Que dias há que na alma me tem posto um não sei que que nasce não sei onde vem não sei como é dói não sei por quê?

O amor é um passarinho que pousou num coração.

Por que o achou bonito, confortável, seguro? Por que quis pousar, porque estava cansado? Porque se apaixonou? Não sei, só sei que pousou e ficou.

O coração ficou feliz, o passarinho cantou alegre e os dois se acomodaram...até que o passarinho lembrou que tinha asas e voou.

E lá do alto viu bosques inteiros de corações, de todas as cores de todos as batidas de todos os amores...voou sem pousar, voou para apreciar, voou até voltar e pousar no coração que conhecia, na saudade que o esperava, no amor que o compreendia.

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(...) Que dias há que na alma me tem posto Um não sei quê, que nasce não sei onde; Vem não sei como; e dói não sei porquê. Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"

Que dias há que na alma me tem posto um não sei que que nasce não sei onde vem não sei como é dói não sei por quê?

Nucha

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(...) Que dias há que na alma me tem posto Um não sei quê, que nasce não sei onde; Vem não sei como; e dói não sei porquê. Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"

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Busque Amor novas artes

Busque Amor novas artes, novo engenho
Para matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê,

Que dias há que na alma tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê;

Luís Vaz de Camões
(1524-1580)

Mais sobre Luís Vaz de Camões em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Cam%C3%B5es

Amor � um fogo que arde sem se ver,

� ferida que d�i, e n�o se sente;

� um contentamento descontente,

� dor que desatina sem doer.

� um n�o querer mais que bem querer;

� um andar solit�rio entre a gente;

� nunca contentar-se de contente;

� um cuidar que ganha em se perder.

� querer estar preso por vontade;

� servir a quem vence, o vencedor;

� ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor

nos cora��es humanos amizade,

se t�o contr�rio a si � o mesmo Amor?

Que dias há que na alma me tem posto um não sei que que nasce não sei onde vem não sei como é dói não sei por quê?

Eu cantarei de amor t�o docemente 

  Por uns t�rmos em si t�o concertados,

Que dois mil acidentes namorados

Fa�a sentir ao peito que n�o sente.

Farei que amor a todos avivente,

Pintando mil segredos delicados,

Brandas iras, suspiros magoados,

Temerosa ousadia e pena ausente.

Tamb�m, Senhora, do despr�zo honesto

De vossa vista branda e rigorosa,

Contentar-me-ei dizendo a menor parte.

Por�m, para cantar de vosso gesto

A composi��o alta e milagrosa,

Aqui falta saber, engenho e arte.

Que dias há que na alma me tem posto um não sei que que nasce não sei onde vem não sei como é dói não sei por quê?

Mudam-se os tempos, 

  Mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confian�a;

Todo o Mundo � composto de mudan�a,

Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,

Diferentes em tudo da esperan�a;

Do mal ficam as m�goas na lembran�a,

E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o ch�o de verde manto,

Que j� coberto foi de neve fria,

E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,

Outra mudan�a faz de mor espanto:

Que n�o se muda j� como so�a.

Que dias há que na alma me tem posto um não sei que que nasce não sei onde vem não sei como é dói não sei por quê?

No mundo quis um tempo que se achasse

o bem que por acerto ou sorte vinha;

e, por experimentar que dita tinha,

quis que a Fortuna em mim se experimentasse.

Mas por que meu destino me mostrasse

que nem ter esperan�as me convinha,

nunca nesta t�o longa vida minha

cousa me deixou ver que desejasse.

Mudando andei costume, terra e estado,

por ver se se mudava a sorte dura;

a vida pus nas m�os de um leve lenho.

Mas (segundo o que o C�u me tem mostrado)

j� sei que deste meu buscar ventura,

achado tenho j�, que n�o a tenho.

Que dias há que na alma me tem posto um não sei que que nasce não sei onde vem não sei como é dói não sei por quê?

Transforma-se o amador na coisa amada, 

Por virtude do muito imaginar;

N�o tenho logo mais que desejar,

Pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela est� minha alma transformada,

Que mais deseja o corpo de alcan�ar?

Em si somente pode descansar,

Pois consigo tal alma est� ligada.

Mas esta linda e pura semid�ia,

Que, como o acidente em seu sujeito,

Assim como a alma minha se conforma,

Est� no pensamento como id�ia;

O vivo e puro amor de que sou feito,

Como a mat�ria simples busca a forma.

Que dias há que na alma me tem posto um não sei que que nasce não sei onde vem não sei como é dói não sei por quê?

Busque Amor novas artes, novo engenho, 

  para matar-me, e novas esquivan�as;

que n�o pode tirar-me as esperan�as,

que mal me tirar� o que eu n�o tenho.

Olhai de que esperan�as me mantenho!

Vede que perigosas seguran�as!

Que n�o temo contrastes nem mudan�as,

andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto n�o pode haver desgosto

onde esperan�a falta, l� me esconde

Amor um mal, que mata e n�o se v�.

Que dias h� que n'alma me tem posto

um n�o sei qu�, que nasce n�o sei onde,

vem n�o sei como, e d�i n�o sei porqu�.

Que dias há que na alma me tem posto um não sei que que nasce não sei onde vem não sei como é dói não sei por quê?

Tanto de meu estado me acho incerto, 

  que em vivo ardor tremendo estou de frio;

sem causa, juntamente choro e rio,

o mundo todo abarco e nada aperto.

