Por que Inglaterra não controlou rigorosamente a exploração de suas colônias Assim como fez a Espanha?

Por que Inglaterra não controlou rigorosamente a exploração de suas colônias Assim como fez a Espanha?

A pirataria foi uma importante atividade no desenvolvimento da economia mercantil dos ingleses

No contexto da economia mercantilista, podemos notar que os ingleses não contavam com as vantagens desfrutadas por seus demais concorrentes comerciais. Por um lado, não tinham à sua disposição um grande império colonial (como os portugueses e espanhóis) que pudesse lhes gerar divisas a curto prazo. Por outro, não detinham o conhecimento técnico observado, por exemplo, na tradicional manufatura de luxo francesa. Desse modo, tiveram que empreender outras ações econômicas capazes de inseri-los na acirrada competição econômica daqueles tempos.

O chamado mercantilismo comercial foi uma das grandes marcas da economia britânica nessa época. Nesse tipo de prática econômica, os ingleses empreenderam a construção de uma poderosa frota de navios capaz de navegar por grandes distâncias e conseguir mercadorias no mundo oriental. Basicamente, os comerciantes britânicos atingiam lucro comprando mercadorias a um custo muito baixo e revendendo-as a um valor muito maior. Não raro, também acumulavam pouposos lucros com a realização de fretes marítimos.

Com o passar do tempo, o desenvolvimento da economia comercial inglesa incentivou a criação das chamadas companhias de comércio, entre as quais podemos destacar: a dos Mercadores Aventureiros, a Companhia das Índias Orientais, a do Levante e a Companhia da Moscóvia. Além dessas ações oficialmente reconhecidas, a Coroa Inglesa também acobertava a ação criminosa de piratas que assaltavam várias embarcações espanholas abarrotadas com os metais preciosos provenientes do continente americano.

Na medida em que fundaram alguns entrepostos comerciais e conquistaram algumas colônias – em regiões como Bombaim (Índia), nas Antilhas, na Pérsia (atual Irã) e na América do Norte – o mercantilismo inglês ampliou seus ganhos e fronteiras. Seus afamados artigos têxteis, o alúmen e o papel eram apenas alguns dos produtos britânicos que fizeram grande sucesso no mercado exterior. Paralelamente, devemos salientar as ações jurídicas que também influíram na incrível expansão do mercantilismo inglês.

No ano de 1651, Oliver Cromweell instituiu um “Ato de Navegação” onde todas as mercadorias europeias só poderiam chegar ao país em embarcações inglesas ou do seu verdadeiro país de origem. Tal lei acabava incentivando o comércio marítimo britânico e evitava o possível encarecimento de produtos que fossem intermediados pela ação de atravessadores. Já em 1660, um novo ato estabeleceu que o capitão e três quartos de todas as embarcações deveriam ser de origem inglesa.

O triunfo dessas ações econômicas acabou sendo notado pela situação privilegiada que a Inglaterra alcançou já nos séculos XVII e XVIII. O espírito empreendedor, a participação ativa do Estado e a diversificação das atividades econômicas são apenas alguns dos fatores que explicam o fato de os ingleses liderarem o panorama econômico mundial a partir desse período. De fato, a posição de maior economia do mundo só veio a estremecer na primeira metade do século XX, com a eclosão das guerras mundiais.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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SOUSA, Rainer Gonçalves. "O mercantilismo britânico"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/o-mercantilismo-britanico.htm. Acesso em 29 de outubro de 2022.

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Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

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O Colonialismo da Inglaterra se deu numa segunda onda de expansão dos países europeus, aplicou-se especialmente sobre a África e a Ásia.

A primeira onda de colonização aconteceu juntamente com o advento das grandes navegações. Nesta ocasião, Portugal e Espanha foram os pioneiros e principais países a desbravar territórios além do continente europeu, o que os rendeu certa supremacia no mundo durante algum tempo. Os dois países chegaram a dividir o mundo através do Tratado de Tordesilhas que determinava que as terras descobertas a Leste da linha imaginária seriam de Portugal e as terras a Oeste da mesma linha seriam da Espanha.

