O que caberia à escola fazer em relação ao desenvolvimento afetivo dos alunos por quê?

A influência da afetividade na relação professor-aluno e suas implicações na aprendizagem nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

1.-Introdução.

A presente pesquisa tem como tema a influência da afetividade na relação professoraluno e suas implicações na aprendizagem nos anos iniciais do Ensino Fundamental do Colégio São José de Caxias - Maranhão, Brasil, no ano de 2015, pretendendo ressaltar a importância dessa relação para a formação do educando no espaço escolar.

Mediante essa temática, faz-se necessário uma maior reflexão sobre as relações pedagógicas entre professor e aluno do Colégio São José, onde percebe-se certa distância afetiva entre os mesmos. No entanto compreende-se que essa distância prejudica o desenvolvimento social e consequentemente a aquisição de conhecimento, podendo ser motivada por diversos fatores como, falta de afeto familiar e baixa autoestima.

Neste contexto, o objetivo desta pesquisa foi analisar a contribuição e a influência da afetividade para a motivação do aluno mediante a construção do conhecimento, referente ao seu desenvolvimento, para que este seja mais prazeroso, eficaz e efetivo resultantes na ampliação de suas capacidades e competências cognitivas, com base na prática docente.

Compreende-se, contudo, que a afetividade na aprendizagem é de suma importância por se constituir como facilitadora da mesma, no qual o aluno passa a ser alvo da empatia do professor que se apodera desse recurso para estimular seu desenvolvimento cognitivo através de sua prática pedagógica.

A relevância do tema visa uma contribuição socioeducativa para a escola, as famílias e a sociedade, uma vez que a busca por formas de interação entre professor e aluno visa a maior aproximação dos mesmos no cotidiano de sala de aula, considerando que a escola é um espaço de pluralidades, onde diferentes valores, experiências, concepções, culturas, crenças e relações sociais se misturam e fazem da vivencia escolar uma rica e complexa estrutura de conhecimentos e de sujeitos.

Neste sentido, o processo da construção do conhecimento deve se dá com a mediação do educador e a participação do aluno partindo da sua realidade e trabalhando com temas significativos para conhecer e entender o meio em que o educando está inserido, buscando construir a aprendizagem por meio de fatos, conceitos, procedimentos, atitudes e valores de forma contextualizada.

Assim sendo, busca-se realizar estudos acerca da relação da afetividade professoraluno e a formação da estrutura da personalidade das crianças, uma vez que as relações estabelecidas no contexto escolar têm se mostrado cada dia mais complexas e colidentes. Sendo que os alunos como escreve Piaget (1975) parece ter um interligação entre o desenvolvimento afetivo e o intelectual, pois influenciará de forma positiva cada etapa da que a afetividade sofre ao longo do desenvolvimento do indivíduo.

Desta forma percebe-se que o aluno dos anos iniciais necessita relacionar-se de forma equilibrada e eficaz com seus educadores, pois quanto maior for seu desenvolvimento, maiores serão as chances dessa aprendizagem ser vivenciada de forma significativa.

Não obstante, observa-se que a escola exerce um importante papel neste contexto, pois é por meio dela que a criança tem seu primeiro contato afetivo fora da família, adquirindo confiança em si mesma e nos outros, sendo por este motivo imprescindível para o desenvolvimento integral do aluno.

Embora, a necessidade do vínculo afetivo, em se tratando da formação escolar seja necessário, ele deve ser bastante refletida, pois é por meio dele que o desenvolvimento da aprendizagem pode se dá de forma satisfatória, uma vez que frequentemente há o confronto com situações que refletem a ausência de práticas pedagógicas que respeitem as diferenças do educando.

Assim, se o aluno cria uma relação afetiva com o professor, o aprendizado se torna mais fácil e com maior qualidade. Para enfatizar a importância dessa reflexão para o aprendizado nos anos iniciais, ressalta-se o crescente número de estudos acerca do tema da afetividade, reafirmando o grau de sua importância enquanto fator determinante no processo de desenvolvimento humano e a busca por comprovar a relevância das dimensões afetivas e o desenvolvimento psicossocial dos alunos na mediação do professor.

A problematização do estudo é: qual a contribuição e a influência da afetividade na motivação do aluno para a construção do conhecimento, para que o desenvolvimento deste seja mais prazeroso, eficaz e efetivo no processo de ensino-aprendizagem nos anos iniciais no Ensino Fundamental (1º ao 5º anos) do Colégio São José, estabelecido no município de Caxias no Estado do Maranhão, ano 2015?

