Qual foi a primeira medalha que o Brasil ganhou nas Olimpíadas de 2022?

Considerado o maior evento esportivo do planeta, os Jogos Olímpicos têm como objetivo estimular a competição sadia entre os povos dos cinco continentes. Como já dizia o Barão de Coubertin (Pierre de Coubertin), considerado o fundador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, “o importante não é vencer, mas competir. E com dignidade”.

História

De acordo com a mitologia grega, o herói Hércules criou as Olimpíadas por volta de 2.500 a.C., na Grécia antiga, para homenagear o pai dele, Zeus. Contudo, os primeiros registros históricos das Olimpíadas são de 776 a.C., quando os atletas vencedores começaram a ter seus nomes registrados.

Nessa época, os reis de Ilia, de Esparta e de Pissa aliaram-se para que, durante os jogos, houvesse trégua sagrada em toda a Grécia. A aliança foi realizada no templo de Hera, localizado no santuário de Olímpia. Essa é a origem do termo “Olimpíadas”.

Era Moderna

Atenas foi a cidade que sediou a primeira olimpíada da Era Moderna, em abril de 1896, com delegações de 14 países. Ao todo, 241 atletas competiram em nove modalidades.

Desde essa época, os Jogos Olímpicos passaram a ser realizados de quatro em quatro anos, à exceção de 1914 e 1918 e 1939 e 1945, quando ocorreram a Primeira e Segunda Guerra Mundial, respectivamente.

Qual foi a primeira medalha que o Brasil ganhou nas Olimpíadas de 2022?

Monumento em homenagem a Pierre de Coubertin em Atlanta, sede das Olimpíadas de 1996*

Medalhas

Estados Unidos é o país com maior número de medalhas, 2.399 até a Olimpíada de Londres, em 2012, sendo 976 de ouro. O Brasil ocupa a 37ª posição, com 108 medalhas, sendo 23 de ouro.

Recordistas

O maior recordista da história dos jogos olímpicos é o nadador norte-americano Michael Phelps, com 21 medalhas (18 de ouro, 2 de prata e 2 de bronze). Já a mulher com mais medalhas é a ginasta ucraniana Larissa Latynia. Ao todo são 18, sendo 9 de ouro, 5 de prata e 4 de bronze.

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Curiosidades das Olimpíadas

  • 1908, em Londres: nesse ano, os atletas passaram a entrar de forma organizada na cerimônia de abertura. Essa também foi a olimpíada mais longa da história, de 27 de abril a 31 de outubro;

  • 1913: a bandeira olímpica é criada pelo Barão de Coubertin;

  • 1920, em Antuérpia, na Bélgica:

    → a bandeira é hasteada pela primeira vez;

    → com 72 anos, Oscar Swahn é o atleta que ganhou uma medalha com mais idade na história das olimpíadas;

    → Guilherme Paranaense, atleta do tiro, conquista a primeira medalha de ouro do Brasil.

  • 1928, Amsterdã, na Holanda: o fogo olímpico é usado pela primeira vez;

  • 1932, Los Angeles, Estados Unidos:

    → o hino dos países dos atletas vencedores começou a ser tocado no momento da entrega das medalhas;

    → nessa edição também tivemos a primeira mulher brasileira a participar de uma Olimpíada, a nadadora Maria Lenk.

  • 1948, em Londres: as provas de natação passaram a ser realizadas em piscinas;

  • 1964, em Tóquio: as olimpíadas passaram a ser transmitidas via satélite pela televisão;

  • 1976, em Montreal: o Canadá é o único país-sede que não ganhou medalhas de ouro.

Jogos Olímpicos de Inverno

O evento esportivo começou a ser realizado em 1924 como “Semana Internacional dos Desportos de Inverno”. Dois anos depois, ganhou o status de Jogos Olímpicos. Eles também ocorrem a cada quatro anos, mas são contemplados apenas esportes que envolvem gelo ou neve, tais como Biathlon, Curling, Hóquei no gelo, Esqui e Patinação.

Números 2016

Os Jogos Olímpicos de 2016 serão realizados no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 5 e 21 de agosto. Uma curiosidade é que, depois de muitos anos, o Rugby e o Golfe voltaram ao quadro de esportes.

Confira alguns números dessa edição:

41 esportes
37 arenas
206 países
306 provas diferentes
136 modalidades femininas
161 masculinas

*Créditos da imagem: Shutterstock.com / lazyllama

**Créditos da imagem: Shutterstock.com / f11photo

  • Fernando Duarte
  • BBC World Service

4 fevereiro 2022

Qual foi a primeira medalha que o Brasil ganhou nas Olimpíadas de 2022?

