Por que determinado conhecimento pertence a um currículo e não a outro?

Por que determinado conhecimento pertence a um currículo e não a outro?

Quais são os objetivos das teorias críticas do currículo?

De acordo com Silva (2002), a teoria crítica do currículo busca compreender o que faz o currículo, objetivando questionar as formas dominantes de conhecimento. Desse modo, ao realizar críticas, considera-se Page 12 96 que o currículo está intimamente interligado a questões de poder, não sendo, portanto, neutro.

Quais as principais características das teorias tradicionais de currículo?

Teorias do currículo

  • Teorias tradicionais: ela tem como objetivo principal preparar para aquisição de habilidades intelectuais através de práticas de memorização.
  • Teorias críticas: argumenta que não existe uma teoria neutra, já que toda teoria está baseada nas relações de poder.

Por que determinado conhecimento pertence a um currículo e não a outro?

Por que estes conhecimentos? Discute-se que determinado conteúdo é importante porque é fundamento para a compreensão daquele que o sucederá no bimestre posterior ou no ano que vem. Alegamos que se o aluno não tiver acesso a determinado conteúdo não conseguirá entender o seguinte.

O que é teoria pós crítica?

No campo do currículo, a expressão teorias pós-críticas é utilizada para se referir às teorias que questionam os pressupostos das teorias críticas, marcadas pelas influências do marxismo, da Escola de Frankfurt e em alguma medida da fenomenologia, discussões em que as conexões entre currículo, poder e ideologia são ...

Em que consiste a teoria tradicional?

A teoria em sentido tradicional, cartesiano, como a que se encontra em vigor em todas as ciências especializadas, organiza a experiência à base da formulação de questões que surgem em conexão com a reprodução da vida dentro da sociedade atual.

Qual é a teoria do currículo?

  • Teorias do currículo. O currículo escolar abrange as experiências de aprendizagens implementadas pelas instituições escolares e que deverão ser vivenciadas pelos estudantes. Nele estão contidos os conteúdos que deverão ser abordados no processo de ensino-aprendizagem e a metodologia utilizada para os diferentes níveis de ensino.

Qual é o conceito do currículo?

  • CURRÍCULO E SUAS DEFINIÇÕES O debate sobre Currículo e sua conceituação é necessário para que saibamos definí-lo e para conhecer quais as teorias que o sustentam na educação. Um Currículo não é um conjunto de conteúdos dispostos em um sumário ou índice.

Qual a origem desse tipo de currículo?

  • Esse tipo de currículo teve origem nos Estados Unidos e tem como base a tendência conservadora, baseada nos princípios de Taylor, esse que igualava o sistema educacional ao modelo organizacional e administrativo das empresas. Teorias críticas: argumenta que não existe uma teoria neutra, já que toda teoria está baseada nas relações de poder.

Quais são os conceitos de uma teoria?

  • Os conceitos de uma teoria dirigem nossa atenção para certas coisas que sem elas não veríamos. Os conceitos de uma teoria organizam e estruturam nossa forma de ver a realidade (SILVA, 2005, p.17). Para Silva (2005, p.17) as teorias do currículo se caracterizam pelos conceitos que enfatizam. São elas:

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(SILVA, 2003).
Mas, como estamos interessados em estudar as teorias curriculares, vamos nos ater ao fato de que 
uma teoria de currículo começaria por supor que existe, segundo Silva (2003, p. 11), “lá fora’, esperando 
para ser descoberta, descrita e explicada, uma coisa chamada ‘currículo’”. Portanto, o currículo seria 
o objeto que precederia a teoria, a qual só entraria em cena para descobri‑lo, descrevê‑lo, explicá‑lo, 
conforme pretendemos.
Não obstante, a questão central que deve servir de pano de fundo para qualquer teoria do currículo 
é a de saber qual conhecimento deve ser ensinado. Ou seja, mais especificamente, temos como questão 
central: o quê?
Como dissemos anteriormente, o currículo é sempre o resultado de uma seleção e, portanto, as 
teorias do currículo, tendo decidido quais conhecimentos devem ser selecionados, buscam justificar 
porque esses conhecimentos e não outros foram e devem ser selecionados. Nas palavras de Silva (2003, 
p. 15):
Nas teorias do currículo, entretanto, a pergunta “o quê?” nunca está 
separada de uma outra pergunta: o que eles ou elas devem ser?”, ou, 
melhor, “o que eles ou elas devem se tornar?”. Afinal, um currículo busca 
precisamente modificar as pessoas que vão “seguir” aquele currículo. [...] 
as teorias do currículo deduzem o tipo de conhecimento considerado 
importante justamente a partir de descrições sobre o tipo de pessoa que 
elas consideram ideal. Qual é o tipo de ser humano desejável para um 
determinado tipo de sociedade? Será a pessoa racional e ilustrada do ideal 
humanista de educação? Será a pessoa otimizadora e competitiva dos atuais 
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modelos neoliberais de educação? Será a pessoa desconfiada e crítica dos 
arranjos sociais existentes preconizada nas teorias educacionais críticas? 
A cada um desses “modelos” de ser humano corresponderá um tipo de 
conhecimento, um tipo de currículo.
Partindo dessa afirmação, podemos perceber que as discussões das teorias do currículo justificam as 
escolhas dos conhecimentos da cultura que serão abordados nas escolas. O que essas teorias irão focar 
em suas discussões depende do tipo de sua argumentação; por exemplo, as teorias tradicionais irão 
argumentar no sentido de reforçar as reafirmações padrões de comportamento e modos de pensar de 
acordo com as necessidades do capitalismo. Assim, tendo esse objetivo maior, essas teorias focam no 
ensino a sua discussão, não realizando críticas à estrutura social existente. Já as teorias críticas focam 
seu olhar para a crítica da estrutura social existente e como determinados conhecimentos escolhidos 
para serem ensinados nas escolas reforçam a estrutura capitalista. Dessa forma, essas teorias discutem, 
com muita propriedade, a questão do poder, já que “selecionar é uma operação de poder” (SANTOS, 
2003, p. 16). Para as teorias pós‑críticas, a formação da identidade e da subjetividade são os aspectos 
mais analisados no currículo.
Dessa forma, discutir o que ensinar não é o suficiente na atualidade, as teorias mais recentes afirmam 
isso; faz‑se necessário também pensar o porquê desse conhecimento por meio de um conjunto de 
reflexões e práticas vivenciadas na escola.
Vamos sintetizar, segundo Santos (2003), as principais diferenças no modo de argumentação e 
raciocínio das teorias de currículo:
• as teorias tradicionais pretendem ser neutras, científicas, desinteressadas das relações sociais 
e econômicas da sociedade mais ampla; por isso, aceitam mais facilmente o status quo, os 
conhecimentos e os saberes dominantes, e acabam por se concentrar em questões técnicas e de 
organização do ensino do currículo que deve ser desenvolvido na escola.
• as teorias críticas e as teorias pós-críticas, ao contrário das anteriores, não aceitam a 
neutralidade, pois toda teoria está implicada em relações de poder. Essas teorias não se 
limitam à pergunta “o que ensinar?”, querem compreender e “denunciar” o “por que esse 
conhecimento e não outro”? Quais interesses estão por trás da escolha de determinados 
conhecimentos no currículo. Enfim, estão preocupadas com as conexões existentes entre 
saber, identidade e poder.
 Lembrete
Status quo significa estado atual. Trata‑se de um termo em latim que 
está relacionado ao estado de fatos, situações e coisas, independentemente 
do momento.
