Lista de 16 exercícios de História da Arte com gabarito sobre o tema Cultura Hip-Hop com questões de Vestibulares. Você pode conferir as videoaulas, conteúdo de teoria, e mais questões sobre o tema Cultura Hip-Hop. Trocar de TemaArte Rupestre Arte Egípcia Arte Grega Arte RomanaBarroco Europeu Barroco Mineiro RenascimentoNeoclassicismo Cubismo Impressionismo Modernismo Pop ArtRealismo e Naturalismo Romantismo Surrealismo Música Teatro Trocar de Disciplina Matemática História Geografia e Atualidades Sociologia e Filosofia Biologia Física Química Linguagens
Arte Contemporânea 1. (Enem 2017) TEXTO I TEXTO II Speto Paulo César Silva, mais conhecido como Speto, é um grafiteiro paulista envolvido com o skate e a música. O fortalecimento de sua arte ocorreu, em 1999, pela oportunidade de ver de perto as referências que trazia há tempos, ao passar por diversas cidades do Norte do Brasil em uma turnê com a banda O Rappa Revista Zupi, n. 19, 2010 O grafite do artista paulista Speto, exposto no Museu Afro Brasil, revela elementos da cultura brasileira reconhecidos
Arte Contemporânea 2. (Enem 2016) ACCIÓN POÉTICA LIMA. Disponível em: https://twitter.com. Acesso em: 30 maio 2016. Nesse grafite, realizado por um grupo que faz intervenções artísticas na cidade de Lima, há um jogo de palavras como verbo “poner”. Na primeira ocorrência, o verbo equivale a “vestir uma roupa”, já na segunda, indica
03. (ENEM 2017) Inspiração no lixo O paulistano Jaime Prades, um dos precursores do grafite e da arte urbana, chegou ao lixo por sua intensa relação com as ruas de São Paulo. “A partir da década de 1980, passei a perceber o desastre que é a ecologia urbana. Quando a gente fala em questão ambiental, sempre se refere à natureza, mas a crise ambiental urbana é forte”, diz Prades. Inspirado pela obra de Frans Krajcberg, há quatro anos Jaime Prades decidiu construir uma árvore gigante no Parque do Ibirapuera ou em outro local público, feita com sobras de madeira garimpadas em caçambas. “Elas são como os intestinos da cidade, são vísceras expostas”, conta Prades. “Percebi que cada pedaço de madeira carregava a memória da árvore de onde ela veio. Percebi que não estava só reciclando, e sim resgatando”. Sua árvore gigante ainda não vingou, mas a ideia evoluiu. Agora, ele pretende criar uma plataforma na internet para estimular outros artistas a fazer o mesmo. “Teríamos uma floresta virtual planetária, na qual se colocariam essas questões de forma poética, criando uma discussão enriquecedora.” VIEIRA, A. National Geographic Brasil, n. 65-A, 2015. O texto tematiza algumas transformações das funções da arte na atualidade. No trabalho citado, do artista Jaime Prades, considera-se
04. (ENEM 2016) O hip hop tem sua filosofia própria, com valores construídos pela condição das experiências vividas nas periferias de muitas cidades. Colocando-se como um contraponto à miséria, às drogas, ao crime e à violência, o hip hop busca interpretar a realidade social. Seu objetivo é justamente encontrar saídas e fornecer uma alternativa à população excluída. SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008. As autoras abordam no texto um movimento cultural que também tem características reconhecidas
05. (Enem 2017) E a sujeira virou arte Dia após dia, a poluição invisível dos canos de descarga vai grudando nos muros junto à fuligem de fogueiras acesas por moradores de rua, até que não seja mais possível distinguir o limpo original do sujo acumulado. É nesse momento que surge o artista visual Drin Cortes, 27. Com um pano úmido, um pincel e uma garrafa de água — e nada além —, ele tem transformado a paisagem da capital mineira ao usar a técnica do grafite reverso, que consiste em apagar a sujeira para criar desenhos que dialogam com a problemática da cidade. O trabalho [atual] consiste em desenhar rostos de pessoas desaparecidas, que tenham em sua história alguma relação com as drogas. “Esse lugar respira o problema da droga. O usuário de crack muitas vezes é tratado de forma hostil. Essa é uma forma de as pessoas passarem por aqui e olharem duas vezes para aquilo que a sujeira esconde. E que, na verdade, elas não veem porque não querem”, diz. SIMÕES, L. Disponível em: www.otempo.com.br. Acesso em: 3 fev. 2015 (adaptado). A arte pode representar padrões de beleza ou ter o propósito de questioná-los, permitindo que a sociedade reveja valores e preconceitos. O artista Drin Cortes utiliza da técnica do grafite reverso com o objetivo de
