Como calcular sistema de força com raiz quadrada

O arraste é uma força de fricção que surge por intermédio do atrito entre o corpo e o fluido. Essa força atua na direção paralela à superfície do corpo e, em muitos casos, é proporcional ao quadrado da velocidade com que o corpo desloca-se em relação ao fluido.

O que é força de arraste?

Existem três tipos diferentes de forças de arraste, essas forças são chamadas de arraste de superfície, arraste de forma e arraste de onda.

Em linhas gerais, a força de arraste, também conhecida como resistência do fluido, tanto pode ser aerodinâmica como hidrodinâmica, para os casos em que o corpo desloca-se em meios gasosos e líquidos, respectivamente.

O formato dos carros ajuda a reduzir o arraste aerodinâmico.

O arraste é, na maioria dos casos, proporcional ao quadrado da velocidade do corpo em relação ao meio em que se desloca, mas também diretamente proporcional à área do corpo transversal ao fluxo das linhas de fluido.

Além desses fatores, o formato do corpo é capaz de alterar grandemente o modo como a força de arraste atua sobre ele, tudo isso depende de como é o fluxo das linhas de fluido. Adiante, explicaremos o que são elas.

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Linhas de fluido

Linhas de fluido são recursos usados para facilitar a compreensão das forças de arraste. Trata-se de construções geométricas, também chamadas de linhas fluidodinâmicas. Elas indicam o modo como as camadas de um fluido movem-se.

No caso em que as linhas fluidodinâmicas são sobrepostas e paralelas, o fluxo de fluido é laminar e pouquíssima força de arraste é exercida sobre um corpo que se desloca sobre ele. Nesse caso, só há atrito entre as próprias camadas do fluido, portanto, dizemos que ele apresenta apenas viscosidade.

A figura mostra as linhas de fluido que passam através de corpos com diferentes formatos.

Quando as linhas fluidodinâmicas não são paralelas umas às outras, dizemos que o fluxo do fluido que atravessa o corpo é caótico. Esse tipo de fluxo é capaz de reduzir grandemente a velocidade com que o corpo desloca-se através desse meio, assemelhando-se ao caso em que um nadador tenta nadar contra a correnteza de um rio de águas turbulentas.

Arraste de superfície

O arraste de superfície é aquela força causada pela movimentação de um corpo em direção oposta ao fluido. Ela surge graças ao contato entre o fluido e o corpo, por meio de uma camada de contato imediata à superfície deste.

Esse tipo de arraste surge em razão da aspereza de uma superfície do corpo que se desloca no fluido, uma vez que a própria aspereza propicia uma área de contato maior entre ambos.

O arraste de superfície é bastante explorado nas competições profissionais de natação, em que se usa roupas lisas, capazes de diminuírem consideravelmente o arraste do fluido enquanto o nadador  desloca-se em meio líquido.

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Arraste de forma

O arraste de forma decorre de uma diferença de pressão entre diferentes partes de um corpo que se desloca através de um fluido.

Quando um corpo desloca-se com velocidade suficientemente alta através de um fluido, logo atrás dele surge uma região de turbulência, cuja pressão é menor do que a pressão à frente do corpo. Essa diferença de pressão resulta em um arrasto contrário ao sentido de movimento do corpo.

Com o intuito de reduzir-se o arraste de superfície, os objetos que são projetados para deslocar-se em fluidos são desenhados em formatos aerodinâmicos, e essa condição é obtida quando se diminui a área do corpo que é perpendicular ao fluxo das linhas de fluido.

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Arraste de onda

O arraste de onda só ocorre quando algum corpo desloca-se próximo à superfície da água, como quando os nadadores empurram a água para baixo, sendo empurrados para cima, mas também perdendo parte de sua energia cinética em razão da “barreira” de água que se forma na sua frente.

Outro exemplo seria o de um navio, que forma ondas de arraste em frente à sua proa, quando em movimento. O arraste de onda não ocorre quando os corpos movem-se completamente imersos em água.

