São aqueles cuja carteira é composta de no mínimo 67% em títulos e Valores Mobiliários de renda fixa?

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Os fundos de renda fixa são ótimas opções tanto para aqueles que pretendem construir um colchão de liquidez quanto para quem tem objetivos de investimentos de longo prazo.

Engana-se quem pensa que essas aplicações de renda fixa são indicadas apenas para os investidores conservadores. Elas podem assumir diferentes funções nas carteiras de investimentos, inclusive daqueles com perfil de risco moderado.

Por isso, preparamos este guia financeiro com as principais informações sobre este tipo de fundo de investimento.

Continue a leitura e saiba detalhes sobre os fundos de renda fixa, como funcionam e como escolher entre os fundos disponíveis a melhor opção para o seu portfólio.

O que é e como funciona um fundo de investimento de renda fixa?
Quais os tipos de fundos de renda fixa?
Quanto rende um fundo de investimento de renda fixa?
Qual o risco de um fundo de renda fixa?
Qual a diferença entre investir em renda fixa e fundos de investimento?
Fundo de renda fixa X fundo de renda variável
Afinal, quando vale a pena investir em um fundo de renda fixa?
Como escolher o melhor fundo de investimento na renda fixa?
Como declarar os fundos de renda fixa no imposto de renda?
Considerações sobre como escolher os melhores fundos de renda fixa

Ao término deste conteúdo, esperamos que você faça escolhas adequadas ao seu perfil e eleve as suas chances de ganho utilizando essa classe de ativos.

O que é e como funciona um fundo de investimento de renda fixa?

Os fundos de investimento categorizados como renda fixa são aqueles cuja carteira é concentrada em títulos de renda fixa relacionados à taxa básica de juros (Selic) e/ou ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os fundos de renda fixa devem ter no mínimo 80% do patrimônio alocado em ativos de renda fixa, como CDBs, títulos públicos, debêntures, letras de crédito imobiliário e do agronegócio, entre outros títulos privados.

Esses produtos de renda fixa são considerados mais conservadores, especialmente quando comparados a outras modalidades de investimentos.

Contudo, os fundos de renda fixa também possuem exposição ao risco. Alguns, inclusive, podem ter a sua rentabilidade diminuída em períodos de estresse do mercado. Portanto, fique atento aos detalhes de cada um.

Quais os tipos de fundos de renda fixa?

A Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), para facilitar o processo de decisão de investimento, dividiu os fundos de renda fixa em subcategorias.

Essa classificação é baseada nos riscos envolvidos e na estratégia de investimento adotada pela equipe de gestão responsável. Assim, esses fundos são categorizados como:

  • Fundo de Renda fixa simples, com no mínimo 95% do patrimônio em títulos de baixo risco;
  • Indexado ou referenciado, que segue as variações do índice de referência escolhido;
  • Ativos, baseados na duração média da carteira e no risco de crédito dos títulos negociados;
  • Investimentos no exterior, que investem 40% ou mais do patrimônio líquido em ativos no exterior.

Quanto rende um fundo de investimento de renda fixa?

A rentabilidade dos fundos de renda fixa está diretamente relacionada aos ativos financeiros que compõem o seu portfólio.

Os fundos DI, por exemplo, alocam o patrimônio majoritariamente em títulos de renda fixa pós-fixados que acompanham os movimentos dos juros e visam superar a taxa DI.

Essas aplicações de renda fixa normalmente apresentam retornos mais baixos, porém mais consistentes, com baixo risco de crédito e maior liquidez.

Já os Fundos de Debêntures Incentivadas investem em títulos de títulos de dívidas atrelados à inflação e contam com a isenção fiscal. Isso faz com que eles sejam mais rentáveis, porém com baixa liquidez e maior risco de calote.

Portanto, na hora de investir em fundos de renda fixa avalie a política de investimento utilizada por cada produto e não apenas a rentabilidade apresentada. Afinal, rentabilidade passada não garante o mesmo desempenho no futuro.

Qual o risco de um fundo de renda fixa?

Assim como outros ativos disponíveis no mercado, os fundos de renda fixa também possuem riscos, como:

  • Risco de mercado: trata-se dos movimentos inesperados do mercado ocasionados por situações adversas e imprevisíveis. No caso da renda fixa, esses movimentos podem gerar oscilações nos preços desses ativos.
  • Risco de liquidez: trata-se do risco do time de gestão não conseguir vender os ativos que compõem a carteira do fundo para realizar o pagamento dos resgates solicitados dentro do prazo estipulado.
  • Risco de crédito: trata-se do risco do emissor do título de renda fixa não conseguir arcar com seus compromissos de pagamento de juros, amortizações e/ou do capital principal investido. Por isso, é fundamental uma análise de crédito criteriosa.

Vale mencionar que os fundos de renda fixa com menor liquidez e maior exposição ao risco costumam apresentar resultados mais atrativos.

Qual a diferença entre investir em renda fixa e fundos de investimento?

Ainda que investir em títulos de renda fixa e em fundos de investimento que aplicam nesses ativos pareça a mesma coisa, existem algumas diferenças que precisam ser consideradas.

Em geral, os títulos de renda fixa exigem um investimento inicial mais alto, podendo dificultar a construção de uma carteira diversificada, especialmente dos investidores iniciantes.

Esses papéis também possuem maior risco de crédito e costumam ter um prazo de resgate mais longo. Quando vendidos antes do vencimento, eles estão sujeitos à marcação a mercado, o que pode resultar em prejuízo financeiro.

Já os fundos de renda fixa, tendem a ter uma aplicação mínima mais acessível e pode ser uma alternativa para ter acesso a vários títulos utilizando um só instrumento.