06. (FACASPER) “A batalha das autoridades paulistanas contra a poluição visual está entrelaçada a um conflito social profundo cuja forma de expressão não é vista em outras cidades – a pichação. O jornal americano, ‘New York Times’ diz que, mesmo com o reconhecimento do grafite paulistano em galerias internacionais, a pichação permanece como uma expressão marginal, com sua grafia muitas vezes incompreensível para quem não é do meio. Os integrantes das gangues de pichadores inclusive não se consideram grafiteiros, e veem o grafite como uma arte frequentemente cooptada comercialmente”, afirma o texto. Fonte: Folha de SP, publicado em29-01-2012. Adaptado. http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1041022-sp-viveconflito-entre-cidade-limpa-e-pichacao-protesto-diz-nyt.shtml Acessado em 15-09-2013 O conflito explicitado pela matéria jornalística pode ser assim compreendido:
07. (ENEM 2015) O rap, palavra formada pelas iniciais de rhythm and poetry (ritmo e poesia), junto com as linguagens da dança (o break dancing) e das artes plásticas (o grafite), seria difundido, para além dos guetos, com o Cultura Hip-Hop de cultura hip hop. O break dancing surge como uma dança de rua. O grafite nasce de assinaturas inscritas pelos jovens com sprays nos muros, trens e estações de metrô de Nova York. As linguagens do rap, do break dancing se tornaram os pilares da cultura hip hop. DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude. Belo Horizonte: UFMG, 2005 (adaptado). Entre as manifestações da cultura hip hop apontadas no texto, o break se caracteriza como um tipo de dança que representa aspectos contemporâneos por meio de movimentos:
08. (FUVEST) O século XX viu emergir diversos movimentos culturais eivados de posicionamentos críticos a mazelas da sociedade, como o movimento Hip Hop. Sobre o Hip Hop, é correto afirmar que surgiu
09. (FUVEST) Sobre a cultura hip-hop no Brasil, pode-se afirmar que
10. (ENEM 2004) O movimento hip-hop é tão urbano quanto as grandes construções de concreto e as estações de metrô, e cada dia se torna mais presente nas grandes metrópoles mundiais. Nasceu na periferia dos bairros pobres de Nova Iorque. É formado por três elementos: a música (o rap), as artes plásticas (o grafite) e a dança (o break). No hip-hop os jovens usam as expressões artísticas como uma forma de resistência política. Enraizado nas camadas populares urbanas, o hip-hop afirmou-se no Brasil e no mundo com um discurso político a favor dos excluídos, sobretudo dos negros. Apesar de ser um movimento originário das periferias norte-americanas, não encontrou barreiras no Brasil, onde se instalou com certa naturalidade – o que, no entanto, não significa que o hip-hop brasileiro não tenha sofrido influências locais. O movimento no Brasil é híbrido: rap com um pouco de samba, break parecido com capoeira e grafite de cores muito vivas. (Adaptado de Ciência e Cultura, 2004) De acordo com o texto, o hip-hop é uma manifestação artística tipicamente urbana, que tem como principais características
11. (ENEM 2004) No Brasil, a origem do funk e do hip–hop remonta aos anos de 1970, quando da proliferação dos chamados "bailes black" nas periferias dos grandes centros urbanos. Embalados pela Black music americana, milhares de jovens encontravam nos bailes de final de semana uma alternativa de lazer existente. Em cidades como o Rio de Janeiro ou São Paulo, formavam–se equipes de som que promoviam bailes onde foi se disseminando um estilo que buscava a valorização da cultura negra, tanto na música como nas roupas e nos penteados. No Rio de Janeiro ficou conhecido como "Black Rio". A indústria fonográfica descobriu o filão e lançando discos de "equipe" com as músicas de sucesso nos bailes, difundia a moda pelo restante do país. A presença da cultura hip–hop no Brasil caracteriza–se como uma forma de