A proa do navio produz ondas de arraste na sua frente quando ele se desloca.

Fórmula da força de arraste

Confira qual é a fórmula usada para calcular-se a força de arraste:

C – coeficiente de arraste

ρ – densidade do fluido (kg/m³)

A – área do corpo transversal às linhas fluidodinâmicas (m²)

v – velocidade do corpo (m/s)

A fórmula relaciona a força de arraste à densidade do meio, à área transversal do corpo e ao quadrado da velocidade desse corpo, mas também se refere a um coeficiente de arraste C — uma grandeza adimensional que depende diretamente do formato do objeto, no caso de objetos esféricos, por exemplo. O coeficiente de arraste é igual a 0,5.

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Velocidade terminal

Quando algum objeto de tamanho significativo cai de grandes alturas, a força de arraste equilibra-se com a força peso do objeto. Desse modo, a força resultante sobre o objeto passa a ser nula e ele continua o seu movimento em trajetória retilínea, com velocidade constante, de acordo com a 1ª lei de Newton, a lei da inércia.

A velocidade com que um objeto chega ao chão depois de ser solto no ar, chamada de velocidade terminal, pode ser calculada por meio da seguinte expressão, observe:

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Exercícios resolvidos sobre força de arraste

Questão 1) Um objeto esférico (C = 0,5) de área transversal de 7,0 cm² (7,0.10-4 m²) desloca-se no ar a uma velocidade de 10,0 m/s. Sabendo que a densidade do ar é de, aproximadamente, 1,0 kg/m³ e que a densidade do objeto é de 800 kg/m³, determine o módulo da força de arraste sobre esse objeto.

a) 0,750 N

b) 0,0550 N

c) 0,0175 N

d) 0,2250 N

e) 0,5550 N

Gabarito: Letra c

Resolução:

O exercício pede que calculemos a intensidade da força de arraste, para tanto, basta substituir os dados informados na fórmula, observe:

Questão 2) Analise as afirmações acerca da força de arraste, em seguida, assinale a alternativa correta:

I - A força de arraste é proporcional ao quadrado da velocidade do corpo.

II - Quanto maior é a densidade do meio, maior será a intensidade da força de arraste exercida por um corpo que o atravessa.

III - A velocidade terminal de um corpo que se desloca em um meio fluido não depende da massa do objeto.

São verdadeiras:

a) Apenas I

b) I e II

c) I, II e III

d) Apenas II

e) II e III

Gabarito: Letra b

Resolução:

As alternativas corretas são I e II. Em relação à alternativa II, a densidade do meio é diretamente proporcional à força de arraste, por isso, a alternativa correta é a letra b.

Questão 3) Um corpo de massa m é solto de uma determinada altura em relação ao solo, em uma região onde há presença de gases atmosféricos, passando a cair sobre o efeito de seu peso e da força de arraste do ar. Um segundo corpo, de mesmo formato e tamanho, mas de massa quatro vezes maior, é solto da mesma altura, sob as mesmas condições. Determine a relação entre a velocidade terminal do segundo corpo (v') em relação à velocidade terminal do primeiro corpo (v).

a) v' = 3v

b) v' = v/4

c) v' = 4v

d) v' = v/2

e) v' = 16v

Gabarito: Letra c

Resolução:

Uma vez que a massa do segundo corpo é quatro vezes maior que a massa do primeiro corpo e a velocidade terminal depende da raiz quadrada da massa, a velocidade terminal do corpo que é quatro vezes mais massivo será duas vezes maior, ou seja: v' = 4v.

Por Rafael Helerbrock
Professor de Física

Na Física, o movimento harmônico simples (MHS) é uma trajetória que ocorre na oscilação em torno de uma posição de equilíbrio.

Nesse tipo particular de movimento, existe uma força que direciona o corpo a um ponto de equilíbrio e sua intensidade é proporcional à distância alcançada quando o objeto se afasta do referencial.

