O que o leite em pó pode causar?

Para fabricá-lo é preciso retirar a maior parte da água que compõe o leite (de vaca, cabra ou soja). Mas, antes disso, define-se a quantidade de gordura que o produto terá. Se o objetivo é fazer o desnatado, por exemplo, remove-se toda a substância. Depois, é a vez da pasteurização, processo em que o leite é aquecido e resfriado rapidamente para eliminar as bactérias que podem causar doenças.

Após essas etapas, inicia-se a transformação em pó. Em um equipamento a vácuo (em que a pressão no interior é menor do que a da atmosfera), a água do leite evapora a uma temperatura inferior a 100°C. Isso permite que as características - como sabor e nutrientes - sejam preservadas. Essa fase é chamada de concentração a vácuo.

Em seguida, o leite concentrado vai para outra máquina. No mesmo momento em que ele é borrifado nela (como jatos de spray), entra em contato com ar muito quente (entre 160°C e 200°C) e seca imediatamente, tornando-se pó. Então, o produto é recolhido e embalado.

Cada litro de leite rende aproximadamente 130 gramas de pó. Durante a fabricação, também é possível acrescentar ferro, zinco, vitaminas, entre outras substâncias, para torná-lo mais nutritivo.

COMO SURGIU?

Não se sabe ao certo quando o leite em pó foi inventado. Entretanto, relatos do italiano Marco Polo - que viajou muitos anos pelo Oriente no século 13 - indicam que os mongóis já secavam o líquido sob o sol forte para transformá-lo em pasta. O médico russo Osip Krichevsky foi um dos primeiros a fazer o produto para comercializá-lo, em 1802. Nos anos seguintes, muita gente aperfeiçoou a criação, que chegou ao Brasil na década de 1920.

Saiba mais

Há pessoas que não passam bem ao ingerir lactose (açúcar presente no leite). Isso acontece quando a lactase, enzima do organismo responsável por digerir a substância, tem eficiência. Quem possui o problema fica mal ao tomar a bebida, sofre com diarreia e dores no abdômen.

Existem leites em pó sem lactose para quem não pode ingeri-la. Outras opções são o leite de soja e o de arroz. Mas é preciso ficar atento ao rótulo dos produtos, pois a substância também está presente em sorvetes, biscoitos, pães, entre outros alimentos.

No leite em pó, a quantidade de nutrientes e calorias (energia de cada alimento) está concentrada. Por isso, comê-lo com frequência sem dissolvê-lo na água não faz parte de uma alimentação saudável. Além disso, pode causar problemas no aparelho digestivo e favorecer o excesso de peso.

Faz bem para a Saúde

Tanto o leite em pó quanto o líquido têm a mesma quantidade de substâncias que fazem bem ao organismo. A diferença é o processo de produção. Se adicionarmos a quantidade de água indicada pelo fabricante ao alimento em pó, vamos obter a mesma bebida.

Tomar leite é importante porque ele possui carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais que ajudam o corpo a funcionar direito. O cálcio é um dos principais nutrientes; permite que ossos e dentes fiquem fortes e que a gente cresça corretamente. Também previne doenças, como a osteoporose (que deixa os ossos fraquinhos). Por isso, é indicado beber três copos de 200 ml por dia (podem ser substituídos por derivados, como queijo e iogurte).

Entretanto, não é bacana consumi-lo em excesso. Quando isso acontece, pode provocar mal-estar, vômito, dores na barriga, aumento na produção de pum, entre outras alterações no aparelho digestivo.

Na casa de Ruan Silva Rodrigues de Oliveira, 10 anos, de São Caetano, sempre tem leite em pó. No entanto, o menino nem imagina como o produto é feito. "Minha mãe fala que é importante tomar leite, mas não pode exagerar. Também precisa beber e comer outras coisas", afirma Ruan, que gosta de consumir a bebida com achocolatado todos os dias.

Consultoria de Cynthia Kunigk, professora do curso de Engenharia de Alimentos do Instituto Mauá de Tecnologia, e da nutricionista Társia Tórmena, da Unifesp.

O que o leite em pó pode causar?

A cada dia surgem mais questionamentos sobre o real efeito que alguns alimentos podem provocar no nosso organismo. No entanto, é muito importante considerar que um único alimento não deve ser considerado vilão ou mocinho, mas o conjunto de uma alimentação e estilo de vida e como o seu organismo está preparado para receber esses alimentos, que irão desencadear desfechos positivos ou negativos.

