No estudo da Revolução Industrial, vários historiadores salientam que tal experiência foi responsável por uma profunda transformação nas formas de se organizar as relações de trabalho. Em linhas gerais, procura-se destacar que a figura do artesão foi substituída pela do operário, que vendia a sua força de trabalho em troca de uma determinada compensação monetária. Show
Nessa nova configuração, o trabalhador fabril não tinha mais noção de quanto era o valor da riqueza produzida por sua força de trabalho. Segundo a teoria dos pensadores Karl Marx e Friendrich Engels, o operário recebia um salário que era insignificante se comparado ao valor da riqueza produzida por ele ao longo de um único mês de trabalho. Dessa forma, estava necessariamente submetido a uma lógica de exploração sistemática. Para que tal desconhecimento fosse viável, segundo estes dois mesmos teóricos, a especialização do trabalho era um pressuposto indispensável. Sob tal vigência, o operário desconhecia o valor do seu trabalho no momento em que desempenhava uma função isolada do processo global de fabricação de um determinado bem material. Com isso, ele não sabia quantificar em dinheiro o valor que sua contribuição influía na concepção de uma mercadoria industrializada. Para grifar esses desdobramentos em sala de aula, temos a obrigação de mostrar como esse novo tipo de trabalhador surgiu no mundo contemporâneo. Para isso, sugerimos que o professor faça uma breve exibição do filme “Tempos Modernos”, de 1936, em sala de aula. Não podendo gastar muito tempo com a exibição completa desta obra, sugerimos a rápida amostragem do momento em que Carlitos (personagem principal da trama) passa longas horas desempenhando uma mesma tarefa na linha de produção. Reproduzindo essa cena, o professor pode mostrar que a inadaptabilidade de Chaplin ao ritmo da esteira simboliza a submissão do homem ao ritmo imposto pela máquina. Ao mesmo tempo, no momento em que ele sai do ambiente de trabalho reproduzindo o mesmo movimento realizado na esteira fabril, mostra como a especialização do trabalho impõe uma repetição que anula completamente o significado do trabalho em sua vida. Em outros termos, o homem se transforma em uma mera extensão da máquina. Mesmo sendo bastante cômicas as situações encenadas em “Tempos Modernos”, podemos ver que o riso provocado no filme está atrelado a uma forte e consciente mensagem que desafiou a lógica do trabalho industrial. Ao repassar essa perspectiva em sala, o professor não só expõe os problemas advindos com a mais-valia, bem como comprova o importante lugar que as artes ocupam na reflexão de uma determinada época. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) A Segunda Revolução Industrial foi o período de avanço das inovações técnicas e produtivas no setor industrial que teve lugar entre a segunda metade do século XIX, a partir de 1850 aproximadamente, e o início do século XX. Suas características são observadas em outros países além da Inglaterra, como:
Utilizou-se da energia elétrica e do petróleo como fontes de energia, sendo o aço uma das principais matérias-primas. A partir de então, teve-se o aprimoramento de uma série de setores industriais e o surgimento de novas indústrias, o que refletiu de forma direta no sistema econômico, no ordenamento territorial e na vida cotidiana. Leia também: Quais são os tipos de industrialização? O que foi a Segunda Revolução Industrial?A Segunda Revolução Industrial foi o período histórico caracterizado pela continuidade do processo de industrialização que teve início no século XVIII na Inglaterra. A partir de meados do século XIX, houve a ampliação tanto da escala territorial quanto do aparato tecnológico empregados nas novas indústrias, o que refletiu diretamente na produção e produtividade, na organização do trabalho nas unidades fabris e na forma de acumulação do capital.
