"Eu tenho SOP e minha ginecologista sugeriu que eu tomasse anticoncepcional para amenizar os sintomas. Esse é o único jeito de tratar o problema?" Show
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é a doença endócrina mais comum entre mulheres em idade reprodutiva. Por ser crônica, seu tratamento é sintomático e muda de acordo com cada paciente, mas não necessariamente deve ser feito com anticoncepcionais. O primeiro e mais efetivo método para tratar a SOP é uma mudança de estilo de vida. Como o ganho significativo de peso piora a síndrome, alimentar-se bem e fazer atividades físicas revertem muitos dos sintomas. Entretanto, dependendo do sintoma mais prevalente (que pode incluir alterações menstruais, aumento de pelos no rosto seios e abdômen, obesidade, acne e infertilidade), o médico pode indicar o uso de anéis vaginais, implantes cutâneos, indutores de ovulação ou medicamentos que controlam os possíveis causadores, como a resistência à insulina --estudos mostram que mulheres com SOP têm algum grau desse problema, e por essa razão os sensibilizadores de insulina como a metformina ou até a vitamina B são estratégias não-hormonais para tratamento da síndrome. Estatinas para controlar o colesterol elevado e procedimentos para reduzir o excesso de pelos também podem ser indicados. Apesar de o anticoncepcional ser recomendado para regular a menstruação e os hormônios, mulheres que não pretendem usar a pílula por causa de seus efeitos colaterais podem optar por outros tratamentos, basta conversar com o médico e definir a melhor maneira de controlar os sintomas. Fontes: Carlos Alberto Politano, membro da Comissão de Anticoncepção da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia); Domingos Mantelli, ginecologista e obstetra. Quais são suas principais dúvidas sobre saúde? Mande um e-mail para . Toda semana, os melhores especialistas respondem aqui no VivaBem. SIGA O VIVABEM NAS REDES SOCIAIS Hoje vamos falar sobre um assunto que é dúvida bastante frequente de ginecologistas e demais
especialistas em saúde da mulher: a escolha do melhor método anticoncepcional para tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos. Esta escolha é de extrema relevância devido à elevada frequência com que esses casos aparecem no consultório, além do grande impacto que esta síndrome representa na vida das pacientes portadoras. O Dr. Gustavo Maciel, coordenador da Pós-Graduação em Ginecologia Endócrina e Reprodutiva do Cetrus, preparou uma revisão objetiva e de grande relevância para a prática clínica que envolve este tema. Aproveite esta aula para atualizar-se sobre este assunto e aumente ainda mais o seu interesse pelo universo da Ginecologia Endócrina, um capítulo à parte dentro da Ginecologia.
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Dr. Gustavo Arantes Rosa Maciel Mestrado em Ginecologia pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina – UNIFESP; Confira curriculum completo Índice
Uso de Anticoncepcional no tratamento da Síndrome de Ovários Policísticos: Benefícios e Malefícios | ColunistasÍndice
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um distúrbio no eixo neuro-endócrino-reprodutor relacionado com alteração morfológica dos ovários e com produção androgênica elevada. A SOP é o distúrbio endócrino mais comum em mulheres em idade reprodutiva e os anticoncepcionais orais combinados costumam ser o tratamento de primeira linha da síndrome, melhorando o hiperandrogenismo e regulando os ciclos menstruais. Etiologia e Etiopatogenia da doençaA SOP foi inicialmente descrita por Stein-Leventhal em 1935(9), referindo-se à associação entre a amenorreia e a forma policística dos ovários. O termo “ovários policísticos” significa que existem muitos cistos minúsculos, ou inchaços, dentro dos ovários. Algumas mulheres jovens com SOP têm esses cistos; outras têm apenas alguns. Vários fatores têm sido implicados na etiopatogenia da SOP, havendo componentes genéticos envolvidos, fatores metabólicos, distúrbios endócrinos hereditários como a resistência à insulina e o diabetes mellitus tipo II, e fatores ambientais (dieta e atividade física). Dentre os mecanismos endócrinos envolvidos na etiopatogênese da SOP está o padrão de secreção de gonadotrofinas, com hipersecreção característica de LH, com aumento na amplitude dos pulsos e com secreção de FSH baixa ou no limite inferior da normalidade. Esta secreção aumentada de LH leva à uma hiperatividade das células da teca que produzirão quantidades aumentadas de androgênios, predominantemente testosterona, sem a conversão proporcional deste androgênio em estradiol, dado o desbalanço entre as secreções de LH e FSH, o que explica o hiperandrogenismo característico da doença. Como você deve fazer o diagnóstico?