O que Raul Seixas quis dizer com a música Eu nasci há dez mil anos atrás?

O que Raul Seixas quis dizer com a música Eu nasci há dez mil anos atrás?
A música “Eu nasci há dez mil anos atrás” de Raul Seixas, lançada em seu álbum do ano de 1976, seria inspirada em uma música do cantor americano Elvis Presley.

Paulo Coelho, também autor da música, afirmou que foi uma maneira de Raulzito homenagear seu maior ídolo. Paulo e Raul foram parceiros em diversas músicas que exerceriam influência no rock brasileiro.

Bem, para entender um pouco a história da música, vejam o vídeo com a matéria exibida pelo programa Fantástico, da Rede Globo:

Na verdade, “I was born about 10.000 ago“, música americana citada no vídeo, é de domínio publico, Elvis não compunha as músicas, apenas gravava de outros compositores.

Essa música foi feita por Kelly Harrel, em 1925, bem antes de Elvis Presley fazer a atual adaptação, em 1971.

Raul Seixas criou “Eu nasci há 10 mil anos atrás” colocando bem mais conteúdo, e mudando muito o ritmo.

Como era uma música de domínio público, isso não é considerado plágio, principalmente por apenas o refrão ser parecido.

Vejam o clipe de Raul Seixas interpretando a canção:

Agora, comparem com a música gravada por Elvis Presley:

Tire a sua própria conclusão.

The Point Carioca.

Letras das Músicas:

  • Eu nasci há 10 mil anos atrás
  • I was born about 10.000 ago

Fontes:

  • Wikipédia
  • YouTube
  • Letras.terra.com.br

Helton Grunge

Eu me chamo Helton, conhecido como Helton Grunge, sou formado em Letras pela UNESP e vocalista de uma banda de rock chamada Harper's. Moro em Matão-SP desde os 12 anos de idade e cresci ouvindo rock. O que mais me chama a atenção em uma música é a mensagem que ela passa para quem está ouvindo. E o rock, na maioria das vezes, consegue trazer ótimas mensagens para mim e para todo seu público. Minhas bandas preferidas são Nirvana, Engenheiros do Hawaii e Legião Urbana, porém ouço um vasto e variado repertório que passa desde o Pop Rock até o Heavy Metal: sendo um rock trabalhado e de qualidade, com uma mensagem boa a ser passada, estarei ouvindo. Cresci admirando o Aerosmith; seus grandes hits dos anos 90 e a voz inconfundível de seu vocalista Steven Tyler fez com que sua música marcasse o começo de minha adolescência. Aos 14 anos conheci toda a revolta e o grito de liberdade do Nirvana, desde então tornou-se minha banda preferida e o som que ajudou a lapidar meu modo de pensar, de agir e de ver o mundo ao meu redor. Acredito que a música tem o poder de melhorar o mundo e quero fazer parte desta melhora, passando boas mensagens com minha banda e escrevendo sobre bandas consagradas e sobre bandas novas que buscam seu espaço com um trabalho de respeito e qualidade. Minha meta é levar boa música a quem a procura, é levar conteúdo a quem precisa, é levar boas mensagens às pessoas que precisam delas. O rock tem o poder de mudar as pessoas e eu quero fazer parte disto.

Uma forma descontraída para abordar o tema fatos históricos com os alunos em sala de aula pode ser encontrada na música Eu nasci há dez mil anos atrás, de Raul Seixas. A definição do que é um fato histórico geralmente expõe algumas discordâncias existentes na historiografia, e levantar essas questões com os alunos possibilita um maior esclarecimento da questão.

As discordâncias incidem principalmente em como definir um fato histórico. Seria qualquer evento do passado um fato histórico? Haveria hierarquizações de importâncias para defini-los? Ou ainda eventos religiosos podem ser considerados como fatos históricos?

A música expõe uma história contada por um velho músico de rua que pretende expor eventos ligados à história da humanidade. Seria interessante o professor apresentar a música aos alunos, acompanhada da letra, para que eles pudessem entender melhor o conteúdo da canção. Depois, pode ser pedido para os alunos apontarem o que eles consideram como fatos históricos entre os eventos cantados por Raul Seixas.

Obviamente que o professor deverá realizar o debate de acordo com o que for apresentado pelos alunos. Aqui, neste texto, serão apresentados alguns possíveis encaminhamentos da discussão, que podem ser úteis ao debate.

