Quem é deus afinal pdf

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Publicado em: 2018-03-28

Quem é deus afinal pdf
Título original: What We Talk About When We Talk About God
Copyright © 2013 por WORB. Inc.
Copyright da tradução © 2014 por GMT Editores Ltda.
Publicado mediante acordo com a Harper Collins Publishers.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores.
Todas as citações bíblicas usadas neste livro foram retiradas da Bíblia Sagrada, Nova Versão Internacional – NVI.
tradução
Joel Macedo
preparo de originais
Alice Dias
revisão
Fernanda Lizardo e José Tedin
projeto gráfico e diagramação
DTPhoenix Editorial
capa
Miriam Lerner
imagem de capa
Andrew Khritin/Thinkstock
adaptação para ebook
Marcelo Morais
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
B381q
Bell, Rob
Quem é Deus, afinal? [recurso eletrônico] / Rob Bell [tradução de Joel Macedo]; Rio de Janeiro: Sextante, 2014.
recurso digital
Tradução de: What we talk about when we talk about God
Formato: ePub
Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions
Modo de acesso: World Wide Web
ISBN 978-85-431-0121-7 (recurso eletrônico)
1. Deus. 2. Religião. 3. Livros eletrônicos. I. Título.
14-12766
CDD: 231
CDU: 27-317
Todos os direitos reservados, no Brasil, por
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E-mail:
www.sextante.com.br
Como todas as grandes coisas deste mundo, quando se trata de mulheres, religião e céu... você imagina
a respeito e não para de imaginar a respeito.
TOM WAITS
CAPÍTULO 1
Sussurro
QUANDO USO A PALAVRA DEUS no título deste livro, sei que posso estar pisando em um campo minado. Por acaso
existe alguma palavra mais volátil, mais carregada de histórias, suposições e expectativas do que a antiga,
desgastada, provocadora, onipresente, familiar e desconhecida palavra Deus?
É por isso que faço uso dela.
Quando se trata de Deus, nosso foco é bem difuso: pessoas arriscam suas vidas para servir aos pobres porque
acreditam que Deus as chamou para isso; pastores anunciam que as catástrofes naturais são obras Dele;
professores afirmam que Deus é apenas produto de nossa imaginação; amigos discutem o poder da fé numa
mesa de bar; cantores agradecem ao Senhor quando são premiados por uma canção que fala sobre sexo
casual.
Assim como um espelho, Deus parece ser cada vez mais um reflexo de quem está falando Dele no momento.
As últimas pesquisas, que revelam quantos de nós creem ou não creem em Deus e mostram que
frequentamos cada vez menos as igrejas, induzem os analistas a especular sobre uma série de coisas
(demografia, tecnologia, estilos de culto, diferença entre gerações), tudo isso para evitar a verdade óbvia que
nos salta aos olhos como um elefante no meio da sala.
E esta verdade é: nós temos um problema com Deus.
Não é só um problema de definição – quem é Deus, afinal? – e não é só um problema de sentido (é cada vez
mais comum duas pessoas conversarem sobre Deus e falarem de coisas completamente diferentes enquanto
usam a mesma palavra).
O nosso problema com Deus vai mais além e é muito mais profundo do que isso.
Sou pastor há mais de 20 anos e o que tenho visto são pessoas que buscam uma vida com significado, paz e
alegria, mas que, no entanto, não conseguem ver sentido nos conceitos dominantes sobre Deus. E esses
conceitos não estão apenas deixando-as mais frágeis: estão lhes causando sérios danos.
Estamos mais envolvidos do que nunca com as questões da alma e do espírito, e temos a perturbadora
desconfiança de que tudo isso dever ser mais do que um simples acaso. Mas um número crescente de pessoas
está se perguntando: e o que Deus tem a ver com isso?
Então escrevi este livro sobre esse assunto porque estamos no meio de um movimento que vem ganhando
impulso: há uma sensação crescente de que estamos no fim de uma era e no começo de outra, num momento
em que o nosso velho modo de compreender e de falar sobre Deus está morrendo enquanto algo diferente está
sendo gestado.
Há uma antiga história sobre um homem chamado Jacó, que tem um sonho maravilhoso e quando acorda diz:
“Sem dúvida Deus está aqui, eu é que não sabia!”