O objetivo geral do estudo: analisar a contribuição e a influência da afetividade na motivação do aluno para a construção do conhecimento, para que o desenvolvimento deste seja mais prazeroso, eficaz e efetivo no processo de ensino-aprendizagem nos anos iniciais no Ensino Fundamental (1º ao 5º anos) do Colégio São José, estabelecido no município de Caxias no Estado do Maranhão, ano 2015.

Os Objetivos específicos do estudo: 1) Estabelecer como tem ocorrido a afetividade na prática pedagógica entre professor e aluno no Ensino Fundamental (1º aos 5º anos) do Colégio São José. 2) Reconhecer a contribuição da afetividade no processo de ensino aprendizagem. 3) Compreender como a afetividade entre professor e aluno influencia no desenvolvimento cognitivo do aluno e sua aquisição de conhecimento. 4) Identificar o papel do professor numa relação de troca e a importância de se valorizar a afetividade no âmbito escolar.

A pesquisa se justifica pela seguinte reflexão que se tratando do vínculo afetivo que o educador deve estabelecer com o aluno em sala de aula, este precisa ter um caráter libertador e de confiança, para combater o preconceito e os rótulos comuns presentes no ambiente escolar. Nesta perspectiva, observa-se que a realidade tem apontado que a escola vem realizando um papel que vai além da educação. Assim sendo, a elaboração desta pesquisa partiu da necessidade de conhecer e entender as influências da afetividade docente, como instrumento facilitador do desenvolvimento cognitivo de crianças nas séries iniciais.

A afetividade é um instrumento fundamental na aprendizagem, tanto oriundo da família, quanto dos educadores, desta forma, ela cumpre um papel fundamental na vida do educando, além de influenciar decisivamente na percepção, memória, pensamento, vontade e ação, sendo ainda primordial para o equilíbrio da individualidade de cada pessoa, uma vez que o vínculo afetivo tem um determinado controle sobre o desenvolvimento intelectual do ser humano.

A preferência por esta linha de pesquisa centra-se no empenho de caráter científico que o presente trabalho almeja apresentar, haja vista a extensão que se pretende alcançar com a execução do mesmo. Outro aspecto refere-se à relevância social do estudo, uma vez que seus resultados poderão contribuir consideravelmente para a melhoria no processo ensino aprendizagem, especialmente no que se refere às relações entre professores e alunos nas series iniciais do ensino fundamental. Surge então, a importância de se abordar o tema afetividade na relação professor-aluno, por entender que o cuidar é um ato consciente e que pode ser ensinado.

Torna-se relevante afirmar que o presente estudo será viável por não depender diretamente de investimentos financeiros, mesmo que desenvolvido em escola da rede particular, não caberá uso de recursos exteriores. A pesquisa conta com consentimento da direção geral e a população e amostra serão os próprios alunos e professores da escola que estarão colaborando com a pesquisa em tela.

2.-Aportes teóricos sobre a afetividade.

A afetividade segundo Ferreira (2005) significa conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza.

Desta forma, as emoções caracterizam-se como um organizador interno de nossas reações, ou seja, a afetividade é responsável por dar significado sentimental a tudo que vivenciamos.

Henri Wallon (1879-1962), filósofo, médico, psicólogo e político francês, obteve grande destaque se nos estudos sobre a temática da afetividade, em sua teoria da Psicogênese da Pessoa Completa, aborda a dimensão afetiva, e destaca que esta, ao longo do desenvolvimento do indivíduo possui um papel fundamental para a construção da pessoa e do conhecimento.

Para Wallon (2003), o termo afetividade corresponde às primeiras expressões que a criança experimenta sejam elas de sofrimento ou de prazer, sendo estas manifestações de afetivas ainda em estágio primitivo. Nesta perspectiva, ao se desenvolver, a afetividade passa a ser profundamente influenciada pela ação do meio social.

Para Wallon, (2003) a evolução progressiva da afetividade, cujas manifestações vão se distanciando da base orgânica, tornam-se cada vez mais relacionadas ao social. Assim, a afetividade também representa um conjunto ativo e abrangente, que envolve sentimentos, emoção e paixão. No entanto, apesar de que esses termos sejam, ordinariamente, confundidos, na teoria walloniana, existem distinções entre eles.

No entender do autor, a emoção é a exteriorização da afetividade e assim sendo, ela evolui como as demais manifestações. Desta forma, para o autor, a emoção tem ainda o papel de unir os sujeitos entre si por suas reações mais orgânicas e mais íntimas. Ainda segundo Wallon (2003), os sentimentos não implicam reações imediatas e diretas, tanto quanto na emoção, e tendem a reprimi-las.