Dependendo do tipo de fundo, o risco de calote pode ser maior ou menor. De qualquer forma, como a carteira desses produtos é diversificada, o impacto acaba sendo menor em caso de inadimplência da instituição emissora.

Fundo de renda fixa X fundo de renda variável

A principal diferença entre esses tipos de fundos de investimento está na composição e concentração do portfólio de cada um.

Enquanto os fundos de renda fixa investem em títulos públicos ou ou de crédito privado (CDB, CRA, CRI, entre outros), os fundos de renda variável precisam ter, no mínimo, 67% do patrimônio investido ações, commodities, derivativos e até fundos imobiliários de papel.

Estes últimos, por sua vez, podem ser vistos como fundos imobiliários da renda fixa por terem sua carteira composta majoritariamente por títulos lastreados em imóveis ou dívidas imobiliárias (CRI, LCI e LH).

Afinal, quando vale a pena investir em um fundo de renda fixa?

Independentemente do cenário, os fundos de renda fixa são sempre uma boa pedida. Esses produtos financeiros possuem diferentes funcionalidades em uma carteira de investimentos.

Eles podem ser utilizados tanto para atender necessidades de curto prazo, como compor a reserva de emergência, quanto para atender a objetivos de investimento de médio a longo prazo ou ainda para reduzir a volatilidade do portfólio.

Em 2020, por exemplo, o ciclo de juros baixos somado à crise causada pela covid-19 impactou o desempenho dos investimentos em renda fixa. Nem mesmo os títulos públicos, considerados os ativos mais seguros, como o Tesouro Selic, saíram ilesos.

Consequentemente, esse movimento também foi visto nos fundos de renda fixa. No entanto, tiveram aqueles que mesmo com a instabilidade econômica, se destacaram positivamente. Por exemplo, alguns fundos de debêntures incentivadas.

Como escolher o melhor fundo de investimento na renda fixa?

Para escolher o melhor fundo de investimento na renda fixa, antes você precisa definir o seu objetivo financeiro, saber por quanto tempo poderá manter o dinheiro aplicado e qual nível de volatilidade você é capaz de suportar.

Os fundos de investimentos de renda fixa são, de fato, mais conservadores, mas isso não significa que eles não passem por um período de baixo retorno, especialmente em cenários de incertezas.

Por isso, na hora de escolher em qual fundo investir considere a liquidez, o horizonte de investimento e a exposição ao risco.

Ao respeitar essas premissas, o nível de assertividade será, certamente, maior. Além disso, procure revisar o seu perfil de investidor e faça escolhas adequadas a ele.

Como declarar os fundos de renda fixa no imposto de renda?

Tanto o valor aplicado quanto o rendimento líquido conquistado nos fundos de renda fixa precisam constar na declaração de imposto de renda.

Para isso, utilize o informe de rendimentos disponibilizado pela corretora de valores que intermediou suas aplicações. Nele consta o valor exato a ser declarado.

Com este documento em mãos, acesse o programa da Receita Federal e siga o passo a passo abaixo:

  • Na ficha de “Bens e Direitos”, selecione o grupo 07 – Fundos de investimento e utilize o código do fundo que consta no informe de rendimentos;
  • Preencha os demais campos com as informações solicitadas, como CNPJ do administrador do fundo e na discrimição insira detalhes da aplicação, como nome e CNPJ do fundo;
  • Informe o saldo no último dia do ano que estiver declarando;
  • Em seguida, declare os ganhos acumulados no campo de “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”, utilizando o código 06 – “Rendimentos de aplicações financeiras”;
  • Finalize Inserindo o nome e o CNPJ da fonte pagadora e o valor total dos rendimentos no fundo.

Considerações sobre como escolher os melhores fundos de renda fixa

Os fundos de renda fixa são excelentes instrumentos para compor a sua carteira de investimentos. Eles representam uma alternativa segura, mesmo que não sejam assegurados com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito.

Além de proporcionar liquidez, esses produtos financeiros auxiliam na diversificação do portfólio, assim como contribuem com a performance.

Mas lembre-se que os fundos de investimentos de renda fixa possuem particularidades que precisam ser consideradas antes de começar a investir.

Isso permite que você faça escolhas alinhadas ao seu perfil de risco e se posicione de forma estratégica no mercado financeiro, aumentando as chances de retorno de suas aplicações.

Quer saber mais sobre outras opções de renda fixa? Então confira este material completo que a Guide preparou para você e também tenha acesso a conteúdos exclusivos sobre investimentos.

Na Guide, você encontra os melhores fundos de renda fixa do mercado brasileiro e outras modalidades para diversificar o seu portfólio.

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O que são carteiras de valores mobiliários?

O que são valores mobiliários Valores mobiliários são títulos financeiros que podem ser de propriedade (ações) ou de crédito (obrigações). Eles podem ser emitidos por entidades públicas, como o próprio governo, ou privadas, como empresas e instituições financeiras.

Como são denominados os títulos de renda fixa?

Na prática, esses ativos financeiros são, em sua maioria, os chamados títulos de renda fixa, como os títulos públicos federais, as debêntures e os títulos de emissão bancária, como CDBs, LCIs, entre outros.

Quais são os fundos de renda fixa?

Fundos de Renda Fixa são modalidades de investimento que captam recursos por meio da venda de cotas e aplicam em uma carteira de ativos financeiros de Renda Fixa atrelados, na sua maioria, à taxa de juros ou à inflação, tais como: Tesouro Direto, CDBs, Letras de Crédito, entre outros.

Qual o percentual mínimo de ações que um fundo multimercado precisa ter em carteira?

O fundo multimercado não tem qualquer compromisso para investir um percentual da carteira em determinado ativo, como os de renda fixa (que precisam ter 80% da carteira aplicada em títulos) e ações (que precisam ter ao menos 67% da carteira aplicada em ações).