A musica popular em meadost dos anos 80

A musica popular em meadost dos anos 80

MPB: Música Popular Brasileira

História da MPB - Música Popular Brasileira

Introdução: origem

Podemos dizer que os elementos da MPB surgiram ainda no período colonial brasileiro, a partir da mistura de vários estilos. Entre os séculos XVI e XVIII, misturaram-se em nossa terra, as cantigas populares, os sons de origem africana, fanfarras militares, músicas religiosas e músicas eruditas europeias. Também contribuíram, neste caldeirão musical, os indígenas com seus típicos cantos e sons tribais.

- É importante deixar claro que vários historiadores da música consideram que o gênero musical MPB surgiu apenas na década de 1960, a partir da segunda geração da Bossa Nova.

A música brasileira nos séculos XVIII e XIX

Nos séculos XVIII e XIX, destacavam-se nas cidades, que estavam se desenvolvendo e aumentando demograficamente, dois ritmos musicais que marcaram a história da MPB: o lundu e a modinha. O lundu, de origem africana, possuía um forte caráter sensual e uma batida rítmica dançante. Já a modinha, de origem portuguesa, trazia a melancolia e falava de amor numa batida calma e erudita.

Na segunda metade do século XIX, surge o Choro ou Chorinho, a partir da mistura do lundu, da modinha e da dança de salão europeia. Em 1899, a cantora Chiquinha Gonzaga compõe a música Abre Alas, uma das mais conhecidas marchinhas carnavalescas da história.

O século XX: o auge da MPB

Já no início do século XX começam a surgir as bases do que seria o samba. Dos morros e dos cortiços do Rio de Janeiro, começam a se misturar os batuques e rodas de capoeira com os pagodes e as batidas em homenagem aos orixás. O carnaval começa a tomar forma com a participação, principalmente de mulatos e negros ex-escravos. O ano de 1917 é um marco, pois Ernesto dos Santos, o Donga, compõe o primeiro samba que se tem notícia: Pelo Telefone. Neste mesmo ano, aparece a primeira gravação de Pixinguinha, importante cantor e compositor da MPB do início do século XIX.

Com o crescimento e popularização do rádio nas décadas de 1920 e 1930, a música popular brasileira cresce ainda mais. Nesta época inicial do rádio brasileiro, destacam-se os seguintes cantores e compositores: Ary Barroso, Lamartine Babo (criador de O teu cabelo não nega, entre outras marchinhas de carnaval), Dorival Caymmi, Lupicínio Rodrigues e Noel Rosa. Surgem também os grandes intérpretes da música popular brasileira: Carmen Miranda, Mário Reis e Francisco Alves.

Na década de 1940 destaca-se, no cenário musical brasileiro, Luis Gonzaga, o "rei do Baião". Falando do cenário da seca nordestina, Luis Gonzaga faz sucesso com músicas como, por exemplo, Asa Branca e Assum Preto.

Enquanto o baião continuava a fazer sucesso com Luis Gonzaga e com os novos sucessos de Jackson do Pandeiro e Alvarenga e Ranchinho, ganhava corpo um novo estilo musical: o samba-canção. Com um ritmo mais calmo e orquestrado, as canções falavam  principalmente de amor. Destacam-se neste contexto musical: Dolores Duran, Antônio Maria, Marlene, Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Angela Maria e Caubi Peixoto.

Em fins dos anos 50 (década de 1950), surge a Bossa Nova, um estilo sofisticado e suave. Destaca-se Elizeth Cardoso, Tom Jobim e João Gilberto. A Bossa Nova leva as belezas brasileiras para o exterior, fazendo grande sucesso, principalmente nos Estados Unidos.

A popularização da MPB pela televisão

A televisão começou a se popularizar em meados da década de 1960, influenciando na música. Nesta época, a TV Record organizou o Festival de Música Popular Brasileira. Nestes festivais são lançados Milton Nascimento, Elis Regina, Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso e Edu Lobo. Neste mesmo período, a TV Record lança o programa musical Jovem Guarda, onde despontam os cantores Roberto Carlos e Erasmo Carlos e a cantora Wanderléa.

A musica popular em meadost dos anos 80

Tom Jobim e Chico Buaque no auge da MPB (foto de 1968, Arquivo Nacional).