Todavia, os sentimentos são manifestações mais evoluídas e aparecem mais tardiamente na criança, ou seja, quando se iniciam as representações. Acerca da paixão, segundo a teoria walloniana, esta é fomentada a partir da evolução das representações mentais e pode se dá de maneira intensa e aprofundada na criança. Neste sentido, a paixão surge com a aptidão de tornar a emoção emudecida, além disso, abrange o autocontrole da conduta e, assim como os sentimentos, só aparece mais tardiamente na criança, o que ocorre por volta dos três anos de idade, quando começam a atuar as representações.

Feita a distinção entre os termos, cabe ressaltar que a afetividade se constitui um fator preponderante no processo de desenvolvimento do ser humano e na relação com o outro, uma vez que é por meio desse outro que o indivíduo poderá se definir como pessoa nessa ação de permanente construção.

É por meio da afetividade que o indivíduo conhece melhor suas possibilidades e limitações, além de suas potencialidades, suas motivações, seus valores e sentimentos, o que indica a possibilidade de escolhas mais apropriadas nas mais distintas situações da vida.

Jean Piaget (1896-1980) teórico mundialmente reconhecido, responsável pela criação da Epistemologia Genética, em seus escritos considera que a afetividade desencadeia o desenvolvimento intelectual, sendo ainda que a afetividade seria uma força motora que envolve o indivíduo e o impulsiona a realizar uma ação, desempenhando um papel essencial no funcionamento da inteligência.

Nesta perspectiva, segundo Piaget (1975) parece existir um estreito paralelismo entre o desenvolvimento afetivo e o intelectual, com este último determinando as formas de cada etapa da afetividade”. Neste entendimento, tem-se a afetividade atuando de forma intensa sobre as percepções, memória e aprendizado, o que só ressalta a importância dos fatores afetivos nas relações sociais, facilitando assim a construção do conhecimento.

Na ótica piagetiana a afetividade é uma condição necessária na constituição da inteligência, ou seja, sem afeto não haveria interesse, necessidade, nem motivação pelo aprendizado, assim sendo, perguntas e problemas não teriam resolução e desta forma, não haveria construção do conhecimento.

3.- Contribuições da relação afetiva para o processo de ensino-aprendizagem.

A afetividade é parte indissociável do ser humano. Ela é responsável pela interação ou não do indivíduo com o meio e as pessoas que o cercam.

Com base nessa afirmativa podemos perceber que o afeto deve permear qualquer relação, sendo vivenciado em todas as esferas da sociedade, e isso inclui as instituições educacionais.

A escola como mediadora do conhecimento exerce papel significativo no que diz respeito a aquisição do conhecimento, possibilitando o acesso da criança à cultura, e conseguinte seu contato com o mundo, através de relações sociais concretas. Os alunos protagonistas dessa dinâmica de busca pelo conhecimento explicitadas através da ação pedagógica do professor, fazem relação da prática docente e o aprendizado adquirido, conferindo um sentido afetivo a aprendizagem vivenciada. Ressalta Almeida (1997), apoiadas na teoria walloniana, afirmam que a afetividade “refere-se à capacidade, à disposição do ser humano de ser afetado pelo mundo externo e interno por meio de sensações ligadas a tonalidades agradáveis ou desagradáveis”

Deste modo podemos ressaltar que a afetividade se faz presente em toda ação cotidiana como uma forma de impulsionar o indivíduo a se desenvolver de maneira prazerosa.

Segundo Piaget (1975), parece existir um estreito paralelismo entre o desenvolvimento afetivo e o intelectual com este último determinando a forma de cada etapa da afetividade.”

Neste sentido podemos perceber a estreita relação entre afetividade e o processo de desenvolvimento do ensino-aprendizagem, sendo esta a base fundamental pela qual o conhecimento será construído.

As reações emocionais exercem influência essencial e absoluta em todas as formas de nosso comportamento e em todos os momentos do processo educativo. Se quisermos que os alunos recordem melhor ou exercitem mais seu pensamento, devemos fazer com que essas atividades sejam emocionalmente estimuladas. A experiência e a pesquisa tem demonstrado que um fato impregnado de emoção é recordado de forma mais sólida, firme e prolongada que um feito indiferente. (Vygotsky, 2003; p.121).

Isso demonstra que dependendo da interação existente entre professor e aluno a possibilidade de aprendizagem aumenta e a busca por aprimoramento nas relações interpessoais pode resultar em descobertas que irão levar o educando e o educador a aprimorar o saber compartilhado diariamente, facilitando assim o diálogo e consequentemente o exercício da vivencia em sociedade.

4.- Metodologia.

O presente estudo obedeceu às seguintes etapas metodológicas: conversas informais com alunos e professores; escolha da literatura sobre afetividade e outros referentes ao objeto de estudo; mapeamento do campo de estudo, com a escolha da população e amostra; solicitação para trabalhar na Instituição de ensino com alunos e professores; solicitação para aplicar ferramentas de pesquisas junto aos alunos e professores e aplicação de questionário.

