Quais são os fatores que melhor caracterizam a expansão europeia na segunda metade do século 19?

No século XV, dois países tiveram destaque na Europa Ocidental: Portugal e Espanha. Com o declínio do feudalismo, as relações econômicas começaram a se dar através do comércio marítimo. Expedições eram organizadas com o objetivo de explorar outras regiões, a fim de extrair alimentos, principalmente as especiarias. No inverno, o alimento para o gado se tornava escasso na Europa e algumas especiarias conservavam a carne, fato este que propiciou sua valorização, já que o abate bovino se dava no outono e a carne precisava estar conservada até o inverno. Além do uso como conservante, as especiarias também eram utilizadas na fabricação de remédios, perfumes e temperos.

Outros fatores também motivaram essas expedições. A Idade Média já tinha ficado para trás, mas o interesse em expandir o catolicismo, convertendo os não cristãos, ainda existia. O acúmulo de riquezas também influenciou, junto com a descoberta de novos mercados, já que, após a conquista de Constantinopla pelos turcos, as rotas comerciais do Mediterrâneo foram bloqueadas.

Portugal saiu na frente, investindo em tecnologia marítima. Além de desenvolverem o uso de ferramentas de navegação (bússola, astrolábio, quadrante), inventaram as caravelas, principal embarcação utilizada nas grandes navegações. Também favoreceu seu desenvolvimento o fato de Portugal não estar inserido em nenhuma guerra, nesse período. Enquanto os outros países europeus se endividavam com a manutenção destas, Portugal se dedicava somente à sua expansão.

Motivados por sua situação positiva, várias expedições portuguesas obtiveram êxito, não só na extração de especiarias e metais, mas também na descoberta de novas terras e na colonização de seus habitantes. Além do famigerado navegador Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, o navegador Vasco da Gama também teve destaque, descobrindo as Índias e, consequentemente, um novo caminho para o Oriente. Conforme Portugal ia alcançando novos patamares na economia marítima, os outros países europeus iam cessando seus conflitos e se interessando pelas navegações. Foi o caso da Espanha, que, após expulsar os muçulmanos da cidade de Granada, em 1492, patrocinou a expedição do navegador genovês Cristovão Colombo, resultando no descobrimento da América. Mais tarde, franceses, ingleses e holandeses também se dedicaram às expedições.

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A industrialização do continente europeu marcou um intenso processo de expansão econômica. O crescimento dos parques industriais e o acúmulo de capitais fizeram com que as grandes potências econômicas da Europa buscassem a ampliação de seus mercados e procurassem maiores quantidades de matéria-prima disponíveis a baixo custo. Foi nesse contexto que, a partir do século XIX, essas nações buscaram explorar regiões na África e Ásia.

Gradativamente, os governos europeus intervieram politicamente nessas regiões com o interesse de atender a demanda de seus grandes conglomerados industriais. Distinto do colonialismo do século XVI, essa nova modalidade de exploração pretendia fazer das áreas dominadas grandes mercados de consumo de seus bens industrializados e, ao mesmo tempo, pólos de fornecimento de matéria-prima. Além disso, o grande crescimento da população européia fez da dominação afro-asiática uma alternativa frente ao excedente populacional da Europa que, no século XIX, abrigava mais de 400 milhões de pessoas.

Apesar de contarem com grandes espaços de dominação, o controle das regiões alvo da prática neocolonial impulsionou um forte acirramento político entre as potências européias. Os monopólios comerciais almejados pelas grandes potências industriais fizeram do século XIX um período marcado por fortes tensões políticas. Em conseqüência à intensa disputa dos países europeus, o século XX abriu suas portas para o primeiro conflito mundial da era contemporânea.

Somado aos interesses de ordem político-econômica, a prática imperialista também buscou suas bases de sustentação ideológica. A teoria do darwinismo social, de Hebert Spencer, pregava que a Europa representava o ápice do desenvolvimento das sociedades humanas. Em contrapartida, a África e a Ásia eram um grande reduto de civilizações “infantis” e “primitivas”. Influenciado por esse mesmo conceito, o escritor britânico Rudyard Kipling defendia que o repasse dos “desenvolvidos” conceitos da cultura européia aos afro-asiáticos representava “o fardo do homem branco” no mundo.