12. (ENEM PPL 2015) O rap constitui-se em uma expressão artística por meio da qual os MCs relatam poeticamente a condição social em que vivem e retratam suas experiências cotidianas. SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008. O "relato poético" é uma característica fundamental desse gênero musical, em que o
13. (FGV-SP) Engajamento agora é outro, revela pesquisa Engajamento agora é outro, revela pesquisa Os jovens brasileiros desconfiam dos políticos e estão cada vez mais desencantados com os partidos. Isso não provoca, no entanto, o seu afastamento automático de atividades politicamente engajadas. Ligado a organizações que se caracterizam pelo uso de redes sociais e pela estrutura pouco hierarquizada, um número significativo de jovens está se mobilizando em torno de um amplo leque de questões políticas e sociais. Temas que vão da mobilidade urbana à organização de grupos de hip hop e cineclubes na periferia das grandes cidades fazem parte do cotidiano desses moços e moças, de acordo com três grandes pesquisas realizadas recentemente sobre juventude no Brasil. Embora conduzidas por diferentes pesquisadores e com focos diversos, as três apontaram na mesma direção. R. Arruda, www.estadao.com.br, 14/07/2013. Em relação às conclusões apresentadas nessa matéria jornalística, é correto afirmar que seu título —“Engajamento agora é outro, revela pesquisa”—
14. (EPCAR) TEXTO Rap: uma linguagem dos guetos Entre as vozes que se cruzam na cacofonia urbana da sociedade globalizada, há uma que se sobressai pela sua radicalidade marginal: o rap. A moderna tradição negra dos guetos norte-americanos é, [5] hoje, cantada pelos jovens das periferias de todos os quadrantes do globo. Mas diferentemente das estereotipias produzidas pela nação hegemônica e difundidas em escala planetária, a cultura hip-hop costuma ser assimilada como uma fala histórica [10] essencialmente crítica por uma juventude com tão escassas vias de fuga ao sempre igual. Quando, por exemplo, jovens de uma favela brasileira incorporam esta linguagem tornada universal, por mais que a sua realidade seja diferente daquela dos marginalizados do [15] país de origem, a forma permanece associada a um conteúdo crítico – uma visão de mundo subalterna e frequentemente subversiva. O rap é hoje uma forma de expressão comunitária, por meio da qual se comunicam e afirmam [20] sua identidade habitantes dos morros e comunidades populares. /.../ O surgimento do movimento hip-hop nos remete ao contexto no qual estavam inseridos os Estados Unidos dos anos 60 e 70, no auge da Guerra [25] Fria. Foram anos de tensão e muita agitação política. O descontentamento popular com a guerra do Vietnã somava-se à pressão das comunidades negras segregadas, submetidas a leis similares às do apartheid sul-africano. O clima de revolta e inconformismo tomava [30] conta dos guetos negros. /.../ Na trilha da agitação política ocorriam inovações culturais. Nos guetos, o que se ouvia era o soul, que foi importante para a organização e [35] conscientização daquela população. /.../ No mesmo período surge uma variedade de outros ritmos, como o funk, marcados por pancadas poderosas que causavam estranhamento aos brancos, letras que invocavam a valorização da cultura negra e denunciavam as [40] condições às quais eram submetidas as populações dos guetos. O soul e o funk foram as bases musicais que permitiram o surgimento do rap, que virá a ser um dos elementos do movimento hip-hop. Por essa época ou um pouco antes, jovens [45] negros já dançavam [o break] nas ruas ao som do soul e do funk de uma forma inovadora, executando passos que lembravam ao mesmo tempo uma luta e os movimentos de um robô. /.../ Finalmente, além da música e da dança, [50] propagava-se pelos guetos, ainda, o hábito de desenhar e escrever em muros e paredes. /.../ Nesse contexto de efervescência político-cultural, grafiteiros, breakers e rappers começaram a se reunir para realizar eventos juntos, afinal suas artes estavam relacionadas a uma [55] experiência comum, a cultura de rua. /.../ Por volta de 1982, o rap chegou ao Brasil, fixando-se, sobretudo, em São Paulo. /.../ Nos últimos anos da década de 90, o rap brasileiro ultrapassou os limites da periferia dos grandes [60] centros e chegou à classe