O autor utiliza a descrição de sons durante a narrativa. qual a importância desses sons na narrativa

Todos nós em algum momento já usufruímos da onomatopeia, figura de linguagem que tenta reproduzir os sons existentes na natureza. Claro que alguns sons serão bem parecidos, como o barulho do relógio, da campainha; outros nem tanto, como crash, que tenta reproduzir o som de uma batida.

A onomatopeia é um recurso muito importante para a escrita. É amplamente utilizada pelas histórias em quadrinhos e poemas. Entretanto, não podemos esquecer sua importância para a linguagem oral. A seguir, serão usados alguns exemplos de onomatopeia. Acompanhe:

Os apaixonados amam escutar o tum-tum do coração do ser amado, mas não suportam ouvir o tic-tac indicando que o tempo está passando, e não se ouve nem  o triiimm do telefone, nem o blin blong da campainha. Nesta hora, as lágrimas são inevitáveis e o buááá é ouvido de longe. Entretanto, basta um biii biii, que o coração já faz  hahaha.. E o final da cena, todos conhecem, um beijo apaixonado chuac.

Perceberam como esse recurso é interessante? Ele traz mais “brilho” ao texto, deixa-o mais interessante e até mais poético. Por ser usada para dar maior expressividade ao texto, a onomatopeia é objeto de estudo da estilística. No entanto, também é responsável por contribuir para a ampliação do léxico (vocabulário) da língua, já que é um exemplo de processo de formação de palavras, por isso é estudada também pela morfologia.

Veja mais alguns exemplos de onomatopeia.

O autor utiliza a descrição de sons durante a narrativa. qual a importância desses sons na narrativa

A  onomatopeia que reproduz o som da bomba

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O barulho do avião jamais poderia ser reproduzido para a escrita, se não fosse a onomatopeia

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Como contar uma história sem reproduzir os sons? Por isso, a onomatopeia é tão importante para a escrita

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Alguns sons não são reproduzidos com tanta fidelidade. É o caso, por exemplo, da onomatopeia crash

O autor utiliza a descrição de sons durante a narrativa. qual a importância desses sons na narrativa

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Outra pergunta: Português

O autor utiliza a descrição de sons durante a narrativa. qual a importância desses sons na narrativa

Português, 15.08.2019 01:07

Boa noite, alguém poderia fazer uma redação com o tema: brasil, um país dos jovens, que aborda a diferença entre os jovens de hoje em dia com os de por favor​

Respostas: 3

O autor utiliza a descrição de sons durante a narrativa. qual a importância desses sons na narrativa

Português, 15.08.2019 01:07

Qual a relação das classes sociais no livro quincas borba entre minas gerais e rio de janeiro?

Respostas: 2

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Português, 15.08.2019 05:31

Passe para o discurso indireto a) ela insistiu: me da esse papel ai? ​

Respostas: 2

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Português, 15.08.2019 04:58

Segundo o texto,o que é um "cameleão daltônico"​

Respostas: 1

Perguntas

O autor utiliza a descrição de sons durante a narrativa. qual a importância desses sons na narrativa

Matemática, 29.04.2021 21:10

O autor utiliza a descrição de sons durante a narrativa. qual a importância desses sons na narrativa

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O Homem Nu

Fernando Sabino


Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:

— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.

Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.

Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares...  Desta vez, era o homem da televisão!

Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:

— Maria, por favor! Sou eu!

Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.

Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.

— Ah, isso é que não!  — fez o homem nu, sobressaltado.

E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!

— Isso é que não — repetiu, furioso.

Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar.  Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.  Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?  [continua...]

INTERPRETAÇÃO DA CRÔNICA

1. O narrador desta crônica está em primeira ou terceira pessoa?

2. Quais os tempos verbais predominantes nesta crônica? 

3. Qual é o nome do homem nu? 

4. Por que o casal não poderia abrir a porta do apartamento? 

5. Qual efeito cômico o autor explora nesta situação corriqueira? 

6. Com que objetivo o homem saiu do apartamento? 

7. Por que ele não conseguiu entrar em casa novamente? 

8. Por que sua mulher não abriu a porta para ele? 

9. Por que ele se refugiou no elevador?

10. Repare na importância dos sons na narrativa. O estrondo da porta que bate, o ruído do chuveiro do banho da mulher... Selecione mais dois trechos em que o som se torna importante para a história e anote-os.

11. Pesquise o que poderia significar a expressão "pesadelo de Kafka"? 

12. Em alguns momentos a narrativa é pontuada por questões como "E agora? Iria subir ou descer?". O que essas questões retratam na narrativa? 

PRODUÇÃO TEXTUAL: Continuando uma crônica

Objetivo: Criar um final para a crônica. 

* Escreva em seu caderno uma continuação para a crônica de Fernando Sabino. 

* O trecho final deve ser curto, ocupando no máximo uma folha de caderno. 

* Como o homem fará para sair desta situação? Imagine o que você faria se estivesse em uma situação parecida. 

* Atenção aos tempos verbais. Eles precisam ser coerentes com os que foram usados na primeira parte da crônica. 

* Use a imaginação. Tente fazer um final surpreendente. Ele pode ser cômico ou trágico. 

* Troque o final com um colega. 

* O que você achou? 



GABARITO

1. Em terceira pessoa.

2. Pretéritos perfeito e imperfeito do indicativo.

3. Ele não é nomeado.

4. Era dia de pagar a prestação da televisão e o homem não tinha dinheiro para pagá-la. Eles combinaram que não responderiam à batida na porta para que o cobrador pensasse que não havia ninguém.

5. O homem nu fica preso fora de seu apartamento.

6. Para pegar o embrulho de pão deixado pelo padeiro.

7. Porque a porta do apartamento se fechou.

8. Ela pensou que era o cobrador quem batia à porta.

9. Porque ouviu passos na escada.

10. "ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se" e ouviu passos na escada".

11. Respostas podem variar. Sugestão: uma situação angustiante, da qual não há saída.

12. As perguntas são como indagações da personagem. Seria como ouvir seus pensamentos.



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