Um aluno, ao redigir um trabalho em sua escola, citou vários nomes científicos, dentre eles: 1- tripanossoma cruzi. 2-anopheles (nyssorhynchus) darling. 3- rana sculenta marmorata. 4-carica papaya comente as regras de nomenclatura nos nomes científicos acima:
Alves está aguardando sua ajuda. Espécie: Homo sapiens Fig. 2.7 – As diversas categorias de classificação dos seres vivos: exemplo 22 Regras de nomenclatura Considerando o sistema binominal ou binomial de nomenclatura, estabelecido por Lineu, que adota a espécie como unidade básica de classificação, devem ser observadas as seguin- tes regras de nomenclatura: 1. O nome da espécie deve ser escrito em latim, grifado ou em tipo itálico. É obrigatória a pre- sença de, no mínimo, dois termos: o primeiro indica o gênero e o segundo indica a espécie. O termo que designa a espécie deve sempre ser precedido do gênero e não pode ser es- crito de forma isolada. Assim, por exemplo, o nome científico da anta, animal mamífero en- contrado na floresta Amazônica e nos campos cerrados, é Tapirus terrestris (fig. 2.8). Po- de-se concluir daí que esse animal pertence ao gênero Tapirus e à espécie Tapirus terres- tris (e não à espécie terrestris). Se o nome científico da nossa espécie é Homo sapiens, en- tão pertencemos ao gênero Homo e à espécie Homo sapiens (e não à espécie sapiens). 2. A inicial do termo indicativo do gênero deve ser escrita com letra maiúscula; a da espécie, com letra minúscula. Exemplo: Phaseolus vulgaris (feijão). Nos casos em que o nome da espécie se refere a uma pessoa, a inicial pode ser maiúscula ou minúscula. Assim, o nome do microrganismo causador da doença de Chagas pode ser escrito da seguinte maneira: Trypanosoma cruzi ou Trypanosoma Cruzi, uma vez que o termo cruzi se refere ao médi- co brasileiro Oswaldo Cruz (1879-1934). 3. Quando se trata de subespécies, o nome indicativo deve ser escrito sempre com inicial mi- núscula, mesmo quando se refere a pessoas, e depois do nome da espécie. Exemplos: Rhea americana alba (ema branca); Crotalus terrificus terrificus (cascavel). 4. Nos casos de subgênero, o nome deve ser escrito com inicial maiúscula, entre parênteses e depois do nome do gênero. Exemplo: Anopheles (Nyssurhynchus) darlingi (um tipo de mosquito). 5. O nome da família deve ser escrito com letra inicial maiúscula e terminar com o sufixo idae, no caso dos animais. Exemplos: Felidae, Canidae, Ursidae, Bovidae, Hominidae. No caso das plantas, o sufixo empregado para designar a família geralmente é aceae. Exemplos: Papilionaceae (feijão, etc), Rosaceae (roseira, etc), Magnoliaceae (magnólia, etc), Euphorbiaceae (seringueira, etc), Malvaceae (algodoeiro, etc). 2.3. Mundo vivo: apresentação dos reinos O moderno sistema de classificação, que distribui os seres vivos em cinco grandes reinos — Monera, Protista, Fungi, Metaphyta e Metazoa —, foi idealizado por R. H. Whittaker, em 1969. Assim, as espécies conhecidas de seres vivos estão distribuídas em reinos específicos, segundo determinados critérios de classificação. Fig. 2.8 — Anta ou tapir (Tapirus terrestris). Quando adulto esse animal mede aproximadamente 2 metros de compri- mento e pesa cerca de 250 kg. 23 Os critérios básicos de classificação Para a classificação dos seres vivos nos cinco grandes reinos, foram utilizados os seguin- tes critérios: tipo de organização celular — define se os seres vivos são procariontes ou eucariontes, isto é, se são destituídos ou possuidores de membrana nuclear, nucléolo e organelas mem- branosas em suas células; número de células — considera se os seres vivos são unicelulares ou pluricelulares; tipo de nutrição — indica se os organismos são autótrofos ou heterótrofos; esse critério também considera a maneira pela qual os heterótrofos obtêm o seu alimento: se por absor- ção ou por ingestão do material orgânico disponível. Os cinco grandes reinos De acordo com o estabelecimento