Em que região a diferença entre o rendimento médio mensal de homens e mulheres é menor?

Em que região a diferença entre o rendimento médio mensal de homens e mulheres é menor?
Estudo do Dieese dá visibilidade às desigualdades entre homens e mulheres, no trabalho e na sociedadeDivulgação

Mesmo estudando mais, as mulheres brasileiras, maioria da população do país (51,7%), segundo o IBGE, lideram as taxas de desemprego, ganham menos e passam mais tempo ocupadas com tarefas domésticas do que os homens.

No quarto trimestre de 2019, o rendimento mensal médio das mulheres foi 22% menor do que o dos homens em todo o Brasil. Na média nacional geral, elas ganharam R$ 1.958,00 por mês contra R$ 2.495,00 dos homens.

Entre as mulheres que têm ensino superior, a diferença foi ainda maior, -38% do que os homens. E não importa se ocupam os mesmos cargos, elas continuam ganhando menos. A cada 10 diretores e gerentes, quatro eram mulheres no 4º trimestre de 2019, com rendimento médio 29% menor. 

Os dados são do estudo “A inserção das mulheres no mercado de trabalho” feito pelo Dieese, divulgado na terça-feira (3). 

De acordo com o Dieese, as altas taxas de desemprego que vêm sendo registradas no Brasil desde o golpe de 2016 que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, também atingem mais as mulheres (13,1%) do que os homens (10,2%).

O drama é maior ainda entre as que são responsáveis pelo domicílio – criam os filhos, pagam as contas e fazem todas as tarefas do lar. Neste grupo, 9,2% das chefes do lar estavam desempregadas no 4º trimestre de 2019, contra 5,1% dos homens.

Para Juneia Batista, Secretária Nacional de Mulheres da CUT, o dado sobre a baixa renda das chefes de família ajudam a entender o crescimento da pobreza no país nos últimos anos.

"Considerando que 40% das famílias são chefiadas  por mulheres no Brasil, remunerações menores do que a dos homens implicam diretamente nos níveis de pobreza das famílias". 

O salário mais baixo se reflete no valor das aposentadorias. As mulheres receberam no período analisado benefício 17% menor do que os dos homens.

Falta de creche tira mulher do mercado de trabalho

A pesquisa do Dieese também constatou que a falta de creche é um grande problema para as mães que precisam trabalhar. Das mulheres com filhos em creches, 67% tinham trabalho remunerado. 

Já entre as que não conseguiram matricular os filhos em creches, somente 41% estavam trabalhando no 4º trimestre do ano passado.

A desigualdade nas Regiões do Brasil

A desigualdade no mercado de trabalho em relação aos homens é maior ainda em algumas Regiões do País,  mostra o estudo do Dieese.

As maiores diferenças foram registradas no Mato Grosso do Sul, Região Centro-Oeste, onde as mulheres ganhavam menos 30% do que os homens. Em segundo lugar, está a Região Sul: no Paraná e no Rio Grande do Sul, as mulheres ganhavam 28% a menos do que os homens, em Santa Catarina a diferença é de -26%. 

Já na Região Nordeste, os campeões de desigualdade são a Bahia, onde as mulheres ganhavam menos 21% do que os homens e Rio Grande do Norte, -15%.

Na Região Sudeste, Minas Gerais lidera o ranking da desigualdade no mercado de trabalho. As mineiras ganhavam 28% a menos do que os homens. Em segundo está o Espírito Santo, com -27%. 

O Estado onde foi registrada a menor diferença salarial entre homens e mulheres é o Amazonas, com -5%. Mas foi na Região Norte que o Dieese registrou diferença de -20% em Rondônia e também os menores salários pagos no país tanto para homens quanto para mulheres. 

De acordo com a Secretária Nacional de Mulheres da CUT, o estudo dá visibilidade as desigualdades entre homens e mulheres, no trabalho e na sociedade.

Nesse sentido, diz Juneia, o grande desafio para o movimento sindical é  incluir na agenda das centrais a busca por igualdade no mercado de trabalho.

"Romper com as desigualdades é tarefa urgente, pois estas se refletem no mundo do trabalho e se espalham na sociedade como um todo, exemplo disso é o assédio nos locais de trabalho e a violência doméstica", ressalta Juneia.

(Atualizada às 10h21) A grande desigualdade salarial entre homens e mulheres persiste no mercado de trabalho do país, embora tenha se estreitado ao longo de 2018, mostram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira, Dia Internacional da Mulher.

Conforme o estudo do IBGE, as mulheres receberam salário médio de R$ 2.050 por mês no ano passado, o correspondente a 79,5% do rendimento do trabalho dos homens (R$ 2.579). Essa distância era mais desfavorável no ano anterior, quando estava em 78,3%. Em 2016, a proporção estava em 80,8%.

O rendimento mensal das mulheres era menor porque elas recebiam menos por hora trabalhada e também porque trabalhavam menos horas por semana — neste caso, refletindo a dupla jornada feminina, ou seja, do fato delas trabalharem e também terem, muitas vezes, que dedicar-se ao cuidado de filhos e da casa.