O leite é um dos alimentos que pode ser inflamatório, para algumas pessoas, ele pode ser inflamatório para pessoas com disbiose e que começam a desenvolver uma sensibilidade a caseína, proteína presente no leite que muitas vezes pode causar sensibilidade e inflamação. A inflamação sistêmica de baixo grau é considerada um fator etiológico para o desenvolvimento e progressão de vários distúrbios multifatoriais, dentre eles a aterosclerose, síndrome metabólica, diabetes mellitus do tipo 2 e outras doenças cardiovasculares. Concentrações plasmáticas elevadas de proteína C reativa (PCR) e das citocinas pró-inflamatórias como TNF-a e IL-6 foram associadas a um risco aumentado de doença cardiovascular.

As diretrizes alimentares recomendam a ingestão diária de leite e outros alimentos lácteos para atender às necessidades nutricionais de minerais como cálcio por exemplo, que auxilia na manutenção de tecidos ósseos e no processo de contração muscular. Padrões alimentares ricos em frutas e vegetais, grãos inteiros, peixes, fibras, ácidos graxos ômega-3, vitamina C, vitamina E e carotenóides, podem promover proteção contra a inflamação sistêmica de baixo grau. Em contraste, dietas ricas em ácidos graxos trans, carnes vermelhas e processadas, doces, refrigerantes, salgadinhos fritos ou grãos refinados, mostraram promover um estado pró-inflamatório.

Considerando que a composição da dieta pode modificar os processos pró e anti-inflamatórios do organismo por meio de muitos mecanismos diferentes, estudos transversais atuais sugerem que o consumo de alimentos lácteos, especialmente os fermentados com menor teor de lactose, está inversamente associado à inflamação sistêmica de baixo grau.

Alguns indivíduos possuem alergia às proteínas presentes no leite de vaca, e nesses casos, a ingestão desses componentes desencadeiam uma resposta alérgica e processo inflamatório exacerbado, além de sintomas muito desagradáveis como diarreia, náusea, constipação, dor abdominal e cefaleia. Os pacientes que possuem alergia devem evitar o consumo de leite e seus derivados. Outra questão do leite é a lactose, açúcar do leite que precisa de enzimas para ser digerida, e muitas pessoas têm uma redução ou não tem a produção dessa enzima. Ter um intestino permeável e com alteração na composição das bactérias pode resultar a uma sensibilidade ao leite, mas isso não é para todo mundo, é preciso de um acompanhamento nutricional para saber se o leite pode fazer mal para você! As melhores opções desse grupo para quem tem intolerância à lactose são queijos mais curados e iogurte natural por apresentarem menor carga desse açúcar.

Qualquer restrição ou exclusão alimentar só deve ser feita para casos específicos e sob recomendação de um nutricionista ou médico.

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O que o leite em pó pode causar?

Referências:

Scholz-Ahrens, K. E., Ahrens, F., & Barth, C. A. (2019). Nutritional and health attributes of milk and milk imitations. European Journal of Nutrition. doi:10.1007/s00394-019-01936-3

Bordoni, A., Danesi, F., Dardevet, D., Dupont, D., Fernandez, A. S., Gille, D., … Vergères, G. (2015). Dairy products and inflammation: A review of the clinical evidence. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 57(12), 2497–2525. doi:10.1080/10408398.2014.967385

É saudável consumir leite em pó?

Segundo a nutricionista Paula Maia, da Sociedade Brasileira de Diabetes, o produto é sim uma boa opção alimentar pois, mesmo depois da retirada da água, os teores de proteína e de gordura são mantidos. “Eles não alteram os valores nutricionais.

O que acontece se comer muito leite em pó?

No leite em pó, a quantidade de nutrientes e calorias (energia de cada alimento) está concentrada. Por isso, comê-lo com frequência sem dissolvê-lo na água não faz parte de uma alimentação saudável. Além disso, pode causar problemas no aparelho digestivo e favorecer o excesso de peso.

Qual o mal que o leite pode causar?

Aumento do risco de câncer, de diabetes, de fraturas, de esclerose múltipla e de problemas cardiovasculares são apenas exemplos dos malefícios atribuídos a ele.

O que é mais saudável leite em pó ou de caixinha?

O leite pasteurizado, geralmente vendido em saquinhos (como antigamente) ou em garrafas, é o mais indicado. Ele passa por um processo de alta temperatura que mata micro-organismos prejudiciais à saúde, mas mantém as bactérias que fazem bem à digestão, como os lactobacilos.