A Segunda Revolução Industrial teve início em meados do século XIX e perdurou até a primeira metade do século XX, quando teve início a Segunda Guerra Mundial. As inovações tecnológicas que surgiram nesse período propagaram-se para outros países além da Inglaterra, sendo eles: Alemanha, França, Bélgica, Itália, Holanda, Japão e Estados Unidos. Novas fontes de energia foram incorporadas ao processo produtivo e ampliaram, assim, a capacidade das fábricas. Foram elas o petróleo e a energia elétrica, que até então era utilizada somente em pesquisas e experimentos. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) A adoção das novas fontes de energia com custos mais baixos permitiu a incorporação de máquinas e, portanto, o início da automação da produção fabril, levando à reorganização do processo produtivo. Ressalta-se, entretanto, que a adoção de máquinas em substituição ao trabalho braçal ganhou mais força no período subsequente, na Terceira Revolução Industrial. Diante desse cenário, surgiram diferentes teorias a respeito da racionalização do trabalho e otimização da produção, como o fordismo e o taylorismo. O aço passou a ser utilizado como matéria-prima, dando origem, assim, a grandes metalúrgicas e siderúrgicas. A logística e os transportes foram alguns dos beneficiários dessa inovação, sobretudo a partir da construção de estradas de ferro, navios, estruturas portuárias e do surgimento da indústria automobilística. A Segunda Revolução caracterizou-se, ainda, pelo maior desenvolvimento da indústria química, responsável por produtos derivados do petróleo, fertilizantes e medicamentos. O uso de eletricidade foi uma das inovações desse período. Na imagem, o primeiro gerador elétrico, construído por Nikola Tesla e George Westinghouse.Causas da Segunda Revolução IndustrialAtribui-se à eclosão de uma série de revoluções atreladas à crescente burguesia europeia as causas da Segunda Revolução Industrial, quando houve o desenvolvimento e fortalecimento de novos ideais econômicos, como o liberalismo. Esse período estendeu-se desde o século XVII, na Inglaterra, com as consequências da Revolução Gloriosa para a burguesia e para a economia de modo geral, com grandes investimentos sendo feitos na produção e no aprimoramento tecnológico. A partir do século XVIII, o movimento filosófico do iluminismo passou a fundamentar os ideais das principais transformações de cunho econômico e social que tiveram lugar na Europa da época. Proveniente da Primeira Revolução Industrial, a acumulação de capitais e a formação de uma nova estrutura econômica permitiram um maior volume de investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias produtivas e na busca de métodos mais baratos de produção, garantindo, assim, a ampliação dos lucros. Adentrava-se, portanto, na Segunda Revolução Industrial. Veja também: Neoliberalismo – doutrina econômica que propõe uma nova leitura do liberalismo econômico Segunda Revolução Industrial e o imperialismoO imperialismo do século XIX esteve intrinsecamente ligado ao avanço da Segunda Revolução Industrial e à multiplicação das grandes empresas nos países industrializados, bem como à acumulação de capitais decorrentes desse processo. Inicialmente, as nações industrializadas voltaram-se para o exterior em busca da ampliação do mercado consumidor e de novas fontes de matérias-primas para o suprimento da indústria doméstica. Sendo assim, voltaram-se para os países da Ásia, da Oceania e principalmente da África. Os interesses econômicos rapidamente adquiriram caráter político e ideológico, razão pela qual o imperialismo é também denominado neocolonialismo. Destaca-se a realização da Conferência de Berlim entre 1884 e 1885, quando houve a partilha do continente africano entre os países industrializados da Europa, constituindo-se as colônias. Consequências da Segunda Revolução IndustrialA Segunda Revolução Industrial acarretou uma série de consequências que abrangem desde a organização territorial até a vida cotidiana da população dos países industrializados. O processo contínuo de acumulação do capital e de transformação da indústria, que condicionou a formação dos monopólios e oligopólios, deu origem ao capitalismo financeiro. Em se tratando da produção, a maior eficácia derivada da automatização dos processos elevou a produtividade das indústrias e proporcionou um maior volume de mercadorias que chegavam ao público. Esse, por sua vez, teve a sua disposição uma grande variedade de produtos. A agricultura também se beneficiou das inovações tecnológicas do período, com fertilizantes e adubos que proporcionaram ganhos produtivos. Houve, também, o avanço da urbanização, caracterizada tanto pelo êxodo rural quanto pela construção de novas estruturas essencialmente urbanas no espaço. Exemplos são as ferrovias e as redes de transmissão de energia elétrica. O início da automação da produção, por outro lado, trouxe o desemprego e, por conseguinte, aumento da pobreza urbana. Invenções da Segunda Revolução IndustrialA Segunda Revolução Industrial resultou em uma série de invenções, dentre as quais se destacam:
Brasil da Segunda Revolução IndustrialEnquanto a Segunda Revolução Industrial estava em curso, o Brasil dava os primeiros passos no sentido da industrialização e da modernização produtiva. Durante o final do século XIX e início do XX, o país vivia o ciclo do café, passando do seu momento de maior importância para a fase de declínio, findando na década de 1930. O período foi marcado pela grande acumulação de capitais e pelo início da história ferroviária do país bem como do processo de industrialização no território nacional. Considerando-se os elementos que caracterizaram a Segunda Revolução Industrial, essa fase chegou à economia brasileira a partir da década de 1930, na Era Vargas, com a crise cafeeira e a implantação da substituição das importações. Tem-se, a partir de então, o maior direcionamento de investimentos para o setor industrial e o desenvolvimento de setores como o da siderurgia e da exploração petrolífera. Acesse também: Etapas e características da industrialização brasileira Revolução IndustrialA Revolução Industrial consistiu no advento de novas tecnologias destinadas à produção e em métodos produtivos que resultaram em transformações profundas na estrutura econômica, social e até mesmo política, inicialmente, na Inglaterra, no século XVIII, e atingindo outros países a partir da segunda metade do século XIX. A Primeira Revolução Industrial situou-se entre 1760 e 1850, tendo se restringido à Inglaterra. Destacou-se pela organização dos trabalhadores na unidade fabril e pelo advento da maquinofatura, com o surgimento da máquina a vapor, dos teares mecânicos e da máquina de fiar. A principal indústria do período era a têxtil. A Terceira Revolução Industrial aconteceu a partir do final da Segunda Guerra Mundial até aproximadamente 1980. Ficou conhecida também como Revolução Técnico-Científica, marcada pelo aprimoramento das telecomunicações, da informática e da robótica, da eletrônica bem como da biotecnologia. O sistema de organização do trabalho e da produção passou a ser o toyotismo. Identifica-se, por fim, uma Quarta Revolução Industrial, que diz respeito à aceleração das tecnologias da informação e da comunicação, com destaque para a inteligência artificial, robótica, nanotecnologias e correlacionados. A chamada Indústria 4.0 foca no aumento da vivência nos espaços virtuais e na maior integração entre os mundos digital e físico. Resumo sobre a Segunda Revolução Industrial
Exercícios resolvidosQuestão 1 – (UEA 2018) A Segunda Revolução Industrial, ao longo da segunda metade do século XIX, apresentou um marco que determinou os novos paradigmas do sistema socioeconômico capitalista. Esse marco foi: A) a difusão do meio técnico-científico-informacional. B) a acumulação primitiva de capitais. C) a disseminação de trabalho assalariado. D) a utilização do petróleo e da eletricidade. E) a expansão das multinacionais e dos monopólios. Resolução Alternativa D. Uma das principais características da Segunda Revolução Industrial foi a utilização de novas fontes de energia, sendo essas a eletricidade e o petróleo. Questão 2 – (Unesp) “A Exposição Internacional de Eletricidade foi aberta ao público no Palácio da Indústria em Paris, em agosto de 1881 […]. A maior parte dos aparelhos expostos resultaram de descobertas moderníssimas […]. O bonde que transporta os visitantes; as máquinas eletromagnéticas e o dínamo-elétrico em funcionamento; os focos luminosos brilhando; os telefones que nos permitem ouvir à distância representações de ópera — tudo isto é tão novo que nem sequer seu nome era conhecido cinco anos atrás.” (Revista A Natureza, 1881.) As inovações mencionadas: A) Resultaram dos investimentos em tecnologia e da criação dos cursos técnicos nas universidades europeias e norte-americanas. B) Foram consequências da Segunda Revolução Industrial, que explorou novas fontes de energia e desenvolveu novos processos produtivos. C) Ficaram restritas às camadas privilegiadas da sociedade, sem alterar o cotidiano da maioria dos habitantes da Europa. D) Possibilitaram a autossuficiência dos países capitalistas adiantados e trouxeram dificuldades para os exportadores de produtos primários. E) Determinaram a expansão dos regimes democráticos e iniciaram a difusão dos conhecimentos científicos em diferentes sociedades. Resolução Alternativa B. Os novos meios de comunicação e de transporte e as inovações produtivas atreladas à eletricidade são frutos da Segunda Revolução Industrial. Qual foi a fonte energética utilizada na Segunda Revolução Industrial?Uma das principais características da Segunda Revolução Industrial foi a utilização de novas fontes de energia, sendo essas a eletricidade e o petróleo.
Quais foram as fontes energéticas utilizadas no período marcado pela Segunda Revolução Industrial representada no filme Tempos Modernos?O ferro, o carvão e a energia a vapor, característicos da primeira fase da Revolução Industrial, agora dão lugar aos representantes da segunda fase: o aço, a eletricidade e o petróleo.
O que marca a Segunda Revolução Industrial?Inventos da Segunda Revolução Industrial
invenção da lâmpada incandescente; surgimento e avanço dos meios de transporte (ampliação das ferrovias seguida das invenções do automóvel e do avião; invenção dos meios de comunicação (telégrafo, telefone, televisão e cinema);
Quais foram as principais inovações da segunda etapa da revolução industrial?As transformações ocorridas nessa fase estão relacionadas especialmente: à utilização do carvão como fonte de energia; ao desenvolvimento da máquina a vapor e da locomotiva; à invenção do telégrafo.
|