Qual a importância da compostagem para as cidades

Fazer compostagem é uma forma de contribuir com o meio ambiente, bem como com a saúde. Mas, quais os benefícios da compostagem para a saúde? Veja!

O mundo está cada vez mais moderno, porém estamos cada vez mais produzindo lixo. As nossas atividades diárias acabam produzindo muitos resíduos que são descartados, sendo enviados para as unidades de tratamento.

Em 2018, por exemplo, foram mais de 215 mil toneladas de lixo sólido urbano por dia gerados no Brasil, o equivalente a 1kg de lixo por pessoa. Desta quantidade, cerca de 40% foram para aterros ou lixões.

Estes locais têm alto risco de contaminação tanto para o meio ambiente quanto para as pessoas que lá trabalham. Além do risco de contaminação, os recursos necessários para coleta, transporte e disposição final destes resíduos é um gasto expressivo para as cidades.

Mas nem todo o lixo que produzimos deve ser destinado a estes locais. Existem destinos mais produtivos para o nosso lixo, como a compostagem.

Imagem de Ben Kerckx por Pixabay

O que é a compostagem?

É uma técnica que consiste em acelerar o processo de decomposição dos alimentos, que se transformam em composto orgânico, mediante uma ação combinada entre microorganismos e organismos, mediante condições ideais de umidade e temperatura. O resultado deste processo é um composto orgânico, que conhecemos como adubo. Esse adubo pode ser utilizado em hortas e jardins.

Podendo ser realizado de pequena a grande escala, a compostagem pode utilizar materiais verdes (frutas, legumes e verduras, ricos em nitrogênio) e marrons (folhas secas, serragens, ricos em carbono). Materiais como alimentos gordurosos, óleos e ossos não são indicados para realizar a compostagem.

Qual a importância da compostagem para a saúde?

O acúmulo do lixo em nossas casas e nos locais de coleta pode aumentar a proliferação de bactérias, fungos e vermes que podem causar doenças. Pode também atrair insetos e outros animais capazes de transmitir doenças. Esses problemas podem se agravar se não foram diagnosticados e tratados rapidamente.

Qual a importância da compostagem para o meio ambiente?

Ao serem depositados em aterros, os resíduos sólidos podem causar a contaminação e degradação do solo destes locais, além de emitirem gases poluentes. Isso contribui para aumentar o risco de contaminação da população.

Fazer a compostagem recicla os nutrientes como cálcio, potássio, nitrogênio, fósforo, entre outros.  Usado como adubo, fornece esses e outros nutrientes para as raízes das plantas.

Aproveitar resíduos orgânicos que iriam para os lixos é um pensamento sustentável, mas também pode contribuir para uma melhor economia das cidades. A compostagem é uma produção natural e gratuita de adubo, que também tem como resultado a redução de locais destinados para aterro de resíduos sólidos, por reduzirem consideravelmente a quantidade de lixo depositados.

Prefeituras e empresas já adotam a compostagem

Além da compostagem em pequena escala, aquela feita em casa, as prefeituras já possuem locais de compostagem em grande escala, com sua própria coleta de resíduos orgânicos. Os moradores devem sempre separar o lixo orgânico dos recicláveis para que cada um tenha seu destino correto, para que possa ser feito o reaproveitamento, se for possível.

As empresas também já perceberam benefícios na compostagem. Além de contribuir para a saúde pública, essa prática mostra a responsabilidade socioambiental e pensamento sustentável da empresa.

Principalmente as indústrias, devem ter a consciência dos resíduos que sua operação produz, e o impacto que elas causam no meio ambiente. A compostagem é uma alternativa que contribui para a redução de aterros, além de gerar renda.

O tratamento do lixo orgânico emprega milhares de pessoas nas cidades, além de gerar adubo de qualidade para os produtores rurais. A empresa que destina os resíduos de forma adequada, contribuem para a redução da poluição, gerando benefícios para outros setores do mercado.

Veja mais publicações sobre compostagem no site AQUI!

