Qual a importância dos corantes para a visualização das estruturas celulares?

Introdução

Na microscopia é de fundamental importância o uso de corantes na observação das estruturas celulares, como as organelas citoplasmáticas e o núcleo. Os métodos mais utilizados de coloração são o da HE (hematoxilina e eosina), sendo a eosina o corante mais indicado para coloração de núcleo celular. Esses corantes geralmente não são tão acessíveis nos laboratórios de escolas públicas no Brasil, devido seu alto custo, bem como sua toxicidade. Como é conhecido no dito popular, diversas plantas têm a capacidade de manchar tecidos, que nada mais são do que materiais biológicos com poder corante Sendo assim, dada a grande diversidade vegetal da Amazônia, foram testadas algumas substâncias naturais encontradas com fartura na cidade de Coari, estado do Amazonas, tais como beterraba (Beta sp.), urucum (Bixa orellana), cenoura (Daucus carota), pau rosa e preciosa (Aniba sp.), açaí (Euterpe oleraceae), goiaba (Psidium sp.), abacaba (Oenocarpus bacaba), e caju (Anacardium occidentale), também corante alimentício usado em cobertura de doces, na tentativa de conseguir um corante de núcleo de células vegetais de baixo custo.

Métodos

Para a produção dos corantes foram utilizados os vegetais beterraba (Beta sp.), urucum (Bixa orellana), cenoura (Daucus carota), pau rosa e preciosa (Aniba sp.), açaí (Euterpe oleraceae), goiaba (Psidium sp.), abacaba (Oenocarpus bacaba), e caju (Anacardium occidentale), beterraba (Beta sp.) e um vidro de corante alimentício utilizado em coberturas de doces.. O tecido utilizado para testar os corantes foi o bulbo de cebola ((Alliun cepa). Primeiramente foram preparadas seis lâminas de vidro (microscopia) do grupo controle, sendo três sem coloração, que não teve núcleo visível e três com a utilização de violeta genciana, que cora núcleo celular em roxo. Em seguida foram feitas as macerações dos vegetais citados anteriormente, sendo feitas de três a cinco lâminas coradas com cada substância natural na tentativa de corar o núcleo celular do tecido do bulbo da cebola. Apenas caju e açaí deram resultado positivo. Novos testes foram feitos com dez lâminas, coradas respectivamente com uma gota de açaí, uma lâmina com suco de caju, uma com açaí e caju, uma de caju com corante vermelho, outra de açaí com corante vermelho. Os testes foram repetidos em mais dez lâminas com aplicação de suco de caju com corante alimentício, açaí com corante alimentício e por último açaí, caju e corante alimentício. Todas as lâminas foram visualizadas em microscópio óptico, com aumento de 160 vezes.

Dados

A utilização de substâncias naturais na coloração de núcleo celular


Temas

Invenções e Inovações

Início do Projeto

02/2021 - 03/2021

Palavras-chave

Microscopia, Núcleo, Sustentabilidade , Corante

Equipe Ciêntifica

Fabio Cano Carnielo (Coordenador da Equipe)
Alehandro Charlys Campos (Aluno Capitão)
Anthone Felipe Feitosa de Castro (Aluno)
Carlos Vinícius da Silva Tito (Aluno)
Daiziane Souza de Araújo (Aluno)

Escola

CETIl Manuel Vicente Ferreira Lima, Coari-AM

Resumo

Para a observação de estruturas ao microscópio óptico, geralmente se faz necessária a utilização de corantes para que as estruturas sejam marcadas. Essas estruturas são alcalinas ou ácidas. O núcleo celular tem o pH ácido, sendo corado com substâncias alcalinas (pH acima de 7,0). O método mais utilizados de coloração é o da HE (hematoxilina e eosina), sendo a eosina indicada para coloração de núcleo celular. A maioria dos corantes usados em microscopia não estão acessíveis aos laboratórios, principalmente em escolas estaduais de ensino médio por a causa do alto custo. Sendo assim, com a grande diversidade vegetal da Amazônia o desafio era encontrar corantes naturais que possibilitassem corar células vegetais. Foram testadas substâncias naturais na tentativa de conseguir a coloração de núcleo. Dessa forma, além de se obter corantes de baixo custo, praticamente sem toxicidade, também é uma forma de preservação do meio ambiente, pelo fato de que os corantes naturais quando descartados não causam danos como os corantes artificiais, que uma vez usados podem provocar desequilíbrio na natureza quando descartados de forma inadequada..