média. /.../ O rap de caráter mais comercial passou então a ser amplamente difundido pelo país, ao mesmo tempo em que, em sua forma marginal, a linguagem continuava a se desenvolver nos espaços populares. [65] Há que se destacar o caráter inovador do rap nacional, que reelabora, de forma criadora, a partir de tradições populares brasileiras, a linguagem dos guetos norte-americanos, mesclando o ritmo do Bronx a gêneros como o samba e a embolada. [70] /.../ Não se trata, no entanto, de idealizar o hip-hop como forma de conhecimento. O movimento, seguramente, não é homogêneo: possui tendências mais ou menos politizadas, mais ou menos engajadas e [75] críticas. Há, por assim dizer, uma vertente cuja tônica é a denúncia, a agitação e o protesto. Outra, espontânea, sem uma linha política coerente e definida. E outra ainda, talvez hegemônica, já assimilada pelo mercado, que reproduz o modelo de comportamento, aspirações e [80] ideais dominantes (consumismo, individualismo e exaltação da vida privada), como a maioria das canções ditas "de massa". (COUTINHO, Eduardo Granja, ARAÚJO, Marianna. Rap: uma linguagem dos guetos. In: PAIVA, Raquel, TUZZO, Simone Antoniaci (Orgs.). Comunidade, mídia e cidade: possibilidades comunitárias na cidade hoje. Goiânia: FIC/UFG, 2014.) De acordo com as informações do texto e o modo como ele está organizado, é correto afirmar que os autores
15. (ITA) A questão se refere aos textos a seguir Texto 1 [1] As discussões muitas vezes acaloradas sobre o reconhecimento da pixação como expressão artística trazem à tona um questionamento conceitual importante: uma vez considerado arte contemporânea, o movimento perderia sua essência? Para compreendermos os desdobramentos da pixação, alguns aspectos presentes no graffiti são essenciais e importantes de serem resgatados. O graffiti nasceu originalmente nos EUA, na década de 1970, como um dos elementos da cultura hip-hop (Break, MC, DJ e Graffiti). Daí até os dias atuais, ele ganhou em força, criatividade e técnica, sendo reconhecido hoje no Brasil como graffiti artístico. Sua caracterização como arte contemporânea foi consolidada definitivamente por volta do ano 2000. [2] A distinção entre graffiti e pixação é clara; ao primeiro é atribuída a condição de arte, e o segundo é classificado como um tipo de prática de vandalismo e depredação das cidades, vinculado à ilegalidade emarginalidade. Essa distinção das expressões deu-se em boa parte pela institucionalização do graffiti, com os primeiros resquícios já na década de 1970.[3] Esse desenvolvimento técnico e formal do graffiti ocasionou a perda da potência subversiva que o marca como manifestação genuína de rua e caminha para uma arte de intervenção domesticada enquadrada cada vez mais nos moldes do sistema de arte tradicional. O grafiteiro é visto hoje como artista plástico, possuindo ascaracterísticas de todo e qualquer artista contemporâneo, incluindo a prática e o status. Muito além da diferenciação conceitual entre as expressões – ainda que elas compartilhem da mesma matéria-prima – trata-se de sua força e essência intervencionista.[4] Estudos sobre a origem da pixação afirmam que o graffiti nova-iorquino original equivale à pixação brasileira; os dois mantêm os mesmos princípios: a força, a explosão e o vazio. Uma das principais características do pixo é justamente o esvaziamento sígnico, a potência esvaziada. Não existem frases poéticas, nem significados. A pixação possui dimensão incomunicativa, fechada, que não conversa com a sociedade. Pelo contrário, de certa forma, a agride. A rejeição do público geral reside na falta de compreensão e intelecção das inscrições; apenas os membros da própria comunidade de pixadores decifram o conteúdo. [5] A significância e a força intervencionista do pixo residem, portanto, no próprio ato. Ela é evidenciada pela impossibilidade de inserção em qualquer estatuto pré-estabelecido, pois isso pressuporia a diluição e a perda desua potência signo-estética. Enquanto o graffiti foi sendo introduzido como uma nova expressão de arte contemporânea, a pichação utilizou o princípio de não autorização para fortalecer sua essência. [6] Mas o quão sensível é essa forma de expressão