Você já ouviu falar em compostagem ou, quem sabe, até já considerou montar uma composteira na sua casa? O Saneamento em Pauta traz para você o beabá sobre compostagem: o que é, para que serve esse tal de húmus e, é claro, como começar já a compostar aí mesmo, na sua casa. Vem com a gente!

O que é compostagem?

Em poucas palavras, a compostagem é o nome que damos ao conjunto de técnicas que transformam a matéria orgânica em húmus, visando a sua valorização. Com termos menos técnicos, podemos dizer que compostar é converter parte dos nossos restos de alimento em adubo de ótima qualidade. 

Ou, ainda, é um jeito simples — e até divertido! — de reciclar parte do nosso lixo orgânico e que pode ser feito em casa. A compostagem caseira pode acontecer de duas formas: seca ou com ajuda de minhocas, essa última chamada de vermicompostagem. 

Compostagem seca ou minhocário?

Você pode começar a compostar em casa com ou sem minhocas. E, na prática, um minhocário ou uma composteira doméstica seca têm o mesmo objetivo: transformar lixo orgânico em adubo. 

Na compostagem seca, todo o trabalho fica por conta dos microrganismos que naturalmente decompõem a matéria orgânica colocada na composteira. Isso pode levar o amigo leitor a se perguntar: por que usar minhocas se é possível compostar sem elas? Bem, a melhor resposta que podemos dar é que a compostagem com minhocas apresenta várias vantagens! 

Com as minhocas vivendo e se alimentando da matéria orgânica inserida na composteira, o processo é mais rápido e, por esse motivo, tende a não gerar odor, já que a matéria não tem tempo de fermentar. Ainda, as minhocas colaboram com a boa oxigenação da terra e com o equilíbrio de questões como a temperatura e a umidade, tornando o processo, no geral, mais tranquilo. Ou seja, elas vêm para somar e dar mais eficiência à compostagem. 

A espécie indicada para compostagem é a minhoca californiana. Mais comilonas e mansas que a espécie nativa do Brasil, elas lidam melhor com variações de temperatura e acidez e você pode comprá-las em lojas de jardinagem ou artigos rurais. Cerca de 200 minhocas é um bom número para começar uma composteira doméstica média.  

Ainda sobre as minhocas, não custa lembrar que elas são completamente inofensivas, não são vetores de doenças e o minhocário é um sistema fechado. Se você não quiser sair por aí comprando duas centenas de minhocas, é possível começar sua compostagem caseira com um bom húmus pronto, que possivelmente contém ovos de minhocas misturados e, com o tempo, elas irão nascer e procriar.

Afinal, o que é húmus?

Hora de fazer uma pausa e explicar essa palavra que já repetimos algumas vezes até aqui. O húmus é a matéria orgânica depositada no solo fruto do processo compostagem. É o que também conhecemos como adubo orgânico, que resulta após todas as fases da humificação do solo — processo gerado na compostagem. Ele é composto por uma mistura de terra, matéria orgânica decomposta e ovos e fezes das minhocas (caso elas estejam vivendo por ali). 

E pode acreditar, o húmus não apresenta odor (além do cheiro de terra), não tem nenhuma toxicidade e pode ser aplicado diretamente na terra onde suas plantas estão. 

As funções do húmus para o solo

O húmus serve de alimento para os microrganismos do bem que vivem no solo, funciona como regulador de umidade e temperatura e fonte de micro (cloro, cobre, zinco, ferro) e macronutrientes (nitrogênio, fósforo e potássio) para as plantas. Estudos indicam, ainda, que o húmus (em especial fruto da vermicompostagem, mais nutritivo) tem potencial para recuperar até mesmo solos contaminados por metais.

Para que serve a compostagem?

Se você tem a jardinagem entre os seus hobbies ou pretende investir tempo e carinho em cuidar de uma horta ou jardim, já percebeu que tem motivos de sobra para se aventurar na compostagem caseira. Produzir o húmus em casa é sinônimo de transformar boa parte do seu lixo do dia a dia em adubo orgânico.

