Qual é a técnica de produção agrícola que pode amenizar o problema da erosão?

O terraceamento é uma técnica agrícola de plantio elaborada para a contenção de erosões causadas pelo escoamento da água em áreas de vertentes. Essa técnica é aplicada ao parcelar uma área inclinada em várias rampas. Com isso, as águas das chuvas, ao escoarem superficialmente, perdem sua força, removendo menos sedimentos do solo e causando menos impactos sobre ele.

Para compreender melhor a importância dessa técnica procure imaginar a seguinte situação: em uma rampa, de qual forma a água correrá com maior força e velocidade: em uma superfície lisa ou em uma superfície na forma de uma escada? Na primeira, não é mesmo? Da mesma forma ocorre no terraceamento, que procura diminuir a velocidade e a força das águas pluviais a fim de conter as erosões hídricas.

O terraceamento foi inventado pela Civilização Inca, não somente para conservação dos solos, mas também para a ampliação dos espaços agricultáveis, uma vez que sua localização se dava, em maior parte, na Cordilheira dos Andes, onde existem poucas áreas planas por se tratar de uma forma de relevo geologicamente recente. Atualmente, essa técnica é amplamente utilizada em produções agrícolas no sul da Ásia.

Além de evitar a erosão e ampliar as áreas de cultivo, o terraceamento também é importante no sentido de aumentar o aproveitamento da água, pois, dependendo do tipo de terraço aplicado, as águas das chuvas são armazenadas ou retidas, podendo ser reaproveitadas ou direcionadas para outros lugares.

Apesar de todas essas vantagens, o terraceamento apresenta alguns problemas. O primeiro deles é o alto custo de sua aplicação, que exige um estudo detalhado prévio. Assim, é preciso compreender o tipo de solo e suas características, além de dimensionar corretamente os níveis dos terraços conforme a área e a declividade do terreno, pois, caso contrário, em vez de se evitar erosões, pode-se agravá-las.

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A técnica do terraceamento é dividida em dois tipos conforme a sua função e utilidade: o terraço de armazenamento e o de drenagem.

Os terraços de armazenamento são os mais construídos para a elaboração de canais que provoquem a infiltração da água no terreno. Sua aplicação é recomendada em solos que apresentem um relativo nível de porosidade, ou seja, onde a água se infiltra com maior facilidade.

Os terraços de drenagem, por outro lado, são aqueles em que a água é direcionada para reaproveitamento ou para um local onde simplesmente não cause problemas de erosão e desgaste do solo. É uma técnica que exige um maior cuidado, pois nem sempre há um local seguro para o escoamento da água.

Para finalizar, é importante compreender que, ao contrário do que muitos pensam, terraceamento não é sinônimo de cultivo em curvas de nível. Apesar de semelhantes, essas técnicas diferenciam-se pelo fato de essa última ser aplicada em terrenos já acidentados, onde o plantio acompanha os desníveis naturais do terreno, enquanto no terraceamento tais desníveis são artificiais.

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20/12/2021

Como evitar a erosão do solo na agricultura?

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Erosão do solo na agricultura

A erosão é uma das principais causas da perda da capacidade produtiva dos solos, ocasionando graves prejuízos aos agricultores. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), mais de 30% dos solos do mundo estão degradados. Ainda de acordo com os dados da FAO, estima-se que a erosão do solo pode causar perdas anuais de 0,3% na produção das culturas agrícolas. Ademais, a entidade estima que o custo global com fertilizantes para repor os nutrientes perdidos pela erosão pode chegar até US$ 150 bilhões de dólares anualmente. Portanto, a erosão do solo ocasiona graves prejuízos que levam à baixa produtividade e ao empobrecimento do meio rural. Assim, muitos problemas de produção agrícola são vinculados ao uso, manejo e à conservação do solo e suas consequências no processo erosivo.

