O Egito apresenta na idade antiga fatos importantes que propiciaram a fixação do homem que foram

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Revolução urbana é um termo usado pela arqueologia, história e antropologia do mundo antigo para designar o surgimento das primeiras cidades, em especial na região do Crescente Fértil, no Oriente Médio, a partir do Quinto milénio a.C. O termo foi cunhado pelo antropólogo Vere Gordon Childe na década de 1930 e se popularizou como o pré-requisito necessário para o surgimento da civilização humana.

Embora a arqueologia tenha confirmado o surgimento das primeiras cidades na região do Crescente Fértil, como Ur, Uruque e o recentemente escavado sítio de Telel Hamucar, a revolução urbana também se deu em outras regiões e períodos e não necessariamente da mesma forma, como é o caso do vale do rio Indo, com cidades antigas como Moenjodaro, e na Mesoamérica.

Pré-requisitos da revolução urbana[editar | editar código-fonte]

Segundo Gordon Childe, seriam necessárias dez características de uma concentração populacional para que se configurasse a revolução urbana:

  1. Grande população e grande ocupação de um determinado território (cidades)
  2. Especialização integral e divisão avançada do trabalho
  3. Produção de um excedente agrícola que sustente o governo e uma sociedade dividida em funções
  4. Edifícios públicos monumentais
  5. Uma elite governante, em especial os sacerdotes
  6. Escrita
  7. Ciências exatas (aritmética, geometria, astronomia) e um calendário
  8. Estilos artísticos sofisticados.
  9. Comércio regular de longa distância.
  10. O Estado.

As Primeiras Cidades[editar | editar código-fonte]

O Egito apresenta na idade antiga fatos importantes que propiciaram a fixação do homem que foram

Por volta de 6 000 a.C., alguns grupos humanos descobriram a técnica de produção de cerâmica pelo aquecimento da argila. Na mesma época aprenderam a converter fibras naturais em fios e estes em tecidos. Aos poucos começaram a trabalhar com metais para produzir instrumentos. Os indivíduos que trabalhavam com cerâmica, metais e tecelagem tornaram-se artesãos. Eram os primeiros sinais de mais uma divisão social do trabalho (antes apenas entre homens e mulheres). A diversidade na produção, a especialização do trabalho e as novas funções na sociedade contribuíram para que algumas comunidades de agricultores se transformassem em vilas e cidades, constituindo o que alguns historiadores chamaram de Revolução Urbana.

A sedentarização, causada pela agricultura, provocou verdadeira revolução no modo de vida da humanidade. Um dos acontecimentos mais importantes relacionados a isso foi o desenvolvimento das vilas e cidades.

Em geral, as vilas desenvolveram-se em regiões onde os solos eram férteis e propícios à agricultura. Elas tinham inúmeras funções. Na América, por exemplo, estavam associadas a cultos religiosos, mas podiam também servir de abrigo para artesãos e de espaço de troca de produtos. Dessa forma, o surgimento das vilas e cidades facilitou a prática do comércio e o desenvolvimento de novas técnicas, como a olaria (fabricação de peças de barro) e da metalúrgica (fabricação de peças de metais).

Assim, percebe-se que o processo de consolidação das vilas está associado ao aumento da organização social. Em outras palavras, está relacionado com a prática da religião e do comércio, com o aumento da população e com a diversificação das atividades produtivas.

Çatalhüyük[editar | editar código-fonte]

Uma das mais antigas cidades do mundo é Çatal Huyuk. Ela foi descoberta em escavações no centro sul da Turquia, no Oriente Médio. As casas dessa cidade eram feitas de tijolos e construídas uma ao lado da outra, sem espaço de circulação entre elas. O acesso às casas era feito por aberturas nos telhados, e os habitantes circulavam de um lugar a outro caminhando sobre as casas.

As escavações realizadas em Çatal Huyuk podem mostrar muito da vida dos grupos humanos que habitaram essa região entre 12 mil e 7 mil anos atrás. A economia da cidade, cuja população era cerca de 5 mil habitantes, baseava-se na agricultura, além de ter importante comércio de pedra vítrea de vulcão (obsidiana).

A descoberta da cerâmica também foi um grande marco neste momento e o domínio do fogo.

Comércio[editar | editar código-fonte]

O aumento da produção criou excedentes e permitiu as trocas de produtos, que dão origem ao comércio. Privativamente a atividade do comércio se faz de comunidade para comunidade em meio de seus chefes. Pouco a pouco, porém, forma-se um grupo de indivíduos especializados em vender e comprar mercadorias. O comércio, por sua vez, aproxima vendedores e compradores, favorecendo o desenvolvimento das cidades.

Rios e Vales[editar | editar código-fonte]

O Egito apresenta na idade antiga fatos importantes que propiciaram a fixação do homem que foram

Desde o início da Pré História, o homem tem procurado os rios para se orientar no espaço e obter água. Foi ao longo dos rios que floresceram, no começo da História, as civilizações agrícolas, as primeiras a submeterem o espaço terrestre e a natureza a seus desígnios. E foi junto aos grandes rios da Antiguidade que se desenvolveram as civilizações que deram um novo rumo à História da humanidade, por vezes chamadas de Civilizações Fluviais, por que foram os rios o fator decisivo para o desenvolvimento agrícola.