Até agora.
O poder dessa história está na afirmação de que Deus não mudou; Jacó é quem desperta para uma nova
consciência a respeito de quem Deus é – e de onde Ele está.
Isso me remete novamente a esse momento de mudança, à descoberta de que estamos despertando para
outras maneiras de olhar para o Deus que esteve aqui o tempo todo.
Estou consciente de que escrever um livro sobre isso implica todo tipo de risco.
Eu sei disso.
Estamos rodeados de amigos, vizinhos, familiares, intelectuais e religiosos defendendo a ferro e fogo suas
crenças profundamente arraigadas nos sistemas religiosos tradicionais – ou sua total descrença neles. Ou seja,
há atiradores de elite em todos os telhados. E, nesse sentido, ser polêmico não é nem um pouco interessante.
Mas e o amor, o significado, a alegria, a esperança?
Isso me convence.
É o que me interessa.
É o que faz o risco valer a pena.
O grande acadêmico alemão Helmut Thielicke disse, certa vez, que uma pessoa que fala para a necessidade
do momento está beirando a heresia, mas somente quem se arrisca a tal heresia pode atingir a verdade.
E a verdade é que temos um problema – temos uma necessi​dade –, e há sempre a chance de que este possa
ser o momento.
Primeiro, então, vamos falar um pouco mais sobre esse nosso problema com Deus.
Quando tinha 20 anos, eu dirigia um Oldsmobile.
Você se lembra deles?
Era um modelo Delta 88, prata, quatro portas. O banco da frente era inteiriço e tinha um descanso de braço
no meio, que reclinava. Dava para sete ou oito passageiros tranquilamente. Numa tacada de gênio da
engenharia, a placa traseira era presa por uma dobradiça, atrás da qual ficava o orifício do tanque de gasolina.
A mala era tão grande que era possível colocar cinco pranchas de snowboard lá dentro ao mesmo tempo, ou
uma bateria completa, vários amplificadores e até um corpo, se fosse preciso. (Estou só brincando em relação
ao corpo.) Meus amigos chamavam o carro de “O Trenó”.
O Trenó era um automóvel magnífico e ele me serviu muito bem naquela época.
Mas não se fabricam mais Oldsmobiles.
Eles eram muito bem conceituados, e pode ser que o seu avô ainda tenha um, mas as fábricas que os
produziam já fecharam. Os exemplares que restaram são relíquias de outra época.
Os Oldsmobiles não conseguiram se manter e, pouco a pouco, se tornaram parte do passado, e não do futuro.
Eles, não nós.
Estão no passado, não no presente.
Estou lhe falando sobre o carro que eu dirigia quando era jovem porque, para muitas pessoas no mundo em
que vivemos, Deus é como os Oldsmobiles.
Para explicar o que quero dizer quando comparo Deus a um carro antigo, aqui vão algumas histórias: minha
amiga Cathi me contou que esteve em um evento onde um importante líder cristão afirmou que as mulheres
não deveriam ensinar nem liderar na igreja. Cathi, que tem dois mestrados, ficou chocada.
Recebi um e-mail de meu amigo Gary contando que foi a uma igreja com sua família no domingo de Páscoa e
ouviu uma pregação que dizia que todo gay vai parar no inferno.
E outro amigo meu, Michael, falou que ouviu o líder de uma grande comunidade cristã afirmar que, se alguém
negar que Deus criou o mundo em seis dias, estará negando também o restante da Bíblia, porque o que a
ciência diz não interessa.
E há também dois pastores que me contaram que suas esposas não querem mais nada com Deus. Ambas
foram criadas em ambientes muito religiosos que davam grande importância à crença de que Deus é bom e que
é fundamental ter um relacionamento pessoal com Ele. Porém, as duas passaram por grandes sofrimentos na
juventude e a doutrina que elas seguiam não foi capaz de ajudá-las a lidar com suas experiências. E, assim,
elas se afastaram. Deus, para elas, tornou-se uma figura incômoda e estranha. Como alguém que elas um dia
conheceram e que não conhecem mais.