Com relação à África, podemos destacar a realização da Conferência de Berlim (1884 – 1885) na qual várias potências européias reuniram-se com o objetivo de dividir os territórios coloniais no continente africano. Nessa região podemos destacar o marcante processo de dominação britânica, que garantiu monopólio sob o Canal de Suez, no Norte da África. Fazendo ligação entre os mares Mediterrâneo e Vermelho, essa grande construção foi de grande importância para as demandas econômicas do Império Britânico. Na região sul, os britânicos empreenderam a formação da União Sul-Africana graças às conquistas militares obtidas na Guerra dos Bôeres (1899 – 1902).

Na Índia, a presença britânica também figurava como uma das maiores potências coloniais da região. Após a vitória na Guerra dos Sete Anos (1756 – 1763), a Inglaterra conseguiu formar um vasto império marcado por uma pesada imposição de sua estrutura político-administrativa. A opressão inglesa foi alvo de uma revolta nativa que se deflagrou na Guerra dos Sipaios, ocorrida entre 1735 e 1741. Para contornar a situação, a Coroa Inglesa transformou a colônia indiana em parte do Império Britânico.

Resistindo historicamente ao processo de ocupação, desde o século XVI, o Japão conseguiu impedir por séculos a dominação de seus territórios. Somente na segunda metade do século XIX, que as tropas militares estadunidenses conseguiram forçar a abertura econômica japonesa. Com a entrada dos valores e conceitos da cultura ocidental no Japão, ocorreu uma reforma político-econômica que industrializou a economia e as instituições do país. Tal fato ficou conhecido como a Revolução Meiji.

Com tais reformas, o Japão saiu de sua condição econômica feudal para inserir-se nas disputas imperialistas. Em 1894, os japoneses declararam guerra à China e passaram a controlar a região da Manchúria. Igualmente interessados na exploração da mesma região, os russos disputaram a região chinesa na Guerra Russo-Japonesa, de 1904. Após confirmar a dominação sob a Manchúria, os japoneses também disputaram regiões do oceano Pacífico com os EUA, o que acarretou em conflitos entre essas potências, entre as décadas de 1930 e 1940.

Outras guerras e conflitos foram frutos do neocolonialismo. Entre elas, podemos inclusive destacar a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Por fim, percebemos que a solução obtida pelas nações industriais frente à questão de sua superprodução econômica teve conseqüências desastrosas. O imperialismo foi responsável por uma total desestruturação das culturas africanas e asiáticas. Na atualidade vemos que as guerras civis e os problemas sócio-econômicos dessas regiões dominadas têm íntima relação com a ação imperialista.

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Quais fatores que melhor caracterizam a expansão europeia?

Expansão Ultramarina. As primeiras grandes navegações permitiram a superação das barreiras comerciais da Idade Média, o desenvolvimento da economia mercantil e o fortalecimento da burguesia. A necessidade do europeu lançar-se ao mar resultou de uma série de fatores sociais, políticos, econômicos e tecnológicos.

Quais os três fatores que contribuíram para a expansão imperialista?

Entre os seus principais fatores estão a expansão industrial, o aumento na busca por matérias primas, crescimento na disputa por mercados consumidores e o crescimento da população europeia, entre outros.

Qual foi a maior transformação ocorrida na Europa no século XIX?

O século XIX foi um período revolucionário da História da Europa e uma época de grandes transformações em todos os domínios da vida. Os direitos humanos e civis, a democracia e o nacionalismo, a industrialização e os sistemas de mercado livre deram origem a uma era de mudança e oportunidade.

Como se deu a expansão europeia?

Entre os séculos XV e XVIII os europeus iniciaram um grande empreendimento marítimo que ficou conhecido como expansão marítima europeia. Isso só foi possível quando no final da Idade Média o feudalismo sofreu profundas transformações e abriu espaço para uma nova estrutura econômica baseada no lucro.