Crédito, Getty Images

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Integrantes da seleção brasileira de bobsled treinam sem neve para os Jogos Olímpicos de Inverno

Um país tropical jamais ganhou uma medalha em Jogos Olímpicos de Inverno. Mas isso não impede que um número crescente de países continue tentando.

O Brasil está levando uma delegação de 11 atletas a Pequim, dois a menos que em Sochi 2014, quando o país bateu o seu recorde de participantes. Ainda assim, é um número maior do que os nove atletas que foram para PyeongChang 2018. O Brasil vai concorrer no esqui cross-country, bobsled, esqui alpino, skeleton e esqui freestyle mogul.

Confira alguns casos de atletas de países tropicais que buscam o pódio nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, realizados em Pequim - incluindo um esquiador alpino da Arábia Saudita, um time de bobsled jamaicano (assim como no filme Jamaica Abaixo de Zero) e uma esquiadora de cross-country competindo pela Tailândia.

Crédito, Fayik Abdi

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Em Pequim, Fayik Abdi representa a estreante Arábia Saudita em Jogos de Inverno

Você estaria desculpado se não associasse imediatamente a Arábia Saudita a Jogos de Inverno, mas um atleta do reino do deserto em breve vai tentar fazer história em Pequim.

Fayik Abdi, de 24 anos, será o único representante de seu país nos Jogos, competindo na prova de esqui alpino.

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"Estou ciente de que representar a Arábia Saudita nos Jogos de Inverno parece curioso para muitas pessoas, mas é uma grande honra fazer história não apenas para o meu país, mas para toda a região do Golfo", disse Abdi à BBC.

Estes Jogos Olímpicos de Inverno, que começam nesta sexta-feira (4/2) na capital chinesa, serão os primeiros com participação de um atleta da Arábia Saudita.

Como Abdi chegou em Pequim?

Seu sonho olímpico teve um começo curioso.

Abdi foi um dos mais de cem candidatos que responderam a um anúncio feito pela recém-formada Federação de Esportes de Inverno da Arábia Saudita, pedindo potenciais candidatos para uma equipe olímpica. Abdi aprendeu a esquiar quando tinha apenas 4 anos e, depois, aproveitou seus estudos universitários nos EUA para praticar esqui.

Seu exemplo ilustra a tendência de aumento da participação de países "sem neve" nas Olimpíadas de Inverno.

Enquanto os primeiros Jogos de Inverno, em 1924, contaram apenas com 14 países europeus ao lado dos EUA e Canadá, um recorde de 92 países, de todo o mundo, participaram dos últimos Jogos, realizados na Coreia do Sul em 2018.

Em Pequim, serão 91 nações concorrentes, incluindo as estreantes Arábia Saudita e Haiti, além de outros países conhecidos pelo clima mais quente, como Brasil, Timor Leste, Gana e Taiwan.

E, claro, a Jamaica.

A equipe de bobsled jamaicana (como em 'Jamaica Abaixo de Zero')

Crédito, Getty Images

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A surpreendente participação da Jamaica nos Jogos de Inverno de 1988 ficou imortalizada no filme 'Jamaica Abaixo de Zero'

A ilha caribenha da Jamaica sempre vem à mente quando se pensa em "um país tropical participando das Olimpíadas de Inverno". E isso se deve a Hollywood e ao filme Jamaica Abaixo de Zero, de 1993.

Baseado na história da equipe jamaicana de bobsled de quatro homens que chegou aos Jogos Olímpicos de Inverno de Calgary em 1998, no Canadá, o filme fez mais do que apenas entreter o público em todo o mundo. Ele inspirou outras "nações sem neve" a tentar a sorte.

E enquanto o país participou de várias Olimpíadas seguintes nos eventos de bobsled de dois homens, Pequim marcará a primeira participação de uma equipe de quatro homens desde os Jogos de Nagano, em 1998.

Em Pequim, a ilha caribenha também será representada por uma equipe de dois homens, enquanto Jazmine Fenlator-Victoria participará do monobob feminino.

Crédito, Shanwayne Stephens

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A pandemia fez com que a equipe jamaicana de 2022 usasse alternativas de treinamento, como empurrar um Mini Cooper

Mas o quarteto também ganhou manchetes devido a alguns métodos de treinamento que pareciam uma cena do filme de 1993.

Em 2020, dois membros da equipe, Shanwayne Stephens e Nimroy Turgott, foram vistos empurrando um Mini Cooper em uma propriedade industrial na cidade britânica de Peterborough (as academias do Reino Unido estavam fechadas na época devido ao lockdown para conter a pandemia).

"Eu adorava aquele filme quando criança e me ensinou a nunca desistir dos meus sonhos", disse Stephens à BBC.

E o filme não inspirou apenas a Jamaica. Ele foi usado até mesmo como parte de uma campanha em busca por financiamento para uma equipe brasileira, que tentou se classificar para os Jogos de 1998.