Porém, mesmo que a jardinagem não esteja entre suas paixões, não faltam razões para você considerar incluir a compostagem na rotina da sua casa. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) indicam uma produção de 79 milhões de toneladas de lixo por ano no Brasil. Mais de metade dessa produção é orgânica e apenas 1% desse total é reaproveitado

Uma outra pesquisa indica que a reciclagem no Brasil passa por um certo paradoxo: o brasileiro é um dos povos mais abertos a mudar hábitos em nome da reciclagem, mas apenas 17% da população é atendida por serviços de coleta seletiva. Ou seja, até queremos e estamos caminhando para uma sociedade sustentável, mas é uma longa jornada.  

Então, caso você esteja pensando em montar uma composteira mas não vê muito uso para o húmus na sua casa, você pode doá-lo para vizinhos, escolas ou outras instituições com hortas, ou até mesmo vendê-lo. O mesmo vale para as minhocas. O importante é evitar o descarte de lixo que poderia ser reciclado.

Se você já separa o seu lixo e destina os resíduos recicláveis para a coleta seletiva da sua cidade, então já é meio caminho andado! Compostar o lixo orgânico é um desses pequenos passos que importam muito e dão o exemplo, especialmente para os pequenos — inclusive temos um outro artigo, com foco específico em reciclagem na educação infantil. 

Quais são as fases da compostagem?

Quer conhecer um pouco mais do aspecto técnico e bioquímico por trás da compostagem? Então, vamos lá! Basicamente, o processo que vai de quando você coloca o seu montinho de lixo orgânico na composteira, até aquilo se tornar o húmus pronto e estável, passa por três fases, como explicamos a seguir.

Mesofílica

Esta primeira fase do processo de compostagem se estende, aproximadamente, pelas primeiras duas semanas. Aqui, as temperaturas são amenas e os microrganismos trabalham a decomposição das moléculas mais simples do material orgânico depositado.

Termofílica

Em um segundo momento, a temperatura do composto sobe, permitindo a ação de bactérias e fungos chamados de termofílicos, que precisam do calor. Além desses microrganismos conseguirem agir em moléculas mais complexas, as temperaturas se tornam altas o bastante para matar outras bactérias, chamadas de patogênicas, que não são boas para a compostagem. 

Maturação

Por fim, a oferta de alimento diminui e, junto com ela, a atividade biótica. A temperatura começa a baixar, se aproximando, pouco a pouco, da temperatura ambiente e, com isso, diminuindo a acidez do meio, consolidando a formação do húmus. 

Mesmo em processos de compostagem de nível industrial, pode ser complexo identificar com exatidão a passagem de uma fase para a outra. Se quiser aprender um pouco mais sobre isso, vale a pena dar uma olhada neste artigo da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Para a compostagem doméstica, no entanto, vale seguir os sinais naturais. Ao fim da maturação, o húmus esfriará e os pedaços de matéria orgânica já serão pouco visíveis.

O que é uma composteira e como ter a sua?

A composteira é a estrutura física na qual você realizará a sua compostagem. Hoje, é possível encontrar opções de composteiras tanto em lojas online quanto físicas. Você pode dar uma olhada em lojas de jardinagem ou em grandes lojas com variedade de produtos para casa, caso esteja em uma capital ou grande cidade. Pesquisar por composteira no Google também é certeza de uma grande variedade de modelos. 

Outra opção é fazer sua própria composteira. Dá para improvisar com baldes plásticos de mesmo tamanho, potes domésticos do tipo tupperware ou até mesmo pallets e caixas de madeira — dessas que você consegue em centros de abastecimento e atacado de alimentos. O mais importante é que o material seja opaco e empilhável.

Seja qual for o material escolhido, o desafio é parecido e os cuidados, basicamente os mesmos. Uma composteira padrão terá, no mínimo, três compartimentos. A caixa mais baixa é chamada de coletora e serve para escorrimento e acúmulo do chorume. As duas (ou mais) partes de cima são chamadas de digestoras e devem ser intercambiáveis entre si e furadas nas suas bases. 