Quando um movimento é realizado e alcança uma amplitude, gerando oscilações que se repetem por um período de tempo e que é expresso com uma frequência em unidades de tempo, temos um movimento harmônico ou movimento periódico.

A amplitude (A) corresponde a distância entre a posição de equilíbrio e a posição ocupada ao afastar o corpo.

O período (T) é o intervalo de tempo em que o evento de oscilação se complete. Ele é calculado através da fórmula:

Outra maneira de expressar o período, é relacionando-o com a frequência, que representa o número de oscilações realizadas por unidade de tempo.

A frequência angular ou velocidade angular é dada pela fórmula:

ou

Note que ela pode ser calculada relacionando-se com o período (T) ou com a frequência (f).

Força restauradora no MHS

O afastamento de um corpo da sua posição de equilíbrio faz com que uma força aja sobre ele para que retorne a sua posição.

A força que atua no movimento harmônico simples é de restauração, do tipo elástica. Por isso, a força restauradora no MHS é dada por:

Onde, K é uma constante e x é o deslocamento.

Por exemplo, se uma mola suspensa verticalmente encontra-se parada e na sua posição de equilíbrio, ela pode sofrer um deslocamento se a esticarmos ou comprimirmos. Portanto, a deformação sofrida é representada na fórmula por x.

Fórmulas do movimento harmônico simples

O movimento harmônico simples pode ser estudado através do movimento circular uniforme. Unindo-se os conceitos, é possível chegar as equações horárias a seguir.

Posição

A posição (x), em metros, é dada por:

  • Amplitude do movimento (A), em metros.
  • Frequência angular ou velocidade angular ( ), em radianos por segundo.
  • Tempo (t), em segundos.
  • Fase inicial do MHS ( ), em radianos.

Velocidade

A velocidade de uma partícula (v), em metros por segundo, é dada por:

  • Velocidade angular ( ), em radianos por segundo.
  • Amplitude (A), em metros.
  • Tempo (t), em segundos.
  • Fase inicial ( ), em radianos.

Aceleração

ou

A aceleração de uma partícula (A), em metros por segundo ao quadrado, depende de:

  • Velocidade angular ( ), em radianos por segundo.
  • Posição (x), em metros.

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Energia no movimento harmônico simples

A energia no movimento harmônico simples está associada com a energia cinética e energia potencial.

A energia cinética é referente à posição da partícula, sendo calculada por:

A energia potencial é referente à velocidade atingida pela partícula durante o movimento. Como é do tipo elástica, a energia é calculada por:

A soma das duas energias resulta na energia mecânica:

Vale lembrar que no movimento harmônico simples a energia cinética e potencial variam, pois dependem da posição e da velocidade. Entretanto, a energia mecânica é constante, supondo que não existem forças dissipativas no movimento harmônico simples.

Saiba mais sobre a Energia Mecânica.

Exemplo de MHS: pêndulo simples

O pêndulo simples é um sistema que realiza o movimento harmônico simples. Ele é composto por um fio inextensível e em sua extremidade está fixa uma partícula de dimensões desprezíveis, que se movimenta livremente.

A posição de equilíbrio de um pêndulo, ponto A na imagem acima, acontece quando o instrumento está parado, permanecendo em uma posição fixa.

Deslocar a massa presa na ponta do fio para determinada posição, na imagem representada por B e C, faz com que haja uma oscilação em torno do ponto de equilíbrio.

Fórmulas de período e frequência para o pêndulo

O movimento periódico realizado pelo pêndulo simples pode ser calculado através do período (T).

Onde,

T é o período, em segundos (s). L é o comprimento do fio, em metros (m).

g é a aceleração da gravidade, em (m/s2).

Já a frequência do movimento pode ser calculada pelo inverso do período, e por isso, a fórmula é:

Saiba mais sobre o pêndulo simples.