Conforme o levantamento, as mulheres recebiam R$ 13 por hora trabalhada em 2018, o correspondente a 91,5% do recebido por homens (R$ 14,20). Essa diferença era ainda maior em 2017, quando elas recebiam o correspondente a 88,7% do salário masculino por hora.

Além de um salário-hora menor, as mulheres trabalhavam, em média, 4,8 horas a menos do que os homens durante o período de uma semana. O homem trabalhava 42,7 horas semanais, enquanto a mulher, 37,8 horas por semanas. Essa diferença chegou a ser de 6 horas em 2012 e vem se estreitando.

A disparidade existe apesar de as mulheres terem maior nível de instrução. Em 2018, 22,8% das mulheres que trabalhavam tinham ensino superior, ante 18,4% dos homens. Mulheres sem instrução e fundamental incompleto tinham a menor renda média da pesquisa, identificada em R$ 880.

Segundo a pesquisadora Adriana Beringuy, do IBGE, a redução da desigualdade salarial entre homens e mulheres passa por políticas públicas como aumento da oferta de creches e escolas em tempo integral, de forma a dar apoio às mulheres não se afastarem do mercado de trabalho.

“Existem coisas fora do mercado de trabalho que afetam o desempenho profissional da mulher, como afazeres doméstico e cuidado de pessoas. A mulher entra e sai mais do mercado do que os homens, seja por conta de afastamento por gravidez ou porque precisam cuidar de idosos”, exemplifica ela.

Durante a campanha eleitoral de 2018, o então candidato Jair Bolsonaro (PSL) foi acusado de defender que mulheres ganhem menos do que homens porque engravidam e têm direito à licença-maternidade. A afirmação foi feita numa entrevista à apresentadora Luciana Gimenez, na RedeTV!, em 2016. “Eu não empregaria com o mesmo salário. Mas tem muita mulher que é competente… Que é muito mais competente do que homem e que ganha mais do que homem também", disse Bolsonaro durante o programa.

Militar

O salário médio das mulheres supera a dos homens no ambiente militar, mas está 20% abaixo da renda dos homens dentro das universidades, mostra um levantamento inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira em que se comemora Dia Internacional da Mulher.

Dos dez grupamentos ocupacionais acompanhados pelo IBGE, as mulheres têm rendimento médio maior do que os homens somente no chamado “membros das Forças Armadas, policiais e bombeiros militares”. Elas recebiam R$ 5.338 mensais em 2018, acima dos R$ 5.301 mensais dos homens naquele ano.

Segundo a pesquisadora Adriana Beringuy, do IBGE, isso é explicado pelo fato de as mulheres geralmente ingressarem no setor militar como oficiais. “As mulheres entram já com nível superior. Você vê poucas como cabo, soldado. Elas estão mais presentes como oficiais, principalmente médicas”, disse.

Se a renda média delas é maior, o salário é para poucas. As mulheres representam apenas 13,2% do total de pessoas ocupadas nas forças armadas, polícias militares e bombeiros, segundo o levantamento do IBGE.

O resultado foi uma exceção dentro da pesquisa do instituto. As mulheres em cargos de diretoria e gerência, por exemplo, tinham rendimento médio de R$ 4.435, 71,3% do recebido pelos homens (R$ 6.216). No grupamento de profissionais das ciências e intelectuais, essa razão baixava para 64,8%.

Entre os professores de universidades e do ensino superior, o rendimento das mulheres equivalia a 82,6% do recebido pelos homens. Essa diferença era curiosamente menor entre professores do ensino fundamental — as mulheres recebiam 90,5% do rendimento dos homens.

“No ensino fundamental, existe o piso do salário, o que aproxima a remuneração de homens e mulheres. Além disso, existem mais mulheres inseridas no ensino fundamental como diretoras, inspetoras”, disse Beringuy.

Em qual região a diferença entre o rendimento médio mensal de homens e mulheres?

O rendimento médio mensal real de todos os trabalhos dos homens (R$ 2.555) é cerca de 28,7% mais alto que o das mulheres (R$ 1.985) na média brasileira. No Norte e no Nordeste, as diferenças de rendimento entre os sexos são bem menores: R$ 1.736 contra R$ 1.608 no primeiro e 1.683 contra R$ 1.456 no segundo.

Qual região apresenta o menor rendimento médio mensal de mulheres?

Entre as regiões, o Nordeste segue com menor rendimento médio mensal domiciliar per capita (R$ 843).

Em qual região a diferença entre o rendimento mensal de homens e mulheres é menor em qual é essa diferença é maior?

A desigualdade nas Regiões do Brasil As maiores diferenças foram registradas no Mato Grosso do Sul, Região Centro-Oeste, onde as mulheres ganhavam menos 30% do que os homens.

Em qual região do país os trabalhadores tem a maior média de renda mensal é a menor?

Quanto à renda dos trabalhadores, a média brasileira foi 66% maior que a do Piauí, com um valor médio de R$ 2.476. O maior valor foi registrado no Distrito Federal, onde os trabalhadores têm renda média mensal de R$ 4.188 em 2021.