Na década de 1970, vários músicos começam a fazer sucesso nos quatro cantos do país. Nara Leão grava músicas de Cartola e Nelson do Cavaquinho. Vindas da Bahia, Gal Costa e Maria Bethânia fazem sucesso nas grandes cidades. O mesmo acontece com DJavan (vindo de Alagoas), Fafá de Belém (vinda do Pará), Clara Nunes (de Minas Gerais), Belchior e Fagner (ambos do Ceará), Alceu Valença (de Pernambuco) e Elba Ramalho (da Paraíba). No cenário do rock brasileiro destacam-se Raul Seixas e Rita Lee. No cenário funk aparecem Tim Maia e Jorge Ben Jor.

Outros caminhos da música brasileira no final do século XX

Nas décadas de 1980 e 1990 começam a fazer sucesso novos estilos musicais, que recebiam fortes influências do exterior. São as décadas do rock, do punk e da new wave. O show Rock in Rio, do início dos anos 80, serviu para impulsionar o rock nacional. Com uma temática fortemente urbana e tratando de temas sociais, juvenis e amorosos, surgem várias bandas musicais. É deste período o grupo Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Titãs, Kid Abelha, RPM, Plebe Rude, Ultraje a Rigor, Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii, Ira! e Barão Vermelho. Também fazem sucesso: Cazuza, Rita Lee, Lulu Santos, Marina Lima, Lobão, Cássia Eller, Zeca Pagodinho e Raul Seixas.

Os anos 90 também são marcados pelo crescimento e sucesso da música sertaneja ou country. Neste contexto, com um forte caráter romântico, despontam no cenário musical: Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo e João Paulo e Daniel.

Nesta época, no cenário rap destacam-se: Gabriel, o Pensador, O Rappa, Planet Hemp, Racionais MCs e Pavilhão 9.

Inicio esta apresentacao com uma citacao que, longe de expressar uma fala isolada e uma opiniao individual, representa uma determinada perspectiva historica acerca do conceito de Musica Popular Brasileira (com maiusculas).

O trecho seguinte, de autoria de "Zuza" Homem de Mello, produtor e critico, sintetico:

MPB nao e um ramo da musica brasileira e sim a propria musica. E uma grande arvore que pode receber galhos ou tendencias, desde que tenha um elemento nativo que caracterize a producao brasileira. Mas a grande vertente da MPB e tudo que vem do Tom Jobim. (1)

"Zuza" Homem de Mello se utiliza da imagem da arvore para pensar a historia da cultura. Este recurso, no campo da historiografia da arte (e das ideias como um todo) e bastante comum. Ao lado de uma sociologia historica determinista, arriscariamos dizer que sao as duas tradicoes mais consagradas entre os profissionais e o publico leitor. Mas o uso da "imagem da arvore" contem algumas armadilhas.

Se aceitarmos a imagem da arvore, como metafora do processo cultural, a funcao da historia da cultura seria a de reconstituir seu desenvolvimento "natural", observar as fontes de sua vitalidade, o lugar exato das raizes, a direcao principal do tronco. Alem de explicar as suas ramificacoes estereis ou frutiferas. Enfim, o olhar regressivo do conhecimento historico deveria reconstituir o movimento progressivo do tempo natural.

Quais as implicacoes culturais e ideologicas de uma historia da musica popular que reconstitua o seu desenvolvimento "natural"? Em primeiro lugar, facilmente poderiamos verificar--e corroborar--um processo de mistura e consolidacao de generos e estilos musicais (algo semelhante a um acasalamento biologico); igualmente, nos deteriamos na coleta de informacoes biograficas e cronologicas que sob este ponto de vista, seriam fundamentais para a explicacao historica. Por fim, outro objeto privilegiado desta perspectiva seria o estudo restrito das obras, entendidas como uma singularidade criativa absoluta.

Sem defender a campleta desqualificacao desta perspectiva, necessaria para o exercicio do conhecimento historico, tomemos outro caminho, o da descontinuidade. Na nossa opiniao a historia da musica no Brasil, neste caso especifico, o das manifestacoes musicais ditas populares, foi marcada por uma serie de hiatos de temporalidade, redimensionamentos da memoria, redefinicoes conceituais. Neste processo, imbricado com outros processos socio-historicos, constituiu-se aquilo que hoje chamamos de MPB, alias um campo cultural em permanente discussao.

Este hiato na temporalidade historica, onde nem sempre os eventos tiveram o mesmo significado para os seus protagonistas e para os posteros, pode sugerir um corte. Com certeza um corte cultural, e talvez, um corte epistemologico, cujas implicacoes vao alem do universo musical, propriamente dito. Em outras palavras, me parece que a musica popular "brasileira" e um conceito que emergiu numa historicidade descontinua na qual mitos de origem, eventos "traumaticos" e mitos de progresso parecem atuar sobre a historia e sobre a "transmissao da heranca cultural". Se a historia fosse um canal de transmissao linear de identidades e herancas, como entender o deslocamento radical de valores e a irrupcao constante de novos parametros para pensar o passado? Dentro deste conjunto de preocupacoes,...

