roberto dos Santos.

Ferraz de Vasconcelos, 21/09/2012 - 22:35.

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

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São muitas as coisas que aproximam o que vivemos hoje no nosso presente de um determinado passado. Costumes, práticas e regras usualmente se baseiam em experiências anteriores. Mas, será que ainda guardamos práticas em comum com o mundo antigo, mesmo este sendo tão distante temporalmente? A democracia ateniense foi uma das bases mais importantes para o desenvolvimento de uma democracia moderna. Entretanto, o conceito elaborado na pólis grega muito se difere do atual.

O modelo ateniense baseava-se na democracia direta, ou seja, as decisões relativas à coisa pública eram tomadas pelo grupo de cidadãos que pertencia à pólis. Tais decisões eram debatidas em espaços públicos, como a ágora. Por isso, havia diálogo e debates dos diferentes projetos e propostas e nesta sociedade a oratória era uma habilidade bastante útil. Este modelo se difere bastante do nosso modelo de democracia moderno, pois os cidadãos tinham poder de decidir e deliberar sobre os assuntos públicos. Por isso é caracterizada como uma democracia direta. Já no modelo moderno as democracias são representativas, e elegem-se representantes que façam valer as posições dos cidadãos.

Outra diferença fundamental está no entendimento de cidadão. Em Atenas eram considerados cidadãos apenas os homens gregos e livres. Ou seja, uma minoria da população era efetivamente cidadã. Não se tratava de uma democracia da maioria, apesar de direta. Nesta sociedade a democracia era um valor que regulava a vida em comunidade.

A democracia ateniense foi conquistada após disputas de poder e conflitos entre diferentes grupos sociais (comerciantes, artesãos e camponeses) e a aristocracia – os eupátridas ou bem-nascidos. No século VI a.C. conflitos entre os domos e a aristocracia apontavam para o início de uma guerra civil. O magistrado Sólon foi o escolhido pelos atenienses para encaminhar uma reforma nas leis com a criação de um tribunal do povo. Foi criada a Eclésia, que reunia todos os cidadãos maiores de 18 anos e nascidos em Atenas e a Bulé, um conselho formado por homens eleitos.

Apesar das reformas propostas por Sólon o poder continuou na mão dos magistrados e as reivindicações seguiram. Somente com a ascensão de Clístenes – o pai da democracia - ao poder é que se estabeleceu a democracia em Atenas. Neste momento foram elaboradas novas leis e efetivados novos mecanismos de organização da sociedade. Uma dessas medidas foi o ostracismo, em que aqueles que representavam ameaça à Atenas eram excluídos por dez anos. Esta medida foi importante para controlar possíveis tentativas de tomada de poder. A democracia ateniense estava baseada em três princípios: isegoria, isonomia, isocracia, ou seja, todos os cidadãos tinham direito à palavra nas assembleias, eram iguais perante à lei e participavam de forma igualitária nas decisões públicas.

A partir de então o poder não mais estava concentrado nas mãos dos eupátridas, mas as questões públicas eram debatidas e decididas por todos aqueles que eram considerados cidadãos.

Mesmo representando a base dos modelos de democracia modernos, pode-se concluir que a democracia ateniense se caracterizava por ser bastante excludente. Um número muito reduzido de homens detinha os poderes políticos neste sistema. Mulheres, estrangeiros e escravos ficavam fora do sistema e não participavam das decisões públicas. Embora a noção de democracia estivesse diretamente relacionada à noção de cidadania, poucos disfrutavam desta condição. Por isso é preciso muita cautela ao comparar os diferentes modelos de democracia – ateniense e moderna.

Referências:

SILVA, Kalina Vanderlei. Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Contexto, 2010.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/grecia-antiga/democracia-ateniense/

Qual é a diferença entre a democracia ateniense e a democracia brasileira?

C) na democracia ateniense, os cidadãos se reuniam na Ágora e decidiam os destinos da sua cidade. Já na democracia brasileira atual, os cidadãos elegem os seus representantes e são eles que tomam as decisões.

Quais são as principais diferenças entre a democracia grega e a democracia no Brasil atual?

A principal diferença é que na democracia brasileira todos são considerados cidadãos, já lá em Atenas não apenas homens maiores de 21 anos, filho de pai e mãe ateniense e nascido em Atenas, as mulheres, os estrangeiros, menores de 21 anos e escravos não eram considerados cidadãos.

Quais as semelhanças entre a democracia ateniense?

Na democracia ateniense, os cidadãos eram iguais perante as leis, considerando-se como cidadão o homem com mais de 18 anos, nascido em Atenas e filho de pais atenienses. As duas principais instituições dessa democracia eram a Bulé, o conselho que formava as leis, e a Eclésia, a assembleia que tomava as decisões.

Quais são as principais diferenças entre a democracia antiga e a democracia moderna?

Por democracia antiga, compreende-se aquela praticada em cidades-estado gregas na antiguidade clássica. Por democracia atual, compreende-se a democracia republicana em vigor na maior parte dos países do mundo ocidental contemporâneo.