O lugar de pesquisa: a pesquisa será realizada no Colégio São José, com os professores do ensino regular, localizado na cidade de Caxias no Estado do Maranhão.

O desenho da pesquisa: o desenho é fenomenológico, que corresponde ao enfoque qualitativo, que está relacionada com conhecimentos vividos por seres humanos. É uma abordagem usada para pensar como são as experiências de vida das pessoas e o que elas expressam. Também o desenho é não experimental por que não há manipulação de variáveis, o que corresponde ao enfoque qualitativo.

Âmbito ou Tipo e Abordagem (enfoque) da pesquisa: utilizou-se a pesquisa descritiva e explicativa para realizar um estudo preliminar do principal objetivo do presente estudo: analisar a importância da afetividade no processo de ensino-aprendizagem e nas relações pedagógicas entre professor-aluno na dinâmica escolar.

Sendo que a pesquisa explicativa, segundo Gil (1999), pode ser realizada através de diversas técnicas, geralmente com uma pequena amostra, permitindo seu problema de pesquisa e formular a sua hipótese com mais precisão, ela também lhe permite escolher as técnicas mais adequadas para suas pesquisas e decidir sobre as questões que mais necessitam de atenção e investigação detalhada, e pode alertá-lo devido a potenciais dificuldades, as sensibilidades e as áreas de resistência.

A pesquisa descritiva será utilizada ainda, para a elaboração da fundamentação teórica e constou de consultas a livros, revistas e artigos da Internet, com vistas a embasar de modo mais sólido e com o respaldo técnico da teoria, o tema que se pretendeu desenvolver. Sendo que a referida pesquisa foi usada com o intuito de aprofundamento do tema.

Para Thomas (2007) o tipo de pesquisa que se classifica como "descritiva", tem por premissa buscar a resolução de problemas melhorando as práticas por meio da observação, análise e descrições objetivas, através de entrevistas com peritos para a padronização de técnicas e validação de conteúdo.

A pesquisa descritiva usa padrões textuais como, por exemplo, questionários para identificação do conhecimento.

A metodologia mista que é a conciliação entre investigação qualitativa e quantitativa, apresenta várias vantagens na investigação, podendo ser capaz de melhorar a qualidade dos resultados de trabalhos de investigação.Os enfoques são qualitativos e quantitativos são:

De acordo com Marconi e Lakatos (2007) desenhos não experimentais são usados quando o pesquisador deseja construir o quadro de um fenômeno ou explorar acontecimentos, pessoas ou situações à medida que eles ocorrem naturalmente. Nessas pesquisas as variáveis independentes já ocorreram, por assim dizer, e o investigador não pode controlá-las diretamente por manipulação.

A População e Amostra: a presente pesquisa visa investigar o aspecto afetivo da aprendizagem no âmbito escolar, tendo por base o Colégio São José, estabelecido em Caxias, no Estado do Maranhão. Sendo que o objeto do estudo será o Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), num total de 09 salas, cada uma desta, possui em média 22 alunos. Desta forma, a população de alunos será composta por 200 alunos, população de professores é composta por 14 docentes que fazem parte do quadro efetivo da Escola. Esses professores são de diversas áreas e atuam no Ensino Fundamental, do 1º ao 5º ano. A amostra: A pesquisa terá uma amostra composta por 40% da população, ou seja, 80 alunos. Portanto, a pesquisa será desenvolvida com a amostra mencionada. Além da amostra dos alunos, haverá a amostra dos professores que nesse caso será de 100% da população, ou seja, a totalidade do quadro efetivo de docentes que atua no Ensino Fundamental. Esse percentual fundamenta-se por ter uma população reduzida de professores, portanto optou-se por usa a população na íntegra.

Instrumentos de coleta de dados: serão utilizados os seguintes instrumentos: guia de perguntas para a entrevista e questionários. A coleta de dados ocorrerá em duas etapas distintas: Entrevista: Para Marconi e Lakatos (2007; p. 94) a entrevista é o “encontro de duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de um determinado assunto”. Pesquisa (questionário): Em relação a etapa seguinte: questionário, Marconi e Lakatos (2007, p. 100) pontuam como: “instrumento de coleta de dados constituído por uma série de perguntas, que devem ser respondidas por escrito”.

5.-Discussão dos Resultados.

Para atingir o propósito desta pesquisa, a coleta de dados foi executada através de uma pequena amostra, a qual foi realizada por meio de questionários direcionados aos alunos e professores com perguntas objetivas e subjetivas do Colégio São José em Caxias-MA, no ano de 2015. O grupo selecionado para tal amostragem constituiu-se de 14 professores e 80 alunos. Para a seleção em relação aos alunos, buscou-se priorizar àqueles que mais tinham dificuldades e afastamento do professor e dos demais em sala de aula.