A musica popular em meadost dos anos 80
 Nota: Para outros significados, veja MPB (desambiguação).

A MPB, sigla derivada da expressão Música Popular Brasileira, é um gênero musical surgido no Brasil em meados da década de 1960.[1] A MPB surgiu a partir de 1966 na cidade do Rio de Janeiro com a segunda geração da bossa nova, mas com uma forte influência do folclore brasileiro que já vinha desde 1932.[2] Na prática, a sigla MPB anunciou uma fusão de dois movimentos musicais até então divergentes, a bossa nova e o engajamento folclórico dos Centros Populares de Cultura da União Nacional dos Estudantes. Os primeiros defendendo a sofisticação musical e os segundos, a fidelidade à música de raiz brasileira. Seus propósitos se misturaram e, com o golpe de 1964, os dois movimentos se tornaram uma frente ampla cultural contra o regime militar, adotando a sigla MPB na sua bandeira de luta.

MPB Origens estilísticas

  • Bossa nova[1]
  • modinha[1]
  • choro[1]
  • samba[1]

Contexto cultural Meados da década de 1960, Rio de Janeiro, Brasil[1]Instrumentos típicos

  • Violão
  • atabaque
  • pandeiro

A Jovem Guarda e a Tropicália são movimentos musicais que fazem parte da MPB, mas a Tropicália se identificou mais com a MPB do que a Jovem Guarda devido as misturas de ritmos nacionais com as internacionais.

A MPB começou com um perfil marcadamente nacionalista, mas foi mudando e incorporando elementos de procedências várias, até pela pouca resistência, por parte dos músicos, em misturar gêneros musicais. Esta diversidade é até saudada como uma das marcas deste gênero musical. Pela própria hibridez, é difícil defini-la.[3]

O nome MPB pode, em determinados momentos, criar confusão por aparentemente se referir a qualquer música popular do Brasil, porém é importante diferenciar MPB - o estilo musical - de outros, como o samba, o choro, a bossa nova etc. Apesar de todos terem ligações, não são a mesma coisa. Assim como a bossa nova, a MPB foi uma tentativa de produzir uma música brasileira "nacional" a partir de estilos tradicionais. A MPB teve um impacto considerável na década de 1960, em grande parte graças a vários festivais de música na televisão.

 

Tom Jobim e Chico Buarque, 1968. Arquivo Nacional.

O termo "música popular brasileira" já era utilizado no início do século XX, sem entretanto definir um movimento ou grupo de artistas.[4][2] No ano de 1945, o livro "Música popular brasileira", de Oneyda Alvarenga, relaciona o termo a manifestações populares, como o bumba-meu-boi. Somente duas décadas depois ganharia também a sigla MPB e a concepção que se tem do termo. A MPB surgiu exatamente em um momento de declínio da bossa nova, gênero renovador na música brasileira surgido na segunda metade da década de 1950. Influenciado pelo jazz norte-americano, a bossa nova deu novas marcas ao samba tradicional.

Mas na primeira metade da década de 1960, a bossa nova passaria por transformações e, a partir de uma nova geração de compositores, o movimento chegaria ao fim já na segunda metade daquela década. A MPB, vagamente entendida como um estilo musical, iniciou-se em meados dos anos 1960, com o acrônimo sendo aplicado a tipos de música não-elétricas, que surgiram após o início, origem e evolução da bossa nova.

Inicialmente, o estilo que seria conhecido como MPB era denominado como Música Popular Moderna (MPM), terminologia utilizada pela primeira vez em 1965, para identificar canções que já se diferenciavam da bossa nova, que não eram samba, nem moda ou marchinha, mas que aproveitavam simultaneamente a suavidade do repertório da bossa nova, o carisma das tradições regionais e o cosmopolitismo de canções norte-americanas, que se tornaram conhecidas do público brasileiro por meio do cinema.

Um dos primeiros exemplos de canção rotulada como MPM foi “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes, que em 1965, interpretada por Elis Regina, venceu o 1º Festival de Música Popular da TV Excelsior. Em 1966, o samba "Pedro Pedreiro", de Chico Buarque, também foi classificado como MPM, pois não era bossa nova, nem jovem guarda e nem música de protesto.