Uma composteira de três caixas de tamanho padrão deve ser o bastante para o ciclo de produção de lixo orgânico de uma família de 3 ou 4 pessoas, mas a verdade é que só você sabe quanto lixo sua casa produz. Quanto mais vegetais e refeições em casa vocês fazem, mais caixas coletoras serão necessárias para permitir a formação do húmus sem que a composteira fique cheia antes da hora. Se você optar por uma compostagem sem minhocas, o processo todo será mais lento, então vale apostar em mais caixas. 

Decidiu fazer sua própria composteira? Você pode fazer os furos na base das digestoras com uma furadeira comum e uma broca de espessura 3,0mm ou 4,0mm. Para garantir a boa oxigenação também vale fazer furos menores nas laterais com broca 1,0mm ou 1,5mm. A ideia dos furos na base, além da circulação de oxigênio, é permitir que as minhocas transitem livremente (se estivermos falando de um minhocário) e que o chorume escorra até a base. 

Próximo à base da caixa coletora, faça um furo de tamanho apropriado e encaixe uma torneira plástica. Também é válido posicioná-la ao chão com ajuda de um calço, para que o chorume escorra mais facilmente até a torneira. Se você está entrando de cabeça nesse projeto e fará a composteira com minhocas, não se esqueça de colocar uma pedra grande ou tijolo dentro da coletora, assim, qualquer minhoca que caia no líquido consegue escalar e voltar sã e salva para os andares digestoress.

Chorume?

Sim! Chorume. Mas nada de ficar assustado com a palavra: estamos falando do chorume do bem. Esse resíduo orgânico que escorre até a base da composteira é muito diferente do chorume de aterros sanitários e lixões, que são fruto de problemas no ciclo do saneamento. Como as matérias orgânicas são selecionadas e passam pela compostagem, esse chorume é rico em nutrientes e você pode aproveitá-lo no seu jardim. 

Basta diluir o chorume em uma proporção de um para dez — uma parte do líquido para dez de água — e regar suas plantas (folhas e solo) com a mistura uma vez por semana. Além de ser um ótimo adubo, o resíduo ajuda a afastar moscas e pragas, ou seja, um pesticida natural! 

Como fazer compostagem em casa?

Você já sabe que não existe compostagem doméstica sem uma composteira. Depois de montar ou comprar a sua, é hora de optar entre o processo seco ou com minhocas. 

Para começar sua compostagem doméstica falta, agora, pensar na terra e também em qual matéria orgânica seca você usará para cobrir os resíduos orgânicos (já vamos explicar melhor essa história). No caso da terra, é importante que ela seja de boa qualidade — de preferência húmus de minhoca ou terra adubada —, que é algo fácil de achar em lojas de artigos para jardinagem. 

Já a matéria orgânica seca, por sua vez, é indispensável para cobrir a matéria orgânica molhada que você colocará na composteira. Tenha em mente, sempre, que a proporção entre secos e molhados deve ser de dois para um. 

Se você já cuida de um belo jardim em casa, as folhas secas acabaram de ganhar utilidade. Se não é o caso, serragem de madeira bruta é mais um item para sua lista de compras — capim e, em último caso, papel ou papelão não colorido (rolinhos de papel higiênico bem picados, por exemplo) também são opções.

A cama

Vamos colocar essa composteira para trabalhar? O primeiro passo é montar o que chamamos de cama, a base de terra das caixas digestoras. 

Nas duas (ou mais) caixas que ficam na parte de cima da sua composteira, coloque dois a três dedos de terra misturada com matéria orgânica seca — a serragem de madeira bruta é a melhor opção para começar. Na caixa que vai mais ao topo, você pode soltar as minhocas, caso opte por esse sistema, já que é nessa digestora que será colocado o material orgânico molhado.