Por fim, há um famoso jornalista que conheci em uma festa em Nova York. Quando lhe disseram que eu era
pastor, ele quis saber se todos vocês pastores usam quadros, linhas do tempo e gráficos para mostrar às
pessoas quando o mundo irá acabar e de que forma os cristãos escaparão enquanto os que forem deixados
para trás padecerão sofrimentos terríveis.
Contei sobre Cathi assustada naquele auditório, sobre Gary escutando a pregação, sobre Michael ouvindo o
líder cristão, sobre as esposas desencantadas dos pastores e sobre mim naquela festa, pois, para muita gente,
acreditar e confiar naquele Deus parece ser um passo atrás, em direção ao passado, a uma época menos
informada e menos iluminada que felizmente já abandonamos.
Há uma pergunta oculta em todas essas histórias, um questionamento que um número crescente de pessoas
vem fazendo a respeito de Deus:
Há lugar para Ele no mundo moderno?
As coisas mudaram. Hoje temos mais informação e tecnologia do que nunca. Interagimos com mais gente do
que jamais imaginamos. E o Deus tribal, aquele que é o único a quem a maioria de nós foi apresentada –
aquele que está sempre certo (o que significa que todos os demais estão errados) – é cada vez mais visto como
pequeno,
limitado,
irrelevante,
perverso,
e às vezes não muito inteligente.
Deus será deixado para trás?
Como um carro antigo?
————
Não é que Deus esteja ultrapassado ou seja incapaz de lidar com a complexidade da vida; para muita gente,
Ele nunca ocupou um lugar de destaque. Nos últimos anos, temos escutado um número expressivo de
cientistas, professores e escritores afirmarem categoricamente a inexistência de Deus. Tais pessoas acreditam
que os seres humanos não são nada além de interações altamente complexas de átomos, moléculas e
neurônios, conectados para responder a determinados estímulos e para elaborar significados que nos protejam
desta verdade incômoda: no fundo, não há sentido maior nisso tudo porque somos apenas a soma de nossas
partes – nada mais.
E isso é tudo que há.
No final das contas,
é tudo que há.
Esta negação de Deus não é nenhuma novidade, mas vem conquistando muitos adeptos nos últimos anos,
aparentemente como reação ao fato de Deus se assemelhar a um carro velho – e por as pessoas acreditarem
que Ele não é apenas ultrapassado, mas também destrutivo.
Recentemente, fui convidado a participar de um debate no qual o tema era “A religião é boa ou ruim?”. Os
organizadores me disseram que eu era livre para escolher de qual lado ficaria. Isso não é revelador?
Essa história me faz lembrar de uma entrevista que Jane Fonda deu alguns anos atrás à revista Rolling Stone.
O repórter escreveu na matéria:
“A mais nova transformação da atriz – e talvez a mais radical – foi tornar-se cristã. Mesmo com sua propensão
à polêmica, esta é uma decisão chocante.”
Podemos extrair muita coisa desse pequeno texto. É como se houvesse uma pergunta oculta por trás do
comentário do jornalista. Parece que o que ele realmente quer é perguntar a Jane Fonda: “Por que alguém se
tornaria um cristão, afinal?”
Essa é uma pergunta que muita gente se faz – pessoas cultas, sensatas e modernas que acham que tornar-se
cristão é uma coisa “chocante”, para não dizer inconcebível.
Jane Fonda declarou ter sido atraída pela fé porque “sentiu a reverência sussurrando dentro dela”.
Reverência sussurrando dentro de mim. Gosto dessa frase. Ela fala de experiências que todos nós já tivemos –
aqueles momentos em que ficamos plenamente conscientes de que a vida tem um significado especial, de que
não estamos aqui por acaso.
Para muitas pessoas, negar essa voz interior e acreditar que somos apenas um conjunto aleatório de átomos
nos torna frios, vazios e desiludidos.
Porém, quando elas buscam as fontes religiosas convencionais para dar vazão a essa reverência, muitas vezes
são levadas até aquele Deus que ficou no passado, lá atrás, como os carros antigos.
Tudo isso levanta as perguntas:
Há outras maneiras de falar sobre a reverência sussurrando dentro de nós?
Há outro modo de falar sobre a sensação de que há algo mais acontecendo aqui?