dos critérios de classificação mencionados, o mundo vi- vo foi dividido nos seguintes reinos: Reino Monera — Abrange todos os organismos unicelulares e procariontes, representados pelas bactérias e pelas cianobactérias ou cianofíceas, também conhecidas como algas azuis. Reino Protista — Compreende os organismos unicelulares e eucariontes, como os proto- zoários e certas algas. Reino Fungi — Compreende todos os fungos, que podem ser uni ou pluricelulares e são organismos eucariontes e heterótrofos por absorção. Reino Plantae ou Metaphyta — Abrange os organismos pluricelulares, eucariontes e autó- trofos. Nesse reino, também conhecido como reino das plantas, incluem-se as algas pluricelu- lares, as briófitas (musgos e hepáticas), as pteridófitas (como samambaias e avencas), as gim- nospermas (como pinheiros e sequoias) e as angiospermas (ipês, limoeiros, feijão, capim, etc). Reino Animalia ou Metazoa — Compreende os organismos pluricelulares, eucariontes e heterótrofos por ingestão. Esse reino abrange todos os animais, desde os poríferos até os ma- míferos. Veja no quadro ao lado alguns exemplos de seres pertencentes aos cinco grandes reinos do mundo vivo: REINOS DO MUNDO VIVO Monera Bactérias Cianobactérias (cianofíceas) Protista Protozoários Algas Euglenófitas, crisófitas e pirrófitas Fungi Mixomicetos Eumicetos Ficomicetos, ascomicetos, base- diomicetos e deuteromicetos Plantae (Reino Vegetal) Algas Clorófitas, rodófitas e feófitas Briófitas (musgos e hepáticas) Traqueófitas Pterodófitas (samambaias) Gim- nospermas (pinheiro) Angiospermas (café) Animalia (Reino Animal) Poríferos (esponjas), Celenterados (água-viva), Pla- telmintos (solitária), Nematelmintos (lombriga), Anelí- deos (minhoca), Artrópodes (insetos), Moluscos (caramujo), Equinodermos (estrela-do-mar) e Cordados (mamíferos) 24 ORGANIZANDO O CONHECIMENTO 1 - (Unicamp-SP) Leptodactylus labyrinthicus é um nome aparentemente complicado para um anfíbio que ocorre em brejos do estado de São Paulo. Justifique o uso do nome científico em vez de identificar o anfíbio como "rã-pimenta", como fazem os pescadores. 2 - (Ufop-MG) Um aluno, ao redigir um trabalho em sua escola, citou vários nomes científicos, entre eles: a) Trypanosoma Cruzi; b) Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi; c) Rana sculenta marmorata; d) Carica papaya. Comente as regras de nomenclatura dos nomes científicos acima. O retorno de takhi Houve época em que milhares de cavalos selvagens vagueavam pela Europa, Ásia Cen- tral e China indo até a Mongólia. Hoje existem poucos indivíduos dispersos de uma espécie — o takhi, ou, como é conhecido no Ocidente, cavalo de Przewalski (Equus ferus przewalskii). Essa espécie está extinta na natureza; os últimos exemplares foram avistados no deserto de Gobi, sudoeste da Mongólia, em 1969. Os que ainda sobrevivem — cerca de 1500 em zoológi- cos e parques privados de todo o mundo — descendem de 12 ancestrais capturados no início do século XX e vêm sendo cruzados em cativeiro. Embora o takhi seja semelhante aos cavalos selvagens que os seres humanos começaram a domesticar há cerca de 6 mil anos, pesquisas recentes com DNA mostram que esse animal não é o ancestral dos cavalos domésticos modernos. Fig. 2.9 — Cavalo de Przewalski. O termo przewalski refere- se a um oficial russo que encontrou esse cavalo vivendo em manadas selvagens, na Ásia. Agora estão sendo feitos esforços para reintroduzir essa espécie na natureza. As tenta- tivas de reintrodução têm mostrado a importância crucial de ensinar esses animais a evitar o ataque de predadores, como lobos. Também têm alertado os pesquisadores para pro- blemas inesperados, como a exposição dos cavalos a doenças que podem ser transmitidas por carrapatos. E, ainda, têm ensinado o custo de transportar e restabelecer na natureza populações criadas em cativeiro. Salvar uma espécie antes que se torne extinta na |