Quer visualizar melhor essa fase do processo de montar sua composteira caseira? Você pode conferir esse vídeo do pessoal do Consumo Com Atitude.

Compostando

Como já explicamos, as matérias orgânicas que vão para a composteira se dividem em dois grupos: secos e molhados, mas nem tudo que é orgânico pode, ou deve, ir para sua composteira. 

Vamos falar do que pode e do que não pode ir para a sua composteira caseira?

Pode colocar à vontade: 

  • cascas, aparos e restos de frutas, folhas e legumes em geral (menos os cítricos);
  • cascas de ovos;
  • borra de café (com o filtro e tudo);
  • saquinhos e ervas de chá e de chimarrão;
  • sementes;
  • grãos;
  • insetos mortos;
  • penas e pelos de animais domésticos;
  • cascas de nozes, amendoins etc;
  • especiarias e ervas em geral.

Matéria seca para cobrir (sempre picados ou triturados):

  • serragem de madeira não tratada ou envernizada;
  • papel sem tinta colorida;
  • papelão pouco tratado quimicamente (como caixas de ovos, rolinhos de papel higiênico e embalagens em geral);
  • folhas secas;
  • gravetos;
  • cortiça (como das rolhas de vinho);
  • cinzas de fogueira ou lareira (a da churrasqueira é melhor evitar por causa da gordura que pinga);
  • palitos de dente, espeto ou fósforo;
  • poda de jardim seca no sol;
  • palha.

Pode colocar em pequenas quantidades

  • alimentos cozidos;
  • frutas cítricas (limão em ainda menor quantidade);
  • restos e farelos de alimentos processados.

Não colocar:

  • carnes;
  • fezes de animais que não sejam 100% herbívoros;
  • papel higiênico usado;
  • pimentas, alho e cebola;
  • óleo;
  • gorduras e materiais engordurados;
  • alimentos hiper salgados ou carregados de conservantes;
  • laticínios.

É importante lembrar que estamos pensando aqui em uma compostagem doméstica, de pequena proporção e que pode, inclusive, ser indoor, dentro de um apartamento, por exemplo. Carnes e laticínios, embora sejam compostáveis, muito provavelmente apodrecerão antes dos microrganismos ou mesmo das minhocas darem conta de decompor a matéria. 

O problema com isso é o mau cheiro que pode surgir e a possibilidade de atrair visitantes indesejados, como moscas e outros insetos. Já restos e cascas de cebola, alho e pimentas são agressivos às minhocas, mas não trazem problemas na compostagem seca.

Agora, se você está compostando em uma área externa e o odor não é uma preocupação, pode testar adicionar restos de origem animal à composteira, mas em pequenas quantidades (menos de 20% do total de matéria orgânica fresca).

Animado? Pois bem, agora é só colocar um baldinho com tampa em um local de fácil acesso e durante o dia a dia enchê-lo com as matérias orgânicas. Uma vez por dia vá até a caixa superior da sua composteira e despeje a matéria orgânica do dia em um cantinho — nada de espalhar!

Se você passa aquele cafezinho de todo dia no coador, o pó é perfeito para afastar formigas e alguns outros insetos, então espalhe a borra por cima dos restos. Agora é só cobrir com o dobro de matéria seca: garanta que você perdeu de vista os restos de alimento. Isso é importantíssimo para o equilíbrio de umidade, temperatura e aeração, além de ajudar a não atrair o interesse das moscas. 

Encheu, e agora?

Quando a caixa mais ao topo encher, é hora de fazer a troca entre as digestoras: a de cima vai para o meio e vice-versa. A partir desse momento, continue adicionando o conteúdo diário do seu baldinho na caixa de cima. O momento da troca também é uma ótima oportunidade para dar uma boa mexida em todo o conteúdo da composteira — a compactação é péssima para a oxigenação. Também vale lembrar de esvaziar o chorume da caixa coletora.