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Escola, currículo E cultura
Para melhor compreensão das teorias curriculares, é importante que você tenha em mente os 
principais conceitos abordados por cada uma delas, pois, como dissemos anteriormente, eles organizam 
e estruturam nosso olhar para a análise da realidade, ou seja, o currículo e a escola.
Quadro 1 - Principais conceitos das Teorias de Currículo apresentados por Silva (2003)
Teorias Tradicionais Teorias Críticas Teorias Pós-Críticas
ensino ideologia identidade, alteridade, diferença
aprendizagem reprodução cultural e social subjetividade
avaliação poder significação e discurso
metodologia classe social saber‑poder
didática capitalismo representação
organização relações sociais de produção cultura
planejamento conscientização gênero, raça, etnia, sexualidade
eficiência emancipação e libertação multiculturalismo
objetivos currículo oculto resistência
Fonte: Silva (2003).
Abordaremos, a partir de agora, cada uma das principais tendências de análise do currículo.
2.1 teorias tradicionais
As Teorias Tradicionais foram as primeiras organizadas sobre o currículo. Elas surgiram nos Estados 
Unidos, na primeira década do século XX, a partir das seguintes condições:
[...] associadas com a institucionalização da educação de massa; a formação 
de uma burocracia estatal encarregada dos negócios ligados à educação; 
o estabelecimento da educação como um objeto próprio de estudo 
científico; a extensão da educação escolarizada em níveis cada vez mais 
altos a segmentos cada vez maiores da população; as preocupações com 
a manutenção de uma identidade nacional, como resultado das sucessivas 
ondas de imigração; o processo de crescente industrialização e urbanização 
(SANTOS, 2003, p. 22).
Essas teorias pretendem ser neutras e, por isso, acabam por reforçar as situações sociais e econômicas 
do jeito que são – os ricos continuarão a ser ricos e ter os melhores empregos, e os pobres, a ser pobres, 
realizando trabalhos braçais e com menores remunerações. É exatamente por querer manter as coisas 
como estão que essas teorias têm como principal foco de análise a identificação dos objetivos da educação 
escolarizada, com vistas a formar o trabalhador especializado ou proporcionar uma educação geral, 
acadêmica, à população. Silva (2003) explica que essas teorias tiveram como principal representante Bobbit, 
que escreveu sobre o currículo em um momento em que diversas forças políticas, econômicas e culturais 
procuravam envolver a educação de massas para assegurar que sua ideologia fosse mantida. Sua proposta 
era de que a escola funcionasse como uma empresa comercial ou industrial. Segundo Silva (2003, p. 23),
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[...] de acordo com Bobbit, o sistema educacional deveria começar por 
estabelecer de forma precisa quais são seus objetivos. Esses objetivos, por 
sua vez, deveriam se basear num exame daquelas habilidades necessárias 
para exercer com eficiência as ocupações profissionais da vida adulta.
Conforme se observa, o modelo curricular de Bobbit estava focado na Teoria da Administração 
Científica, proposta por Frederick W. Taylor, e tinha como palavra‑chave a eficiência. Nesses termos, 
o currículo

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Qual a relação entre currículo e conhecimento?

Considerando que o currículo influencia a formação das pessoas, pode-se afirmar que o mesmo é determinante no desenvolvimento do processo de aprendizagem e produção do conhecimento nas dimensões individual, cultural e social.

Por que dizemos que o currículo e uma questão de conhecimento?

O currículo é sempre resultado de uma seleção: de um universo mais amplo de conhecimentos e saberes seleciona-se aquela parte que vai constituir , precisamente o currículo. As definições de currículo de Lopes (2006) e Silva (2005) são aquelas de Sacristán (apud SEED, 2003, p. 15):

Quais são as três concepções de currículo?

As teorias do currículo, que sugerem variadas concepções sobre ele, estão divididas nas teorias tradicional, crítica e pós-crítica.

O que deve ser considerado para a composição do currículo conforme as teorias curriculares?

O currículo deve ter uma base e uma estrutura coletiva, inclusiva e jamais neutra. Por vez, o currículo deve propiciar ao aluno o acesso ao conjunto de conhecimentos historicamente produzidos, tanto para a vida escolar do educando, quanto para vida social do mesmo.