Diante disso, a sociedade precisa conduzir uma agricultura baseada em práticas que protejam o solo de processos erosivos e que evitem prejuízos financeiros decorrentes da erosão. Primeiramente, porque a erosão do solo diminui a área destinada ao plantio e, consequentemente, o agricultor sofre uma série de prejuízos financeiros, seja pela diminuição da produção, seja pelos gastos destinados a adoção de práticas de recuperação da área degradada. Em segundo lugar, porque a erosão do solo provoca uma série de impactos ambientais, como o assoreamento de rios, turbidez das águas, morte da flora e da fauna aquática, deslizamentos de terras, poluição de corpos d’água etc. Além disso, há impactos diretos no sistema produtivo, como diminuição da profundidade efetiva do solo; redução da capacidade do solo em absorver, reter e liberar água e nutrientes às plantas; perdas de solo, matéria orgânica e nutrientes; soterramento de sementes.

Importância do solo agrícola

O solo é um recurso natural da superfície terrestre, formado ao longo do tempo pela união de partículas sólidas minerais (areia, silte e argila) e orgânicas (húmus). Entre outras funções, serve de meio para o crescimento e desenvolvimento das plantas, sendo capaz de armazenar e fornecer água e nutrientes para os vegetais. Para o agricultor, muito além disso, o solo é o espaço onde ele lida com suas lavouras, de onde tira a sua subsistência e o seu sustento. Mas engana-se quem pensa que a importância social e econômica do solo agrícola é recente. Muito pelo contrário, o surgimento das primeiras civilizações da humanidade só foi possível graças a capacidade que os primeiros povos desenvolveram para cultivar o solo. A partir disso, foi possível a fixação do homem em determinados territórios, geralmente escolhidos pela qualidade do solo e pela proximidade aos recursos hídricos.

Portanto, existe uma relação íntima entre o solo agrícola e as pessoas que dependem diretamente dele para sobreviver. De fato, o aumento das populações e o grau de organização das sociedades só foi possível graças ao desenvolvimento da agricultura. Entretanto, o uso intensivo e inadequado do solo ocasionou a sua degradação, causando a decadência das primeiras civilizações humanas. Um exemplo a ser citado é a queda do Império Romano, que foi relacionada à destruição extensiva das florestas e ao esgotamento do solo, principalmente pela erosão hídrica acelerada. 

Tipos de erosão do solo

As estruturas que compõem o solo (areia, silte, argila e matéria orgânica) são destruídas pela erosão e transportados para as partes mais baixas do terreno. Esse deslocamento de terra ocorre através da ação natural do sol, de ventos, da água e do gelo. Assim, a depender do agente erosivo, existem diferentes tipos de erosão do solo: erosão pluvial (causada pelas águas das chuvas), erosão fluvial (causada pelas águas dos rios), erosão marinha (causada pelas águas do mar), erosão eólica (causada pelo vento), erosão glacial (causada pelo gelo), entre outras. No Brasil, a erosão pluvial é a que mais provoca a degradação dos nossos solos.

Além disso, a erosão também pode ocorrer pela atuação humana.  Quando a erosão do solo é causada ou intensificada pela atividade humana, é chamada de erosão antrópica. No contexto agrícola, diversas atividades podem contribuir para a aceleração dos processos erosivos no solo. Práticas como desmatamento, queimadas, plantio em terreno inclinado, monocultivo, uso intensivo de máquinas e pastoreio excessivo, podem contribuir para maior erosão do solo. Como consequência, há o desgaste do solo agrícola e a diminuição da sua qualidade e capacidade produtiva. Portanto, como sociedade totalmente dependente do recurso solo, temos a responsabilidade de intervir de maneira sustentável nos nossos solos agricultáveis. 

Manejo do solo

Entende-se por manejo do solo o conjunto de práticas que visam ao aumento da produção agrícola. Entre as principais práticas de manejo destacam-se: tratos culturais, correção do solo, aplicação de adubos e fertilizantes, manejo de plantas infestantes, controle de pragas e doenças. Nesse contexto, existem diferentes tipos de sistemas de manejo, como por exemplo, o manejo convencional e o manejo sustentável. No manejo convencional, o produtor rural considera o solo apenas como um suporte físico para as plantas. O preparo do solo é feito mediante a remoção da vegetação nativa, aração, gradagem, adubação com fertilizantes altamente solúveis, uso intensivo de máquinas e implementos agrícolas, aplicação de defensivos. Consequentemente, ao longo do tempo há redução da biodiversidade, compactação e erosão do solo, poluição do meio ambiente, entre outros impactos negativos.

