No brasil são comuns atividades geológicas como terremotos tsunamis e atividades vulcânicas explique

O Brasil é um país que possui uma área muito grande. Por isso, a sua superfície apresenta uma grande variedade de relevo, tais como as áreas de planície, as serras, as chapadas, entre outras formas. Mas e os vulcões? Será que eles existem no Brasil?

Não, não existem! O Brasil não sofre com o vulcanismo. Mas você sabe por que não existem vulcões no Brasil?

A resposta para essa pergunta resume-se a dois motivos básicos:

1º – O território brasileiro situa-se em uma área em que não há encontros entre placas tectônicas. É justamente nas áreas em que esse encontro acontece que surge a grande maioria dos vulcões ativos do planeta.

2º – O relevo brasileiro é de formação geológica antiga, pois constituiu-se nas eras geológicas Arqueozoica e Proterozoica há bilhões de anos! No passado, até existiram vulcões, mas como ficaram muito tempo expostos aos agentes externos de transformação do relevo (água, vento, clima etc.), eles foram lentamente se desgastando. Hoje os vulcões não existem mais ou não são mais ativos.

O vulcão mais antigo que se tem notícia no mundo inteiro, inclusive, é brasileiro, mas, como já dissemos, ele não é mais ativo. Esse vulcão, que não possui um nome oficial e localiza-se na região amazônica, entre os rios Tapajós e Jamanxim, possui uma idade estimada em aproximadamente 1 bilhão e novecentos milhões de anos. É muito tempo!

Boatos sobre vulcões no Brasil

Existem muitos boatos e confusões sobre vulcões no Brasil. No entanto, tudo isso não passa de um grande engano que só serve para confundir as pessoas e difundir falsas informações. Há, por exemplo, notícias de uma suposta descoberta de cientistas americanos acerca de um vulcão ativo na cidade de Santos (SP), contudo essa pesquisa jamais existiu.

Uma história semelhante também foi contada na mesma região há muito tempo sobre um vulcão no bairro do Macuco, que teria sido descoberto depois que escavações realizadas fizeram com que surgissem algumas fontes de gases quentes no ano de 1896. Todavia, anos depois, descobriu-se que se tratava apenas de um poço artesiano.

Existem também crenças de que outras cidades possam ter vulcões, como Poços de Caldas (MG), que se encontra em uma área de origem vulcânica, porém totalmente inativa e que, hoje, forma uma região de planalto. Há quem diga que a cidade foi construída em uma “caldeira” de vulcão, o que também não é verdade, pois se trata apenas de uma área de afundamento do relevo graças a intrusões graníticas.

Por fim, existem também dúvidas a respeito de um possível vulcão nas cidades de Caldas Novas e Rio Quente (GO), o que seria uma explicação para o fato de essas cidades apresentarem nascentes de águas quentes. No entanto, a temperatura das águas ocorre por causa de um processo chamado de aquecimento geotérmico e não possui relação com o vulcanismo, que jamais ocorreu na região, mesmo em tempos remotos.


Por Me. Rodolfo Alves Pena

Sabemos que a crosta terrestre corresponde à camada superior da Terra, que é formada por rochas em seu estado sólido. Já as camadas inferiores – exceto o núcleo interior, que também é sólido – apresentam-se em uma textura líquida ou pastosa. A grande questão é que a crosta terrestre não se apresenta de maneira contínua ao longo de toda a extensão do planeta. Ela é fraturada em vários “pedaços”, conhecidos como placas tectônicas.

A teoria que aponta a existência das placas tectônicas foi elaborada ao longo do século XX a partir de evidências existentes na Dorsal Mesoceânica, no Pacífico, onde foi apontado o afastamento das áreas continentais. Mas tudo isso veio das premissas da Teoria da Deriva Continental, que indicou o movimento dos continentes, fato que sabemos que acontece ainda nos dias atuais, em um ritmo lento para os olhos humanos, mas relativamente acelerado em termos geológicos.

A litosfera – nome dado para designar toda a porção sólida superior da Terra – é bastante fina em relação ao interior do planeta, de forma que ela foi facilmente rompida ao longo do tempo em função da pressão interna exercida pelo magma. O movimento das placas, resultado dessa ruptura, é continuado em razão da pressão exercida pelas correntes ou células de convecção do magma terrestre. Confira a imagem a seguir:

No brasil são comuns atividades geológicas como terremotos tsunamis e atividades vulcânicas explique

Movimento das células de convecção presentes no manto *

Nesse sentido, as placas tectônicas estão movimentando-se, mas nem sempre na mesma direção, o que provoca o afastamento entre elas, em alguns casos, ou a colisão, em outros, havendo ainda os movimentos laterais. Observe a imagem:

No brasil são comuns atividades geológicas como terremotos tsunamis e atividades vulcânicas explique

Diferentes movimentações das placas tectônicas

Assim, os movimentos convergentes de obducção envolvem o conflito entre duas placas, mas sem o afundamento de uma sob a outra, provocando a formação de limites conservativos. Um efeito conhecido dessa ocorrência foi a formação da falha geológica de San Andreas, na América do Norte. Já os movimentos convergentes de subducção são responsáveis pela formação de cadeias montanhosas, como a Cordilheira dos Andes, na porção oeste da América do Sul.