A pesquisa é uma análise mista, todos os dados foram organizados por grupos de alunos e professores, analisados separadamente de forma quantitativa e qualitativa. Em primeiro lugar foram analisadas o questionário de 10 questões aplicado aos 80 alunos. Em seguida far-se-á a análise das 14 questões direcionadas aos professores. Vejamos nos gráficos.

5.1.-Resultado da análise da entrevista dos professores.

A coleta de dados realizadas aos professores contou com a participação de 14 docentes que trabalham com várias disciplinas como: português, matemática, história, geografia, ciências, religião.

A escolha dos professores que participaram da pesquisa foi realizada com professores do ensino fundamental, 1º, 2º, 3º, 4º e 5º ano.

O método utilizado com os educadores foi a entrevista com perguntas objetivas e subjetivas, onde tratou-se de vários aspectos como gênero, a idade, tempo de experiência em sala de aula e os recursos utilizados por eles e suas metodologias.

Gráfico 1. Quanto ao gênero

Fonte: Pesquisa de campo do próprio autor - 2015.

Dos professores entrevistados, 86% dos pesquisados são do sexo feminino, enquanto 14% destes pertencem ao sexo masculino.

Gráfico 2. Quanto a idade

Fonte: Pesquisa de campo do próprio autor– 2015.

Sobre a idade dos participantes, 29% têm idade de até 30 anos, 57% está na faixa de 31 a 50 anos e somente 14% tem a idade acima de 50 anos. Observa-se que os pesquisados tem idade média.

Gráfico 3. - Quanto a formação.

Fonte: Pesquisa de campo do próprio autor- 2015.

No atinente a formação, 67% dos entrevistados possuem graduação, enquanto os pós-graduados são 33%. Nota-se que a instituição Colégio São José está bem equipada.

Gráfico 4. -Tempo de atuação na educação.

Fonte: Pesquisa de campo do próprio autor(a)– 2015.

Em relação ao tempo de atuação na educação, nota-se que todos os entrevistados têm acima de 10 anos de experiência em sala de aula. O que faz da instituição um ambiente bem assistenciado, com professores experientes.

No que tange ao tópico que trata sobre o conceito de afetividade, obteve-se as seguintes respostas:

Tabela 01: Sobre o conceito de afetividade.

Sobre o conceito de afetividade. Professor Resposta Professor 1 É um estado psicológico do ser humano que pode ou não ser modificado a partir das situações; Professor 2 É ter afeto, ser afetivo, é ter a capacidade de experimentar um conjunto de fenômenos afetivos como emoções, paixões, sentimentos; Professor 3 É a capacidade que temos de criar laços de amizade com as pessoas com quem convivemos; Professor 4 A afetividade está ligada ao campo das emoções, ao modo de lidar consigo e com os demais que estão à sua volta; Professor 5 É possuir um relacionamento bom, onde possa existir troca de experiências, opiniões e acima de tudo onde haja respeito; Professor 6 Graças a afetividade, as pessoas conseguem criar laços de amizades entre elas; Professor 7 É um sentimento que está relacionado ao carinho ao próximo, a relação de respeito; Importar tabla

Fonte: dados da pesquisa.

Neste sentido, levando em consideração a fala dos entrevistados, nota-se que a afetividade para alguns, está vinculada muito particularmente ao estado emocional, mais precisamente quanto a ideia de carinho, bondade e ternura, esquecendo-se assim, que a aprendizagem perpassa pelo campo afetivo. Segundo Piaget (1976; p. 9): “parece existir um estreito paralelismo entre o desenvolvimento afetivo e o intelectual, com este último determinando as formas de cada etapa da afetividade.” Assim, fica clara a importância da afetividade no processo educativo.

Sobre o questionamento se há relação entre o afeto e a aprendizagem, obteve-se as seguintes declarações:

Tabela 02: Há relação entre o afeto e a aprendizagem.

Há relação entre o afeto e a aprendizagem. Professores Respostas Professor 1 Sim, na educação, a afetividade deveria ser a primeira preocupação de nós educadores. A escola é uma continuação do lar, sendo que esta não pode se limitar somente em fornecer conhecimentos conceituais, mas contribuir para o desenvolvimento da personalidade de seus alunos; Professor 2 Sim, na afetividade tem um papel crucial no processo de aprendizagem do educando; Professor 3 Sim, através da relação professor-aluno. Em sala de aula, em diversas situações; Professor 4 Nessa relação, o afeto motiva o comportamento do aluno e o leva a uma melhor aprendizagem; Professor 5 Sim, muitas vezes o sucesso e a atenção do aluno estão ligados ao fato do aluno gostar ou não da maneira de conduzir a aula pelo professor; Professor 6 Acredito que o afeto pode influenciar a aprendizagem dos educandos, pois a relação entre professor e aluno, alunos e alunos, pode favorecer o processo didático pedagógico; Professor 7 Sim, quando se repassa conhecimento, valores, se conquista afeto, seja para quem está ensinando como para quem está aprendendo; Importar tabla

Fonte: dados da pesquisa.