Por outro lado, no manejo sustentável, o produtor enxerga o solo como o centro de todo o processo produtivo. Assim, práticas que proporcionam a manutenção e a melhoria da qualidade do solo são priorizadas. Pois, o solo não é visto apenas como um mero suporte físico, mas sim valorizado como um recurso natural importante para a manutenção da vida humana. Consequentemente, o manejo sustentável permite a preservação do solo para as próximas gerações, sem deixar de explorar o seu potencial máximo de atender às demandas por alimentos, fibras e energia. Logo, o manejo sustentável do solo é uma alternativa viável ao manejo convencional. E, também, necessária para que o produtor rural garanta a eficiência e a rentabilidade da produção, ao mesmo tempo em que preserva o meio ambiente através do uso de práticas de manejo ecologicamente seguras.

Qual é a técnica de produção agrícola que pode amenizar o problema da erosão?

Práticas para evitar a erosão do solo

O correto manejo agrícola permite a conservação do solo a partir da adoção de um conjunto de técnicas agrícolas que visam evitar a erosão do solo em todas as suas formas. Essas técnicas são conhecidas como práticas conservacionistas do solo. Seu objetivo é aproveitar ao máximo a área disponível em uma propriedade rural, mas respeitando as limitações de uso do solo. Ao considerar as limitações do solo, evita-se a sua degradação física, química e biológica, refletindo na preservação do meio ambiente. É importante salientar que, com o uso de tais técnicas, é possível praticar uma agricultura lucrativa. Assim, o uso sustentável do solo permite a sua utilização por um maior período possível e com as maiores chances de retornos financeiros. 

Além disso, as práticas conservacionistas não são utilizadas apenas para evitar a degradação de solos produtivos, mas também para recuperar a qualidade de solos degradados. Portanto, o uso adequado dessas práticas pode garantir a recomposição das condições físicas, químicas e biológicas do solo, recuperando a sua capacidade produtiva. De acordo com suas características, as práticas conservacionistas são divididas em três grupos: práticas vegetativas (uso da vegetação para promover a proteção direta do solo), práticas edáficas (medidas que mantêm ou melhoram a qualidade do solo) e práticas mecânicas (protegem o solo da erosão a partir de mudanças na sua estrutura). Entretanto, não há práticas isoladas de conservação do solo, é necessário considerar que apenas o conjunto delas é que promoverá resultados satisfatórios no controle da erosão. Assim, para ter sucesso na conservação do solo, o produtor rural deverá aplicar várias técnicas ao mesmo tempo ou em sucessão.

Qual é a técnica de produção agrícola que pode amenizar o problema da erosão?

Tipos de práticas conservacionistas

As práticas conservacionistas vegetativas são um conjunto de métodos de cultivo que controlam a erosão do solo por meio da cobertura vegetal. Além de proteger o solo contra processos erosivos, essas técnicas atuam indiretamente na fertilidade do solo, aumentando os teores de nutrientes disponíveis e matéria orgânica. A cobertura vegetal protege o solo do impacto direto das gotas das chuvas e diminui a velocidade do escoamento superficial. As principais práticas vegetativas são: cobertura morta, plantas de cobertura, cordões ou faixas de vegetação permanente, quebra-ventos, aleias, cultivo em faixa, cultivo consorciado, reflorestamento. Por outro lado, as práticas de caráter edáfico têm como fundamento a adequada disponibilidade de nutrientes para as plantas, por meio de técnicas que mantêm ou melhoram a fertilidade do solo. As principais práticas conservacionistas de caráter edáfico são: controle de queimadas, correção do solo e fertilização, adubação verde, rotação de culturas, controle da compactação do solo.

