Descrição Manah Books Corajoso e extraordinário. Estas são duas características marcantes deste livro breve e profundo em simultâneo. Trata-se de uma reflexão aberta e sincera sobre a igreja, essa agência do reino de Deus tão mal compreendida. Editora: Vida Nova Importante: Grátis 30 pág.
Pré-visualização | Página 1 de 5QQuuaannddoo aa VViiddaa nnooss MMaacchhuuccaa Compreendendo o lugar de Deus em sua dor Philip Yancey Digitalizado por Carlos Honório Reeditado por SusanaCap www.semeadores.net Nossos e-books são disponibilizados gratuitamente, com a única finalidade de oferecer leitura edificante a todos aqueles que não tem condições econômicas para comprar. Se você é financeiramente privilegiado, então utilize nosso acervo apenas para avaliação, e, se gostar, abençoe autores, editoras e livrarias, adquirindo os livros. Semeadores da Palavra e-books evangélicos Copyright © 1999 por Philip Yancey Publicado pela Multnomah Publishers 204 West Adams Ave., P.O. Box 1720, Sisters, Oregon, 97759 Copyright © 2003 pela Editora United Press Título do original em inglês: When life hurts Tradução: Luiz Frazão Filho Revisão: Josemar de Souza Pinto Noemi Lucília Lopes S. Ferreira Adaptação da capa e miolo B. J. Carvalho Supervisão editorial de produção Vera Villar 1ª edição brasileira: 2003 Quando o coração se me amargou e as entranhas se me comoveram, eu estava embrutecido e ignorante; era como um irracional à tua presença. Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória. Quem mais tenho eu no céu? Não outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre. Um convite à esperança Há três décadas escrevendo, já conversei com muitas pessoas vítimas da dor. Algumas delas, como um piloto adolescente cujo avião ficou sem combustível e caiu em um milharal, eram diretamente responsáveis por seu próprio sofrimento. Outras, como uma jovem que morreu de leucemia, seis meses após seu casamento, foram aparentemente escolhidas de forma aleatória, sem nenhum aviso prévio. Entretanto, todas, sem exceção, tinham profundas e inquietantes dúvidas sobre Deus por causa da dor pela qual passaram. A dor coloca à prova nossas convicções mais elementares sobre Deus. Já ouvi, repetidas vezes, cinco perguntas ensejadas pela dor: Deus é suficientemente competente? Ele é, de fato, tão poderoso? Ele é justo? Por quê Ele parece não se importar com a dor? Onde está Deus quando mais preciso dele? Conheço bem essas perguntas por já tê-las feito a mim mesmo, em momentos de sofrimento. Caso você ainda não tenha colocado diante de si as mesas questões, é provável que algum dia isso venha a acontecer, em momento de grande sofrimento ou dor. Se você está passando por intensas aflições, físicas ou emocionais, este pequeno livro é para você. Nesses tempos tão indesejados de busca e desespero, Deus anseia por nos oferecer algo de valor inestimável, algo que nunca pedimos. Cada pergunta pode ser um convite à esperança, a porta para os seus generosos dons divinos. Na tua presença, Senhor, estão os meus desejos todos, e a minha ansiedade não te é oculta. Bate-me excitado o coração, faltam-me as forças, e a luz dos meus olhos, essa mesma já não está contigo. Salmo 38.9-10 SEÇÃO UM QUANDO VOCÊ SE PERGUNTA POR QUE DEUS CRIOU A DOR Passeie por um jardim durante a primavera ou observe a neve cair sobre uma paisagem montanhosa, e, por um instante, você terá a impressão de que tudo parece justo no mundo. A criação reflete a generosidade de Deus assim como uma pintura reflete a generosidade do artista. O mundo está repleto de belezas, convenhamos. Mas, observando mais detidamente este adorável mundo, você começa a ver dor e sofrimento por toda parte. Os animais devoram uns aos outros em um cruel ciclo de sobrevivência, onde prevalece a lei do comer ou ser comido. Todo ser humano passa por profundos sofrimentos pessoais. Alguns se destroem mutuamente. Tudo o que tem vida enfrenta frustrações, acidentes