Pode tomar quantos Red Bull por dia?

Não é de hoje que vemos pessoas que praticam exercícios consumindo bebidas energéticas antes e durante o treino. Mas sabia que esse hábito pode trazer riscos?

Como bebidas energéticas (ou energy drinks) podemos considerar tanto produtos prontos para o consumo como os em pó, que são diluídos em água, que contenham um ou mais destes componentes: cafeína, inositol, glucoronolactona ou taurina —podendo ainda ter a adição de vitaminas e minerais em até 100% da ingestão diária recomendada.

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O ACSM (American College Sports and Medicine (ACSM) divulgou um texto do pesquisador John Higgins —autor da pesquisa "Energy Drinks: A Contemporary Issues Paper", de 2018, publicada na Current Sports Medicine Reports—, alertando que devemos ter atenção ao consumo dessas bebidas —independentemente da prática de exercícios físicos—, já que algumas pessoas podem ser mais sensíveis aos efeitos da cafeína no organismo.

A revisão mostrou que a ingestão excessiva de cafeína pode ter efeitos adversos no sistema cardiovascular, neurológico, gastrointestinal, renal e endócrino, bem como gerar sintomas psiquiátricos. O texto não recomenda o consumo excessivo de energético tanto durante o treino quanto no dia a dia. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) considera seguro o consumo de até 400 mg de cafeína por dia para pessoas saudáveis, sendo que uma lata (250 ml) de energético geralmente tem 80 mg de cafeína —mas não podemos nos esquecer que a substância também está presente no café, no chocolate, em chás e refrigerantes.

De acordo ainda com o estudo, as bebidas energéticas podem estar associadas a uma série de complicações e, especificamente no que diz respeito ao sistema cardiovascular, o consumo pode estar relacionado ao aumento da demanda do coração por meio do aumento do tônus e dos espasmos coronarianos. Esses fatores podem levar a problemas agudos para pacientes cardíacos e pessoas saudáveis. Vale reforçar que jovens, pessoas que não estão acostumadas a consumir cafeína ou são particularmente sensíveis a ela, indivíduos com doenças cardiovasculares ou outras condições subjacentes, grávidas ou lactantes e pessoas que consomem várias doses de bebidas energéticas em um treino correm maior risco de complicações.

Tal como acontece com muitos tópicos, é necessário realizar mais pesquisas sobre os efeitos e a segurança das bebidas energéticas em várias populações. Embora estejamos cientes de muitas das consequências cardiovasculares agudas do consumo das bebidas, ainda temos muito a aprender sobre suas consequências cardiovasculares crônicas.

As principais recomendações do ACSM se concentram em:

- Proteja crianças do risco Crianças e adolescentes parecem estar em risco particularmente alto de complicações de bebidas energéticas, devido ao seu pequeno tamanho corporal, sendo relativamente ingênuos em consumir cafeína e ter padrões de consumo potencialmente pesados.

- Não use bebidas energéticas antes/durante/após exercícios extenuantes Independentemente do nível de saúde e condicionamento físico —e até que haja dados adequados de segurança e eficácia—, as bebidas energéticas devem ser evitadas antes, durante ou após atividades extenuantes. Algumas das mortes que supostamente foram relacionadas ao consumo de bebidas energéticas ocorreram quando uma pessoa ingeriu esses produtos antes e/ou depois de realizar atividades extenuantes.

- É necessário investimento em recursos educacionais e de conscientização, destacando os possíveis efeitos adversos e o uso seguro de bebidas energéticas. Esforços significativos devem ser feitos para educar os consumidores sobre as diferenças claras e atuais entre refrigerante, café, bebidas esportivas e bebidas energéticas. A educação sobre bebidas energéticas também deve ser uma prioridade nos currículos escolares relacionados à nutrição, saúde e bem-estar.

Veja outras alertas e recomendações que o ACSM faz sobre bebidas energéticas:

• Elas não devem ser consumidas por crianças ou adolescentes;
• Não devem ser ingeridas por outras populações vulneráveis, incluindo mulheres grávidas ou lactantes, pessoas que nunca tomaram cafeína ou sensíveis ou pessoas com condições cardiovasculares ou médicas;
• Não devem ser usadas para hidratação ou reidratação esportiva;
• Não devem ser misturadas com álcool;
• Deveriam ter no rótulo dizeres como "Alta fonte de cafeína" ou "Não misture com álcool".

LifeStyle 24 de novembro 2016 às 12:35

As conclusões de Erwin Johnson, divulgadas no site britânico Independent, são surpreendentes

Temas

• Red Bull
• Saúde
• corpo humano

Um investigador decidiu observar os efeitos do consumo de uma lata de Red Bull no corpo humano, ao longo de 24 horas.

As conclusões de Erwin Johnson, divulgadas no site britânico Independent, são surpreendentes:

Nos primeiros 10 minutos: a cafeína entra na corrente sanguínea e o seu ritmo cardíaco começa a aumentar;

Entre os primeiros 15 e 54 minutos: os níveis de cafeína atingem o pico máximo e sente-se mais alerta;

Entre os primeiros 30 e 50 minutos: depois de a cafeína ser totalmente absorvida, o seu fígado absorve mais açúcar, que segue para a corrente sanguínea;

Passada uma hora: existe uma ‘quebra’ abrupta nos níveis de açúcar e cafeína. A sua energia começa a diminuir e começa a sentir-se cansado;

Passadas 5 a 6 horas: o seu organismo reduziu para metade os níveis de cafeína na corrente sanguínea. No entanto, para as mulheres que tomam a pílula contracetiva, é necessário o dobro do tempo;

Passadas 12 horas: a cafeína é totalmente removida da corrente sanguínea – este dado pode variar consoante a idade da pessoa e a quantidade de atividade física que pratica;

Passados 7 a 12 dias: este é o tempo que, normalmente, o organismo demora a habituar-se a ‘lidar’ com a cafeína regularmente. A parti daqui, não sentirá tanto os efeitos.

Para ler o artigo do Independent, clique aqui.

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