As grandes civilizações fluviais, que eram economicamente dependentes das culturas irrigadas e contavam com uma população numerosa e em grande parte urbanizada, floresceram nas planícies aluviais formadas pelas enchentes de um dos dois grandes rios. Assim, os berços das civilizações chinesa, indiana, sumério-babilônica e egípcia foram, respectivamente, os rios Amarelo e Azul, Indo e Ganges, Tigre e Eufrates e Nilo

A primeiras plantações agrícolas se deram, portanto, nos vales, as regiões férteis que margeiam os rios. Cidades como Çatal Huyuk, Dura Europo, Ur, Uruk e muitas outras das primeiras sociedades sedentárias se formaram ao longo de rios, devido à necessidade da fertilidade do solo para as práticas agrícolas.

Relações Sociais[editar | editar código-fonte]

Com o desenvolvimento maior da agricultura e da produção, surgiram mudanças não só nos instrumentos de trabalhos e na formação de cidades, mas também nas relações sociais entre os homens. No início, a produção agrícola era um empreendimento familiar: pai, mãe, filhos e filhas de diversas idades, cada qual passou a trabalhar a terra com determinados deveres fixados por tradição.

O investimento de muito trabalho no cultivo da terra, porém, levou ao desejo de posse da terra e à criação do direito de herança. Em alguns casos, o primogênito herdava a terra e os mais jovens, sem possuírem terras próprias, passavam a servi-lo; ou, então, a servir a outros donos de terras. Em outras sociedades, a distribuição de terras podia ser igualitária entre os irmãos, o que eventualmente diminuía a porção herdada por cada um e poderia gerar conflitos.

Com o tempo, as sociedades dos agricultores e criadores de gado passaram a se organizar em tribos maiores. As tribos eram constituídas por um conjunto de famílias que viviam na mesma região e que provinham de um tronco comum. As famílias eram chamadas de clãs, e sua unidade e coesão provinha principalmente do culto aos ancestrais comuns.

O uso de instrumentos de metal provocou um grande salto na produção agrícola. Os novos instrumentos permitiram produzir mais e melhor em menos tempo. Com isso as comunidades primitivas começaram a produzir mais do que necessitavam. Essa produção a mais chama-se excedente. Esse excedente agrícola permitiu, em última instância, o desenvolvimento das cidades, pois permitiu que um grupo de pessoas pudesse se dedicar a outras atividades que não a produção agrícola. O excedente passaria a alimentar artesãos, dedicados a outros serviços dentro da comunidade, e a sacerdotes e administradores urbanos.

Crescente Fértil[editar | editar código-fonte]

O Egito apresenta na idade antiga fatos importantes que propiciaram a fixação do homem que foram

Mapa mostrando a área do Crescente Fértil

Çatal Huyuk foi construída numa região habitualmente chamada de Crescente Fértil. Essa região englobava a Mesopotâmia, uma faixa de terra junto ao mar Mediterrâneo e nordeste da áfrica. A região recebeu este nome pelo fato de seu traçado ser semelhante à Lua na fase quarto crescente, e também pela presença de grandes rios, cujos vales apresentavam solos férteis propícios para a prática da agricultura.

As condições locais favoreceram o aparecimento de inúmeras sociedades. As terras férteis propiciaram a fixação de povos nômades e impulsionaram a agricultura baseada na irrigação, principalmente na região do Egito e da Mesopotâmia.

Dentre as cidades mais antigas do mundo, frutos do desenvolvimento agrícola, destacam-se as localizadas na Mesopotâmia, construídas pela etnia dos caldeus cerca de 5 a 6 mil anos atrás. As cidades mais famosas foram Ur e Urak. Entre 1920 e 1940, escavações arqueológicas demonstraram a enorme riqueza das sociedades que ali viveram. Por volta de 2500 a.C., estima-se que Ur tivesse 40 mil habitantes, uma verdadeira megalópole para a época. Em suas escavações, os arqueólogos descobriram tesouros dos governantes de Ur e as evidências da pujança do comércio a longa distância e do sistema de registro comercial baseado na escrita cuneiforme.

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Revolução neolítica
  • Evolução Humana

Referências[editar | editar código-fonte]

  • Childe, Vere Gordon. A evolução cultural do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

Quais foram os principais fatores que favoreceram a fixação do homem no Egito?

O Egito apresenta na idade antiga fatores importantes que propiciaram a fixação do homem que foram: Água do rio Nilo e os Solos férteis. Criação de animais e chuvas periódicas. Presença de muita chuva e animais de grande porte.

Quais são os fatores mais comuns para o desenvolvimento das antigas civilizações como a do Egito Antigo?

A domesticação de animais, a invenção dos primeiros arados, a construção de canais de irrigação eram exemplos de que a agricultura viria a ocupar um novo lugar no cotidiano do homem. Mais do que isso, todo esse conhecimento foi responsável pela formação de amplas comunidades.

Como eram as condições de vida da maior parte da população do Egito Antigo?

A maior parte da população egípcia morava em pequenas cabanas feitas de junco, madeira e barro. As casas eram construídas nos locais mais elevados, para não serem atingidas pelas inundações. Essas casas, além de fornecer abrigo nas noites frias, protegiam das tempestades de areia.

Por que o Egito Antigo e conhecido como a civilização do aluvião?

O Egito Antigo é conhecido assim por conta das aliviações do rio Nilo. A civilização egípcia destacou-se pelo desenvolvimento da agricultura através de técnicas de aproveitamento das cheias do rio Nilo (aluvião) e, consequentemente, garantiu o sustento de um grande número de pessoas.