extremista e antissistema como a pixação? Como lidar com a linha tênue dos princípios estabelecidos para não cair em contradição? Na 26ª Bienal de Arte de São Paulo, em 2004, houve um caso de pixo na obra do artista cubano naturalizado americano, Jorge Pardo. Seu comentário, diante da intervenção, foi “Se alguém faz alguma coisa no seu trabalho, isso é positivo, para mim, porque escolheram a minha peça entre as expostas” […]. “Quem fez isso deve discordar de alguma coisa na obra. Pode ser outro artista fazendo sua própria obra dentro da minha. Pode ser só uma brincadeira” e finalizou dizendo que “pichar a obra de alguém também não é tão incomum. Já é tradicional”. [7] É interessante notar, a partir do depoimento de Pardo, a recorrência de padrões em movimentos de qualquer natureza, e o inevitável enquadramento em algum tipo de sistema, mesmo que imposto e organizado pelos próprios elementos do grupo. Na pixação, levando em conta o “sistema” em que estão inseridos, constatamos que também passa longe de ser perfeito; existe rivalidade pesada entre gangues, hierarquia e disputas pelo “poder”. [8] Em 2012, a Bienal de Arte de Berlim, com o tema “Forget Fear”, considerado ousado, priorizou fatos e inquietações políticas da atualidade. Os pixadores brasileiros, Cripta (Djan Ivson), Biscoito, William e R.C., foramconvidados na ocasião para realizar um workshop sobre pixação em um espaço delimitado, na igreja Santa Elizabeth. Eles compareceram. Mas não seguiram as regras impostas pela curadoria, ao pixar o próprio monumento. O resultado foi tumulto e desentendimento entre os pixadores e a curadoria do evento. [9] O grande dilema diante do fato é que, ao aceitarem o convite para participar de uma bienal de arte, automaticamente aceitaram as regras e o sistema imposto. Mesmo sem adotar o comportamento esperado, caíram em contradição. Por outro lado, pela pichação ser conhecidamente transgressora (ou pelo jeito, não tão conhecida assim), os organizadores deveriam pressupor que eles não seguiriam padrões pré-estabelecidos. [10] Embora existam movimentos e grupos que consideram, sim, a pixação como forma de arte, como é o caso dos curadores da Bienal de Berlim, há uma questão substancial que permeia a realidade dos pichadores. Quemdisse que eles querem sua expressão reconhecida como arte? Se arte pressupõe, como ocorreu com o graffiti, adaptar-se a um molde específico, seguir determinadas regras e por consequência ver sua potência intervencionista diluída e branda, é muito improvável que tenham esse desejo. [11] A representação da pixação como forma de expressão destrutiva, contra o sistema, extremista e marginalizada é o que a mantêm viva. De certo modo, a rejeição e a ignorância do público é o que garante sua forçaintervencionista e a tão importante e sensível essência. Adaptado de: CARVALHO, M. F. Pichação-arte é pixação? Revista Arruaça, Edição nº 0. Cásper Líbero, 2013. Disponível em Acesso em: maio 2018. Texto 2 [1] Em frente da minha casa existe um muro enorme, todo branco. No Facebook, uma postagem me chama atenção: é um muro virtual e a brincadeira é pichá-lo com qualquer frase que vier à cabeça. Não quero pichar o mundo virtual, quero um muro de verdade, igual a este de frente para a minha casa. Pelas ruas e avenidas, vou trombando nos muros espalhados pelos quarteirões, repletos de frases tolas, xingamentos e erros de português. Eu bem poderia modificar isso. [2] “O caminho se faz caminhando”, essa frase genial, tão forte e certeira do poeta espanhol Antonio Machado, merece aparecer em diversos muros. Basta pensar um pouco e imaginar; de fato, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar. [3] De repente, vejo um prédio inteiro marcado por riscos sem sentido e me calo. Fui tentar entender e não me faltaram explicações: é grafite, é tribal, coisas de difícil compreensão. As explicações prosseguem: grafite é arte, pichar é vandalismo. O pequeno vândalo escondido dentro de mim busca frases na memória e, então, sinto até o cheiro da lama de Woodstock em letras garrafais: “Não importam os motivos da guerra, a paz é muito mais importante”. [4] Feito uma folha deslizando pelas águas correntes do rio me surge a imagem de John