Observa-se que todos os participantes desta entrevista acreditam na afetividade como mediador do conhecimento, uma vez que por meio da relação afetiva o educador encontra meios para atingir êxito na condução dos trabalhos em sala de aula. Neste entendimento, Moran (2007, pág. 21) afirma que: “A educação tem de surpreender, cativar, conquistar os estudantes a todo o momento. A educação precisa encantar, entusiasmar, seduzir, apontar possibilidades e realizar novos conhecimentos e práticas.” Ou seja, é importante ressaltar a influência positiva da afetividade na construção da aprendizagem.

No que tange a questão acerca de como o educador vê a afetividade dentro da sala de aula, têm-se as seguintes respostas:

Tabela 03: Como o educador vê a afetividade dentro da sala de aula.

Como o educador vê a afetividade dentro da sala de aula. Professores Respostas Professor 1 Importantíssima. Nós professores devemos ter uma postura de facilitador, estimulando o processo de aprendizagem e o desenvolvimento do aluno; Professor 2 Como contribuinte na construção cognitiva, no desenvolvimento emocional e, por fim, no processo de ensino aprendizagem; Professor 3 Os aspectos sócio emocionais cooperam para a relação professoraluno, são os vínculos afetivos criados em sala que regem o procedimento dos alunos; Professor 4 Ultimamente tem se observado que a mesma tem estado abalada, devido a fatores referentes à sociedade e a família; Professor 5 Como mediadora, contribuindo para que os alunos sintam-se valorizados; Professor 6 A afetividade tem um papel fundamental no desenvolvimento do aluno e na condução de um trabalho com êxito por parte do professor; Professor 7 A afetividade tem uma grande relevância no processo pedagógico, pois vem a ter um grande impacto na forma como esse educando irá adquirir novos conhecimentos; Importar tabla

Fonte: dados da pesquisa.

Nesta perspectiva, a afetividade é vista como elemento que molda o comportamento, o caráter e a atividade cognitiva do educando. Assim, em se tratando da relação afetiva entre professor e aluno, esta deve se dá num ambiente onde o convívio seja saudável e sem demonstração de poder, mas uma convivência em que o conhecimento e a afetividade caminhem lado a lado.

5.2.-Resultado da análise da entrevista dos alunos.

A coleta de dados realizada com os alunos contou com a participação de 80 alunos. O critério utilizado para a escolha desses educandos foi baseada nos alunos que apresentavam dificuldades de afetividade com o professor e dificuldades com a aprendizagem.

O método usado com os alunos foi a entrevista com perguntas objetivas, no qual tratou-se da idade, gênero, série e sua relação afetiva com o professor.

Gráfico 3 - Quanto a série.

Fonte: Pesquisa de campo do próprio autor – 2015.

Como já mencionado anteriormente, os participantes desta pesquisa estão inseridos nas séries iniciais do Ensino Fundamental, 1º ao 5º ano. Os alunos do 1º ano correspondem a 11%, 2º ano também equivale a 11%, já o 3º ano possui 17%, o 4º ano 27% e o 5º ano 33% dos alunos.

Gráfico 4: O que você mais valoriza no professor?

Fonte: Pesquisa de campo do próprio autor – 2015.

Em relação à questão abordada, existe uma tendência em valorizar o professor que demonstra abertura para o diálogo, uma vez que a maioria das crianças sinaliza para essa forma de interação entre professor e aluno, através da busca por compreender o educando e o contexto em que o mesmo está inserido. Com base nesse contexto 17% dos alunos afirmaram que valorizam o sorriso do professor.

Com relação a personalidade do professor, 11% disseram que valorizam o professor com personalidade. 44% dos pesquisados confirmaram que o educador que está aberto ao diálogo é de fato valorizado pelo aluno. Com relação a disponibilidade 27% valorizam o professor que demonstra está disponível para auxiliar o aluno.

Gráfico 5: Qual sua maior dificuldade em sala de aula?

Fonte: Pesquisa de campo do próprio autor – 2015.

Verificou-se através desta interrogativa que a maior dificuldade do aluno em relação à sala de aula, é buscar a interação através do diálogo, como mostra o gráfico 33% dos educandos afirmaram que possuem essa dificuldade. Para 17% dos alunos a falta de socialização é a maior dificuldade encontrada por eles. Já 22% afirmaram que a falta de motivação por parte do professor dificulta relação aluno-professor em sala.