Quando todas as caixas digestoras estiverem cheias, é hora de conferir se o húmus teve tempo de se formar corretamente e se sua composteira passou por todas as três fases que comentamos mais acima. Se tudo tiver corrido bem, é só retirar o húmus e começar de novo! Siga os passos:

  • coloque a primeira caixa digestora que se encheu exposta à luz e claridade para que as minhocas se escondam no fundo;
  • com uma pá de jardinagem, comece a raspar, com cuidado, a parte de cima do húmus e, se as minhocas estiverem à vista, dê mais algum tempo para que elas se direcionem para o fundo da caixa;
  • é normal que alguns pedaços de matéria orgânica não estejam totalmente decompostos, como caroços grandes, por exemplo;
  • o resultado que você está buscando é uma mistura solta, relativamente homogênea e sem cheiro forte, esse é o húmus.
  • passe esse adubo orgânico e fresquinho para um outro recipiente e não se esqueça de deixar uns três dedos de húmus para ser a cama do próximo ciclo. 

Que fatores influenciam na compostagem?

Mas e se não estiver dando tudo certo? Bem, vamos às dicas do que pode estar errado na sua compostagem. 

Organismos

Se você estiver trabalhando com a compostagem seca, todo o trabalho será responsabilidade da vida que naturalmente será atraída para a composteira — principalmente bactérias. 

É normal, mesmo sem adição manual de minhocas, que pequenos insetos inofensivos, como besouros, apareçam, então não precisa se preocupar. Se montar a estrutura em um jardim ou iniciar o processo com húmus comprado pronto, é bem possível que as minhocas surjam com o passar do tempo.

As tais das mosquinhas de fruta, por outro lado, podem ser bem incômodas em ambientes fechados e um sinal de que você está permitindo que as larvas desses insetos se misturem à sua compostagem. A dica é garantir que o seu baldinho esteja sempre tampado, assim como a composteira.

Se você optou por adicionar minhocas desde o começo, então vale sempre ficar atento à saúde delas; excesso de umidade, frio e falta de aeração são os principais inimigos dos bichinhos.

Temperatura

De forma geral, a temperatura dentro da composteira deve se regular naturalmente. Para o minhocário, é importante que as temperaturas não fiquem baixas demais, o que pode matá-las ou, no mínimo, diminuir muito a atividade. Normalmente, composteira fria é sinal de falta de matéria orgânica fresca. 

Quente demais, por sua vez, pode acelerar demais a procriação — nesse caso, faça o inverso, mais matéria seca. No geral, a dica é deixar a composteira à sombra, em local fresco e arejado. 

Umidade

Outro ponto importantíssimo na saúde do seu sistema. Pegue um punhado da mistura e aperte com a mão. Se você puder sentir e enxergar a água escorrendo entre os dedos, mas sem que escorra às gotas, tudo está caminhando bem. A sensação deve ser mais ou menos a mesmo de apertar um pano ou bucha que foi encharcado e depois torcido. 

Se escorreu muita água, aumente a proporção de matéria seca (mais serragem, folhas etc. para a mesma quantidade de matéria orgânica fresca). Se a terra estiver muito seca, o oposto.

Aeração

Por último, temos a aeração, que nada mais é do que o espaço para circulação de ar dentro da composteira. O primeiro passo para garantir a boa oxigenação está no item acima: manter a umidade controlada. 

Também é válido, como já comentamos, aproveitar as trocas de caixa para revolver a mistura — dar uma boa mexida, no popular —, sempre tomando cuidado especial com as minhocas. Ainda, vale lembrar que o começo é o momento mais crítico da sua aventura na compostagem, então separe as caixas e revolva a mistura após duas semanas, repetindo o processo ao fim do primeiro mês. 

Ufa! Muita informação, não é mesmo? Mas, pode acreditar, fazer compostagem em casa é aquele tipo de coisa que só traz alegria e bem-estar. Você faz um pouquinho mais pelo meio ambiente, dá o exemplo em termos de reciclagem e produz, aí na sua casa, adubo orgânico da mais alta qualidade.

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