Lennon; junto dela, outra frase: “O sonho não acabou”, um tanto modificada pela minha mão, tornando-se: o sonho nunca acaba. E minha cabeça já se transforma num muro todo branco. [5] Desde os primórdios dos tempos, usamos a escrita como forma de expressão, os homens das cavernas deixaram pichados nas rochas diversos sinais. Num ato impulsivo, comprei uma tinta spray, atravessei a rua chacoalhando a lata e assim prossegui até chegar à minha sala, abraçado pela ansiedade aumentada a cadapasso. Coloquei o dedo no gatilho do spray e fiquei respirando fundo, juntando coragem e na mente desenhando a primeira frase para pichar, um tipo de lema, aquela do Lô Borges: “Os sonhos não envelhecem” – percebo, num sorrir de canto de boca, o quanto os sonhos marcam a minha existência. [6] Depois arriscaria uma frase que criei e gosto: “A lagarta nunca pensou em voar, mas daí, no espanto da metamorfose, lhe nasceram asas...”. Ou outra, completamente tola, me ocorreu depois de assistir a um documentário, convencido de que o panda é um bicho cativante, mas vive distante daqui e sua agonia não é menor das dos nossos bichos. Assim pensando, as letras duma nova pichação se formaram num estalo: “Esqueçam os pandas, salvem as jaguatiricas!”. [7] No muro do cemitério, escreveria outra frase que gosto: “Em longo prazo estaremos todos mortos”, do John Keynes, que trago comigo desde os tempos da faculdade. Frases de túmulos ganhariam os muros; no de Salvador Allende está consagrado, de autoria desconhecida: “Alguns anos de sombras não nos tornarão cegos.” Sempre apegado aos sonhos, picharia também uma do Charles Chaplin: “Nunca abandone os seus sonhos, porque se um dia eles se forem, você continuará vivendo, mas terá deixado de existir”. [8] Claro, eu poderia escrever essas frases num livro, num caderno ou no papel amassado que embrulha o pão da manhã, mas o muro me cativa, porque está ao alcance das vistas de todos e quero gritar para o mundo as frases que gosto; são tantas, até temo que me faltem os muros. Poderia passar o dia todo pichando frases, as linhas vão se acabando e ainda tenho tanto a pichar... “É preciso muito tempo para se tornar jovem”, de Picasso, “Há um certo prazer na loucura que só um louco conhece”, de Neruda, “Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarzinho”, cravada por Mário Quintana... [9] Encerro com Nietzsche: “Isto é um sonho, bem sei, mas quero continuar a sonhar”, que serve para exemplificar o que sinto neste momento, aqui na minha sala, escrevendo no computador o que gostaria de jogar nos muros lá fora, a custo me mantendo calmo, um olho na tela, outro voltado para o lado oposto da rua. Lá tem aquele muro enorme, branco e virgem, clamando por frases. Não sei quanto tempo resistirei até puxaro gatilho do spray. Adaptado de: ALVEZ, A. L. Um muro para pichar. Correio do Estado, fev 2018. Disponível em Acesso em: ago. 2018. A partir da leitura dos textos 1 e 2, depreende-se que I. os autores reiteram que grafite e pichação não são práticas artísticas bem aceitas por toda a sociedade. II. o texto 1 menciona a ausência de poesia na pichação; o texto 2 explora a possibilidade de essa prática disseminar cultura. III. o texto 1 contrasta grafite e pichação; já o texto 2 expressa motivações subjetivas do autor para pichar. Está/ão correta/s:
16. (FGV-SP) Artistas do hip-hop estadunidense costumam incorporar _________ seus shows elementos altamente tecnológicos. É o que faz o rapper Drake, com o uso de drones no palco durante seu single Elevate. A empresa de drones está satisfeita _________ uso de seus dispositivos aéreos nos shows do rapper: “Drake é o melhor _________ podemos chegar”, disse Raffaello D’Andrea, fundador da Verity. Um concerto ao ar livre representa desafios para o voo dos drones devido _________ intempéries climáticas e restrições de espaço, além do público. O mau funcionamento poderia ocasionar a queda dos drones na multidão, de forma que foi decidido que os dispositivos voadores ficassem apenas na região próxima _________ palco, em volta do artista. (https://canaltech.com.br. Adaptado) De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:
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