Gráfico 6: Para você o que é ser um bom professor?

Fonte: Pesquisa de campo do próprio autor – 2015.

Por meio das respostas obtidas para tal questionamento, 39% dos alunos, acham que um bom professor é aquele que chama para conversar, mostrando-se aberto e preocupado com seus assuntos, sejam eles particulares ou não, uma vez que o educador deve buscar através do diálogo, uma maior interação com o educando. Para 16%, um bom professor é aquele que é paciente para com seus alunos. 17% afirmam que um bom educador é aquele que se preocupa em explicar o conteúdo para seus alunos e para 28%, um bom educador é aquele que sabe escutar os alunos dando-lhes atenção e suporte.

Gráfico 7: O que você mais admira nos professores que mais gosta?

Fonte: Pesquisa de campo do próprio autor – 2015.

Entende-se, por meio desta interrogação, que os professores mais admirados por seus alunos, são aqueles que os acolhe de forma integral, sem restrições ou barreiras, preocupam-se com seu desenvolvimento, fazendo suscitar assim, uma relação de confiança e reciprocidade, pode-se confirmar pelos 45% dos alunos pesquisados.

De acordo com 33% dos educandos o que eles admiram nos professores é a preocupação em ajudar seus discentes em sala. Para 11% o que o professor repassa em sala é o que eles mais gostam. Já a maneira como o educador transmite o saber 11% afirmam que é o que fazem admirar um professor.

Gráfico 8: Que atitudes dos professores você não gosta?

Fonte: Pesquisa de campo do próprio autor – 2015.

No que tange as alternativas indicadas 45% dos alunos afirmam que as atitudes hostis por parte do professor, como gritar em sala de aula por diversas questões, leva à ruptura da relação entre os envolvidos, uma vez que o educando sente-se agredido e desvalorizado com tal atitude. O tratamento diferenciado é outro fator negativo visto por 33% dos alunos.

A maneira como o educador explana o conteúdo é outra atitude observada pelos alunos, 11% disseram que não gostam quando o professor não se atenta em explicar direito os assuntos em sala. Os outros 11% afirmam não gostar quando o professor está irritado em sala de aula.

6.-Conclusão.

A busca por uma forma de interação entre professor e aluno, nos favorece a reflexão sobre a afetividade e seu impacto na aprendizagem do estudante.

Este impacto é sentido principalmente nos anos iniciais, pois cada criança precisa desvincular-se do seio familiar para adentrar em um novo espaço onde o foco será a aprendizagem através de estratégias pedagógicas.

A educação precisa encantar, entusiasmar, seduzir, apontar possibilidades de construção de novos conhecimentos e práticas libertadoras que facilitem a relação interpessoal e a comunicação mediadora de conhecimentos estratégicos para o desenvolvimento cognitivo dos educandos a partir da prática docente.

O objetivo do estudo era analisar a contribuição e a influência da afetividade na motivação do aluno para a construção do conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento do discente no processo de ensino-aprendizagem nos anos iniciais no Ensino Fundamental (1º ao 5º anos) do Colégio São José, estabelecido no município de Caxias no Estado do Maranhão, ano 2015.

Cabe salientar que todos os objetivos foram alcançados uma vez que através da presente pesquisa ficou evidenciada a busca constante do Colégio São José por proporcionar a toda comunidade educativa um espaço de convivência que acima de tudo priorize a inter-relação e o bem estar comum.

Tendo como primeiro objetivo, analisar a afetividade na prática pedagógica entre professor e aluno no Ensino Fundamental (1º ano ao 5º anos). Percebeu-se que os professores buscam ter com seus alunos uma relação afetiva, pois os mesmos sabem da importância dessa relação para um bom desempenho em suas aulas. O segundo objetivo específico tinha como propósito reconhecer a contribuição da afetividade no processo de ensino aprendizagem, observando a relação aluno e professor. Nota-se que, quando há uma boa relação entre aluno e professor, o rendimento desse discente é bastante positivo, pois demonstra segurança e interesse em querer obter conhecimento, uma vez que, o docente transmite à esse aluno real interesse em sua vida, porque não basta apenas repassar conteúdos, é necessário que o docente impulsione esse aluno, isto é, desperte-o para novas buscas.

O terceiro objetivo específico trata do reconhecimento das contribuições no processo de ensino aprendizagem, demonstrando que a afetividade entre aluno e professor é de grande importância no processo de aquisição do saber. Procura-se mostrar que a afetividade de fato ajuda no processo de aprendizagem.