ou doenças - e, por fim, a morte. A "pintura" de Deus lhe parece falha; às vezes, até arruinada. Confesso que cheguei a ver a dor como um grande erro divino, num mundo que, por outro lado, se mostra impressionante. Por quê teria Deus permitido que sua criação ficasse desordenada e a dor passasse a existir no mundo? Se não houvesse injustiças e sofrimentos, seria muito mais fácil para nós respeitarmos a Deus e acreditar nele. Por quê não poderia ter Ele criado todas as belezas deste mundo deixando de fora a dor? Descobri a resposta para essas perguntas em um lugar inusitado. Para minha surpresa, descobri que, na verdade, existe um mundo onde não há dor - entre as paredes de um leprosário. Os leprosos, hoje chamados de hansenianos, não sentem dor física. Porém, é justamente aí que está a tragédia de sua condição. A medida que a doença se alastra, as terminações nervosas que emitem os sinais de dor silenciam. Praticamente toda a deformidade física ocorre porque a vítima da lepra não consegue sentir dor. Certa vez, conheci um portador de lepra que havia perdido todos os dedos do pé direito por insistir em usar sapatos apertados, menores do que os que ele precisava usar. Conheço outro que chegou quase a perder o polegar por causa de uma ferida que se desenvolveu em decorrência da força com que ele segurava o cabo de um esfregão. Muitos pacientes naquele hospital ficaram cegos em virtude de a lepra ter silenciado as células da dor, cuja função era alertá- los no momento em que piscassem. Meus encontros com vítimas da lepra serviram para me mostrar que, em mil e um aspectos, grandes e pequenos, a dor nos é útil a cada dia. Enquanto formos saudáveis, as células da dor nos alertarão sobre quando devemos trocar de sapatos, sobre quando devemos segurar com menos força o cabo de um esfregão ou de um ancinho, ou quando precisamos piscar. Enfim, a dor nos permite levar uma vida livre e ativa. Em um livro escrito anteriormente, Where Is God When It Hurts, descrevo algumas das notáveis características da corrente da dor no corpo humano. Não posso reproduzi- las todas aqui, mas vale a pena mencionar algumas: - Sem os sinais da dor, a maioria dos esportes seria demasiadamente arriscada. - Sem a dor, não haveria sexo, uma vez que o prazer sexual é transmitido principalmente pelas células da dor. - Sem a dor, a arte e a cultura seriam muito limitadas. Musicistas, dançarinos, pintores e escultores, todos dependem da sensibilidade do corpo à dor e à pressão. Um guitarrista, por exemplo, precisa sentir exatamente a posição de seus dedos nas cordas e a pressão exercida sobre elas. - Sem a dor, nossas vidas estariam correndo constantes perigos fatais. Não receberíamos, por exemplo, o aviso da ocorrência de um apêndice supurado, de um enfarto ou de um tumor cerebral. - Em suma, a dor é essencial à preservação da vida normal neste planeta. Não se trata de uma inovação inventada por Deus no último instante da criação só para tornar infeliz a vida das pessoas. Nem se constitui ela num grande erro do Criador. Hoje vejo no incrível rede de milhões de sensores da dor existentes por todo o corpo humano, precisamente adaptados à nossa necessidade de proteção, um exemplo da competência de Deus, e não de sua incompetência. * * * Deus meu, clamo de dia, e não me respondes. Salmo 22.2 SEÇÃO DOIS QUANDO VOCÊ DUVIDA DO PODER DE DEUS. É claro que a dor física é apenas a camada externa daquilo que chamamos de sofrimento. A morte, as doenças, os terremotos, os tornados - tudo suscita duros questionamentos sobre o envolvimento de Deus na terra. Pode ser que, originalmente, Ele tenha criado a dor como um meio de advertência eficaz para nós. Mas ao que dizer do mundo hoje? Será que Deus pode se sentir satisfeito com toda a insensatez dos males da humanidade, com as catástrofes naturais e as fatais doenças infantis? Por quê Ele não atua com toda a sua competência e põe fim a algumas |