Há outro jeito de falar de Deus?
A minha resposta é sim. Eu acredito que há. Mas, antes de falarmos sobre isso, gostaria de lhe contar por que
este livro irrompeu do meu coração desta maneira.
————
Alguns anos atrás, numa manhã de domingo, me vi frente a frente com a possibilidade de Deus não existir, de
realmente estarmos aqui por conta própria e de não haver sentido nenhum nisso tudo.
Hoje vejo uma infinidade de pessoas tendo essas mesmas dúvidas. Mas aquele era um domingo de Páscoa, e
eu era pastor. Eu estava dirigindo o culto no qual deveria pregar sobre a existência de Deus, sobre Ele ter vindo
à Terra com o objetivo de fazer algo miraculoso e ter ressurgido dos mortos para que nós pudéssemos viver
para sempre.
A expectativa de todos era que eu fizesse isso de maneira ardorosa, confiante e persuasiva o bastante para
provocar esperança, alegria e encantamento.
É assim que um sermão de Páscoa deve ser, certo? Imagine se eu chegasse lá e dissesse: “Bem, eu estive
refletindo sobre essas coisas por algum tempo e preciso ser honesto com vocês: acho que estamos ferrados.”
Não funcionaria, não é?
Vou fazer uma pausa para uma confissão: quando você é pastor, seu coração, sua alma, seu contracheque,
suas dúvidas, sua fé, suas esperanças, suas lutas, seu intelecto e suas responsabilidades são embrulhados
todos juntos numa vida/profissão que é muito pública. E domingo é um dia em que se espera que tenhamos
alguma coisa inspiradora para dizer, independentemente do que estivermos sentindo ou pensando em relação a
Deus naquele momento. Às vezes, isso pode criar uma tensão sufocante, porque queremos servir às pessoas e
dar a elas o que temos de melhor, mas também somos seres humanos. E, no meu caso, um ser humano cheio
de dúvidas sérias a respeito de quem realmente é esse Deus.
Aquele domingo de Páscoa foi bastante traumático porque eu descobri que sem muita reflexão e estudo eu
não poderia continuar seguindo aquele caminho sem perder a sanidade. A única solução era mergulhar de
cabeça nas minhas questões e nadar até descobrir qual a profundidade daquela piscina. E se, no final, eu
tivesse que ir embora da igreja, eu iria. Mas iria com a consciência limpa e a integridade intacta.
Este livro, portanto, é intensamente pessoal para mim. Muito do que escrevi aqui vem da minha dúvida, do
meu ceticismo, das noites escuras da alma, quando me flagrei questionando absolutamente tudo. Sentimos um
arrepio na espinha quando ficamos diante da possibilidade de estarmos sozinhos nesse labirinto. Confiar que
existe um ser divino que cuida de nós, que nos ama e nos guia é como dar um salto para atravessar um
oceano.
Então, quando falo de Deus, fé e crença, não uso uma postura arrogante do tipo “Venha, una-se ao grupo!”.
Eu abordo o tema com cuidado, consciente de quanto ele pode ser incômodo, confuso, frustrante, exasperador
e até mesmo traumático.
O que experimentei por um longo período foi um despertar gradual para novas perspectivas da compreensão
de Deus – especificamente do Deus de quem Jesus falou. Percebi que havia outras dimensões nas antigas
tradições hebraica e cristã que vinham de encontro aos meus questionamentos e lutas para entender
quem é Deus
o que é Deus
por que isso importa
e em quê isso afeta a nossa vida.
Nesse processo – que continua até hoje –, minhas dúvidas não desapareceram de repente nem minhas
crenças assumiram novas perspectivas de uma hora para outra. O que aconteceu foi algo muito mais profundo.
Foi uma coisa extraordinariamente libertadora, inspiradora, revigorante e muito útil, que me inspirou a me
sentar, dia após dia, mês após mês, para escrever este livro.
Isso me remete a duas breves verdades antes de prosseguirmos:
Primeiro, sou cristão e, portanto, Jesus é o meio através do qual eu compreendo Deus. Para algumas pessoas,
Jesus limita a discussão a respeito Dele, mas minha experiência mostra exatamente o oposto. As experiências
que tive com Jesus abriram minha mente e meu coração para um Deus maior, mais expansivo, misterioso e
amoroso, que eu acredito estar por trás de tudo o que acontece neste mundo.
