Por que os donos das fábricas preferiam contratar mulheres e crianças em vez de homens no início da Revolução Industrial?

Com o advento da Revolução Industrial no século XVIII, ocorreram progressivas e intensas transformações sociais, políticas e econômicas. A industrialização havia trazido consigo a urbanização, as mudanças no modo de produção e as tensas relações entre a burguesia, donos dos meios de produções e trabalhadores, que vendiam sua força de trabalho para a sobrevivência.

As indústrias substituíram a produção artesanal pela mecânica, proporcionando, assim, um aumento significativo na produção diária de mercadorias. Esses avanços enriqueceram os capitalistas (burguesia detentora de riquezas), mas os trabalhadores foram excluídos desse enriquecimento.

Na verdade, as condições de vida dos trabalhadores eram precárias: eles viviam em bairros afastados das regiões centrais das cidades, suas casas eram insalubres, construídas em ruas escuras e sem pavimentação, eram mal ventiladas, não tinham água e apresentavam péssimas condições sanitárias.

As indústrias, conforme as casas dos trabalhadores, também não proporcionavam boas condições de trabalho, geralmente eram quentes e úmidas, com pouca ventilação. A alimentação servida para os operários nas fábricas era insuficiente e de péssima qualidade, pobre em nutrientes.

Outro fator que acirrou, cada vez mais, as relações entre capitalistas e trabalhadores foi a interminável jornada de trabalho. Cada trabalhador chegava a trabalhar dezoito horas ao dia. Juntamente com as péssimas condições de trabalho, a expectativa de vida dos operários era baixa, em virtude também da incidência de doenças e de acidentes de trabalho.

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Dessa forma, os capitalistas preferiam contratar mulheres e crianças, no intuito de evitar maiores problemas relacionados às manifestações e às revoltas operárias, que reivindicavam melhores condições de trabalho.

Com o incremento das máquinas industriais nas fábricas, rapidamente a mão de obra operária foi sendo substituída, gerando milhares de desempregados. Logo em seguida, os trabalhadores reagiram com o movimento de quebra de máquinas: no ano de 1811, muitos trabalhadores invadiram as fábricas à noite e quebraram as máquinas com golpes de martelos.

Para esses trabalhadores, as máquinas se transformaram na principal responsável pela situação de exploração e de desemprego em que se encontravam. Os trabalhadores quebradores de máquinas ficaram conhecidos como ludistas, nome que deriva de Ned Ludd, uma personagem, tida por muitos como lendária, que teria quebrado a máquina em que operava a golpes de martelo, mostrando assim sua insatisfação. Rapidamente, o ludismo se espalhou da Inglaterra para outros países europeus.

Portanto, o ludismo se constituiu como o primeiro movimento operário de reivindicação de melhorias nas relações e condições de trabalho.

Leandro Carvalho
Mestre em História

Os donos da fábrica preferiam contratar mulheres e crianças para trabalhar nas fábricas pois os seus salários eram menores.

Como as mulheres e as crianças não tinham acesso à educação na sociedade industrial, e eram consideradas como "menos produtivas", não tinham outras alternativas de emprego, de modo que aceitavam trabalhar por salários bem mais baixos que os dos homens.

Como o trabalho na fábrica era, apesar de desgastante, fácil do ponto de vista técnico, tais empregados eram vistos como adequados pelo quanto "custavam".

1423 palavras 6 páginas

A Exploração do Trabalho Feminino e Infantil a partir da Revolução Industrial

O trabalho feminino e infantil foi uma das características mais marcantes da Revolução Industrial.
A concepção era de que as crianças pobres deveriam trabalhar, porque o trabalho protege do crime e da marginalidade, uma vez que o espaço fabril era concebido em oposição ao espaço de rua, considerado desorganizado e desregulado. Além disso, o trabalho das crianças permitia um aumento da renda familiar, ao mesmo tempo em que podia ser visto como uma escola, a escola do trabalho.
As crianças eram utilizadas nas fábricas e nas minas de carvão, sendo que muitas morriam devido ao excesso de trabalho, da insalubridade do ambiente e da desnutrição. Entre 1780 e 1840 intensificou-se a exploração de crianças. Eram ajudantes de cozinheiro, operadoras de portinholas de ventilação, ou nas fábricas.
As condições de vida dos pequenos trabalhadores era dantesca: trabalhavam até 18 horas por dia, sob o açoite de um capataz que ganhava por produção
A crueldade no uso do trabalho infantil na fábrica não ficava indiferente para os pais das crianças. Eles ingressaram nas lutas pela redução da jornada de trabalho, contribuindo para a formação de Comitês pela Redução da Jornada dos Trabalhadores, contra os quais houve a formação das Comissões das Fábricas que defendiam os interesses dos patrões.
Contra a crueldade, os Comitês para Redução da Jornada organizavam campanhas entre os operários. Muitas fábricas eram


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Trabalhos Populares

Por que os donos das fábricas de preferência por contratar mulheres e crianças?

As crianças inicialmente com seis anos e as mulheres compunham a mão-de-obra preferida dos empregadores, pois os seus salários eram bem inferiores em relação ao de um homem adulto.

Porque os industriais preferiam empregar mulheres e crianças nas fábricas?

Os empresários preferiam as mulheres nas indústrias porque elas aceitavam salários inferiores aos dos homens, porém faziam os mesmos serviços que estes.

Por que os burgueses preferiam contratar mão de obra feminina e infantil para trabalharem nas suas fábricas?

Dessa forma, os capitalistas preferiam contratar mulheres e crianças, no intuito de evitar maiores problemas relacionados às manifestações e às revoltas operárias, que reivindicavam melhores condições de trabalho.

Quais eram as condições de trabalho das mulheres e das crianças?

O trabalho das mulheres, naquelas condições, desagregava completamente as famílias, as jornadas de trabalho fabril eram de doze ou treze horas, com o casal trabalhando como operários, pois o marido também trabalhava na mesma fábrica ou em outro lugar, as crianças padeciam no abandono.