Resultados

A maioria dos vegetais com poder corante, que foram testados não houve coloração dos núcleos celulares. O suco de caju marcou levemente os núcleos celulares em tom amarelo, mais escuro que o citoplasma. O açaí e a mistura de açaí com suco de caju marcaram o núcleo com cor marrom claro. Já a mistura de suco de caju com corante alimentício marcou fortemente o núcleo de vermelho. Para finalizar, a mistura de açaí, suco de caju e corante alimentício marcou o núcleo das células da cebola em tons de vermelho e preto, sendo visíveis até mesmo os nucléolos.

Discussão dos Resultados

Nesse trabalho ficou comprovado que o caju e o açaí conseguem se combinar com o núcleo celular. Ainda falta encontrar um substituto natural para o corante alimentício, que apesar de ser de baixo custo, não é encontrado na natureza. Novos testes serão feitos com outros produtos naturais com poder corante, combinados ou não com o açaí e no caju na coloração de núcleo celular. Também serão testadas na busca de visualização de outras estruturas celulares, principalmente com vegetais encontrados na Floresta Amazônica.

Conclusões

Dos corantes testados, apenas dois apresentaram resultados positivos na visualização de núcleo celular de tecido do bulbo de cebola, possibilitando a preservação ambiental, economia financeira por se tratar de corantes de baixo custo. Supreendentemente os testes ainda revelaram que tais colorações são capazes de marcar outras estruturas celulares, além do núcleo, o que evoca a necessidade de futuras análises com outras plantas presentes na diversidade da Amazônia com o objetivo de ampliar a capacidade didática dos laboratórios escolares de oferecerem aulas de melhor qualidade com baixo custo.

Referências

ROHDE, D. C.; SILVEIRA, S. O.; VARGAS, V. R. A.. O uso do corante urucum (Bixa orellana L.) na técnica de coloração histológica. Rev. bras. anal. Clin. v. 38, n. 2, p. 119-121, 2006.

Fotos Vídeos

Qual a importância dos corantes para a visualização das estruturas celulares?
Maceração das plantas para obtenção dos corantes

Qual a importância dos corantes para a visualização das estruturas celulares?
Lâmina corada com açaí e corante alimentício vermelho

Qual a importância dos corantes para a visualização das estruturas celulares?
Lâmina corada com açaí, caju e corante alimentício vermelho

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Qual a importância do uso dos corantes na visualização das estruturas celulares?

O corante atua fixando-se eletiva ou seletivamente em determinadas estruturas celulares, conferindo a elas diferentes graus de absorção da luz incidente, e possibilitando a identificação e o estudo de suas alterações por nosso sentido de visão, auxiliado pelo microscópio.

Para que serve os corantes no estudo das células?

Tais soluções corantes podem ser usadas para definir e examinar tecidos (salientando, por exemplo, fibras musculares, o tecidos conjuntivos, populações de células (classificando diferentes células sanguíneas, por exemplo), ou organelas dentro de células individuais.

Porque utilizamos corantes para visualizar células em microscopia?

Quando observamos uma célula por microscopia, seu núcleo se apresenta na coloração azul-púrpura, ou seja, é basófilo. Isso porque o núcleo de uma célula é rico em DNA (ácido desoxirribonucleico), ou seja, é atraído pele hematoxilina (um corante básico).

Qual é a finalidade dos corantes?

Os corantes são aditivos alimentícios definidos como toda substância que confere, intensifica ou restaura a cor de um alimento.