Também em 1966, um conjunto vocal de Niterói, até então conhecido como "Quarteto do CPC" (sigla do Centro Popular de Cultura), adotou o nome "MPB 4". Na virada da década de 1960 para a de 1970, deixou-se de adotar a sigla MPM que foi substituída pela sigla MPB.[5]

Os artistas e o público da MPB foram em grande parte ligados aos estudantes e intelectuais, fazendo com que mais tarde a MPB fosse conhecida como "a música da universidade."[6][7]

 

Milton Nascimento, 1969. Arquivo Nacional

O início da MPB é frequentemente associado à interpretação feita por Elis Regina da canção Arrastão, de Vinicius de Moraes e Edu Lobo. Em 1965, um mês depois de celebrar seu 20 º aniversário, Elis apareceu no nacional transmissão do Festival de Música Popular Brasileira e cantou a música, que foi lançada como single, e se tornou o single mais vendido na história da música brasileira naquela época, levando a cantora ao estrelato. Arrastão foi defendida, em 1965, por Elis no I Festival de Música Popular Brasileira (TV Excelsior, Guarujá-SP). A partir dali, difundiram-se artistas novatos, filhos da bossa nova, como Geraldo Vandré, Taiguara, Edu Lobo e Chico Buarque, que apareciam com frequência em festivais de música popular. Bem-sucedidos como artistas, eles tinham pouco ou quase nada de bossa nova. Vencedoras do II Festival de Música Popular Brasileira, (São Paulo em 1966), Disparada, de Geraldo, e A Banda, de Chico, podem ser consideradas marcos desta ruptura e mutação da bossa para MPB.

O mais antigo elemento emprestado da bossa nova à MPB é a crítica velada da injustiça social e da repressão governamental, muitas vezes baseadas em uma oposição de cunho progressista à cena política caracterizada pela ditadura militar, a concentração da propriedade da terra, e imperialismo. A variação dentro de MPB foi o movimento artístico de curta duração, mas influente, conhecida como Tropicália.

Depois, a MPB passou a abranger outras misturas de ritmos como a do rock, soul, funk e o samba (dando origem aos estilos conhecidos como samba-rock e samba funk), além da música pop, tendo como artistas famosos Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Tim Maia, Gal Costa, Chico Buarque e outros e no fim da década de 1990 a mistura da música latina influenciada pelo reggae e o samba, dando origem a um gênero conhecido como samba reggae, além de outras fusões como o axé music e o Manguebeat.

Muitos dos álbuns na lista dos 100 melhores álbuns brasileiros da Rolling Stone Brasil se enquadram na categoria MPB.[8]

  • Festival de Música Popular Brasileira
  • Nueva Canción Latinoamericana

  1. a b c d e f MPB - Tudo sobre a Música Popular Brasileira Pereira, Sofia (5 de março de 2017). UpperMag. Visto em: 25 de janeiro de 2018
  2. a b Fabiana Majewski dos Santos (autora), e Juliana Abonizio (orientadora) (25 a 27 de maio de 2010). «Um estudo da Música Popular Brasileira como categoria nativa» (PDF). Consultado em 11 de maio de 2014  Verifique data em: |data= (ajuda)
  3. Resumo da história - Site da MPB sites.google.com
  4. Antônio José Chaves. Comunicação e música. SP: Clube de Autores, 2012. ISBN 978-85-914392-3-2
  5. MÚSICA NO BRASIL DA DITADURA, acesso em 05 de janeiro de 2016.
  6. «UOL, 500 anos de Música brasileira». Consultado em 13 de agosto de 2014. Arquivado do original em 8 de março de 2001 
  7. Performance da música indígena no Brasil (em português)
  8. "Os 100 maiores discos da Música Brasileira" - Rolling Stone Brasil, outubro de 2007, edição nº 13, página 109

  • Paulo Cesar de Araújo, Roberto Carlos em Detalhes, Editora Planeta, 2006. ISBN 8576652285
  • Ricardo Cravo Albin. O livro de ouro da MPB: a história de nossa música popular de sua origem até hoje. Ediouro Publicações, 2003 ISBN 9788500013454
  • Gildo De Stefano, O povo do samba. O caso e os protagonistas da história da música popular brasileira, prefácio de Chico Buarque, Introdução por Gianni Minà, Edições de RAI, Roma 2005. ISBN 8839713484
  • Gildo De Stefano, Saudade Bossa Nova: música, contaminação e ritmos do Brasil, prefàcio de Chico Buarque, Introdução por Gianni Minà, Logisma Editore, Firenze 2017, ISBN 978-88-97530-88-6
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