O quarto objetivo busca compreender como a afetividade entre professor e aluno influencia no desenvolvimento cognitivo do aluno e sua aquisição de conhecimento. Neste ponto, é importante ressaltar a afetividade é de grande valia no que diz respeito a aprendizagem, pois é nítido que a afetividade é uma ponte que leva o aluno a se reconhecer como estudante e como ser humano. Quando há uma boa relação entre aluno e professor, o aprendizado se torna prazeroso, o discente se sente acolhido, seguro, e isso só é possível se ele enxergar no docente o apoio que ele precisa na sua vida escolar.

O último objetivo procurou identificar o papel do professor numa relação de troca e a importância de se valorizar a afetividade no âmbito escolar, pois é notório que esse elo coopera para um bom desenvolvimento desse aluno, despertando-o para o processo de aprendizagem. Vê-se o quão importante a valorização da afetividade no espaço escolar, essa troca de afetividade é convertida em pontos positivos para ambos os lados, onde a sala de aula que há afeto, há alunos satisfeitos e compromissados com seu aprendizado.

Assim sendo, observa-se que mesmo numa escola de ensino tradicional, o que ocorre na escolhida para aplicação desta pesquisa, destacam-se no sentido de aquisição de conhecimento o cognitivo e o afetivo, uma vez que notadamente sobressai-se a afetividade como fator preponderante para o processo de ensino aprendizagem.

Nesta perspectiva, frente ao obtido desta pesquisa, pode-se destacar que há uma grande necessidade de que os educadores voltem o olhar para educação sob um novo ponto de vista e a partir daí passem a considerar a real necessidade de uma renovação metodológica, além de uma relação afetiva que vise a aproximação entre eles.

Neste sentido, nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo. Desta forma, o processo de aprendizagem será facilitado sobremaneira, tornando-se ainda, muito prazeroso o processo de aquisição do conhecimento, sendo por meio de tais relações que será possível modificar o panorama de indisciplina e da falta de motivação que permeia tanto os alunos quanto os professores.

Portanto, levando em consideração os dados aqui obtidos, espera-se que a presente pesquisa possa contribuir na contextualização, reflexão e efetivação acerca das dimensões afetivas, uma vez que os educadores por meio desta, possam repensar suas práticas pedagógicas e visem a qualidade da mediação do processo ensino aprendizagem no contexto escolar, uma vez que a atuação pedagógica deve contemplar as múltiplas linguagens e saberes.

A presente pesquisa visa ser de grande valia para os professores, bem como para toda comunidade educativa e para a sociedade em geral, pois os frutos dessa relação entre professor e aluno poderão ser colhidos através de sua convivência e descoberta dos ensinamentos que possam auxiliar o aprendizado dos mesmos resultando na vivencia de valores tão importantes no processo ensino-aprendizagem. O trabalho comprovou que a relação afetiva entre aluno e professor é crucial para o desenvolvimento cognitivo do aluno, levando-o a desenvolver-se de forma bastante proveitosa. Em se tratando da coordenação, direção e todo o corpo docente, mesmo aqueles que não participaram diretamente da pesquisa, contribuíram de forma indireta, apoiando e incentivando a pesquisa.

Constata-se então que a afetividade em sala de aula é um fator importantíssimo para que o aluno possa se desenvolver de maneira positiva, além de estimulá-lo em sala, a afetividade faz-se imprescindível, pois o aluno deixa de ver o professor somente como um transmissor de conteúdos e passa a vê-lo como uma pessoa que o acolhe e o estimula.

Como trabalhar a afetividade na escola?

Ensino afetivo: o que é e como trabalhá-lo na escola.
Preste atenção aos seus alunos..
Ofereça palavras, gestos e atitudes de incentivo..
Dê voz aos alunos e valorize-os..
Vincule os conteúdos com a realidade dos alunos..

Qual o papel do professor no desenvolvimento afetivo do aluno?

A relação afetiva professor e alunos se apresentam com grande relevância na construção do conhecimento, destacando a necessidade de trazer para o ambiente escolar uma convivência agradável entre todos os que nela estão envolvidos, contribuindo para a formação integral do educando.

Qual o papel da escola no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos?

Nesse sentido, a escola, enquanto enquanto instituição formadora, também desempenha o papel de: Ajudar a desenvolver o pensamento crítico do aluno, ensinando-o a se posicionar socialmente e politicamente. Ajudar o aluno a desenvolver habilidades socioemocionais. Ensinar o aluno a desenvolver suas percepções de mundo.

Qual a importância de à escola trabalhar a afetividade e o controle das emoções no aluno para o processo de aprendizagem?

A afetividade na escola, como complemento da afetividade na família, é de suma importância para seu desenvolvimento, tanto cognitivo quanto social. Assim, a necessidade de compreender se a dimensão afetiva entre professor-aluno influencia o processo de ensino-aprendizagem é o que justificou este trabalho.