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Mas a história dos países sem neve que participam da competição é muito mais antiga. O Comitê Olímpico Internacional (COI) afirma que o México foi a primeira nação de clima quente a competir nos Jogos de Inverno, em 1928.

As nações tropicais só chegariam em 1972, quando as Filipinas tiveram dois competidores masculinos no evento de esqui alpino.

O aumento do interesse de países não-tradicionais nos Jogos de Inverno proporcionou maiores oportunidades para os atletas.

Um dos exemplos é o Haiti, que fará sua estreia olímpica em Pequim, com o esquiador alpino Richardson Viano. Embora haitiano de nascimento, ele foi adotado por uma família francesa aos três anos de idade e vive na Europa desde então.

Depois de não se classificar para a seleção olímpica francesa para os Jogos de PyeongChang de 2018, Viano foi abordado pelas autoridades esportivas haitianas para competir sob sua bandeira.

Em entrevista ao site de notícias haitiano Haiti Libre, o esquiador disse que o convite deu um novo fôlego à sua carreira.

"Sem essa ligação, eu certamente teria parado de esquiar e estaria trabalhando na construção civil", disse Viano.

Uma esquiadora cross-country representando a Tailândia

Crédito, Karen Chanloung

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Karen Chanloung e seu irmão Mark nasceram na Itália, mas representarão o país de nascimento de seu pai, a Tailândia, em Pequim

Karen Chanloung será uma das quatro atletas representando a Tailândia em Pequim.

A jovem de 25 anos nasceu na Itália e competiu sob a bandeira italiana ao lado de seu irmão Mark nas categorias de base. Mas em 2016, a Tailândia, terra natal de seu pai, a procurou.

Ambos os irmãos participaram dos Jogos de 2018 no evento de esqui cross-country e Mark também estará presente em Pequim.

"Nós sempre quisemos representar o país do meu pai quando éramos crianças, mas a Tailândia não tinha uma Federação de Esportes de Inverno por muitos anos", explica Karen Chanloung.

"Mas é algo muito importante para mim e para meu irmão representar a Tailândia. O país faz parte de nós e crescemos com a cultura tailandesa."

Em termos de treino, atletas de países sem neve costumam enfrentar mais viagens para conseguir treinar, o que provou um desafio a mais em tempos de restrições de covid-19.

"A pandemia atrapalhou, é claro, mas é a realidade da vida de todos agora", diz o esquiador saudita Fayik Abdi.

"Mas isso só contribuiu para deixar ainda mais doce a sensação de se classificar para os Jogos Olímpicos de Inverno."

Crédito, Getty Images

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A Austrália é o melhor exemplo de um país quente indo bem e ganhando medalhas nos Jogos Olímpicos de Inverno

À medida que mais nações sem neve participam dos Jogos Olímpicos de Inverno, o fato é que muitos ainda não tiveram um impacto significativo (em termos de medalhas).

Segundo o COI, nenhum país tropical ganhou uma única medalha na competição.

A Austrália é a única exceção quando se trata de um país com clima mais quente, tendo conquistado 15 medalhas em 19 Jogos de Inverno.

Mas como o COI adota o sistema de classificação climática de Koppen, a Austrália é considerada um país seco, e não tropical.

No entanto, essa barreira não diminui o ânimo de atletas como Fayik Abdi e Karen Chanloung.

"É importante que os países tenham sua bandeira em uma competição tão importante quanto as Olimpíadas", acredita Chanloung.

"Como atletas, não há nada maior do que esta competição. Queremos dar o nosso melhor."

E Abdi concorda. Seu sonho olímpico faz parte de um esforço maior para desenvolver uma cultura de esportes de inverno na Arábia Saudita, que inclui a construção do quarto maior centro de neve indoor do mundo.

"Espero ajudar a inspirar as pessoas", diz Abdi, porque no futuro ele quer que outras pessoas "na Arábia Saudita e na região do Golfo pratiquem esportes de inverno e talvez cheguem aos Jogos de Inverno também."

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Quantas medalhas o Brasil ganhou nos Jogos Olímpicos de 2022?

Neste sábado (30), foram 28 medalhas, chegando a 67 no total: 28 ouros, 21 pratas e 18 bronzes. Hoje, a delegação brasileira subiu ao pódio em seis modalidades: natação, ginástica artística, taekwondo, patinação artística, vôlei de praia e wrestling.

Quais medalhas o Brasil ganhou nas Olimpíadas de Inverno?

Com 150 medalhas em 18 esportes, é o país mais bem-sucedido da América do Sul nos Jogos. Suas melhores participações foram como país-sede dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, com 19 medalhas, 7 de ouro, e na edição seguinte, Tóquio 2020, igualando o número de ouros e superando o total de medalhas com 21.