Por fim, as práticas mecânicas relacionam-se com as mudanças das estruturas do solo para protegê-lo de processos erosivos. Geralmente, são realizadas algumas alterações no relevo, para corrigir os declives acentuado e, assim, permitir a maior infiltração da água no solo e a redução dos processos erosivos. De modo geral, essas técnicas requerem maiores investimentos de recursos financeiros. Entretanto, podem ser indispensáveis em terrenos muito declivosos, como medida preventiva da erosão. As principais técnicas mecânicas são: cultivo em curvas de nível, terraceamento, cordão de pedra em contorno, mulching vertical, caixas de retenção ou pequenas barragens. É importante destacar que para escolher as melhores técnicas a serem aplicadas, o agricultor deve considerar: as particularidades da área a ser conservada, a vegetação local, as características da região, o tipo de cultura implementada, a topografia do terreno e os aspectos ambientais e socioeconômicos de cada propriedade.

Benefícios da conservação do solo

Chegamos até aqui e vimos ao longo do texto que a erosão do solo pode causar sérios problemas na agricultura. Muitos desses problemas são irreparáveis e irreversíveis. Também discutimos a importância da conservação do solo e as principais técnicas e práticas que podem ser usadas para proteger o solo da erosão. Diante disso, podemos afirmar que a conservação do solo é a chave primordial para que os agricultores continuem explorando o solo de maneira sustentável, sem deixar de alcançar retornos financeiros. Ressalta-se que os efeitos da conservação do solo nem sempre são vistos imediatamente, no curto prazo. Entretanto, a longo prazo, esses efeitos são visíveis e são capazes de aumentar o rendimento agrícola e, consequentemente, a lucratividade da produção agrícola. 

10 Benefícios da Conservação do Solo

  1. Aumento dos teores de nutrientes e matéria orgânica do solo;
  2. Melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo;
  3. Redução do escoamento superficial e aumento da infiltração da água no solo;
  4. Aumento do armazenamento e da disponibilidade da água potável;
  5. Redução da poluição da água e do meio ambiente;
  6. Aumento da biodiversidade do solo;
  7. Diminuição de riscos de deslizamentos de terras;
  8. Manutenção do potencial produtivo do solo;
  9. Redução da erosão do solo;
  10. Aumento da produtividade e da lucratividade das lavouras.

Diante disso, listamos os principais benefícios da adoção de práticas de conservação do solo. Assim, as práticas conservacionistas adotadas no campo também impactam positivamente quem vive na cidade. Diante do que foi exposto ao longo do texto, precisamos de uma solução para a atual crise agrícola que estamos enfrentando, relacionada à degradação dos solos.

A partir de hoje, você poderá agir para evitar a erosão dos solos e, assim, garantir um uso mais sustentável e contínuo desse recurso natural, sem com isso deixar de aproveitar os benefícios que as práticas conservacionistas proporcionam.

Alguns links úteis:

Informações sobre o estudo da FAO sobre erosão: bit.ly/faorelatorio

Manejo sustentável do solo: bit.ly/embrapamanejodosolo 

Manual de Boas Práticas em Conservação do Solo e da Água: bit.ly/praticasconservacionistas 

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Erosão do solo na agricultura

A erosão é uma das principais causas da perda da capacidade produtiva dos solos, ocasionando graves prejuízos aos agricultores. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), mais de 30% dos solos do mundo estão degradados. Ainda de acordo com os dados da FAO, estima-se que a erosão do solo pode causar perdas anuais de 0,3% na produção das culturas agrícolas. Ademais, a entidade estima que o custo global com fertilizantes para repor os nutrientes perdidos pela erosão pode chegar até US$ 150 bilhões de dólares anualmente. Portanto, a erosão do solo ocasiona graves prejuízos que levam à baixa produtividade e ao empobrecimento do meio rural. Assim, muitos problemas de produção agrícola são vinculados ao uso, manejo e à conservação do solo e suas consequências no processo erosivo.