É importante que você esteja atento às principais queixas clínicas desses pacientes, que são o hirsutismo, que ocorre em 75% dos casos, acne e alopecia. A irregularidade menstrual é muito comum e está presente em até 85% dos casos e a obesidade acomete até 60% das pacientes. Além disso, o médico deve avaliar sua história clínica e realizar o exame físico adequado. Outros sintomas comumente vistos na síndrome são: aumento de peso, piora na resistência insulínica e problemas com a fertilidade. Para ser diagnosticada é preciso que a paciente apresente dois ou três sintomas combinados e que seja excluída outra patologia. Os sintomas são: 1- Hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial; 2- Irregularidade menstrual/ anovulação; 3- Aumento volume ovariano / alteração na morfologia dos ovários com a presença de cistos. Como é o efeito do anticoncepcional nesse distúrbio?Atualmente, as pílulas anticoncepcionais orais são comumente usadas para contracepção, SOP, amenorreia, menorragia, dismenorreia, endometriose, etc. Na SOP, os anticoncepcionais combinados são empregados a fim de melhorar o quadro de acne, distúrbios menstruais e hirsutismo, derivados do hiperandrogenismo. Os estrogênios diminuem os níveis androgênicos circulantes ao incrementar os níveis séricos de SHBG e diminuir a atividade da 5α-redutase. Esta última é também determinada pelo progestagênio, o qual ainda inibe a síntese e a secreção de gonadotrofinas hipofisárias. Com isso, a paciente tem melhora nos seus sintomas com a ação do anticoncepcional. No entanto, para o tratamento também deve-se levar em conta a mudança comportamental da paciente, com práticas de atividades físicas diárias e uma alimentação balanceada. Quais os efeitos colaterais?Os anticoncepcionais orais têm alguns efeitos cardiovasculares e metabólicos que variam entre as diferentes formulações, dependendo da dose e do tipo de componentes do estrogênio e da progesterona. É possível observar a influência dos ACO nos receptores de insulina, o que leva a uma deterioração do metabolismo dos carboidratos e queda na sensibilidade da insulina. Há também alterações nas vias metabólicas lipídicas, devido ao anabolismo proteico reduzido. Além disso, as pílulas levam a um bloqueio de sistemas que fazem parte da hemostasia, como anticoagulantes plasmáticos, ao promover a redução da proteína S e a resistência a proteína C ativada, portanto, condicionam a uma tendência pró trombótica e podendo elevar os fatores de coagulação e diminuir os anticoagulantes naturais. As pílulas reduzem o fluxo sanguíneo por hiperviscosidade estimulando a agregação plaquetária, aumentando a concentração de fibrinogênio e reduzindo a ação da antitrombina. Enquanto isso, SOP é uma condição complexa com alto risco para dislipidemia, tromboembolismo venoso, doença cardiovascular e síndrome metabólica. Com isso, pacientes que tem SOP têm alta prevalência de aterosclerose subclínica, refletindo na desregulação da função endotelial, bem como em anomalias na coagulação e no sistema fibrinolítico, aumentando o risco de fenômenos tromboembólicos, cardiovasculares e metabólicos, e, ao utilizar anticoncepcional como forma de tratamento, acabam tendo maior risco de desenvolver essas comorbidades. ConclusãoDestaca-se a necessidade e importância da individualização na escolha do tratamento e do rastreamento de mulheres com SOP para comorbidades significativas que aumentam o risco de trombose, doenças cardiovasculares e metabólicas. Também é fundamental o aconselhamento adequado das pacientes com relação aos riscos e benefícios do uso do anticoncepcional como forma de tratamento e, a partir disso, formular um plano de acompanhamento apropriado que inclua não apenas tratamento medicamentoso, mas mudança de estilo de vida, como atividades físicas e alimentação adequada. Autora: Letícia Freitas Instagram: @leticiafreitascs O texto acima é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto. Referências
Qual a melhor pílula anticoncepcional para quem tem ovários Policisticos?Progesterona com ação anti androgênica, como a drosperinona. Quem tem ovário policístico pode tomar anticoncepcional contínuo?Em resumo, o anticoncepcional não é o mais indicado para tratamento da Síndrome do Ovário Policístico e você precisa estar atenta a isso, caso esteja vivendo essa situação. Procure conversar mais com seu ginecologista sobre o assunto se mantendo atenta aos sinais que o corpo envia para cada tratamento utilizado. Quais são os anticoncepcionais mais indicados pelos ginecologistas?Acetato de ciproterona: Diane 35, a Selene, a Diclin e a Artemidis (possui grande composição estrogênica). Drospirenona: Yasmin, Yaz e Elani ciclo (ótimo para prevenir inchaço antes da menstruação) Clormadinona: Belara (evita problemas de pele associados a anticoncepcionais) O que é bom para acabar com ovário policístico?Quais os tratamentos?. Anticoncepcional oral. O uso de anticoncepcionais por mulheres que não desejam engravidar pode beneficiar na melhora dos sintomas da síndrome. ... . Remédios para diabetes. ... . Dietas e exercícios físicos. ... . Indução da ovulação.. Qual a melhor pílula anticoncepcional para quem tem ovários Policisticos?Progesterona com ação anti androgênica, como a drosperinona.
Quem tem ovário policístico tem que tomar anticoncepcional?Em resumo, o anticoncepcional não é o mais indicado para tratamento da Síndrome do Ovário Policístico e você precisa estar atenta a isso, caso esteja vivendo essa situação. Procure conversar mais com seu ginecologista sobre o assunto se mantendo atenta aos sinais que o corpo envia para cada tratamento utilizado.
Como o anticoncepcional age no Ovario Policistico?O anticoncepcional remedia o problema, contudo não tem uma ação resolutiva, ou seja, ele não trata ovários policístico. Além disso, o anticoncepcional influencia em outras questões fisiológicas do corpo feminino, como o aumento da resistência insulínica, ou seja, maior risco de retenção de líquidos e de ganho de peso.
Quais são os anticoncepcionais mais indicados pelos ginecologistas?Acetato de ciproterona: Diane 35, a Selene, a Diclin e a Artemidis (possui grande composição estrogênica). Drospirenona: Yasmin, Yaz e Elani ciclo (ótimo para prevenir inchaço antes da menstruação) Clormadinona: Belara (evita problemas de pele associados a anticoncepcionais)
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