Em seguida, percebi que as pessoas querem falar sobre Deus. Não importa o que elas aprenderam quando
crianças, o que lhes traz inspiração ou repulsa, o que lhes dá esperança ou temor: elas estão extremamente
ávidas por desabafar sobre sua fé ou sua descrença em Deus. O que tenho observado é que, ainda que
queiramos estar ligados a essa reverência que sussurra dentro de nós, muitas vezes não sabemos por onde
começar, que passos dar ou para onde ir.
Assim, se de alguma forma este livro conseguir oferecer a você alguma orientação em relação a essas
questões, ficarei extasiado. Mas preciso deixar um ponto muito claro: este livro não é uma tentativa de provar
que Deus existe. Se você pudesse comprovar a existência de Deus, desconfio que nesse momento estaria
conversando sobre alguma outra coisa com alguma outra pessoa.
Este é um livro sobre como se tornar mais vivo e consciente; um livro que nos guia para o Deus que está na
base de nosso ser e que permeia nossos gostos, nossas visões e todas as dimensões da vida – da alegria ao
desespero.
————
Agora vamos falar um pouco sobre o que encontraremos nas próximas páginas.
Este livro se sustenta em torno de três conceitos que desencadearam em mim novas formas de pensar sobre
Deus, de compreendê-lo e, mais importante ainda, de vivenciá-lo. Eles tornaram minha vida melhor, e minha
esperança é que façam o mesmo por você.
Mas, antes de revelar quais são esses conceitos, quero falar sobre duas palavras. São elas que irão nos
preparar para compreender as três expressões que formam a coluna vertebral do livro.
Primeiro, precisamos estar abertos, porque, quando falamos de Deus, levamos expectativas e presunções
para a discussão sobre como o mundo funciona e em que tipo de universo vivemos. Muitas vezes questionamos
a existência de Deus quando pensamos sobre o que realmente importa no mundo de hoje, já que relegamos ao
passado todas as nossas crenças primitivas e supersticiosas. Temos a ciência, a razão e a lógica – o que Deus
tem a ver com tudo isso? Na verdade, tudo. Porque o universo é muito mais misterioso do que qualquer um de
nós pensava. E essa estranheza demandará que estejamos abertos.
Então, primeiro, devemos estar abertos.
Depois iremos discutir sobre o “falar”, pois quando falamos de Deus usamos a linguagem – e a linguagem ao
mesmo tempo ajuda e atrapalha nossas tentativas de entender e descrever a natureza paradoxal do Deus que
está além das palavras.
Primeiro, abertos,
depois, juntos.
Então, depois dessas duas palavras,
chegamos aos três conceitos fundamentais,
aqueles que irão definir a maneira como falaremos de Deus neste livro.
Eles são (imagine um rufar de tambores neste momento):
Conosco,
Por nós,
Adiante de nós.
Conosco, porque, para mim, Deus é a energia, a liga, a força, a vida, o poder e a fonte de tudo o que nós
sabemos ser a profundidade, a plenitude e a essência da vida. Creio que Deus está conosco porque acredito
que todos nós já experimentamos a presença Dele de várias maneiras. Quando falo que Deus está conosco,
quero que você entenda como essa proximidade confronta diretamente o senso comum que coloca Deus em
algum outro lugar mais distante. Quero que você veja o perigo desta perspectiva e enxergue Deus ao seu lado
o tempo todo.
Por nós, porque eu acredito que Deus é por todos nós, independentemente de crenças, pontos de vista,
ações, falhas, erros, pecados ou opiniões a respeito Dele. Acredito que Deus deseja que cada um de nós
floresça e prospere para que possamos nos tornar o melhor que podemos ser. Ao abordar esse assunto, quero
que você veja como as doutrinas que mostram Deus mal-humorado, irado e vingativo tornam as pessoas
infelizes e estressadas a tal ponto que elas acabam acreditando que Deus é realmente assim. Quero que você
enxergue a inclusão radical e consoladora que está no núcleo da...

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