Diante disso, a sociedade precisa conduzir uma agricultura baseada em práticas que protejam o solo de processos erosivos e que evitem prejuízos financeiros decorrentes da erosão. Primeiramente, porque a erosão do solo diminui a área destinada ao plantio e, consequentemente, o agricultor sofre uma série de prejuízos financeiros, seja pela diminuição da produção, seja pelos gastos destinados a adoção de práticas de recuperação da área degradada. Em segundo lugar, porque a erosão do solo provoca uma série de impactos ambientais, como o assoreamento de rios, turbidez das águas, morte da flora e da fauna aquática, deslizamentos de terras, poluição de corpos d’água etc. Além disso, há impactos diretos no sistema produtivo, como diminuição da profundidade efetiva do solo; redução da capacidade do solo em absorver, reter e liberar água e nutrientes às plantas; perdas de solo, matéria orgânica e nutrientes; soterramento de sementes.

Importância do solo agrícola

O solo é um recurso natural da superfície terrestre, formado ao longo do tempo pela união de partículas sólidas minerais (areia, silte e argila) e orgânicas (húmus). Entre outras funções, serve de meio para o crescimento e desenvolvimento das plantas, sendo capaz de armazenar e fornecer água e nutrientes para os vegetais. Para o agricultor, muito além disso, o solo é o espaço onde ele lida com suas lavouras, de onde tira a sua subsistência e o seu sustento. Mas engana-se quem pensa que a importância social e econômica do solo agrícola é recente. Muito pelo contrário, o surgimento das primeiras civilizações da humanidade só foi possível graças a capacidade que os primeiros povos desenvolveram para cultivar o solo. A partir disso, foi possível a fixação do homem em determinados territórios, geralmente escolhidos pela qualidade do solo e pela proximidade aos recursos hídricos.

Portanto, existe uma relação íntima entre o solo agrícola e as pessoas que dependem diretamente dele para sobreviver. De fato, o aumento das populações e o grau de organização das sociedades só foi possível graças ao desenvolvimento da agricultura. Entretanto, o uso intensivo e inadequado do solo ocasionou a sua degradação, causando a decadência das primeiras civilizações humanas. Um exemplo a ser citado é a queda do Império Romano, que foi relacionada à destruição extensiva das florestas e ao esgotamento do solo, principalmente pela erosão hídrica acelerada. 

Tipos de erosão do solo

As estruturas que compõem o solo (areia, silte, argila e matéria orgânica) são destruídas pela erosão e transportados para as partes mais baixas do terreno. Esse deslocamento de terra ocorre através da ação natural do sol, de ventos, da água e do gelo. Assim, a depender do agente erosivo, existem diferentes tipos de erosão do solo: erosão pluvial (causada pelas águas das chuvas), erosão fluvial (causada pelas águas dos rios), erosão marinha (causada pelas águas do mar), erosão eólica (causada pelo vento), erosão glacial (causada pelo gelo), entre outras. No Brasil, a erosão pluvial é a que mais provoca a degradação dos nossos solos.

Além disso, a erosão também pode ocorrer pela atuação humana.  Quando a erosão do solo é causada ou intensificada pela atividade humana, é chamada de erosão antrópica. No contexto agrícola, diversas atividades podem contribuir para a aceleração dos processos erosivos no solo. Práticas como desmatamento, queimadas, plantio em terreno inclinado, monocultivo, uso intensivo de máquinas e pastoreio excessivo, podem contribuir para maior erosão do solo. Como consequência, há o desgaste do solo agrícola e a diminuição da sua qualidade e capacidade produtiva. Portanto, como sociedade totalmente dependente do recurso solo, temos a responsabilidade de intervir de maneira sustentável nos nossos solos agricultáveis. 

Manejo do solo

Entende-se por manejo do solo o conjunto de práticas que visam ao aumento da produção agrícola. Entre as principais práticas de manejo destacam-se: tratos culturais, correção do solo, aplicação de adubos e fertilizantes, manejo de plantas infestantes, controle de pragas e doenças. Nesse contexto, existem diferentes tipos de sistemas de manejo, como por exemplo, o manejo convencional e o manejo sustentável. No manejo convencional, o produtor rural considera o solo apenas como um suporte físico para as plantas. O preparo do solo é feito mediante a remoção da vegetação nativa, aração, gradagem, adubação com fertilizantes altamente solúveis, uso intensivo de máquinas e implementos agrícolas, aplicação de defensivos. Consequentemente, ao longo do tempo há redução da biodiversidade, compactação e erosão do solo, poluição do meio ambiente, entre outros impactos negativos.