� tudo quanto sinto, um desconcerto;

da alma um fogo me sai, da vista um rio;

agora espero, agora desconfio,

agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao C�u voando,

numa hora acho mil anos, e � de jeito

que em mil anos n�o posso achar uma hora.

Se me pergunta algu�m porque assim ando,

respondo que n�o sei; por�m suspeito

que s� porque vos vi, minha Senhora.

Que dias há que na alma me tem posto um não sei que que nasce não sei onde vem não sei como é dói não sei por quê?

   
Um mover de olhos, brando e piedoso,

Sem ver de qu�; um riso brando e honesto,

Quase for�ado; um doce e humilde gesto,

De qualquer alegria duvidoso;

Um despejo quieto e vergonhoso;

Um repouso grav�ssimo e modesto;

Uma pura bondade, manifesto

Ind�cio da alma, limpo e gracioso;

Um encolhido ousar; uma brandura;

Um medo sem ter culpa; um ar sereno;

Um longo e obediente sofrimento:

Esta foi a celeste formosura

Da minha Circe, e o m�gico veneno

Que p�de transformar meu pensamento.

Que dias há que na alma me tem posto um não sei que que nasce não sei onde vem não sei como é dói não sei por quê?

Horas breves de meu contentamento

Nunca me pareceu quando vos tinha,

Que vos visse mudadas t�o asinha

Em t�o compridos anos de tormento.

As altas t�rres, que fundei no vento,

Levou, em fim, o vento que as s�s tinha;

Do mal que me ficou a culpa � minha,

Pois s�bre cousas v�s fiz fundamento.

Amor com brandas mostras aparece:

Tudo poss�vel faz, tudo assegura;

Mas logo no melhor desaparece.

Estranho mal! Estranha desventura!

Por um pequeno bem, que desfalece,

Um bem aventurar, que sempre dura!

Que dias há que na alma me tem posto um não sei que que nasce não sei onde vem não sei como é dói não sei por quê?

 

Lu�s Vaz de Cam�es

(1524?-1580)

Lu�s Vaz de

Cam�es, o mais representativo poeta portugu�s. Nasceu provavelmente em Lisboa, cidade onde morreu. Sua obra Os Lus�adas, publicada em 1572 ap�s passar pela censura da Inquisi��o, consolidou a l�ngua portuguesa e � considerada o poema �pico nacional lusitano. Al�m de Os Lus�adas, Cam�es s� publicou, enquanto viveu, mais tr�s poemas.

Pouco se sabe sobre a vida de Lu�s Vaz de Cam�es. Acredita-se que tenha estudado na Universidade de Coimbra, onde teria se formado em Artes. Apesar de n�o ser rica, sua fam�lia freq�entava a corte, o que lhe valeu a chance de aproximar-se de Dom Jo�o III. Por�m, uma aventura amorosa com uma das damas-de-companhia da rainha Catarina de Ata�de levou-o ao desterro no Ribatejo. Estudiosos da obra de Cam�es acreditam que seus versos de amor foram inspirados nesta paix�o tumultuada e perdida.

Em 1547, afastado da capital, Cam�es decidiu seguir a carreira militar e partiu para o norte da �frica. Combatendo em Ceuta, perdeu o olho direito. Em 1550, retornou a Lisboa onde intercalou sua vida entre a corte, que voltara a lhe abrir as portas, e noitadas bo�mias. Em uma briga de rua, feriu um cavalari�o do rei e foi condenado a um ano de pris�o. Nesta �poca, j� havia come�ado a trabalhar em Os Lus�adas, um canto de louvor ao descobrimento da rota mar�tima para as �ndias pelo navegador Vasco da Gama.

Libertado em 1553, Cam�es partiu para combater na �ndia. Depois, foi transferido para Macau. Em 1559, acusado de extors�o, enviaram-no para a �ndia, viagem em que sobreviveu a um naufr�gio. Em 1570, voltou a Portugal, via Mo�ambique, com o manuscrito de Os Lus�adas ainda in�dito. Ap�s a publica��o � apesar da fama transit�ria e de uma pens�o que lhe foi outorgada pelo rei Dom Sebasti�o � Cam�es iniciou um caminho de decad�ncia em que chegou a comer por favor de amigos. Morreu pobre e esquecido.

Os Lus�adas,

escrito em dez cantos de versos octass�labos, foi influenciado tanto pela Eneida, de Virg�lio, como por Orlando Furioso, do poeta italiano Ludovico Ariosto. Entrela�adas com a hist�ria da viagem de Vasco da Gama, Cam�es louva a hist�ria portuguesa, as id�ias crist�s e os sentimentos humanistas. Mas, ainda que exalte as fa�anhas dos lusitanos, Os Lus�adas tamb�m reflete a vis�o cr�tica e amarga de seu autor sobre a pol�tica colonialista de Portugal.

A fama de Lu�s Vaz de Cam�es tamb�m se deve a numerosos poemas publicados postumamente: 211 sonetos, 142 redondilhas, 15 can��es, 13 odes, nove �glogas, cinco oitavas, incont�veis cartas e tr�s pe�as teatrais, duas das quais baseadas em modelos do teatro cl�ssico. O tema principal da poesia de Cam�es � o conflito entre o amor apaixonado e sensual e a id�ia neoplat�nica de amor espiritual. Sua obra, de not�vel perfei��o e simplicidade formal, levou Wilhelm Storck a cham�-lo de "filho leg�timo do Renascimento e humanista dos mais doutos e distintos de seu tempo".

Fonte: Enciclop�dia Encarta - 2000 Microsoft