Os movimentos divergentes, como o próprio nome sugere, representam as áreas de afastamento entre duas placas tectônicas e a consequente formação de fraturas nessas localidades, onde também o magma solidifica-se e renova a composição dessa crosta.

Além das alterações nas formas de relevo continentais e oceânicas, a movimentação das placas tectônicas também acarreta outros fenômenos geológicos, como a ocorrência de terremotos e também a manifestação dos vulcões. Não por acaso, os principais registros dessas ocorrências manifestam-se nas áreas limítrofes entre uma placa e outra, cujo exemplo mais notório é o Círculo de Fogo do Pacífico, uma área que se estende do oeste da América do Sul ao leste da Ásia e algumas partes da Oceania. Nessa área, os terremotos – e, consequentemente, os tsunamis – são frequentes e intensos.

Ao todo, existem várias placas tectônicas, conforme podemos observar no mapa acima. Em algumas definições, o número delas é maior, pois subdividem-se conceitualmente mais vezes as suas estruturas em razão de suas manifestações internas. As principais placas tectônicas são: Placa do Pacífico, Placa Norte-Americana, Placa de Nazca, Placa do Caribe, Placa dos Cocos, Placa Sul-Americana, Placa Africana, Placa Antártida, Placa Euro-asiática, Placa da Arábia, Placa do Irã, Placa das Filipinas e Placa Indo-australiana.

Créditos da imagem: Surachit e Wikimedia Commons.

Os terremotos – também conhecidos como abalos sísmicos – são tremores que se manifestam na crosta terrestre, a mais externa das camadas da Terra. Sob o ponto de vista técnico, os terremotos são uma liberação de energia acumulada abaixo dos solos, liberação essa que provoca uma acomodação dos blocos rochosos, dando origem aos tremores.

Em termos de intensidade, os terremotos são medidos em um índice chamado de Escala Richter, que vai de 1, para os mais fracos, a 10, para os mais fortes. No entanto, nunca houve registros de um terremoto que conseguisse alcançar o índice máximo. O abalo sísmico mais forte já catalogado ocorreu no Chile, em maio de 1960, e atingiu 9,5 graus na Escala Richter.

O que causa os terremotos?

Existem três principais causas para os tremores na crosta terrestre: o desabamento, o vulcanismo e o tectonismo.

Os tremores provocados pelo desabamento são de menor importância e são causados por alguma acomodação interna, provocada pela ruptura ou deslizamento de blocos rochosos internos, geralmente sedimentares, que são tipos de rochas, em geral, menos resistentes. A intensidade desses abalos costuma ser pequena.

Já os tremores provocados pelo vulcanismo podem ser um pouco mais fortes, mas são localizados em áreas próximas a vulcões. Eles ocorrem por alguma ruptura ou erupção interna do magma ou de gases retidos sob grande pressão. Os seus efeitos não costumam ser sentidos a longas distâncias.

O tectonismo, por sua vez, pode ser considerado o principal “vilão” responsável pelos terremotos. Como sabemos, a crosta terrestre não é uma camada única, mas constituída por inúmeros blocos, chamados de placas tectônicas. Muitas dessas placas estão em constante colisão, assumindo direções opostas. É nessa zona de contato que ocorre a maior parte dos terremotos do mundo.

Além disso, quando a força do contato entre essas placas é mais forte do que a resistência das rochas, elas rompem-se, formando as chamadas falhas geológicas, que também são mais comuns nas zonas de contato entre duas placas, mas também podem se manifestar, com menor frequência, em áreas mais estáveis. Quando essas falhas provocam a reacomodação dos blocos rochosos, ocorrem os terremotos. A maior falha do mundo encontra-se nos Estados Unidos: a falha de San Andreas.

No brasil são comuns atividades geológicas como terremotos tsunamis e atividades vulcânicas explique

Esquema ilustrativo de uma falha geológica

O ponto abaixo da Terra onde ocorre o terremoto é chamado de hipocentro, e a zona central na superfície onde ele se manifesta é chamada de epicentro.