Por outro lado, no manejo sustentável, o produtor enxerga o solo como o centro de todo o processo produtivo. Assim, práticas que proporcionam a manutenção e a melhoria da qualidade do solo são priorizadas. Pois, o solo não é visto apenas como um mero suporte físico, mas sim valorizado como um recurso natural importante para a manutenção da vida humana. Consequentemente, o manejo sustentável permite a preservação do solo para as próximas gerações, sem deixar de explorar o seu potencial máximo de atender às demandas por alimentos, fibras e energia. Logo, o manejo sustentável do solo é uma alternativa viável ao manejo convencional. E, também, necessária para que o produtor rural garanta a eficiência e a rentabilidade da produção, ao mesmo tempo em que preserva o meio ambiente através do uso de práticas de manejo ecologicamente seguras.

Qual é a técnica de produção agrícola que pode amenizar o problema da erosão?

Práticas para evitar a erosão do solo

O correto manejo agrícola permite a conservação do solo a partir da adoção de um conjunto de técnicas agrícolas que visam evitar a erosão do solo em todas as suas formas. Essas técnicas são conhecidas como práticas conservacionistas do solo. Seu objetivo é aproveitar ao máximo a área disponível em uma propriedade rural, mas respeitando as limitações de uso do solo. Ao considerar as limitações do solo, evita-se a sua degradação física, química e biológica, refletindo na preservação do meio ambiente. É importante salientar que, com o uso de tais técnicas, é possível praticar uma agricultura lucrativa. Assim, o uso sustentável do solo permite a sua utilização por um maior período possível e com as maiores chances de retornos financeiros. 

Além disso, as práticas conservacionistas não são utilizadas apenas para evitar a degradação de solos produtivos, mas também para recuperar a qualidade de solos degradados. Portanto, o uso adequado dessas práticas pode garantir a recomposição das condições físicas, químicas e biológicas do solo, recuperando a sua capacidade produtiva. De acordo com suas características, as práticas conservacionistas são divididas em três grupos: práticas vegetativas (uso da vegetação para promover a proteção direta do solo), práticas edáficas (medidas que mantêm ou melhoram a qualidade do solo) e práticas mecânicas (protegem o solo da erosão a partir de mudanças na sua estrutura). Entretanto, não há práticas isoladas de conservação do solo, é necessário considerar que apenas o conjunto delas é que promoverá resultados satisfatórios no controle da erosão. Assim, para ter sucesso na conservação do solo, o produtor rural deverá aplicar várias técnicas ao mesmo tempo ou em sucessão.

Qual é a técnica de produção agrícola que pode amenizar o problema da erosão?

Tipos de práticas conservacionistas

As práticas conservacionistas vegetativas são um conjunto de métodos de cultivo que controlam a erosão do solo por meio da cobertura vegetal. Além de proteger o solo contra processos erosivos, essas técnicas atuam indiretamente na fertilidade do solo, aumentando os teores de nutrientes disponíveis e matéria orgânica. A cobertura vegetal protege o solo do impacto direto das gotas das chuvas e diminui a velocidade do escoamento superficial. As principais práticas vegetativas são: cobertura morta, plantas de cobertura, cordões ou faixas de vegetação permanente, quebra-ventos, aleias, cultivo em faixa, cultivo consorciado, reflorestamento. Por outro lado, as práticas de caráter edáfico têm como fundamento a adequada disponibilidade de nutrientes para as plantas, por meio de técnicas que mantêm ou melhoram a fertilidade do solo. As principais práticas conservacionistas de caráter edáfico são: controle de queimadas, correção do solo e fertilização, adubação verde, rotação de culturas, controle da compactação do solo.