Observe os trechos seguintes:

Vi Conde Drácula

Sugando sangue novo

E se escondendo atrás da capa

Eu vi!... (final da 4ª estrofe)

e

Eu fui testemunha

Do amor de Rapunzel (início da última estrofe).

Nos trechos, o compositor expõe dois exemplos de eventos que não se constituem como fatos históricos, por serem passagens de obras literárias ou mesmo temas da cultura popular de países europeus. Mesmo que tais obras literárias possam ser consideradas como fontes históricas, elas não constituem um fato histórico.

Nos trechos abaixo, as observações são distintas:

Eu vi as bruxas pegando fogo

Pra pagarem seus pecados

Eu vi!.. (2ª estrofe)

e

Eu vi Zumbi fugir

Com os negros prá floresta

Pro Quilombo dos Palmares

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Eu vi!... (5ª estrofe)

e

Eu vi o sangue

Que corria da montanha

Quando Hitler

Chamou toda Alemanha

Vi o soldado

Que sonhava com a amada

Numa cama de campanha (6ª estrofe)

Os três trechos possibilitam apontar alguns fatos históricos: o assassinato de mulheres acusadas de bruxaria durante a vigência da Inquisição; a criação do Quilombo dos Palmares e a liderança de Zumbi frente aos escravos fugidos; os milhões de mortos produzidos após a deflagração da II Guerra Mundial; e a vida cotidiana dos soldados durante as guerras.

Apesar de nem todos os exemplos citados serem eventos que podem ser colocados cronologicamente, de forma exata, no tempo, como o caso da vida dos soldados, eles podem ser tratados como fatos históricos. Isso por representarem eventos possíveis de serem estudados pela história e também porque sua existência e realização podem ser comprovadas.

Outra possibilidade de debate surge com o trecho a seguir:

Eu vi Moisés

Cruzar o Mar Vermelho

Vi Maomé

Cair na terra de joelhos

Eu vi Pedro negar Cristo

Por três vezes

Diante do espelho

Eu vi!...

Os eventos tratam de passagens bíblicas e, de forma estrita, não podem ser considerados como fatos históricos, por não haver possibilidades de comprovação além do conteúdo do livro judaico-cristão. Entretanto, são eventos constantes da história das religiões judaicas e cristãs e representam momentos importantes para elas. Mas são eventos que são comprovados através da fé, e não através dos instrumentos da ciência histórica.

A música de Raul Seixas ao mesclar fatos históricos, passagens literárias e eventos religiosos pode ser um interessante ponto de partida para o debate sobre o que é um fato histórico.

* Crédito da Imagem: Neftali e Shutterstock.com.


Por Me. Tales Pinto

O que significa Eu nasci há dez mil anos atrás?

Se Raul cantasse “Eu nasci, há dez mil anos”, o ouvinte já saberia – pelo verbo haver, que indica tempo decorrido – que a ação ocorreu no passado. Então, usar a palavra atrás se torna, desnecessário. É como dizer, por exemplo, ”subir para cima” ou “descer para baixo“. Esse vício de linguagem é chamado de pleonasmo.

Qual a semelhança que há entre a música Eu nasci há dez mil anos atrás?

A semelhança entre a música "Eu nasci há dez mil anos atrás”, de Raul Seixas e Paulo Coelho, com o romance policial “Atemporal”, de Poliana Nogueira, é que ambos desafiam o tempo cronológico, pois uma "invasão do tempo" por parte dos personagens.

O que significa a música Pedro de Raul Seixas?

Pedro, as coisas não são bem assim Pedro é uma pessoa que vive de maneira certinha e regrada, que cumpre com as suas obrigações exatamente como a sociedade espera dele. No entanto, ele não se questiona se isso é mesmo o que gostaria de estar fazendo. Mas, para Raul, ele não precisa viver dessa maneira.

Quem nasceu há dez mil anos atrás?

Na verdade, é uma homenagem a Elvis. Mas na verdade a letra dessa música trata-se de uma homenagem ao ídolo de Raul Seixas, Elvis Presley. Seis anos antes, Elvis havia gravado uma canção chamada, “I was born about Thousand ago”. Como Raul Seixas gostava muito dessa canção, resolveu homenagear seu ídolo.