Exercícios sobre movimento harmônico simples

Questão 1

Uma esfera de massa igual a 0,2 kg está presa a uma mola, cuja constante elástica k = . Afasta-se a mola 3 cm de onde estava em repouso e ao soltá-la o conjunto massa-mola começa a oscilar, executando um MHS. Desprezando as forças dissipativas, determine o período e a amplitude do movimento.

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Resposta correta: T = 1s e A = 3 cm.

a) O período do movimento.

O período (T) depende apenas da massa, m = 0,2 kg, e da constante, k = .

b) A amplitude do movimento.

A amplitude do movimento é 3 cm, distância máxima alcançada pela esfera ao retirá-la da posição de equilíbrio. Portanto, o movimento realizado é de 3 cm para cada lado da posição inicial.

Questão 2

Em uma mola, cuja constante elástica é 65 N/m, está acoplado um bloco de massa 0,68 kg. Movendo o bloco da posição de equilíbrio, x = 0, até uma distância de 0,11 m e soltando-o do repouso em t = 0, determine a frequência angular e a aceleração máxima do bloco.

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Resposta correta: = 9,78 rad/s e = 11 m/s2.

Os dados apresentados no enunciado são:

  • m = 0,68 kg
  • k = 65 N/m
  • x = 0,11 m

A frequência angular é dada pela fórmula: e o período é calculado por , então:

Substituindo os valores da massa (m) e da constante elástica (k) na fórmula acima, calculamos a frequência angular do movimento.

A aceleração no MHS é calculada por enquanto que a posição possui a fórmula . Sendo assim, podemos modificar a fórmula da aceleração.

Observe que a aceleração é uma grandeza proporcional ao negativo do deslocamento. Portanto, quando a posição do móvel está em seu menor valor a aceleração apresenta seu maior valor e vice-versa. Por isso, a aceleração é máxima´é calculada por: .

Substituindo os dados do enunciado na fórmula, temos:

Sendo assim, os valores para o problema são: .

(Mack-SP) Uma partícula descreve um movimento harmônico simples segundo a equação , no SI. O módulo da máxima velocidade atingida por esta partícula é:

a) π 3 m/s. b) 0,2 . π m/s. c) 0,6 m/s. d) 0,1 . π m/s.

e) 0,3 m/s.

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Resposta correta: c) 0,6 m/s.

A equação apresentada no enunciado da questão é a equação horária da posição . Portanto, os dados apresentados são:

  • Amplitude (A) = 0,3 m
  • Frequência angular ( ) = 2 rad/s
  • Fase inicial ( ) = rad

A velocidade no MHS é calculada por . Entretanto, quando a velocidade máxima é atingida e, por isso, a fórmula pode ser reescrita como .

Substituindo a frequência angular e amplitude na fórmula, podemos encontrar a velocidade máxima.

Sendo assim, o módulo da máxima velocidade atingida por esta partícula é 0,6 m/s.

Questão 4

Se a posição de uma partícula é determinada pela função horária

, qual a velocidade escalar da partícula quando t = 1 s?

a)
b)
c)
d)


e) n.d.a

Esconder RespostaVer Resposta

Resposta correta: b) .

Segundo a função horária temos os seguintes dados:

  • Amplitude (A) = 2 m
  • Frequência angular ( ) = rad/s
  • Fase inicial ( ) = rad

Para calcular a velocidade utilizaremos a fórmula .

Primeiramente, vamos resolver o seno da fase do MHS: sen .

Observe que precisamos calcular o seno da soma e, portanto, utilizamos a fórmula:

Por isto, precisamos dos seguintes dados:

Agora, substituímos os valores e calculamos o resultado.

Colocando o resultado na função horária, calculamos a velocidade da seguinte forma:

RAMALHO, NICOLAU e TOLEDO. Fundamentos da Física - Vol. 2. 7. ed. São Paulo: Editora Moderna, 1999.

MÁXIMO, A., ALVARENGA, B. Curso de Física - Vol. 2. 1. ed. São Paulo: Editora Scipione, 2006.

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