Por fim, as práticas mecânicas relacionam-se com as mudanças das estruturas do solo para protegê-lo de processos erosivos. Geralmente, são realizadas algumas alterações no relevo, para corrigir os declives acentuado e, assim, permitir a maior infiltração da água no solo e a redução dos processos erosivos. De modo geral, essas técnicas requerem maiores investimentos de recursos financeiros. Entretanto, podem ser indispensáveis em terrenos muito declivosos, como medida preventiva da erosão. As principais técnicas mecânicas são: cultivo em curvas de nível, terraceamento, cordão de pedra em contorno, mulching vertical, caixas de retenção ou pequenas barragens. É importante destacar que para escolher as melhores técnicas a serem aplicadas, o agricultor deve considerar: as particularidades da área a ser conservada, a vegetação local, as características da região, o tipo de cultura implementada, a topografia do terreno e os aspectos ambientais e socioeconômicos de cada propriedade.

Benefícios da conservação do solo

Chegamos até aqui e vimos ao longo do texto que a erosão do solo pode causar sérios problemas na agricultura. Muitos desses problemas são irreparáveis e irreversíveis. Também discutimos a importância da conservação do solo e as principais técnicas e práticas que podem ser usadas para proteger o solo da erosão. Diante disso, podemos afirmar que a conservação do solo é a chave primordial para que os agricultores continuem explorando o solo de maneira sustentável, sem deixar de alcançar retornos financeiros. Ressalta-se que os efeitos da conservação do solo nem sempre são vistos imediatamente, no curto prazo. Entretanto, a longo prazo, esses efeitos são visíveis e são capazes de aumentar o rendimento agrícola e, consequentemente, a lucratividade da produção agrícola. 

10 Benefícios da Conservação do Solo

  1. Aumento dos teores de nutrientes e matéria orgânica do solo;
  2. Melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo;
  3. Redução do escoamento superficial e aumento da infiltração da água no solo;
  4. Aumento do armazenamento e da disponibilidade da água potável;
  5. Redução da poluição da água e do meio ambiente;
  6. Aumento da biodiversidade do solo;
  7. Diminuição de riscos de deslizamentos de terras;
  8. Manutenção do potencial produtivo do solo;
  9. Redução da erosão do solo;
  10. Aumento da produtividade e da lucratividade das lavouras.

Diante disso, listamos os principais benefícios da adoção de práticas de conservação do solo. Assim, as práticas conservacionistas adotadas no campo também impactam positivamente quem vive na cidade. Diante do que foi exposto ao longo do texto, precisamos de uma solução para a atual crise agrícola que estamos enfrentando, relacionada à degradação dos solos.

A partir de hoje, você poderá agir para evitar a erosão dos solos e, assim, garantir um uso mais sustentável e contínuo desse recurso natural, sem com isso deixar de aproveitar os benefícios que as práticas conservacionistas proporcionam.

Alguns links úteis:

Informações sobre o estudo da FAO sobre erosão: bit.ly/faorelatorio

Manejo sustentável do solo: bit.ly/embrapamanejodosolo 

Manual de Boas Práticas em Conservação do Solo e da Água: bit.ly/praticasconservacionistas 

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Quais são as técnicas utilizadas na agricultura para minimizar os efeitos da erosão?

A principal técnica utilizada hoje no Brasil para diminuir os problemas causados pela erosão é o Sistema de Plantio Direto (SPD). O SPD é baseado em três pilares essenciais para aumentar a conservação do solo e da água.

Quais são as técnicas de cultivo agrícola que auxiliam a evitar a erosão do solo?

Use pedras ou húmus (matéria orgânica) para adicionar peso às plantas. Isso pode ser especialmente útil no caso de sementes ou plantas jovens, que ainda não têm as raízes desenvolvidas. Uma outra ideia é usar tapetes de húmus em regiões de declive, colocando-o sobre sementes ou plantas jovens.

Qual é a técnica que facilita a erosão do solo?

O terraceamento é uma técnica agrícola de plantio elaborada para a contenção de erosões causadas pelo escoamento da água em áreas de vertentes. Essa técnica é aplicada ao parcelar uma área inclinada em várias rampas.

O que pode ser feito para evitar erosão?

Evitando a erosão nas fazendas. Plante árvores para evitar deslizamentos de terra. As raízes das árvores são ferramentas poderosas quando o solo for muito erodido ou íngreme para o plantio. Plante árvores nativas em declives e margens de rios para diminuir a perda de solo.