A Inglaterra, ao contrário de Portugal e Espanha, investiu suas riquezas acumuladas através do Mercantilismo em passos iniciais de industrialização. Logo o país alteraria a lógica de comércio e de organização econômica de sua sociedade, fazendo o capitalismo florescer de vez. As primitivas indústrias inglesas evoluíram e a produção aumentou, gerando mais lucro para o país. O novo momento demandava a conquista de mais mercados consumidores e mais fornecimento de matérias-primas para sustentar seus produtos industrializados.

O Colonialismo da Inglaterra se encaixou exatamente nesse segundo momento, o qual também é chamado de Imperialismo. O colonialismo dessa nova fase era diferenciado daquele inicial dominado por Portugal e Espanha. Esses dois países, por sinal, já haviam perdido o posto de liderança mundial em função do grande crescimento econômico da Inglaterra através de seus produtos industrializados.

A Inglaterra se tornou o país líder na nova onda de colonização. O interesse da vez era de conquistar áreas de influência no mundo, nas quais os produtos ingleses pudessem ser consumidos e dominar regiões que pudessem fornecer matérias-primas necessárias para sustentar as indústrias. Após a Inglaterra, vieram França, Bélgica e Holanda que investiram em suas indústrias e partiram em buscas da colonização de territórios fora do continente europeu.

A corrida das potências capitalistas emergentes, ao longo do século XIX e início do XX, ocasionou a partilha do continente africano e asiático. Os países que ampliavam suas economias com base em suas indústrias procuravam garantir suas áreas de influência. Desta forma, era comum que acontecesse a aplicação da cultura dos colonizadores nas respectivas regiões colonizadas, o que espalhou pelo mundo o modo capitalista e europeu de se pensar e conduzir a vida.

A Inglaterra conquistou diversas regiões na África e na Ásia, sendo que uma das presenças mais marcante dos ingleses se deu na Índia. Durante muito tempo a Inglaterra manteve sua influência sobre este país, que decidiu reagir ao colonialismo sem o uso da violência. Ghandi foi o grande líder da revolução pacífica na Índia, organizando a população para resistir contra os ingleses sem levantar o braço ou disparar um tiro.

Outra importante marca do Colonialismo da Inglaterra se deu na África do Sul. Neste país os ingleses estabeleceram sua influência por muito tempo, gerando uma sociedade desigual e excludente. Os negros foram separados dos brancos, não era permitido que convivessem nos mesmos lugares ou se relacionassem. Após muitos anos, Nelson Mandela liderou o movimento que acabou com o Apartheid, como era conhecido tal regime, e conquistou a independência da África do Sul.

O Colonialismo da Inglaterra entrou em choque ainda com os novos países que entraram na corrida colonialista na África e na Ásia, caso de Alemanha, Itália e Estados Unidos. O choque de interesses pelo domínio das áreas de influência no mundo gerou grande estabilidade entre as potências capitalistas a partir do final do século XIX. O relacionamento hostil que pairou acarretou na Primeira Grande Guerra Mundial que teve início em 1914.

Leia também:

  • Colônias de exploração e colônias de povoamento
  • Colonialismo
  • Colonialismo francês
  • Colonialismo holandês
  • Colonialismo português
  • Colonialismo espanhol

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/colonialismo-da-inglaterra/

Qual é o país que colonizou a Inglaterra?

A Inglaterra, no seu domínio colonial, na era vitoriana, dominava a Índia (incluindo o Paquistão e Bangladesh), a Birmânia, a Malásia, a Austrália e Nova Zelândia e arquipélagos do Pacífico, o território africano entre o Cairo e o Cabo, detinha concessões na China, o Canadá e parte das Caraíbas.

Qual era a principal posse da Inglaterra no continente americano?

Após concessão da Coroa inglesa, a Companhia de Londres monopolizou a região ao norte. Coube à Companhia de Plymouth os territórios do sul. As empresas tinham autonomia para a exploração do território, mas estavam subordinadas ao Estado inglês. A concessão ocorreu 20 anos depois da chegada dos primeiros colonizadores.

Como foi processado o início da colonização inglesa?

A primeira tentativa de ocupação da América do Norte pelos ingleses ocorreu com Walter Raleigh, que organizou três expedições à região no fim do século XVI. Raleigh não conseguiu o sucesso esperado com as expedições, em virtude dos constantes ataques dos povos indígenas que habitavam o local.